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quarta-feira, junho 11, 2008

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Infelizmente, no Brasil os nomes de brasileiros que todo mundo conhece são os das celebridades-nescafé, aquelas que aparecem com um pouquinho d'água, instantaneamente, são consumidos às pressas e não deixam sequer um gostinho bom. Brasileiros de verdade, aqueles que fazem a história que vale a pena ser contada, estudada e admirada são restritos a uma meia dúzia.

Quem já ouviu falar de Casimiro Montenegro Filho, Marechal-do-Ar?

Este cearense  foi um estudante mediano, daqueles de média sete,  ameaçado de repetir o ano na escola por mais de uma vez. Sabia que não era gênio e não aspirava esse título, porém era um sujeito teimoso, idealista, que amava a pátria e, mesmo sem a concordância do pai, político interiorano, que queria que o filho se tornasse advogado, foi para o Rio de Janeiro disposto a se tornar piloto do Exército, antes mesmo de existir a Aeronáutica.

Sua história é longa e cheia de emoções. Para quem ficou curioso, sugiro a leitura do livro Montenegro, de Fernando Morais, Editora Planeta.

Montenegro foi o primeiro piloto do Correio Aéreo Nacional e, como bom cearense, sentia prazer em conhecer o Brasil por dentro. Aterrissava seu aviãozinho capenga em qualquer pasto para entregar as correspondências. Arriscava a vida em vôos noturnos naqueles verdadeiros tijolos voadores tanto pelo prazer da aventura quanto pelo sentimento de fidelidade com suas missões e com os colegas de farda.

Uma vez foi destacado para ir aos Estados Unidos receber aviões novos que o Brasil comprara. Acompanhado por alguns oficiais, deu uma escapulida para conhecer o M.I.T., Massachusetts Institute of Technology, desde há muito o maior centro de pesquisas científicas do planeta, de onde sai um Prêmio Nobel a cada quatro anos.

Maravilhado com aquilo, resolveu criar no Brasil um centro de excelência nos moldes do instituto estadunidense. Sua meta inicial era construir aviões totalmente nacionais. Enfrentou oposição de todos os lados, inclusive do Brigadeiro Eduardo Gomes, o mesmo que recebeu a honraria de Pai do Correio Aéreo Nacional e criador da Aeronáutica, mesmo sendo de Montenegro a idéia do CAN. Mas Gomes era também um sujeito chegado à política, tanto que chegou a candidatar-se à presidência da República, ter sido ministro várias vezes e viver nos salões dos palácios. Já Montenegro era um sujeito prático, de realizações.

Nunca desistiu do sonho de um instituto de tecnologia. Brigou com Deus e o mundo até que conseguiu criar o I.T.A., Instituto Tecnológico de Aeronáutica, em São José dos Campos. Hoje o I.T.A. é reconhecido em todo o mundo e é, sem dúvida, um celeiro de gênios a ponto de ser um dos mais difíceis e concorridos vestibulares do país.

Montenegro, sabedor de suas limitações intelectuais, para dar forma a seu sonho e calar a boca dos críticos do projeto, foi atrás de gênios pelo mundo a fora. Trouxe cientistas e técnicos de 35 nacionalidades diferentes e começou a construir aviões e formar engenheiros de gabarito internacional.

Mérito dele por conta de sua humildade a ponto de colocar-se como administrador e deixando as tarefas pedagógicas e letivas para quem entendia do traçado. O estudante nota 7 cercou-se de "cérebros", arregimentou os melhores e por conta de sua persistência veio a EMBRAER e o Brasil colocou-se entre os melhores e maiores fabricantes de aviões a jato de médio porte do mundo. Hoje o Brasil exporta mais aviões do que café, a maior riqueza nacional nos tempos do início do I.T.A..

Esse é um daqueles nomes que deveria estar nos livros escolares no lugar do genocida Duque de Caxias, ou do maluco megalômano Carlos Lacerda, ou do doidivanas Jânio Quadros e tantos outros.

Breve estará sendo ensinada a nossos estudantes a biografia de Luís Inácio da Silva, que não teve a humildade de Montenegro e cercou-se dos piores; não teve a visão futurista de Montenegro e só visa a próxima eleição; que não teve o espírito patriota de Montenegro e nos vende para qualquer especulador estrangeiro; que não teve a grandeza de pensamento de Montenegro e prefere exportar matéria prima e importar produtos manufaturados do que o inverso.

 

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