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sexta-feira, dezembro 23, 2005

Já ouço o "jingle", amanhã virá o "bell"


Matriz à noite
Mesmo Capitalista, O Natal é Cristão

Que seja consumista, capitalista! A principal reclamação que se ouve ou lê contra as comemorações do Natal é que se tornou uma festa materialista, mas, convenhamos, a grande maioria de nós não é nada espiritualista.

O cara vai à igreja, seja ela qual for, uma vez na vida e se diz um fiel seguidor de Deus;

O sujeito nunca leu a Bíblia (a maioria dos cristãos jamais leu) ou o Alcorão ou seja lá que livre religioso for, mas se acha um expert em religião e vomita regras que lhes foram enfiadas pelos ouvidos;

O sujeito vai a todas as missas e cultos, utiliza-se de álibi para conseguir a confiança e o respeito da sociedade, mas não exita em dar calotes, em passar a perna no outro na hora de fechar um negócio, de agredir a esposa e os filhos no segredo de quatro paredes;

O sujeito diz que acredita em Deus independentemente de ter uma religião, quando, de fato, acreditar em Deus é, das duas ou ambas, uma imposição social ou a procura por justificativas simplistas para a existência de tudo o que nos cerca e a nossa própria. Nós somos ensinados a acreditar em Deus, em céu e em inferno, em pecados, em castigos divinos, mas somos ensinados também que todos somos pecadores e não se tem como fugir disso. As velhas e eficientes culpas judaico-cristãs...

Ser ateu nos dias de hoje é ser tão discriminado quanto eram os leprosos nos tempos de Cristo. Os religiosos apelam para o livre arbítrio para justificar nossas decisões "erradas", mas não respeitam o livre arbítrio de um irmão questionar essa religiosidade pré-fabricada e imposta pelo próprio Estado quando cria feriados religiosos para agradar o Vaticano.

De minha parte, considero todo esse mercado em torno do Natal uma coisa muito cristã. O boom das vendas nessa época dá milhões de empregos na indústria, no comércio, nos serviços, pelo menos por algum tempo leva comida para milhões que nada têm a dar para os filhos, nos torna todos mais iguais, nos leva a questinamentos sobre o que fazemos e fizemos de bem para nossos vizinhos, distribui um pouco a renda acumulada nas mãos de poucos, traz alegria até mesmo para os incréus quando esses recebem um presente, aumenta os laços efetivos nos beijos e abraços. Se Jesus Cristo pregava a igualdade entre os homens, a festa natalina, capitalista ou não, ajuda a termos uma idéia da realização dos desejos de Cristo.

Ao comemorarmos nossos aniversários fazemos festas e queremos presentes. Se o Natal é o aniversário de Jesus, por que não se fazer festas e dar presentes?

A hipocrisia é maior em quem nega a importância da festa e se diz cristão do que de quem faz festa nesse dia.

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