
Excelentíssimo(a) Senhor(a) Senador(a),
Óbvio
que é constitucional a indicação de juiz do Supremo Tribunal Federal pelo
presidente da República;
Óbvio
que para exercer essa prerrogativa, o presidente não tem obrigação de consultar
quem quer que seja;
Óbvio
que cabe ao Senado Federal aprovar essa indicação;
Mas
também é óbvio que Vossa Excelência deve ser a voz do seu eleitorado por isso
ouso, em meu nome e em nome de milhões de brasileiros que:
1.
Não faça da sabatina ao candidato que ocorrerá
na Casa Alta um chá de comadres. Seja incisivo(a) nas perguntas;
2.
Analise o currículo, as decisões jurídicas, os
compromissos políticos, a linha de suas decisões judiciais e suas relações
pessoais para extrair do senhor Nunes respostas claras sobre suas intenções
como possível juiz supremo;
3.
Abstraia de seus próprios compromissos
político-partidários em nome do futuro da nação no tocante à moralidade e a
presteza do STF em suas decisões;
4.
Lembre-se que um juiz da Suprema Corte não é um
candidato bissexto que concorrerá a eleição a cada quatro anos, mas será
revestido de um cargo vitalício e que, por isso, não deve se ater a decisões
casuísticas, mas naquelas que podem decidir os rumos da nação independentemente
que quem esteja no comando do Poder Executivo;
5.
Que lembre-se do seu eleitorado e quais são seus
reais desejos sobre o rumo que o país deve tomar para fortalecimento jurídico,
sem sustos e sem brechas para que continue lesado impunemente;
6.
Não vá à sabatina com o propósito de avalizar
tal indicação em nome de um governo;
7.
Que não se prenda a um nome. Entre os milhares
de juízes brasileiros, há gente mais capaz e descomprometida politicamente, e
com currículo igual ou melhor do que o senhor Nunes e que potencialmente seriam
melhores juízes do STF;
8.
Leve em conta que até eleitores mais
esclarecidos e porta-vozes do governo na imprensa se opõem à essa indicação
tirada de alguma algibeira suja.
Enfim, que
não aprove a indicação de Nunes, forçando o presidente a procurar nome mais
capaz para assumir tão importante cargo da República. Não esqueceremos, nas
próximas eleições, os nomes daqueles que aprovarem tal aberração e desejo que o
seu não esteja nessa lista de inelegíveis futuramente.
Respeitosamente,
Marcos
Pontes, cidadão e eleitor brasileiro