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terça-feira, julho 31, 2007


Frank, A Notícia, SC


  • Pelos acordos internacionais que o Brasil assinou, revelar o conteúdo da caixa preta de vozes de aviões sinistrados é crime. Mas, como no Brasil crimes foram feitos para serem praticados, principalmente por autoridades, que jamais são punidas, os deputados federais que ouviram as gravações do vôo da TAM já estão se mexendo para tornar público o diálogo dos pilotos na cabine. Se fizerem isso, mais uma farão merda e exporão as famílias das vítimas a mais uma dor totalmente desnecessária.

  • E a ciranda de vaias continua! no Mato Grosso do Sul, onde Lula esteve hoje fazendo propaganda do emPACado, a solenidade foi em ambiente fechado, para evitar a presença de populares. Do lado de fora, a Polícia Militar se encarregava de retirar as faixas das mãos dos manifestantes. Adoro ademocracia!

  • Tem gente azarada nesse mundo, nossinhora! Rizana é uma garota de 17 anos que teve que sair do seus país, o Sri Lanka, depois da grande tsunami. A fim de ajudar a família, foi para a Arábia Saudita onde passou a trabalhar de babá. A criança de quem ela cuidava, um bebê de apenas quatro anos, morreu. Segundo a babá, afogada no leite que bebia, seundo a justiça saudita, assassinada. A pobre Rizana foi condenada à morte por decapitação. A garota, agora, só tem uma salvação: o perdão da família da vítima. Achei ate interessante esse costume: se a família perdoar, a justiça libera. Será que a garota tem mais uma vida de reserva?

  • A cassação do governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima, de uma longa oligarquia envolvida em crimes, me surpreendeu por duas coisas: 1. A cassação de um governador, algo que não me lembro de já ter ocorrido aqui em Pindorama; 2. A relativa rapidez com que o processo foi julgado. Por aqui é costume os processos se arrastarem até o último dia do mandato do eleito, aí, quando e se saí a condenação, não se tem mais a quem defenestrar. Tomara que essa rapidez aumente um pouquinho e vire costume. O próprio pai de Cássio, assassinou um colega deputado federal, la pelos anos 80, e nunca foi condenado por isso.

  • Sabe de quem é aquele hotel em construção que atrapalha a aterrissagem dos aviões em Congohas? Do maior proxeneta de São Paulo. O cara deve ter as costas largas e clientes influentes. Vive aparecendo nos programas de sub-tv juntos com suas garotas e garotos de programa ejamais foi molestado pea justiça por conta dessa atividade. Se for o que estou pensando, ele demolirá seu prédio, entrará na Justiçacontra o Estado por ter permitido a construção e receberá uma bolada milhonária. Será que estou sendo muito realista?

  • Oba! Uma cabeça já rolou! O presidente da Infraero foi o prmeiro, agora falta se fazer uma limpa na ANArC-ia e nos outros mais de dez organismos de controle de aerovias, controle de vôo e sabe-se lá quantos mais.

  • Outra surpresa: Nélson Piquet teve sua carteira de habilitação cassada. Nada contra Piquet, muito pelo contrário, desde guri sou seu fã, mas o fato de uma celebridade de seu porte e importância ser punido deixa um gostinho bom de saber que não houve tráfico de influência ou carteirada no seu caso. Que o exemplo seja seguido.

segunda-feira, julho 30, 2007


Casso, Diário do Pará, PA

  • Recebi hoje meu exemplar do livro da Márcia. Agora é arrumar tempo para devorá-lo. Se quiser o seu, é só entrar em contato com ela.

  • Acabou o Pan, e agora, como ficará o Rio e o Brasil? A partir de hoje, provavelmente, as manchetes voltarão a falar de tráfico de drogas, corrupção, desvio de verbas, chacinas, balas perdidas, seqüestros, Renan... Essas coisas não ficaram em stand by, durante os jogos, apenas não davam ouro e samba.

  • Por falar em Pan, depois de um monte de gente criticando o excesso de vaias aos atletas estrangeiros, Robson Caetano, na festa de encerramento, parabeniza aqueles que vaiaram. O ex-atleta disse que lá fora "eles torcem contra nós", como justificativa para que os brasileiros os vaiem. Eles podem não torcer por nós, e não tem porquê fazê-lo, mas jamais vi nossos atletas serem vaiados. Prefiro ficar do lado de Diego Hipólito, que criticou quem vaiava e pediu aplausos para os atletas estrangeiros que treinam e suam tanto quanto ele.

  • Nelson Jobim ia candidatar-se à presidência ou à vice de Lula, não o fez porque o PMDB puxou seu tapete. Agora, na condição de ministro do caos, teremos a oportunidade de ver se ele teria traquejo, competência e vontade justificada para assumir o cargo.

  • Fujimori dançou! Ele estava achando, por acaso, que Tokyo é Lima? Candidato ao senado japonês, não se elegeu. Um povo que acostumado a ver autoridades corruptas suicidarem-se ou pararem na cadeia, não cairia na esparrela de eleger um marginal declarado e condenado como aquele. Talvez devêssemos importar alguns eleitores japoneses.

  • Foi muito engraçado ver a Globo e a Sport Tv mostrarem os jogadores de basquete comemorarem oa medalha de ouro fazendo a "dança do siri", popularizada pelo pessoal do Pânico, da Rede Tv!.

sábado, julho 28, 2007

Ui!


Tacho, Jornal NH, RS


  • Lula, mesmo com todos os alertas da imprensa, não aprende a evitar discursos de improviso. No Rio Grande do Norte, onde foi vaiado mais uma vez, criticou os governantes que não fazem obras de infra-estrutura, preferem fazer pontes e viadutos. Não sabe ele (aliás, ele parece que nunca sabe alguma coisa) que o que mais a governadora Wilma Farias explora politicamente é a construção da ponte que liga o Forte dos Três Reis Magos à praia de Rendinha. Belíssima obra, por sinal, que conheci em dezembro.

  • Tem nome mais ecumênico do que o dessa moça: Nirvana Evangelista da Cruz? Tanta santidade não evitou que a pobre moça fosse assassinada pelo namorado, em Belém.

  • O velejador argentino Maurício Reutman disse que navegar na Marina da Glória é como nadar num esgoto. Lá ele viu cachorros mortos, sofás, geladeiras e muito, muito lixo boiando. As autoridades fizeram de conta que não ouviram, a velha política de fazer de conta que não é conosco; os xenófobos vão dizer que é despeito de argentino. Mas, cá pra nós, melhor seria preparar melhor a cidade e o país para receber tantos visitantes estrangeiros de uma vez só. Os alojamentos e alimentação dos soldados da Força Nacional foram altamente criticadas, os campos de beisebol e softbol não tem drenagem e há quem aposte que mina água, espectadores ficaram de fora do primeiro set do jogo de võlei entre Brasil e Venezuela por descontrole nas vendas dos ingressos, fora os muitos outros atropelos que surgiram e que nós, palhaços pagadores de impostos não ficamos sabendo. A princípio, não tenho qualquer coisa contra o Brasil sediar Olimpíada, Copa do Mundo ou campeonato mundial seja lá do que for, mas se não melhorarmos a infra-estrutura (isso leva hífen?), passaremos mais vergonhas do que receberemos parabéns.

  • Opa! A direção da Anac vai mesmo renunciar coletivamente na próxima terça-feira? Tomara! Estamos precisando de boas notícias. Assim como ACM e outros parlamentares, renunciarão antes de serem cassados.

  • Pensando bem, acho que não estamos numa situação tão ridícula diante da opinião internacional, não. Se os Estados Unidos colocam astronautas bêbados em órbita, por que não podemos colocar um mentecapto bêbado no plano piloto?

quinta-feira, julho 26, 2007

Sinfrônio, Diário do Nordeste, CE




  • Sem muito tempo para essas coisas internéticas e escrevendo apenas por compulsão. Breve voltarei a visitá-los.



  • "Faça ou vá embora", disse Nelson Jobim. Que o conselho sirva para ele também. Como todo juiz, o sujeito é acostumado a mandar, o que é bom nesses tempos de crise de autoridade por que passa o país. Ainda estou esperando pela competência. Agora, pensem comigo: Foi só o Waldir Pires cair que o movimento nos aeroportos voltou à tranqüilidade. Esou vendo fantasmas ou mais alguém está com a mesma impressão?



  • Mais uma que morre vítima do excesso de vaidade e a escravidão da beleza, nem que seja a beleza fabricada. Dessa vez foi a juíza Roseane Padilha, em Recife. Apenas 34 anos, numa carreira concorridíssima, se rende aos apelos da mídia e morre numa cirurgia de lipoaspiração. Sei não, mas essas coisas me lembram um amigo desbocado, sem querer parecer insensível ou cruel, que dizia "quem pede pra se fuder, tem mais é que se fuder".



  • Lula até que tentou se apresentar em público em Sergipe, mas os seguranças presidenciais impediram que um grupo de manifestantes vaiasse o presidente mais uma vez. Ele bem poderia ficar uns tempinhos escondido na Granja do Torto (ô nomezinho bem dado!), ninguém sentiria sua falta.

quarta-feira, julho 25, 2007

Lane, Jornal de Brasília, DF


  • Não precisava ser um sábio como eu (Ho! Ho! Ho!) para prever a queda de Waldir Pires. Politicamente, foi um ganho para Lula a nomeação de Nelson Jobim para o Ministério da Defesa, uma vez que esse senhor foi ministro de FHC, portanto, tem diálogo com os tucanos, e sempre votou a favor de Lula quando era ministro do STF. Resta saber se o sujeito que adora estar pongado no governante da vez terá pulso, coragem e competência para mexer nas feridas que tem que ser cavucadas para dar um jeito na desorganização que virou a aeronáutica nacional.

  • Lula tem mais três anos e meio de presidência pela frente, mas tudo indica que ficará recluso por alguns dias, até que o efeito das vaias na abertura do Pan se dissolvam no tempo e no ar. Nem ao enterro de ACM, amiguinho íntimo, ele teve coragem de ir. Seria cômico ver o caixão de ACM entrar no mausoléu e povão soltando vaias. Ninguém saberia quem era o vaiado, se o morto ou o visitante ou ambos.

  • Sou apenas mais um zé-ruela, assim como tu e o rabo do tatu, para as autoridades nacionais, mas fiquei feliz ao ver que mais alguém concorda com minhas críticas antigas em relação às conexões e escalas (não são a mesma coisa, como alguém comentou aqui há alguns dias) obrigatórias em Congonhas. Com a distribuição dessas paradas para Confins e Campinas, alguma agilidade os vôos deverão tomar daqui por diante.

  • Falando de Pan. Fico impressionado com os locutores de esportes de todas as emissoras brasileiras. É unanimidade entre eles dizerem que tal atleta já tem o bronze garantido. Se fossem otimistas, diriam que o atleta iria lutar pelo ouro, mas para eles, o bronze é o ápice. Animadores esses moços.

  • Cadê o Ozires Silva? Vai ficar apenas como reitor da Universidade de Santo Amaro quando o país precisa de alguém que entenda do traçado para colocar as coisas em ordem nessa bagunça aérea?

  • ih! Invadiram a fanzenda de Renanzinho! Será que os sem-terra e sem-cérebro e sem-coragem-de-trabalhar encontrarão alguma vaquinha milhonária no pasto?

segunda-feira, julho 23, 2007


Mariosan, O Popular, GO


  • A jornalista me fez a pergunta imbecil: O que você levaria para uma ilha deserta? E eu dei a resposta idiota: A passagem de volta.

  • Será que Lula hoje teria a ousadia de reclamar dos brasileiros que falam mal do Brasil?

  • Além do "extremamente", a nova palavra da moda lançada pelos desportistas é "então". Para quem é chegado a moda, bom proveito.

  • Como é que é? Os peritos da Aeronáutica não sabem o que é uma caixa preta? Agora fudeu de vez...

  • Vamos fazer um bolão? Ganha quem acertar o dia em que Waldir Pires será defenestrado.

  • A gente fica aqui pasma com a insensibilidade de Lula, seus ministros e assessores, o que dizer do presidente da TAM que compara sua perda financeira com a perda dos parentes das vítimas?

  • Já são quatro os dissidentes cubanos durante o Pan: um jogador de handebol, o treinador de ginástica artística e dois boxers. Dizem as más línguas que eles preferiram morar aqui do que arriscar um vôo de volta.

sábado, julho 21, 2007

Rapidinhas



  • Em uma semana morreram três parlamentares: um no desastres da TAM, um de câncer e o terceiro de falência múltipla de órgãos. Seria essa a alternativa que a Previdência arrumou para a renovação política no Brasil? Se foi, que continue.

  • Na Câmara Federal estão 513 deputados, desses apenas 10 têm 100% de freqüência nas sessões, menos de 2%. Descontando aqueles que estão viajando a serviço de comissões ou em missões oficiais, o resto é por falta de vergonha mesmo. Se fosse uma escola, vários dos alunos seriam reprovados; se fosse uma empresa, seriam demitidos por justa causa. Mas, como é o parlamento, fica tudo bem, ninguém sabe, ninguém viu. Deve ser um saco o cara sair de casa na terça-feira, viajar até Brasília para trabalhar três dias e voltar na sexta. Melhor ficar quietinho em casa do que encarar essa maratona toda semana. Taí, até entendo os parlamentares...

  • Outra estatística da Câmara: 1 em cada 6 deputados responde a algum processo no Supremo Tribunal Federal. Creio que nem na mais violenta área de qualquer cidade brasileira, o percentual de bandidos é tão grande. Se bobear, a bancada dos processados é a maior do Congresso. Sozinha poderia aprovar um monte de leis. Mas podem ficar tranqüilinhos, afinal raramente algum é condenado, para isso é preciso matar e esquartejar um cidadão a moto-serra.

  • São mais de 10 as entidades, sindicatos, agências ou órgãos públicos ou privados os responsáveis pelo trânsito aéreo. O interessante é que eles não se intercomunicam e a população só ouve falar de alguns deles quando algo grave acontece. Culpado, que é bom, nunca é encontrado. Mais fácil encontrar as vítimas.

quinta-feira, julho 19, 2007

Muitas culpas



Antes de viajar de férias em dezembro passado, comentei aqui meu receio de voar pela primeira vez na vida, justo eu que adoro aviões. Na época o maior problema eram os protestos tácitos dos controladores de vôo que causavam filas enormes nos aeroportos de todo o país. De fato, encarei uma espera de três horas em uma conexão. Mas meu medo vinha do descontentamento explícito dos operadores com salários baixos, carga de trabalho desumano, estresse acumulado... Quando sua vida depende da atividade de profissionais nessas condições, não tem como evitar o medo.

Uma outra coisa que eu comentava, e que até hoje não entendo, é a distribuição das rotas. Certa vez eu voava de Belém para Salvador e tive que fazer conexão em Brasília; outra vez viajei de Porto Seguro para Porto Velho e tive que encarar uma espera de 9 horas em Cumbica; Uma terceira vez, voei de Porto Seguro para Fortaleza e, mais uma vez tive que encarar uma escala em São Paulo, o mesmo acontecendo na volta. Não consigo entender isso. Em dezembro, quando viajei de Porto Seguro para Natal, tive que ir a São Paulo e Rio. Por que cargas d'água, para se voar para qualquer canto tem-se que fazer uma escala em São Paulo? Para um pobre ignorante como eu, essas escalas forçadas, são um dos principais fatores do estrangulamento dos aeroportos de Cumbica e Vira-Copos.

Não vou cair na armadilha fácil de lançar a culpa no governo federal, ou na Tam, ou na Anac, ou no DAC ou na Infraero. Todos eles têm uma boa parcela de culpa no caos que impera em nosso espaço aéreo. E não esqueçamos a Justiça.

Há seis meses o governo federal baxou uma medida proibindo a aterrissagem de seis tipos de aeronaves em Cumbica. Segundo pareceres técnicos, aquelas aeronaves ofereciam perigo, a pista não era ideal para o tráfego de aviões que necessitavam de pistas maiores para suas manobras. A Anac recorreu e a Justiça derubou a medida governamental. Advogados derrubaram as certezas de engenheiros. Não ouvi nenhum jornal comentar isso. Ou seja, a Justiça, uma das culpadas, está isenta de acusações e intocável como sempre.

As agências controladoas criadas no governo de FHC, que deveriam prezar pelos interesses do consumidor, tornaram-se apêndices de apoio aos fornecedores. Observe-se o caso da Anatel. Todos os anos as telefônicas são os campeões de reclamações nos Procon de todo o país; a tal assinatura do telefone fixo, taxa já considerada lesiva ao consumidor, é mantida por medidas judiciais e com o apoio da Anatel; os reajustes são sempre maiores que os reajustes de salários. Ou seja, a Anatel tem trabalhado para as telefônicas, e não para os consumidores.

A Anac tem trilhado o mesmo caminho. O governo manda, a Anac recorre à Justiça e desmanda; o consumidor reclama, a Anac faz um discursozinho diante das câmeras e microfones e empurra o problema para a Infraero, que tira o corpo fora e empurra para o Dac que se desvia e manda o problema para o Ministério da defesa que se escusa e joga o pepino no colo das companhias... Depois de tantas manobras, quem termina bancando tudo e sem ter a quem recorrer, é o pobre consumidor.

E ainda aparecem uns imbecis dizendo que esse é um problema da elite que tem grana e voa, não é coisa para cidadãos comuns se preocuparem. Por um acaso as crianças mortas tem que responder por isso? Os trabalhadores assassinados em terra estão isentos do problema? Os demais trabalhadores que agora estão sem saber onde, como e quando voltarão a seus empregos porque o prédio onde trabalhavam foi destruído tem que se conformar? Os moradores que tiveram suas casas interditadas são culpados de alguma coisa? Os pais, mães, filhos, amigos de todos aqueles atingidos diretamente por uma tragédia devem ser crucificados porque têm um poder aquisitivo maior com a média porque estudaram e trabalham para isso, não são cidadãos comuns e que geram riqueza para o país, mas que, por isso mesmo, devem ser excluídos?

Morreu um parlamentar nessa última tragédia. Espero que por solidariedade ou por medo de serem os próximos, os donos do poder resolvam tomar atitudes mais positivas, corajosas e definitivas para sanar os problemas que assolam nosso espaço aéreo.

De todos os culpados, a Tam, que está tendo uma propaganda negativíssima na mídia e até dos chargistas, cegos pela emoção, aparentemente dessa vez é mais vítima que algoz.

Que não haja pizza e nem apadrinhamentos nas investigações dessa tragédia e nem Justiça omissa e incompetente, vendida a "argumentos" de bons advogados.

terça-feira, julho 17, 2007

Médicos



Ontem, após terminar minha jornada de pintor, ao lavar os pincéis, espirrou thinner nos meus olhos, os óculos não serviram de nada. Ardeu pra burro! Enfiei a cara embaixo da torneira, água, água, muita água. Os olhos queimando, um medão sem medida. Cinco minutos depois consegui abri-los.

Hoje cedo, olhos vermelhos e inchados e ainda ardendo, marquei uma consulta com o oftalmologista. Não esqueci de dizer que era uma emergência. Consulta marcada para as 8.

Às sete e meia eu já estava lá. O médico só chegou às oito e vinte. Pombas, haviam me garantido que ele seria pontual! Bate papo com um, cumprimenta outro e ainda mandam entrar uma mulher antes de mim e o caso dela era apenas para checar se seus óculos recém recebidos na óptica estavam corretos.

Não, amiguinhos amarelos, não era consulta pelo SUS e nem plano de saúde, mas particular, pago em cash e na hora.

Minha impetuosidade me custou um relógio.

Às oito e quarenta me chamam. Perguntas daqui, perguntas dali, exame superficial dacolá, ele me receita um colírio, diz que aji certo por não ter colocado colírio na véspera e agüentado firme e me libera. Na saída retirei meu relógio do pulso, coloquei sobre sua mesa e disse "para o senhor, doutor".

Ele, estupefato, "hein?". "O relógio, é para o senhor". Acho que ele achou que eu estava pagando aconsulta com meu relógio. Ficou meio sem saber o que dizer, se falava que o pagamento era à vista, se me mandava assinar uma nota promissória, se me dava um esporro... "Para o senhor respeitar mais o horário dos seus pacientes". Dei meia volta e saí rapidinho.

Os olhos estão bem melhores, obrigado.

segunda-feira, julho 16, 2007


Êvis, O Povo, CE



  • Há dois anos foram encontrados focos de febre aftosa no Brasil, milhares de cabeças de bovinos foram sacrificados, a carne brasileira foi boicotada em quase todo o mundo e seu preço se manteve sem alteração no mercado interno. Nesses dois anos o preço se manteve praticamente estável, os produtores reclamavam, bons especuladores que são, embora não perdessem dinheiro. Na verdade, deixavam de ganhar e isso era muito bom para nós, palhaços comedores de carne. A crise passou e, nas últimas semanas, o preço da arrouba voltou a subir. Combinando com a entressafra do inverno, dependendo da região, os preços chegaram a sofrer um aumento de 25%. A Escócia e a Irlanda, grandes produtores, pediram o embargo da nossa cane, mais uma vez. Não por estar cara, pelo contrário. A carne brasileira é muito bem vista no mercado europeu e mais barata que a local. Autoridades daquele país alegavam insalubridade do nosso rebanho e eu aqui fiquei torcendo que a exportação fosse embargada. Não estava torcendo contra as exportações nacionais, mas pela saúde de nossos bolsos. Mas o Comitê Central da União Européia indeferiu o pedido daqueles dois países. O que significa isso? Vem mais aumento no preço da carne para nós.

  • Viram o e-mail que mandei para Renan Calheiros? Parece que mais gente também o aconselhouda mesma maneira. O presidente do Senado hoje pediu ao presidente do Conselho de Ética que enviasse qualquer despacho sobre o processo em que é investigado, diretamente para o vice-presidente do Senado. Seria uma atitude altruística do senador se ele não despertasse tanta desconfiança. Isso ajuda a melhorar sua imagem, mas, de fato, nós sabemos que por baixo dos panos, ou por trás das portas, ele continuará mexendo os pauzinhos para se dar bem. Se quiser melhorar mais sua imagem, é fácil, basta se licenciar da presidência até que o processo seja concluído.

  • Nada contra os velhinhos, muito pelo contrário, adoro velhinhos, mas daí a vê-los fazendo sexo... Vai uma distância muito grande. Pois é esse o projeto cinematográfico de Jane Fonda. A Barbarella, hoje com 69 anos, deseja fazer um filme erótico de e para velhinhos. Sei lá... Sei não...

  • Pode ser maldade minha, mas em toda competição de grande importância para o público brasileiro, Daiane dos Santos me faz lembrar Ronaldinho na Copa da França...

  • Algum parlamentar tentou criar uma CPI das ONG que investigaria o repasse e desvio de dinheiro para essas organizações. A idéia de tal CPI moreu no nascedouo, mas tudo indica que em agosto ela ressucitará. A Operação Águas Profundas, da Polícia Federal, que descobriu falcatruas nos processos de licitação da Petrobrás, encontrou uma rede de conexão entre essas fraudes e algumas ONG. Os DEMônios já se ouriçaram todos e prometem pedir a reabertura da CPI depois do recesso parlamentar, em agosto. Tomara que isso aconteça. É muita grana a fundo perdido repassada para um monte de gente que não faz nada de útil.

  • Retiro o que falei ontem sobre a paz no Rio. Hoje houve confronto entre PM e traficantes no Morro do Alemão. Não tenho visto telejornais, mas algum deles noticiou isso?

  • E na calada da noite ou sob o barulho das torcidas, Ricardo Teixeira foi reeleito para mais sete anos na presidência da CBF. Aprendeu direitinho com o sogro, João Havelange, que passou dezenas de anos na presidência da FIFA. Só esses dois e o papa...

domingo, julho 15, 2007


Foto do Terra


  • Para aqueles que previam o apocalipse com os Jogos Pan-Americanos acontecendo no Rio, péssima notícia: até o momento tudo calmo e funcionando perfeitamente. O Rio já mostrou que sabe fazer festa e não está decepcionando dessa vez. Pelo menos à distância, tudo parece tranqüilo. Para os moradores da cidade e para os turistas, talvez estejam acontecendo trânsito atrapalhado e outros contra-tempos, mas isso acontece em qualquer lugar no mundo que sedie um evento grande como esse.

Pelo menos as folhas policiais não têm mostrado nada assustador por esses dias.

Em 1992 o Rio já estava com um crescimento considerável de criminalidade, estação interminável inaugurada por Leonel Brizola, pai de uma consumidora assumida de drogas e traficante, segundo os jornais da época. A Eco-92 estava cercada de desconfiança, medo por parte da população e do governo, temor pela segurança dos mais de 100 chefes de estado que se fariam presentes, mas tudo aconteceu sem grandes atropelos. Os bandidos são violentos, sem escrúpulos, mas não são burros. Sabem que qualquer incidente sério desencadearia uma reação de grande monta por parte das polícias, sem falar que agentes à paisana das Polícias Civil e Federal estão infiltrados em todos os cantos da cidade. Os bandidos estão de férias, vendendo suas drogas a granel, assistindo às competições tranquilamente e retomando as energias para quando o evento terminar.


  • A festa de abertura foi belíssima. O COB acertou em cheio ao convidar uma carnavalesca para elaborar a festa. Muita cor, alegria e chorinho. Talvez seja o mais brasileiro dos ritmos e essa foi uma ótima oportunidade de mostrá-lo ao mundo. Os chorões do Brasil inteiro, e não são poucos, devem ter ficaldo muito felizes com a escolha. Nem tudo, porém foi perfeito. Fiquei zapeando de canal em canal em busca daquele em que o apresentador falasse menos e me deixasse ouvir melhor o som ambiente, mas não pude escapar do Galvão Bueno tentando justificar as vaias dadas a Lula. Segundo o apresentador, as vaias eram para a organização dos Jogos que anunciavam um atraso de dez minutos para a abertura. Na segunda vez que vaiaram o presidente, qual teria sido a justificativa do bobão? Não ouvi, já estava em outro canal.

Elza Soares fez uma belíssima interpretação do Hino Nacional, mas cometeu dois erros na letra. Como pouqíssima gente sabe a letra toda e correta, não ouvi ninguém comentar isso.

Outra gafe veio da torcida que confundiu esporte com política, algo que todos condenam quando é feito por governos. Vaiar os atletas estadunidenses, venezuelanos e cubanos não foi algo elegante porparte de nossa torcida. Se Bush, Chávez ou Morales estivessem presentes, aí, sim, eu aprovaria se lhes jogassem tomates podres e laranjas, mas os atletas não têm muita culpa pelas cagadas de seus governantes. Eu disse "muita culpa", por que uma pequena eles têm: terem ajudado a eleger os quatro imbecis, incluo Lula na lista.


  • O jogador de handebol cubano Rafael Capote fugiu da Vila Panamericana. Segundo a Sportv ele foi para São Caetano do Sul encontrar-se com outro jogador cubano que vive na cidade. Pobre rapaz... Se vai pedir asilo político, seria melhor para ele se os jogos fossem no Chile. Trocou Cuba pelo Brasil, pobrezinho...

  • Mudando de pau pra cavaco. A disciplina pré-requisito para o vestibular de publicidade é o Português, certo? Para se fazer uma propaganda de televisão, são usados diversos profissionais, editores, atores, diretores, redatores..., certo? Como é que nenhum deles consegue perceber e corrigir aquele rapaz, na propaganda de cerveja, que fala "se a galera toda vir pro bar?"? Sem falar nos jornalistas qu dão uma bordoada atrás da outra em nossa gramática.

  • Mudando de cavaco pra graveto: o governo de Alagoas está pagando a conta de um puteiro localizado a cem metros da residência oficial do governador. Alguém deve ter dado a ordem: "inclui aí na na folha de despesas a energia daquele puteiro na rua tal", referindo-se à casa do governador e foi mal interpretado por um funcionário que freqüentava o outro. Um errinho de comunicação.

sexta-feira, julho 13, 2007





O brasileiro não está nada confiante com a seriedade e honestidade das instituições públicas e, em boa parte, isso se deve ao fato de ver tantas autoridades, quase que diariamente, figurando nas páginas policiais de nossos veículos de comunicação.

Nos sentimos frustrados e enganados por ver homens e mulheres que elegemos para serem nossos representantes, não nos representarem de fato, prenderem-se mais em interesses pessoais e fisiológicos do que em discussões sérias sobre como tornar nossas vidas mais seguras tranqüilas e agradáveis, seja no campo da seguridade social, seja na geração de empregos, na qualidade da educação pública, nas vias públicas de transporte de passageiros ou de cargas, enfim, num sistema público de construção de habitações ou na política de gerenciamento dos recursos naturais.

Os episódios envolvendo seu nome tem gerado um desconforto enorme e uma piora na imagem dos parlamentares brasileiros diante da opinião pública. Ficamos com a sensação de que Vossa Excelência está escolhendo seu advogado, seu juiz e seu promotor, ou seja, usando da influência de seu cargo para postergar um julgamento.

Imagino que minha opinião em nada lhe diga alguma coisa, mas, como cidadão, não posso me manter mais passivo diante de tal episódio e não consigo evitar de sugerir-lhe que se afaste do cargo e empenhe seus esforços em arrebanhar povas para sua defesa. Licencie-se do cargo de presidente até que o caso seja julgado e, sendo inocente das acusações, como o senhor tem afirmado com tanta segurança, voltará à posição anterior mais forte e podendo dizer àqueles que o acusam o quão estavam errados.

Como um cidadão comum, excelência, o senhor deveria colocar-se distante dos que o julgam, aja como acusado e defenda-se. Deixe o país caminhar, estagnado que está com esses acontecientos infelizes que maculam sua imagem, a do Congresso e, por tabela, a dos políticos que, como o senhor deve saber bem mais que eu, já não são nada bem vistos pela população. O país, tão mal visto no exterior, passa agora mais uma imagem de república de bananas em que um indivíduo, sozinho, utilizando-se do pretexto de ser inocente, mas sem provar isso cabalmente, causa transtornos aos três poderes e à nação como um todo.

Não sugiro que Vossa Excelência renuncie à presidência, apenas licencie-se até que seu caso seja julgado e Vossa Excelência seja inocentada. Permita aos brasileiros que tenham um mínimo de crédito na Justiça e nas demais instituições.

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Cópia do e-mail que acabo de enviar ao senador Renan Calheiros. Há algum tempo tenho enviado correspondência a diversos parlamentares, este eu não poderia deixar de mandar. Óbvio que não acusaria Renan Calheiros, já tem muita gente fazendo isso, mas tinha que me manifestar.

Passou da hora de todos nós enchermos as caixas de correspondência dos nossos políticos.

quinta-feira, julho 12, 2007



- Você foi ao casamento do Setembrino?

- Não.

- Poxa, seu melhor amigo...

- Por isso mesmo, não gosto de vê-lo sofrendo.


  • Revolucionei geral minhas comunicações eletrônicas. Troquei o Velox por conexão a cabo. Deixando o Velox, deixo também a necessidade de um provedor. Mantenho a velocidade de conexão e passo a pagar bem menos. Troquei meu celular pós-pago por um pré-pago. Foi-se para o passado uma assinatura de quase 70 reais. As ligações do pós pago são mais caras, é verdade, mas fiz as contas. Como ligo pouco, valeu a pena. Com essas duas mudanças passei a economizar mais de 100 reais por mês. Já estou quase cancelando o telefone fixo também. Algo a se pensar...

  • Por falar em telefone, uma coisinha que não consigo entender: se você ligar para o auxílio à lista e pedir o número de um telefone fornecendo o nome do assinante ou o endereço, seu pedido será atendido. Por outro lado, se você fornece o número, por lei as telefônicas são proibidas de fornecer o nome ou endereço do assinante. Você tem identificador de chamada e recebe um trote. Aí você liga para o auxílio à lista, mas eles não podem lhe dizer quem lhe passou o trote. Engraçado isso... Quer dizer, nada engraçado, mas irônico.

  • O Brasil é um país tão sui generis que imagino que breve alguém criará um partido socialista capitalista ou criará a doutrina socialismo-capitalista. Hein? Já criaram? Qual? O PT? Ahhh, e eu que me achava que era um bom ficcionista.

  • Renanzinho tanto empurrou com a barriga, que terminou conseguindo. Brasil no final da Copa América, começaram os Jogos Pan-Americanos, começou o recesso parlamentar... Tudo do jeitinho que ele queria para que o país se esquecesse dele. Daqui para agosto a amnésia nacional se manifestará.

  • Que mania idiota que o mundo tomou de perseguir or gordinhos... Coia feia! Depois vêm com aquele papo de inclusão, de politicamente corretos, de que somos todos iguais, que o que vale é a beleza interior e blá-blá-blá. Imaginem vossas senhorias amarelas, que no Reino Unido os alimentos mais gordurosos pagarão mais impostos. Querem emagrecer os cidadãos na marra. Pô, o gordinho já gasta mais em alimentos que a média da população, por isso paga mais impostos indiretos e os caras ainda querem sobretaxar os mais fornidos? Sacanagem! Tomara que essa mania não chegue aqui.

terça-feira, julho 10, 2007



  • Eliana, vai tomar... Não sei porque tanto estardalhaço sobre o novo sucesso youtubiano da Eliana cantantdo. O problema não é ela cantar a tal musiquinha, o problema é ela cantar. Com aquele miado desafinado, ela deveria ser proibida de falar.

  • Não sou muito afeito aos jargões do economês, mas quando vejo os jornais noticiando a geração de empregos por aí, fico me perguntando se seriam empregos mesmo. Por exemplo, com a efeméride dos Jogos Pan-Americanos, fala-se na geração de trezentos empregos somente na butique dos Jogos. Se são temporários na sua maioria, a meu ver não são empregos, mas ocupações. Assim é numa construção de uma estrada, no levantamento de uma fábrica e coisas que tais. Você coloca operários ali por seis meses, um ano, dois, depois da obra concluída, para onde vão aqueles trabalhadores? Para a rua, em busca de nova ocupação. Os operários da fábrica ou os monitores do pedágio, esses, sim, estão empregados. Na butique do Pan, alguns ficaram empregados, os demais, acabados os jogos, voltarão à fila dos desempregados. Não pode-se, portanto que eles hoje estão empregados. Estão ocupados, com o timer correndo regressivamente.

  • Tenho visto muita gente falando mal, dizendo que foi injusto, comparando o monumento com a situação caótica por que passa a cidade, no tocante à eleição do Cristo Redentor como uma das sete maravilhas do mundo moderno. A Unesco não reconhece essa seleção, a China não quis que suas muralhas participassem, assim como o Egito não inscreveu as Pirâmides de Gizé, uma vez que essas já fazem parte das sete maravilhas da antiguidade. O brasileiro, que tem a mania de falar mal do que faz sucesso e bater palmas para coisinhas esdrúxulas que a mídia nos impõe goela abaixo, não vê os benefícios que tal eleição podem trazer. Cabe à Embratur e à Riotur explorarem essa seleção e fomentarem o turismo na cidade. Se bem administrada, essa escolha poderá gerar empregos, renda, aumentar a circulação de dinheiro estrangeiro na cidade, além de investimentos na hotelaria, nos restaurantes, no transporte, na segurança... Independentemente de a cidade e o estado do Rio de Janeiro estarem passando por uma fase de depauperação, a escolha do Cristo pode voltar a dar uma injeção de ânimo no cidadão e de investimentos na infraestrutura.

  • Notícia boa e surpreendente: o Brasil é hoje o 15º país em publicações científicas em todo o mundo, com 1,92% da produção mundial. Acaba de ultrapassar a Suécia e a Suiça e já ameaça a posição da Rússia. O Brasil tem um histórico fantástico no tocante à produção científica, mas sempre teve problemas no requerimento de patentes internacionais. Isso desde os tempos da máquina de datilografia e do início da fotografia. Segundo documentos, ambas as invenções são brasileiras, mas a patente foi requerida por um estadunidense e por um francês, respectivamente. Isso aconteceu com diversos outros inventos. O brasileiro é inventivo, mas ingênuo. Ele inventa, mas não registra. De uns poucos tempos para cá, o Ministério da Ciência e Tecnologia e os centros científicos da universidades federais têm ficado mais espertos e requerido patentes para suas descobertas e inventos. É o que está se vendo, por exemplo, com o novo boom dos biocombustíveis. Desde 1973, com aprimeira crise do petróleo, quando os militares criaram o Pró-Álcool, o Brasil vem investindo nas tecnologias tanto dos combustíveis, quanto dos motores. Todas as descobertas estão patenteadas. Não nos surpreenderá se a África começar a produzir mais combustíveis de cana e de coco do que nós, em pouco tempo e não nos pagarão royalties por isso, mas, muito mais caro, será investir em pesquisas para desenvolvimento dos motores do que nos pagar para usar as tecnologias que já dominamos bem. Não vamos vender tanto combustível, mas poderemos ganhar muita grana vendendo motores, inclusive para países renomados na produção desses engenhos, como a Alemanha, Inglaterra, França e Estados Unidos. Agora em julho, um ex-aluno meu, agora mestrando na Fundação Getúlio Vargas apresntará um estudo científico na área de nanotecnologia, nada mais nada menos que no MIT, Massachussets Institute of Tecnology, o maior centro de produçaõ científica do mundo, com um Prêmio Nobel a cada dois anos. Ainda faltam investimentos na área, mas a coisa está melhorando. É a parte Bélgica em Nossa Belíndia, como nos definiu o Roberto Pompeu de Toledo.

segunda-feira, julho 09, 2007



  • Legal a idéia do Live Earth. Dois bilhões de pessoas, segundo estimativas dos organizadores, ao redor do globo, em nove grandes cidades dos cinco continentes, chamando a atenção para os perrengues por que passa a Terra. Uma cobertura da mídia por todo o mundo poucas vezes vista. Mas, peraí, não vamos engolir tudo sem mastigar, pensemos. Os artistas, técnicos, turistas e organizadores se deslocaram de avião e/ou carros movidos a combustível fóssil, em sua quase otalidade, certo? Isso não é lá muito ecológico. As atrações gastaram milhares de Mega Watts de energia elétrica em iluminação, certo? Isso também não me parece fazer bem nenhum ao planeta. O som dos eventos eram de centenas de decibels (acho essa grafia mais correta que decibéis, mas isso é outra história), certo? Levando-se em conta que alguns dos artistas não tem cafice nem para cantar no meu banheiro, bem poderíamos classificar isso de poluição sonora. Esses dois bilhões de pessoas mataram a sede e o calor tomando água mineral em garrafinhas ou em copos de barro retirada diretamente da moringa? Hummmm... E esses copinhos foram devidamentes depositados em lixeiras para reciclagem ou abandonados pelo chão dos campos e praias? Quer saber? Acho que muito mais bem à ecologia fiz eu, ficando em casa, não sujando vias públicas, não gastando energia nem para assistir pela televisão e não me deslocando em carro a gasolina.

  • Poxa, morreu o NoMínimo... Um site que já foi eleito o melhor blog do mundo, há adois anos, faleceu por inanição financeira. Uma pena. Resta-nos recorrer à revista Piauí, uma espécie de NoMínimo em papel.

  • Lógico que todo mundo sabe que não é só no Brasil que o descumprimento de leis tem como piores exemplos as autoridades. Na União Soviética as autoridades e mandantes o Partido viviam em dachas, manções luxuosas em que nada faltava, enquanto o povão vivia sem papel higiênico, famílias inteiras, três gerações, em cortiços espalhados país a dentro. Ditadura do proletariado uma ova! Na China oe jornais noticiam que as autoridades não têm cumprido as exigências da lei do filho único. Quem manda pode ter quantos filhos quiser, o povinho é que tem que se comportar sob pena de prisão e multas pesadíssimas. Definitivamente, a China já faz parte do mundo ocidental.


  • Já disse que gosto de coisas demodê (vai nessa grafia abrasileirada mesmo, não sei como seria em francês)? Não? Então digo agora. Gosto de coisas demodê. Eis que ontem, plena meia noite, me peguei ouvindo Lou Reed e Joe Cocker e adorei. Um bom vinho (bom mesmo, cá pra nós), Lou Reed e uma pintura sendo feita. Um dos melhores porres que já tomei.

  • Não sou muito de fazer indicações, mas para quem gosta de crônicas bem escritas, bem humoradas, inteligentes e analíticas, sugiro que dêem uma passadinha no blog do Ronaldo. O cara começou agora, mas está com um tremendo apetite para escrever. Vale a pena.

sábado, julho 07, 2007

Post Umbigo




Talvez devesse denominar "Post Ego".

Esta semana foi realmente cheia de massagens no ego. Na segunda-feira foi publicada uma entrevista que dei a uma velha amiga, colunista social de um site daqui. A entrevista em si, não me diz nada. Eu vinha fugindo dela desde outubro do ano passado. Acuado num canto, não pude mais escapar. O que me massageou o amor próprio foram as reações dos amigos ou de apenas conhecidos.

Tapinhas nas costas, parabéns pelas respostas e mais umas coisinhas que prefiro não citar, mas todas muito envaidecedoras. E-mails, mensagens no Orkut, amigos eunapolitanos distantes daqui, mas que sempre lêem a coluna dessa amiga, se manifestaram com aplausos por e-mails, SMS ou telefonemas. Não sei lidar bem com elogios, por isso tenho me entocado em casa. É uma coisa boa ter o reconhecimento das pessoas, mas é constrangedor também para alguém que a vida inteira tem brigado contra a timidez.

Na quarta-feira, recebi um e-mail da Editora do Brasil. Nele me pediam autorização para publicarem um texto meu, daqui deste blog, na coleção de língua portuguesa "Passaporte para a Leitura", de Norma Discini de Campos e Lúcia Teixeira de Siqueira e Oliveira, no livro da sétima série. Ainda não sei qual será o texto publicado, se um conto, uma crôncia, uma piada ou apenas uma frase, mas já autorizei a publicação.

Para quem sempre leu ou ouviu autores sendo citados, seja em livros, palestras, documentários, revistas... Saber que agora eu é que serei citado, ainda mais num livro didático, logo eu que milito na área da Educação e que dou um valor absurdo aos livros, não poderia haver melhor motivo para me orgulhar.

Sei que devo estar parecendo boçal, vaidoso e o escambau. Insuportável, até. E é assim mesmo que estou me sentindo, um balão de ego inchado a gás hélio e orgulho, bestificado, feliz à beça. Insuportável mesmo. Me desculpem por isso, mas é impossível me conter.

Para ficar mais insuportável ainda, fico sabendo por um professor universitário de Rondônia que contos meus publicados no site Extremo 21 estão sendo utilizados por ele em suas aulas. É coisa demais para uma única semana, convenhamos.

Sei que Ariano Suassuna, João Ubaldo Ribeiro, Nélida Piñon ou qualquer outro escritor grandioso como esses não saem por aí alardeando que estão em livros didáticos ou em aulas universitárias ou mesmo em colunas sociais, mas eu, um pobre mortal, escondidinho em meu canto, sem um milésimo do talento desses deuses, fiquei tão supreso quanto envaidecido com essas notícias. Não é todo dia, ou todo ano, ou mesmo numa vida, que a gente se sente tão reconhecido assim, e de lados tão diferentes.

Agora, com quinze dias de férias, vou ficar quietinho em casa, com uma garrafa de vinho, colocando a leitura em dia e pintando meus quadros (dois encomendados e nem sei se os vendo ou presenteio, péssimo pintor que sou), procurando voltar ao ritmo normal de um cidadão comum cheio de trabalho pra fazer e contas a pagar.

quarta-feira, julho 04, 2007

Democratismo II


A ditadura acabou há 22 anos, mas deixou efeitos colaterais indeléveis. Com a Constituição impreaticável com que fomos presenteados, os direitos tão assegurados, sem exigir contra-partida, foi uma maneira que os políticos cassados ou escanteados pelos generais arrumaram para dizer que o cidadão era quem governava, não mais um poder central. Depois de sermos proibidos e vigiados, chegara a hora de mandarmos.

Ulisses Guimarães, que os jornalistas, imitando os estadunidenses, apelidaram de Senhor Constituição, era um democrata de verdade, mas um sonhador que demonstrou não conhecer bem seu povo, a educação tacanha que vinha recebendo havia 488 anos.

Se esse democratismo escapou pelos dedos das autoridades, passou a ser praxis para o cidadão comum também. Na onda revanchista subliminar, os pais que haviam levado porretadas das polícias, que haviam sido obrigados a se calarem para não irem para o calabouço, que eram obrigados a andar na tênue linha da legalidade, sob o risco de serem deportados ou sumirem numa noite escura, não queriam que isso se repetisse com seus filhos. Pior, não queriam ser eles os carrascos dos guris, como foram homens encapuzados os carrascos de conhecidos seus, de colegas da faculdade, de operários, de jornalistas e até de congressistas.

Viram-se no direito de darem total liberdade aos filhos, desobedecer as leis porque essas eram sinônimo de ditadura e opressão, burlar o código de trânsito deixando seus filhos menores levarem a namoradinha ao cinema ou os amiguinhos da mesma idade à choperia. Soldados eram sinônimo de repressão e não de segurança pública, como deveria ser. Se as leis serviram para os amordaçar por 21 anos, elas passaram a não mais serem confiáveis, fosse que lei fosse. E assim surgiram as leis que "pegam" e as que "não pegam".

Quando sem-terras e sem cérebros invadem Itaipu, recebem ordem judicial de reintegração de posse, vão aos jornais e dizem que o juiz foi ditador; quando alunos (estudantes é algo mais nobre), invadem a reitoria da Usp, depredam o que encontram pela frente, saqueiam armários e se recusam a cumprir mandato de reintegração de posse, usam do mesmo discurso: tal mandato é um ato ditatorial.

Pois medidas legais, que seguem leis discutidas no Congresso, votadas e aprovadas por parlamentares legalmente eleitos com o voto da maioria dos eleitores, não são atos ditatoriais. Por democracia entenda-se cumprimento de leis que zelam pelo bem estar de todos, preservação das propriedades públicas e privadas.

Se existem leis fracas, leis imbecis, se os parlamentares andam mais sujos que consciência de adúltero, se os juízes vendem sentenças a preço de Ferraris, é outra história. Uma coisa não tem, diretamente, a ver com outra. Ordenar que invasores devolvam a posse a quem de direito é uma lei existente nos países onde a democracia é muito mais sólida do que aqui. É legal e deveria ser respeitada tanto pelos filhos dos generais, quanto pelos filhos dos comunistas e pelos filhos dos alienados.

Se o final da ditadura deveria ser o reinício da democracia, terminou gerando um democratismo míope. E esse democratismo é o pai dessa crise de autoridade que reina no país.

Os auto-intitulados bem informados e pensantes chamam o zé-povim de burro porque este não deixa a popularidade de Lula cair, mesmo as instituições esfacelando-se a olhos nus. Não param para analisar por que isso acontece.

Se são três os poderes que regem um país democrático e dois deles não saem das colunas policiais, cada dia com crimes novos e novas (ou velhas, depende do ponto de vista) caras estrelando os escândalos, o terceiro se sobressai. São juízes vendendo habeas corpus e vendendo sentenças, parlamentares sonegando impostos, vendendo votos, fazendo caixa dois e mais um Código Penal inteiro, até mesmo encomendando assassinatos de pares seus, Lula, com toda a falta de autoridade que herdou de FHC, e falta de cérebro, que herdou dos pais, mas dono de um inegável carisma, sai-se como o bom moço. O cidadão comum quer ter esperança que as coisas andem no país. Esmola, assistencialismo, paternalismo ou não, os programas sociais fazem com que o pobre coitado que dança como urso panda, de saiote, em cima de chapa quente para defender a comidinha de todo dia, veja o presidente com olhos melhores do que os com que vê juízes e parlamentares. É mais uma compensação do que uma certeza.

A ditadura acabou, sim, mas a democracia ainda não nasceu.

terça-feira, julho 03, 2007

Democratismo






Imaginemos a seguinte situação:

Um senhor é dono de uma loja de ferragens. Seu lucro anual é superior a R$ 120 mil, mas, para tentar se livrar da bocarra escancarada do Leão, só declara trinta mil. Pego na malha fina da Receita Federal, é preso e levado para a delegacia.

- Delegado, o senhor não é primo do Valverde?

Diga-se de passagem que Valverde é o dono da loja concorrente à do nosso personagem e tem ganhado todas as licitações públicas nos últimos anos.

- Sou, sim. Por que, algum problema?

- Não quero o senhor, não. Quero outro delegado.

Sem pestanejar, o delegado se retira, cabeça baixa, sentindo-se ultrajado, e cede lugar ao novo delegado. Este abre o inquérito, colhe depoimentos e documentos e envia o processo ao juíz.

No dia da oitiva, nosso réu também peita o juíz escolhido para seu caso:

- Excelência, o senhor lembra-se daquela pelada, quando tínhamos quinze anos, que eu dei um carrinho e quebrei sua perna totalmente sem querer?

- Como lembrar? Isso faz tanto tempo...

- Pois eu lembro! Naquele dia o senhor disse que um dia eu ia lhe pagar. Quero o senhor, não. Nem pensar que vou ficar em suas mãos!

O juíz, sem alternativa, retira-se, rabinho entre as pernas, ofendido, mas sem nada poder fazer. Em seu lugar assume uma juíza nova, recém empossada.

- Excelentíssima doutora, a senhora não tem cabedal para julgar meu caso. Se eu não aceitei um homem experiente como o doutor Tramalhão, vou aceitar a senhora? Ponha-se daqui pra fora! Tragam-me outro juiz!

A doutora sai, lágrimas nos olhos. Como ousa um ser totalmente despreparado nas lides do Direito tratá-la dessa maneira? Iria queixar-se ao desembargador, ao bispo, à imprensa... Quem chegasse primeiro.

Depois de escolher, entre todos os possíveis, quem poderia julgá-lo, nosso réu começa a briga para desfazer-se do promotor.

- Este é primo da dona Filó, de quem eu roubava mangas quando guri. Não serve!

- Este olhou pra mim de cara feia. Não quero!

- Este é homossexual. Nada contra... Tragam outro!

Vencidas todas as etapas contrárias ao gosto do réu, eis que consegue-se chegar a um consenso e o promotor é escolhido.

Hora das testemunhas.

- Senhor promotor, não posso aceitar essa testemunha que o senhor apresenta. Ela negou-se a aceitar a propina que ofereci. Não serve!

- Excelentíssimo senhor juíz, como a promotoria quer que eu aceite como testemunha contrária a meus interesses a noiva que deixei me esperando no altar, onde achei que ela se encontrava até hoje? Nem pensar!

E assim, uma a uma as testemunhas da acusação são dispensadas.

- Quais são as testemunhas da defesa?

- Minha mãe, minha filha formada em corte e costura, o caseiro da minha fazenda, meu primo de Cabrobó e minha parteira.

E por aí vai a pantomima. O final, previsível. Depois de o juíz aceitar uma ajudinha em dinheiro vivo como contribuição para que ele reponha seu rebanho de gado nelore, todo macho, que é mais rentável, a sentença é de total absolvição do réu tão injustamente acusado.

É mais ou menos isso o que está acontecendo nesse processo que anda-não-anda contra Renan Calheiros.

Calheiros escolhe o presidente do Conselho de Ética, o relator do processo e se não ficar satisfeito desfaz tudo e recomeça do zero. Esse réu só tem advogados, nenhum promotor. Enquanto isso as matérias, urgentes ou não, que deveriam estar sendo discutidas e votadas no Senado, atravacam o país.




segunda-feira, julho 02, 2007


  • Se Popó pode se secretário dos esportes da capital baiana, de repente, Maguila pode ser secretário da cultura da capital paulista. Tudo é possível na politicanalhice brasileira.

  • Segundo a revista Exame, Eunápolis, minha querida cidade adotiva, é a que mais cresce no país hoje. Boas novas, gostei disso. Se bem que o progresso traz a reboque um monte de coisas ruins. A gentepassa a ter um padrão de vida melhor, mas tem que evitar sair de casa sem colete a prova de balas. Qual a melhor opção?

  • Depois do Normando, veio a Glenda e agora o Ronaldo. A família está tomando conta dos blogs, hehe. Visitem seus blogs e depois me digam se não tenho motivo para me orgular.

  • Para quem não mora nos grandes centros, como eu, e não tem facilidade de assistir às produções do Anima Mundi, como eu, o You Tube é uma mão na roda. Só assim para os aldeões, como eu, pode ficar atualizados com as coisas do mundo da animação.

  • Para quem ainda não sabe, meus contos estão sendo postados na revista Extremo 21. Gostaria que vossas senhorias, amarelas e amarelos, dessem um passadinha por lá.

  • Se o esporte é vida, cultura, cidadania, ecologia e mais um tantão de coisas, por que os maratonistas jogam seus copinhos e garrafinhas no meio da rua durante as competições? E mais, por que esses copinhos e garrafinhas são de plástico não bio-degradável? E mais, por que os organizadores dos eventos não vêm atrás recolhendo o lixo?

  • Hihi, casa de ferreiro, espeto de pau. Até o avião do presidente da Infraero sofreu um atraso de 3 horas. Aprendeu, papuso, como é ruim? Se bem que ele deve ter ficado numa sala VIP com salgadinhos, café, sucos e sem um monte de mortais reclamando pelos cantos.

  • Eu ia falar aqui do sujeito que tentou me colocar em maus lençóis, fez fofoquinhas, tentou colocar em minha boca palavras que não falei e agora sai pelos blogs dizendo que não me conhece. Mas não vale a pena gastar vela com defunto ruim.