Vaidade:
1 Valorização exagerada dos próprios atributos; PRESUNÇÃO; IMODÉSTIA: "...Pois grande foi a tua vaidade, Copacabana, e fundas foram as tuas mazelas..." (Rubem Braga, Ai de ti, Copacabana)
2 Preocupação com a própria aparência, por desejo de ser admirado: "...o que nem mesmo a morte conseguira, e que seria chocar e gelar aquelas pobres vaidades humanas..." (Lúcio Cardoso, Crônica da casa assassinada)
3 Qualidade ou condição do que é vão, fútil, ilusório
4 Vanglória, ostentação
5 Presunção, fatuidade
Egocentrismo:
1 Qualidade ou característica de egocêntrico; EGOÍSMO.
2 Comportamento ou procedimento próprio de indivíduo egocêntrico; EGOÍSMO
[F.: egocêntrico + -ismo, seg. o mod. gr.]
Egocêntrico:
1 Diz-se daquele que toma a si próprio como referência para tudo ou que se preocupa unicamente consigo mesmo.; EGOCENTRADO
2 Que denota egocentrismo (comportamento egocêntrico).
sm.
3 Indivíduo egocêntrico (1).; EGOCENTRADO
Megalomania:
1 Psiq. Mania de supervalorizar, engrandecer e embelezar tudo que diz respeito a si mesmo
2 P.ext. Gosto exagerado ou obsessão por tudo que é grandioso, valioso, imponente, majestoso, que leva o indivíduo a supervalorizar ou a idealizar as coisas de modo a perder a noção da realidade; mania de grandeza
3 Ambição desmedida.
Não sou psicólogo e nem muito íntimo dos conceitos freudianos, embora casado com uma excelente psicanalista. Além de pesquisar nos dicionários, também andei caçando em outras literaturas alguns conceitos referentes às personalidades díspares dos indivíduos, tudo porque me deu um estalo de que Lula terá sérios problemas psicológicos depois que descer do trono do Planalto se não tiver a mesma frequência de flashs e câmeras ao seu redor.
Já que o presidente é tão chegado às metáforas futebolísticas, vou usar de uma para tentar me fazer mais inteligível nessa explanação.
Não são poucos os exemplos de ex-boleiros, assim como artistas de cinema, televisão e teatro, que entram em depressão, buscam caminhos autodestrutivos depois que somem das mídias, caem no ostracismo, somem dos olhos sempre curiosos e dispostos a aplaudir, mesmo sem motivo, quem torna-se famoso. Imagino que Lula passará por um processo semelhante, daí o risco de o vermos procurando as câmeras como a mariposa procura a luz, depois de 1° de janeiro de 2011, quando o novo presidente assumir o comando do país.
Desde 1980 que ele está no centro da mídia, quando nasceu o líder sindicar semi-analfabeto que guiava massas de seus iguais, até hoje, quando torna-se um dos mais populares líderes políticos mundo a fora, que ele fez de tudo para ser o umbigo do mundo e tem contado com um sem número de luas pardas ajudando-o nessa missão.
Se era importante ter um representante dos operários nas altas rodas de discussões político-econômicas do país na década de 80, depois que mostrou carisma passou a ser usado, ele próprio, como peça de manobra, do mesmo jeito que manobrava as massas. A semelhança maior é que, se as massas não percebiam que eram manobradas, a princípio para serem alcançadas melhoras para toda a classe, depois para a consolidação da liderança individual de Lula, ele próprio tornou-se, sem perceber, a marionete de indivíduos e grupos que alimentavam seu ego a pão-de-ló para que ele fizesse o que seus manipuladores queriam, mas sempre com a sensação de fora ele a peça que impunha respeito, o líder que conseguira tudo sozinho, que peitara os poderosos, que ele teima em chamar de elite. Ele, lula, era o exército de um operário só que mudava o Brasil e hoje deseja mudar o mundo em busca do Nobel da Paz que José Dirceu, um de seus titereiros, lhe prometera um dia.
Ao entregar a faixa presidencial a seu sucessor, sua estrela tende a apagar-se paulatinamente, como é praxe. Alguns preparam-se para o ocaso, outros acham que podem evitá-lo fazendo de tudo para que a luz não se apague. no futebol pode-se comparar Pelé a Romário. O primeiro soube aposentar-se e manter a majestade, o segundo teima em acender a lamparina depois que o querosene do lampião acabou.
Na política poço citar os exemplos de FHC e de Collor. O primeiro, respeitadíssimo sociólogo e estadista, encara com parcimônia a sombra que cresce em seu palco; o segundo, ferido profundamente em seu ego, gasta seus milhões e dos amigos (diga-se lobistas) para voltar à cena nacional, mesmo sem o respeito da população – o medo que espira é maior . Um sabe retirar-se paulatinamente, o outro tenta perpetuar-se, assim como Pedro Simon, Michel temer, Paulo Maluf e muitos mais.
Lula, sem dúvida, fará parte do segundo time. Seu ego, muito maior que sua inteligência ou sua competência, não permitirá que fique quieto nos bastidores quando outro protagonista tomar a cena. Algo me diz que sua doença psicológica o fará dançar samba sobre uma bola na corda bamba, se for necessário, para aparecer mais nos jornais do que seu sucessor, mesmo ou talvez por isso mesmo, que seu sucessor seja sua candidata. Que Deus nos livre desse flagelo.
©Marcos Pontes