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sexta-feira, junho 25, 2010

Balão de ensaio ou traição?

caiado

 

A novela estava naquela fase de melodrama e suspensezinho, tipo quem é o pai de Albertinho Limonta? (Nossa! Tô velho). Eis que aparece o Roberto Jeferson e joga as histórias de bastidor no ventilado: o vice de Serra será o Álvaro Dias.

Já de manhã cedo, numa sexta-feira de feriado no Nordeste e jogo do Brasil o resto do mundo, os jornais começam a reproduzir a notícia dada pelo Jefferson e o panavueiro se forma na política nacional. O jogo ficou mais emocionante do que a pasmaceira Brasil X Portugal.

Se torcedores tucanos vibram pela definição, nos vestiários do DEM a turma do Caiado se revolta. O deputado vai pro Twitter e se rasga falando mal dos parceiros tucanos. Como pode o PSDB lançar o Dias sem ouvir o parceiro Democratas? Isso é uma traição, e tome mimimi do goiano.

Caiado tavez não tenha lidos os jornais. O Globo, por exemplo, noticiou que o PSDB confirmou que havia oferecido a vice presidência na chapa de Serra, mas que ainda não havia fechado questão, já que deveria ouvir o DEM antes.

Como um sujeito mais ou menos familiarizado com as raposadas da política nacional, desde cedo sugeri que a tuitada do Jefferson poderia ser o que Golbery apelidou de “balão de ensaio”, tática por demais usada, principalmente pelo governo, de deixar vazar para a mídia algo que seria segredo e ouvir a repercussão. Dependendo da resposta do público a notícia é confirmada ou negada. Imagino que o Jefferson, do PTB que apóia Serra, possa ser o emissário desse balão. A pedido dos caciques tucanos, numa entrevista via Twitter ao Ricardo Noblat, ele lançaria o furo da vice presidência do Álvaro, isso feito, a tucanada de alto grau colaria os ouvidos nas portas e os olhos no Twitter para saber se a resposta popular seria positiva ou não, de quebra, veria qual a posição do DEM.

Nem de longe arrisco afirmar que foi assim que se sucedeu, mas bem pode ter sido.

Depois do piti de Ronaldo Caiado no Twitter, logo aparece a notícia no Globo. Sintomático.

A turma petista está vibrando com o descontentamento de Caiado e a ameaça de um rompimento da aliança DEM X PSDB. Se amanhã a notícia for negada, Caiado aparecer de braços dados com algum tucano e o nome do vice deixar pra ser divulgado somente dia 30 de junho, como já divulgado anteriormente pelo PSDB, os petistas ficarão no meio da praça sem saber o que fazer com suas bandeirinhas vermelhas.

O fato é que não há bobo de nenhum dos lados e a hipótese do balão de ensaio ainda é a mais plausível pra mim. Apenas esqueceram de avisar ao Caiado e à arraia miúda do DEM, afinal de contas, sua reação também faz parte do estudo pretendido pelos cardeais emplumados.

Muito provavelmente, quando eu terminar de digitar esse texto, tudo o que foi dito durante todo o dia já estará velho, o que era verdade até às 19 horas já nada vale, o que era jogo fechado às 20 horas será notícia velha e o que sairá nas páginas dos jornais pela manhã nada terá a ver com as notícias de fechamento de hoje. Aguardemos, somos apenas peões curiosos nesse jogo.

 

@ Marcos Pontes

quinta-feira, junho 24, 2010

Uma Noiva para nosferatu

nosferatu

O PSDB, como sempre, demora a tomar resoluções, dando a seus eleitores a impressão de que é inseguro e tudo o que o eleitor não quer de seus candidatos é que eles sejam inseguros.

Os tucanos não aprenderam a lição de quatro anos atrás, quando fizeram a mesma cera para definir quem concorreria à presidência da República. Em 2009/2010 a novela repetiu-se e o país viu-se dentro de um suspense sem fim com a escolha entre Aécio e Serra. O pau comia sob as folhagens entre os tucanos e cada dia uma versão e um nome vazavam para a imprensa, para no dia seguinte haver um desmentido.

Depois de muito tro-ló-ló, chegaram a um acordo e Serra foi oficializado como o candidato do PSDB à presidência. Alívio geral? Longe disso. Agora discutia-se o vice. O primeiro nome, e o mais natural para a vaga, era do Aécio, a desejadíssima “chapa-puro-sangue” dos sonhos da tucanada de alto clero, baixo clero e clero nenhum. Numa demonstração de que preza muito mais seu próprio umbigo do que os desejos dos seus partidários, Aécio, que já tem praticamente ganha a vaga de senador, recusou-se a ser subalterno de Serra nessa parada.

Deu uma banana para todos os que pediram, rogaram, imploraram pela sua aceitação. E lá se vai o PSDB de volta à estrada, em seu ritmo de tartaruga paraplégica, num périplo sem fim, em busca de uma noiva para Nosferatu. Todo mundo, menos Aécio, quer a vaga. E tomem especulações de jornais, revistas, políticos, blogueiros, tuiteiros e de apontadores de jogo do bicho. Só os cardeais peessedebistas não se manifestam.

Paralelamente a isso, Lula, PT e asseclas, Dilma e demais ministros, governadores e imprensa remunerada, investem pesado na popularização do nome, imagem e falta de programa, mas de mentira perfeita, da candidata do presidente. Ela deixa de ser o poste desdenhado pela oposição, toma corpo, vira realidade e cresce nas pesquisas de todos os institutos de pesquisas. Atônitos, os simpatizantes tucanos tentam negar o óbvio, desdenham dos pesquisadores e das pesquisas. E ela continua simpática e sutil como um rolo compressor elevando seus índices.

Como que um gordo descalço tentando andar num piso liso ensaboado, o PSDB patina, não sai do lugar, nada de um nome surgir. Aécio, o natural dono da vaga, vira de costas, faz de conta que não é com ele, e sua indiferença ajuda a afundar a candidatura Serra num poço de areia movediça.

Dilma escolhe o inexpressivo, venal e botulínico Michel Temer, seu alvará de apoio peemedebista, o Partido do Me Dei Bem, como diria o Ricardo Rayol. E nada do tucano voar.

Kátia Abreu, Alckmin, Yeda Crusius, Paulo Souto, Sérgio Guerra (que os “fantasmas” acabaram por afastar), Álvaro Dias, Marisa Serrano, José Carlos Aleluia, Valéria Pires Franco, Adréa Neves, Beto Richa, Demóstenes Torres, Francisco Dornelles, Itamar Franco, Jarbas Vasconcelos, José Agripino, José Roberto Arruda (auto-destruído pelo mensalão que mantinha no DF), Marco Maciel, Marina Silva, Pimenta da Veiga, Tasso Jereissati, Benito Gama e até o Mão Santa, são os 23 nomes que consegui enumerar, dois a mais que a lista da Época, como possíveis vices de Serra, ventilados pela imprensa, por políticos ou pelos tuiteiros, alguns de dentro do ninho. Quem não falou sequer um nome até o momento foi justamente Serra.

E hoje o Ibope diz que o tanque bancado pelo erário, Dilma, tomou a frente disparadamente, mesmo com um vice antipático e desconhecido para o Brasil. Antes um vice ruim do que nenhum, ensina a candidata petista a uma oposição inerte há sete anos e meio e que agora parece catatônica.

Se a oposição não conseguiu sequer arranhar a imagem antipática, vaidosa e prepotente de Lula, não consegue sequer fazer sua própria imagem, enquanto isso a banda e o rolo compressor passam, os eleitores potencialmente tucanos se enervam, os indecisos se indecidem porque vêem uma candidata real à sua frente e a situação emplaca com força um ex-poste como via válida, para o desespero daqueles que, como eu, defendem a alternância de poder e rejeitam profundamente qualquer administração petista.

©Marcos Pontes

quarta-feira, junho 23, 2010

O que era e o que é

censura

 

Uma coisa interessante acontece com o atual governo federal, não há necessidade de se criar mentiras ou factóides para desmoralizá-lo ou fazer-lhe oposição, como é prática na política brasileira há 510 anos. Basta saber ler os jornais. As piores críticas nascem da própria práxis política do PT e adjacências.

Foi notícia, por exemplo, a cassação de vários textos publicados no site do Ministério do Planejamento que faziam críticas a vários órgãos e segmentos do governo que haviam falhado em seus objetivos ou na execução das tarefas que os atingissem. Repetindo a máxima do Rubens Ricúpero, massiçamente criticada pelo PT antigo, que “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde”, o governo central, o nosso Politburo, censura até mesmo as autocríticas. Como uma moça pudica não permite que apareça sequer um milímetro da renda da anágua.

Aliás, o governo Lula não seria jamais uma moça pudica, está mais para uma devassa em roupas de evangélica. O que se puder pensar em pior em termos de falta de moral, de honestidade, de transparência, de democracia, essa messalina tem de sobra. Por baixo da roupa comportada, saias abaixo do joelho, blusa de mangas e golas altas, há uma calcinha fio dental, sutiãs com enchimento e um tremendo fervor nas entranhas, uma atração terrível pelo pecado.

Essa menina transviada tentou obedecer à mãe que aconselhava a evitar as más companhias. Esse era o PT da primeira idade e da adolescência, aquele partido que se orgulhava de não coligar-se com os “reacionários” (os seguidores sectários continuam usando essa terminologia contra todo e qualquer opositor a si) e condenar as ilegalidades dos governos e governantes daquele tempo. Mas a menininha bem comportada e rebelde contra a desonestidade cresceu e cansou-se de ser exceção, tornou-se membro da gangue dos podres. Passou da maconha que usava nas festinhas “inocentes” para o charutão castrista e o sangue dos inocentes que os produziam; das batinhas indianas do romantismo hyppie pulou para os ternos Armani e os tailleurs Chanel arrematados sem pudor com milhões retirados do erário. Para seguir as orientações de transformação do marqueteiro mor, Duda Mendonça, Lula deixou de ser um sapo barbudo para tornar-se um “paz e amor” de ternos importados; Dilma deixou de ser a riquinha e ex-católica rebelde de bolsa tiracolo de couro ou lona para usar bolsas Hermès que custam mais que um ano de salário dos trabalhadores que ela diz defender.

Millôr, na sua genialidade, já havia feito a diferenciação: “Eu mandar em você é democracia; você mandar em mim, é ditadura”. O velho relativismo esquerdista. A prática política de Lula e PT no comando torto da nação mostram exatamente isso, o que eles condenavam quando eram oposição furiosa tornou-se diretriz e norma de sua própria administração. Censura, por exemplo, um dos carros chefes de todas as oposições ao regime militar e, com razão, um dos pontos fortes do discurso petista-oposicionista, tornou-se aliada do governo e uma busca constante, altamente fomentada por Tarso Genro quando exercia o cargo de pior ministro da justiça que o país já teve. Se bobearmos, logo, logo terá gente como Franklin Martins ou Dilma Roussef defendendo a tortura como meio lícito e justificável de se conseguir confissões.

Para quem ficou curioso e quer informar-se melhor sobre os erros do governo e a análise desses erros feita por gente do próprio governo e devidamente censurada pelo Politburo, eis o link da Folha. Leia antes que seja censurado.

 

@Marcos Pontes

sábado, junho 19, 2010

República Popular do Brasil

China

 

Democracia, por definição, é o regime político em que as decisões são tomadas pelas autoridades de acordo com o desejo popular, disso todo mundo sabe – talvez não os estudantes do ensino fundamental de hoje, que não conta mais com disciplinas como Educação Moral e Cívica ou Organização Social e Política Brasileira, respectivamente EMC e OSPB. Se você lembra dessas matérias não tem mais como esconder que já passou dos quarenta.

Parando de divagar e voltando ao tema desse texto de pé quebrado.

Regimes totalitaristas e autocráticos, como os que o presidente Lula, sob a orientação desastrada do Celso Amorim, adora defender e ter como amigos,utilizam-se constantemente do nome do povo para justificar seu conteúdo autoritário. Essa apropriação da vontade popular, que nem sempre, ou quase nunca, é consultado, começa pelo próprio nome dos países.

São exemplos desse abuso do desejo do cidadão alguns nomes de países que foram ou ainda são socialistas, comunistas ou que fingem ser um dos dois, mas que não passam de feudos hereditários. A Alemanha Comunista, criada em 1949, da costela oriental da Alemanha denominava-se República Democrática Alemã; a China oficialmente chama-se República Popular da China; a Coréia do Norte, quem diria?, chama-se República Democrática Popular da Coréia, numa redundância mentirosa; O Laos é a República Democrática Popular do Laos, repetindo o exagero mentiroso da vizinha de continente. Esses países nada têm de populares, muito menos de democráticos, mas utilizam-se disso como propaganda oficial, uma maneira escamoteada de fixar no inconsciente coletivo a idéia que vontade do cidadão é respeitada, que as decisões dos mandatários estão concatenadas com o desejo do trabalhador, quando no fundo tudo, desde a culinária à quantidade de filhos, é determinado, obrigado e vigiado pelos caciques do partido único.

O governo brasileiro, com a ajuda de uma parte da imprensa, tem feito isso. Por meio de Medidas Provisórias ou projetos de leis, nosso Politburo tem feito valer sua vontade com a ajuda analfabeta de nossos políticos burros. Quase tudo o que o governo deseja, consegue no Congresso Nacional, as discussões são rasas, a situação sofre de conivência cega e remunerada e a oposição enfaixa-se pela incompetência, covardia, conivência e desagregamento.

A imprensa, por sua vez, quando lança manchetes do tipo “O Brasil aprova o governo Lula” ou “O Brasil gosta do governo federal”, enfia na cabeça do populacho que há unanimidade nas nossas vontades, como se fôssemos uma massa uniforme e densa que flutua coesa pela maré que o poder central gerar. Não há resistência, não há contra maré, não existem remos tentando impulsionar a nau em outra direção. O desejo autocrático da gangue vermelha torna-se o desejo do país.

Não é à toa que esse mesmo comitê central do partido vermelho vem fazendo tentativa atrás de tentativa de calar o resto que ainda existe de oposição pensante. Não foram poucas e nem são poucas as tentativas de unificar o pensamento, menosprezando-se a inteligência dos poucos que ainda dão-se ao trabalho de analisar e questionar o azimute determinado por meia dúzia de luas pardas e o próprio chefe da quadrilha.

Com blogueiros assalariados com verbas de empresas estatais e mais um exército de tuiteiros sob o comando e coordenação de um jornalistazinho chapa branca que há anos vem se dedicando à causa petista, o governo utiliza-se do nome dos trabalhadores, mudando o significado desse adjetivo para vagabundo sindicalista, e dos cidadãos para disfarçar seu viés ditatorial.

Não nos surpreendamos se aparecer por aí um Projeto de Emenda Constitucional sugerindo que o nome do país, que já foi Estados Unidos do Brasil e hoje é República Federativa do Brasil, seja mudado para República Democrática Brasileira ou, talvez, República Democrática e Popular dos Trabalhadores Brasileiros.

©Marcos Pontes

terça-feira, junho 15, 2010

Resposta ao nassiff

nassif_capa

 

Eis que recebo de um amigo do Twitter o alerta pra um post em que Luís Nassif me cita.

Este senhor já havia feito uma “lista negra” de blogueiros que se opõem ao governo que ele defende cegamente e por conta dessa lista eu o citei a um amigo como sendo um dos agentes do estado policialesco que o PT havia implantado no Brasil.

O senhor Nassif, sabe-se lá por qual ferramenta, imediatamente entrou em nossa conversa, nervozinho e negando que havia o tal espírito policialesco. Lógico que o retruquei. Ele próprio me dava duas demonstrações que há, sim, uma perseguição, uma caça às bruxas fantasiada de bom mocismo. Primeiro ao listar blogueiros opositores como se fossem eles golpistas, bandidos; E agora aparecendo do nada, sem sequer ter seu nome citado antecipado por @, o que permitiria que ele recebesse uma notificação de que havia sido mencionado por algum tuiteiro.

Me deu mais uma reposta na qual me chamava de neurótico e correu do debate. Somente hoje fico sabendo desse seu post do dia 08 de junho, dia seguinte ao nosso encontro. Não bastasse seu desequilíbrio cobrando equilíbrio alheio, ainda me denomina e dá meu endereço para os abutres petistas.

Se tiver paciência, amigo(a), leia o post do senhor Nassif e, abaixo, a minha resposta, devidamente enviada para ele como comentário do mesmo post, comentário este que não sei se ele manterá postado.

Como o senhor diz que eu me acho o todo poderoso por trás de uma máquina, quando o senhor foi quem evitou responder às perguntas que lhe fiz, com firmeza, talvez até agressivo, mas com respeito e polidez, usando o mesmo tratamento de "senhor" que uso agora.

O senhor meteu-se numa conversa que eu levava com outro tuiteiro, na qual o senhor havia sido citado por mim por ter nomeado blogueiros, numa lista, aqui nesse seu espaço, como se fosse o paladino do governo, do tipo mais baixo que dedura os opositores, algo que o senhor sabe de cor por conhecer bem a história.

Disse que o senhor faz parte de um estado policialesco e, mais uma vez, o senhor demonstra que estou certo, caindo ainda na senvergonhice de colocar meu nome completo e endereço, como que insuflando seus abutres carniceiros a virem em minha cola. Covarde, policialesco, vil.

Não me amedrontam posturas como a sua. Se o senhor localizou meu nome completo e endereço é porque eu permiti, já que me vejo vivendo num país democrático, por isso mesmo não vejo porque temer essas polícias ideológicas. Tenha, porém, a hombridade de narrar as coisas como de fato ocorreram e não sob essa sua óptica paranóica de perseguido e perseguidor, de defensor de um governo que o sustenta por meio de patrocínios como da Petrobrás, de fiel escudeiro de um governo que investe mais em propaganda do que em saneamento básico, boa parte dessa propaganda veiculada em sites como o seu fantasiados de jornalísticos, de informativos.

Se o senhor se incomoda tanto com minha postura, por que corre do debate e vem me citar em baixo da saia de seus fiéis leitores ao invés de argumentar como homem como lhe propus ao lhe dirigir questões?

Em mim não cabe a pecha de covarde, a devolvo ao senhor em quem ela se coloca como uma luva.

A propósito, com toda a minha "baixaria" e "baixo nível", eu jamais exporia seu endereço, se por um acaso o soubesse, ainda mais o senhor tendo a noção de como a política acirra ânimos, que o senhor tem um público considerável; que alguns de seus leitores, até pelo fato de não o conhecerem bem, o têm como o dono da verdade e do conhecimento. Expor a mim é uma coisa, eu próprio me exponho, mas expor minha família à fúria de algum leitor desequilibrado é um ato insano, vil, paranóico, covarde.

Quando quiser debater, apareça sem essa carapuça de o coitadinho injustiçado, vista-se de argumentos e coragem e vamos às falas.

©Marcos Pontes

domingo, junho 13, 2010

Arapongagem e vitimização

Arapongagem

 

Muito mais proveitoso, honesto e de melhor aceitação pelo público eleitor, seria a direção petista confirmar que houve uma meia dúzia de aloprados nos quadros do partido que resolveram montar o já tão decantado e sabido Dossiê Serra do que ficar negando o óbvio repetidamente. Nem mesmo a Velhinha de Taubaté creria na desculpa esfarrapada de Zé Dirceu e Lula que o tal dossiê é invenção e golpe baixo dos adversários.

Me mata mais do que a desonestidade da maioria dos homens públicos a sua idéia de que todos os eleitores são imbecis ou, pior, que podem falar o que bem entendem que a opinião de quem for contra ou não crêem suas bravatas é coisa de somenos, insignificantes manifestações de quem pouco importa para quem governa. Lula e Zé Dirceu são desse tipo. Mentem, desmentem, enganam e pouco se lixam para opiniões adversas. Quando, por um acaso, uma palavra adversária lhes toca, fazem-se de vítima, acusam o opositor de golpista, retrógrado, reacionário, fascista e que tais, jamais dão o braço a torcer ou admitem qualquer culpa. São o suprassumo da honestidade, da retidão de caráter e postura, o mundo é que está errado.

No caso específico do Dossiê Serra, ninguém ligou diretamente o nome do presidente a ele, embora o próprio Lula tenha caído em contradição numa entrevista em que disse que se os repórteres tivessem trinta segundos de leitura do dossiê veriam que era coisinha à toa, ou algo assim. Não vou lembrar direito suas palavras. Pergunta, então, se ele havia lido o dossiê, Lula disse que não, que sequer sabia de sua existência. Nossos jornalistas, despreparados ou pressionados por suas redações, não pressionaram o mentiroso e nem escarafuncharam a fundo essa contradição. Aliás, essa tem sido uma prática preocupante em nossa imprensa, só investiga o raso, só publica os releases enviados pelos assessores de imprensa, se acovarda para não perder a grana gorda dos governos.

Já não bastasse o fato de saírem catando cacos da vida de Serra e, muito pior, de sua filha, os aloprados não se deram por satisfeitos e foram em busca de dados pessoais de outros tucanos, sendo o caso do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, o último a chegar à mídia. Se Eduardo Jorge andou fazendo falcatruas, cabe aos dirigentes petistas, ou a qualquer cidadão minimamente responsável, oferecer denúncia ao Ministério Público, mas não é essa a prática petista, que prefere a chantagem, o jogo sujo dos dossiês, das investigações escusas que ele, os vermelhinhos, tanto condenaram no regime militar e no histórico dossiê Lurian que seu antes adversário e hoje amiguinho de berço, Collor, fez contra Lula.

A cada dia mais e mais motivos a esquerda me dá para tornar-me mais direita. Serra ainda é muito esquerda pra meu gosto, mas, nessa polarização, tem a vantagem da prática política mais clara, limpa e honesta.

©Marcos Pontes

domingo, junho 06, 2010

Goliastein

 

O vídeo acima é a sensação do momento entre os democratas do Twitter. Não confundir democratas com os quadros do DEM. Me refiro aos democratas de todas as matizes e pedigrees. Por incrível que pareça, no PT também existem democratas, apenas não perceberam ainda que estão no partido errado ou são tão idealistas que creem que, como Davis, poderão mudar o modo de pensar no Golias. Os democratas petistas de boa cepa não notaram que esse Golias está mais para o monstro do doutor Frankenstein muito piorado, diga-se de passagem. O Goliastein petista tem a testa recapeada do Zé Dirceu; o bigodinho que esconde o mau caratismo do Mercadante; as orelhas e olhos que quem espiona à distância do Franklin Martins; o cérebro defeituoso de Berzoini; os bolsos largos do Vaccarezza; a mão grande de Genoíno; o sexo mal resolvido da Marta; as pernas rápidas da Dilma (aquela que correu da ditadura depois de ter levado uma dura e ficou entocada de 1973 a 1985 sem que alguém consiga afirmar com segurança em que toca ela se escondeu); a empáfia do seu presidente de honra, aquele cara a quem admirei um dia mas que vem demonstrando, dia após dia, que sabe mais de propaganda pessoal do que seu remodelador, Duda Mendonça, e de quem evito falar o nome, algo que me dá náuseas. Já falei de suas má qualidades em post anterior, não me alongarei nessa parte anatômica, embora psicológica, do monstro vermelho. Esse monstro tem também a boca mal cuidada do Marco Aurélio Garcia, de quem as palavras saem podres, misturadas com lascas de tártaro e maledicências.

O vídeo em que o Marcelo Madureira mostra que os comunistas/socialistas não são, necessariamente, maus caráteres sectários e pouco analíticos, não são por definição vaquinhas de presépio, que podem analisar e abandonar o barco quando esse passa a ter mais ratos que marujos. E foi nesse barco putrefato que transformou-se a esquerda brasileira após ter conquistado o poder supremo. Aliás, para qualquer democrata de verdade, a presidência da República e toda a máquina a ela atrelada são apenas um poder transitório que deve ser exercido para zelar pelo rumo certo do país, zelando-se com rigor pelo bem estar de toda a comunidade brasileira, ao contrário do que vemos acontecer sob a batuta petista. Os caras assumiram o poder com um projeto de 40 anos de manutenção do poder. Algo que eles próprios condenavam nos governos anteriores.

Me é ainda muito clara a imagem daquela horda vermelha de universitários que maldiziam as oligarquias, defendiam a alternância de poder, pregavam ardentes a liberdade de expressão, contraditoriamente aspiravam a ditadura do proletariado em que a vontade popular sobrepujava o fisiologismo dos partidos e dos grupos políticos e econômicos... Mas, como diz o Madureira, quem manda no país hoje era aquela turma que não estudava. A começar pelo presidente que orgulha-se de jamais ter lido um livro inteiro.

A respeito dessa ignorância confessa, seus partidários nos acusam, a nós oposicionistas, de facistas, reacionários, preconceituosos, na velha defesa da ignorância que a esquerda tomou como bandeira como forma de conquistar as classes mais pobres. Dizem admirar o trabalhador analfabeto e assim conquistam sua simpatia. A pior é que fazem de tudo para que essa massa continue sem informação, mais fácil de manipular. Outra coisa que cansei de ouvir em seus discursos nos meus tempos de escola: os generais querem o povo analfabeto para melhor manipulá-lo. E é justamente essa a arma que o PT e seus coligados atuais usam. Abusam da propaganda, aumentando em mais de 2000% os veículos de comunicação de massa que divulgam a propaganda oficial.

Ah, a propaganda, a galinha de ovos dourados dessa administração. Difícil crer, mas os investimentos em propaganda superaram o feitos em saneamento básico. Lavagem cerebral em massa. E o povaréu se deixar assear a massa cinzenta, permitiram que essa corja encarnada pense por ele; entregou sem resistência o cheque, a caneta e os livros aos que fazem da ignorância casada com a propaganda a mais efetiva arma de conquista de votos e encabrestamento do eleitor.

Mas ainda não nos entregamos. Há o grupo dos 15% que ainda luta pelo desmascaramento do ditadorzinho fantasiado de democrata e sua camarilha goebelliana fantasiada de assessores.

O monstro Goliastein não tem boa aparência, não tem bom hálito, tem péssimos ideais os hábito alimentar antropófago é seletivo, só come carne não vermelha, porém come com muita fúria e é insaciável. As melhores partes do corpo de suas presas, são o cérebro e a língua. Ocupam o cérebro com a repetição de mentiras e arrancam a língua para que, ao serem devorados, seus jantares não gritem a verdade.

©Marcos Pontes

sexta-feira, junho 04, 2010

Tornei-me um mentiroso

 

A gente muda, isso, mais que um clichê, que uma observação óbvia, é uma indefectível verdade. Ontem, dando uma olhada no cabeçalho deste blog que alimento desde 2005, percebi que tornei-me um mentiroso sem perceber. Sem maldade, mas mentiroso.

Diz ali em cima “crítica de lado nenhum a não ser do lado oposto dos profissionais partidários” e isso deixou de ser verdade.

Nos dois primeiros anos do governo lula, quando eu escrevia num outro blog, poupei o governo e o governante de críticas mais duras. Acredito que há a necessidade de o novo governante levar um tempo para desatar os nós deixados pelo antecessor para, só então, conseguir dar seus próprios nós. Sendo o mandato presidencial de apenas quatro anos, dois já seriam até demais ou não se governaria em quatro.

Nos dois primeiros anos Lula e sua gang não sabiam que rumo dar ao país e gastavam tempo, saliva e nossa paciência culpando o governo de FHC por todos os problemas nacionais, mesmo os que Pedro Álvares Cabral já havia encontrado. Já que não havia jeito, tinha que dormir e acordar sob a sombra dessa mácula chamada PT, dava minhas marteladas aqui e ali, criticava um pouquinho um ministro, uma estatal, um projetinho sem vergonha, mais pelo hábito crítico do que pela ânsia de bater.

Porém também fui cansando de ser bonzinho. O país não andava, a quantia gasta em propaganda superava as verbas para saneamento básico; aumentavam-se os salários de algumas categorias, mas não se cobrava a contrapartida em qualidade; a infraestrutura continuava para as carroças a que se referira Collor em 1990 e nada melhorava, somente a qualidade das carroças; os escândalos pipocavam diariamente, não pela melhoria na eficiência da Polícia Federal e demais órgãos fiscalizadores, mas porque a corrupção crescera sob o tráfico de influência dos novos comandantes, pela sede com que os vermelhinhos assumiram o poder, ávidos de comerem tudo o que não comeram em toda a história da República; a desagregação social bancada pelo governo assustava desde que a ministra das tapiocas pregou que negros poderiam agredir brancos em nome do resgate histórico, mas brancos não poderiam agredir negros, isso é racismo, piorando com os discursos do presidente pregando a insurgência de pobres contra ricos, vilanizando quem estuda, produz e emprega e vitimizando analfabetos, despreparados, pobres e periféricos; os ditos “movimentos sociais”, em sua maioria ONGs bancadas pelo erário com objetivos lindos no papel e podres na prática, mandando e desmandando, invadindo propriedades públicas e privadas sem jamais serem importunados pela Justiça. Teve o assustador exemplo dos “agricultores vítimas de hidrelétricas” assumirem a sala de comando da hidrelétrica de Tucuruí e ameaçar apertar os botões, algo que seria um crime duramente penalizado, mas que sob a proteção petista e companheiros não passou de xiste de um companheiro; as tiradas futebolísticas ou sexuais do governo, que vai do “meio de campo entrosado”, de Lula, ao “relaxa e goza’, da Marta. Do “top-top”, do Marco Aurélio Rei do Tártaro Garcia, aos dois “ponto G”, do mesmo beócio-presidente; as mentiras deslavadas do Lula, a primeira assustadora no “eu não sabia de nada” (com dupla negativa pra ficar mais próprio de sua semialfabetização), e seu sequazes, uns apoiando os outros nos desvios pecuniários e morais contumazes e repetitivos; da marolinha que não nos atingiu, segundo o chefe da gang, mas que, contraditoriamente, não nos permite crescer e ainda causa a necessidade de cortarmos gastos no orçamento; a candidatura mais esdrúxula que Lula poderia tirar de sua algibeira para tentar eternizar-se no comando e que tenta nos enfiar pelos gorgomilos abaixo...

Por todo o conjunto da obra infelizmente inacabada, mas que ameaça nos acabar, mudei. Não posso mais dizer que sou um crítico geral. Mesmo não sendo um “serrista” ou um tucano sacramentado, tornei-me, pela força das circunstância, o crítico ferrenho e irremediável do PT, de Lula, de Dilma, do governo atual e de qualquer coisa referente a essas coisas.

©Marcos Pontes

quinta-feira, junho 03, 2010

Campanha de eleitor

candidatos-eleições-2010-presitente

 

Confesso que tem horas que dá vontade de desistir, embora a campanha ainda esteja em seu aquecimento.

Para um cidadão apartidário como eu, uma campanha eleitoral é dividida em quatro partes: 1. Análise dos candidatos; 2. Definido o candidato, ajudar a promovê-lo; 3.Pode até não ser lá muito democrático, mas a cultura política brasileira nos leva a espinafrar e desacreditar os candidatos opositores ao que escolhemos; 4. Dar pitacos, divulgando ou criticando, nas plataformas dos candidatos.

Numa eleição polarizada entre PT e PSDB, escolher candidato ficou fácil. Nem pensar em votar em venais bissextos, aqueles que se candidatam somente para promoverem seus partidos, ou por um ego defeituoso ou para ganharem uma graninha no caixa 2 de campanha. Política é coisa séria, o que me leva a excluir, antes de se mostrarem, os Plínio de Arruda Sampaio, Mário Oliveira, Brandt e sabe-se quantos outros do naipe. Vamos deixar a política pra gente minimamente preparada para a missão e nesse rol eu coloco, mesmo a contragosto, a Dilma, que tem experiência ministerial e em empresas públicas. A Marina, que também foi ministra e segue uma trajetória que lembra em parte a de seu ídolo, Lula.

Ambos foram pobres e encontraram em suas vidas quem lhes desse orientações políticas e conhecimentos teóricos sobre a história política ao redor do mundo e é aí que se acabam as coincidências. Lula, alérgico a livros e leituras – tanto que assina decretos, projetos, medidas provisórias, nomeações ou qualquer documento sem ler, como já confessou em mais de uma ocasião – aprendeu aquilo que seus luas pardas quiseram que ele aprendesse. Com tutores políticos como Greenhalgh, Mangabeira Ünger, José Dirceu, Aloísio Mercadante, Antônio Palocci, Berzoini e mais uma carrada de outros da mesma baixa estirpe moral,além de sua já cantada, decantada e decorada vaidade, Lula foi guiado malevolamente para os caminhos tortuosos e derrotados da esquerda ditatorial stalinista, maoísta e, mais recentemente, bolivarianista. Seria apenas uma trajetória malfadada ao insucesso se isso não significasse que junto consigo, o presidente leva todo o país.

Já a Marina não. Esta teve oportunidade de estudar e estudou. Foi procurar conhecimento teórico científico, embora numa faculdade de história de uma universidade federal o que significa antro da esquerda distorcida latinoamericana. Aliás, via de regra, as faculdades federais da área social – Comunicação Social, Ciências Sociais, Serviço Social, História... – têm linha esquerdista, com viés socialista, comunista nessa ou naquela coloração, mas esquerdista. Mas isso não importa nessa comparação. Lula é um imbecil que se deixar guiar por urubus espertalhões, enquanto Marina é esquerdista de universidade, livros e catequese religiosa que ainda é amplamente praticada nos confins amazônicos.

Lula não é candidato, coisa rara desde o quarto quarto do século passado, mas tentar nos enfiar goela abaixo a Dilma, tentando pintá-la com cores que a façam sua imagem e semelhança feminina. É o primeiro engodo dessa campanha de mentiras e, mais recentemente, dossiês terroristas, prática comum nas campanhas petistas desde seu surgimento nos anos 80.

Dilma nasceu rica, Lula pobre. Dilma foi educada em escola católica de tradição em boa educação, Lula abandonou a escola pública na quinta série e nunca mais voltou a um banco escolar. Dilma tornou-se socialista, guerrilheira, terrorista e delatora dos companheiros clandestinos por opção, rebeldia de adolescente. Para bancar esses caprichos comunistas ela contava com a grana fácil do pai imigrante que se deu bem. Já o Lula talvez não saiba até hoje a diferença entre comunismo e capitalismo, repete o que lhes ensinam seus tutores acobertados pelo lençol encardido da corrupção, do tráfico de influências, das licitações fraudadas, dos superfaturamentos contumazes, da propaganda alienante. Tornou-se porta voz da camarilha mal intencionada que faz fortuna às custas do discurso de igualdade social. Para que Lula não se rebelasse por ser apenas carta manipulável e manipulada pela corja de ternos Armani, esse grupelho asqueroso também lhe deu fortuna. Nada mais mudo do que um socialista milionário.

Dilma é uma mentira ambulante. Pode até ganhar a eleição, mas jamais contará com meu voto, minha simpatia ou minha tolerância. Para evitar um desgaste pessoal de quatro anos, faço hoje passo a passo a trajetória de um eleitor que ainda não sabe o que é melhor para o país, mas tem certeza do que é pior.

©Marcos Pontes