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quarta-feira, dezembro 31, 2008

Amigos, que 2009 lhes seja leve, pleno de sucesso e paz. Saúde tinindo e sendo a prioridade um. Sejam felizes!

domingo, dezembro 28, 2008

Angeli, Folha de São Paulo

  • Totalmente desacostumado de cidade grande e hospedado na Avenida Paulista, ando meio neurótico. Hoje acordei com um estrondo, como um transformador de rua explodindo. Imediatamente liguei a tv em busca de algum jornal, esperando ver algum desgraceira. Ainda bem que não apareceu nada. A realidade anda nos ajudando a ver fantasmas.

  • Acho engraçado os jornais. Por meses, mesmo durante o cessar-fogo acordado entre Israel e o Hamas, todos os dias palestinos atacam Israel com foguetes de curto alcance. De repente o próprio Hamas anuncia o final do acordo de paz e inicia uma série de ataques contra Israel. Daí, já de saco cheio, o governo israelense manda uma ofensiva pra tentar inibir os palestinos e matar alguns terroristas. Vêm os jornais e condenam os ataques. Sem querer defender os judeus, posso entender o que os levou à ofensiva. Nem todo mundo tem vocação pra Jesus e dar a outra face, ainda mais depois de levar tantos tapas na mesma face todos os dias. Além do mais, a história tem comprovado, esses conflitos não acabarão jamais e mais graves se tornarão enquanto não for criado o Estado Palestino. Mesmo assim, outros e outros argumentos serão usados para que as guerras continuem, como, por exemplo, da indústria bélica. Deixe-mo-los matarem-se em paz, só assim se sentem vivos.

  • Como brasileiro adora catástrofes, vou sugerir um bolão macabro. Lápis e papel na mão, façam seus palpites. ganhará quem acertar o número de mortos nas estradas no período de hoje até dia 2 de janeiro. Todo ano a mesma coisa: milhões de carros nas estradas, rodovias mal conservadas, automóveis sem revisão, irresponsáveis e bêbados na direção e muitas, muitas vidas de inocentes perdidos. Uma pena, mas pouco é feito além de campanhas inócuas. A lei seca foi promulgada, mas a fiscalização já foi esquecida, as polícias estão sem bafômetros suficientes e a legislação - como sempre - é benevolente com os marginais. Eu ainda prefiro ficar em casa, mas quem vai arriscar, boa sorte, juízo e feliz 2009.

  • E o transporte aéreo não ajuda. 13% de atrasos nos vôos de ontem, fora os cancelamentos. Por falar nisso, a tão cantada e decantada atuação da Azul no mercado aeroviário, hein? Que frustração... Quase não tem vôos, não está concorrendo com tarifas mais baixas... Um fiasco. Melhor ficar em casa 2, a revanche.

  • Segundo a ONU, 16% da cocaína produzida na Bolívia chega ao Rio de Janeiro. Lógico quem nem toda essa droga fica na cidade, apenas uma boa parte, o restante é traficada para outros estados e países. O Rio é, portanto, importante entreposto comercial internacional. Chique isso, não?

sexta-feira, dezembro 26, 2008

Clayton, O Povo, CE
  • O Natal passou, mas ainda não voltamos à realidade, vêm aí o revellion. Depois virão a posse dos novos prefeitos e vereadores e as férias. Alguns brasileiros tentarão voltar a pensar racionalmente lé pelo dia 5, outros só depois do carnaval. Com o monstro da crise batendo à porta, a promessa do corte de 500 mil cargos de trabalho de uma batelada só, o dólar dançando em sobe e desce, as bolsas dançando em desce e desce... é bom que o cidadão comum, não só o empresariado, se ligue mais cedo na dolorosa realidade.

  • Li no Terra a manchete : "Escolas do Rio terão verba reduzida do governo". Minha mente distorcida imaginou que a notícia se referia Às escolas de samba e eu já me aprontava a elogiar as medidas, afinal de contas, nunca concordei com essas história de dinheiro público promover festança. Creio que cabem aos governos dar infraestrutura e segurança para que as festas aconteçam, mas não bancá-las diretamente, ainda mais carnaval carioca em que as administrações escolas estão diretamente relacionadas ao narcotráfico e à contravenção. Ou seja, governos estadual, federal e municipal são sócios de bandidos. Mas eis que a nota em questão refere-se às matrículas nas escolas formais, municipais e estaduais, que tiveram uma redução de 8% em suas matrículas. Das duas uma: ou estão nascendo menos crianças (8%?) ou as crianças e jovens estão sem incentivos para irem às escolas (mais provável). E o que os governos farão? Imagino eu que apenas mais discursos e poucas medidas efetivas, afinal de contas, mérito deixou de ser parâmetro de promoção social nos Brasil dos últimos anos.

  • Por falar em Rio, a Câmara Municipal da capital fluminense, paga R$ 3,5 mil de salário para um motorista e contínuo. Nada contra trabalhadores terem bons salários, porém, tais cargos são comissionados, sem necessidade de concurso e para 188 privilegiados (amiguinhos, cabos eleitorais, parentes - um vereador contrata parente de outro, tentando descaracterizar o nepotismo). Não tem jeito, a safadeza aparece nos jornais, mas não vai aos tribunais e ninguém é punido, por isso se sentem tão à vontade para repetirem os desmandos legislatura após a outra.

  • A Constituição Federal diz que nenhum cidadão é obrigado a participar de associação, agremiação, fraternidade ou o que seja, contra sua vontade. Um sindicato não é uma associação? Pois bem, todo trabalhador é obrigado a dar os vencimentos de um dia de trabalho por ano para o sindicato de sua categoria. Isso é dinheiro que não tem conta. Pois bem, o governo repassou R$ 61 milhões, 10% do total arrecadado com essa cobrança que a meu ver é ilegal, para as seis centrais sindicais. Boa parte dos trabalhadores brasileiros jamais foi assistida por sindicato, alguns sequer sabem onde se localizam e onde atuam seus sindicatos, mas bancam as benesses dos sindicalistas e ainda engordam os cofres dos governos. pior, quando se fala em reforma das leis trabalhistas e das sindicais, as propostas que aparecem apenas arrocham mais o trabalhador e engordam os cofres dos outros.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Cau Gomes, A Tarde, BA

    • Estou em São Paulo e ficarei por aqui até a segunda quinzena de janeiro. E daí? Daí que já estou pensando no caos que vai ser voltar pra casa. Mal começaram as férias escolares e os aeroportos e companhias aéreas já demonstram seu despreparo, sua incompetência e se pouco caso com os consumidores. Não tem jeito, entra ano, sai ano e a balbúdia e impunidades continuam as mesmas.

    • Esses intelectuais... Imaginem vossas senhorias que o último filme do Zé do Caixão está entre os "melhores do ano". Tudo bem que o cara tem lá sua importância na história do cinema trash nacional, mas daí a dizer que seus filmes são bons, vai uma distância abismal.

    • ACM e suas tramóias. Tem jeito, não, o cara morreu, mas teima em ser lembrado e, lógico, pelas cagadas que fez durante toda a vida. Agora vem a público a história de dona Siméa Antun, que, por dez anos, era funcionária fantasma do Senado, empregada por ACM, com um salário de R$ 8.200,oo. O senador empregou a fantasma como cala boca, já que a mulher acusava Luís Eduardo, filho de ACM, de ser pai do seu filho, hoje com 14 anos. Como fez por toda sua vida pública, o calhorda comprou o silêncio da sujeita com dinheiro público, ao invés de cumprir a lei e pagar a pensão devida. Ela, lógico, com boa brasileira, não recusou a mamata de fartar-se nas tetas da viúva.

    • Como a legislação brasileira é uma mãe para os bandidos e uma madrasta má para os bons cidadãos, o assassino do Tim Lopes já está em liberdade e os indultados de Natal já estão saindo às ruas com a indulgência dos juízes. Como acontece a cada ano, milhares deles não voltarão aos presídios e ficarão livres para barbarizar pelas ruas do país. Eles ganham o indulto e nós nos trancamos em casa com medo. Pura inversão de valores.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Sinfrônio, Diário do Nordeste, CE
  • A senhora Marcos Pontes, Beatriz, está com um blog mostrando suas poesias. Convido-os a conhecê-la. Ela me convidou a participar de um meme, mas tô fora. Quem quiser, passe por lá e pegue o selo.

  • Por falar em Compulsão Diária, os links aí ao lado (Eu vou lá e eles vêm aqui) estão atualizados. Me assustei ao me deparar com 39 blogs desatualizados há meses e devidamente retirados. Novos entrarão brevemente.

  • Voltando aos esculachos. Interessante abriga entre senadores e e deputados federais no tocante ao aumento de mais de 7000 vereadores nas câmaras brasileiras. Antes das eleições os deputados estavam a favor desse aumento. Os senadores acreditaram e aprovaram o aumento depois das eleições. Daí os deputados voltam atrás e reprovam a PEC. Está claro que existem uma negociata mal andanda por trás disso. Aliás, com a gripe brava que estou (quem diria, uma semana de frio em Sampa em pleno dezembro) o cérebro rejeita pensamentos lógicos, o que me impede de lembrar o quê e onde li sobre essa negociata. Nada para nos surpreender, afinal de contas nossos parlamentares trabalham mais pelas propinas do que pelos salários e adicionais nababescos. Interesse público, então, é só balela daquelas que nem as mães dos descarados acredita.

  • O mundo inteiro fazendo nas calças de medo da crise que cresce mais que os aliens do filme, no Japão há uma diminuição de 19 mil cargos públicos, os demais países ricos desesperados inventando medidas e no brasil aumentam os números de vereadores. Mais uma comprovação de que somos um país rico e despreocupado com esses problemas mundanos de paizinhos pobres.

  • Com a popularidade batendo no teto, ofender Lula não bastaria uma sapatada, seria necessária uma centopéia neurótica pra fazer algum estrago. o cara chegou a ser considerado o 18º homem mais influente do mundo. É, macacada, não é só no Brail que existem cegos.

  • Quando o mundo se lembra dos 20 anos de morte do sindicalista Chico Mendes, seu assassino, Darly Alves, diz-se também um mártir. Sabe que até acho que no fundo ele é mesmo? Não siminuo a responsabilidade e muito menos a barbárie por ele praticada, mas como ele existem centenas particularmente na Amazônia. Assassinos, depredadores da natureza (não confundir com extrativistas e empresários progressistas e conscientes, como muitos), escravagistas e outros bichos que ficam impunes ou recebem multas que jamais pagam e que andam soltos. Esses fascínoras esconderam-se nas sombras enquanto Darly Alves encarava as câmeras como o único bandido. Ele foi o boi jogado às piranhas enquanto a manada de bandidos atravessava o rio sem problemas.

domingo, dezembro 21, 2008




Salve, gente!


Sei que ando sumido, dois meses sem mostrar a cara por esses lados, mas é que a vida deus guinadas fantásticas e muito boas. Veio o livro, o casamento, algumas viagens, reforma de apartamento, mudança... Agora as coisas voltam a se acomodar aos pouquinhos e consegui aparecer para matar a saudade.


Ainda não vou poder visitar todo mundo e reassumir a freqüência de antes, isso acontecerá aos pouquinhos.


Aos que passaram por aqui e deixaram seu recado, muito obrigado pelo acompanhamento; aos que fizeram crobranças, eis-me de volta; aos que não deixaram recado, mas se fizeram presentes, um abraço.


Vamos ao que interessa. Hoje, lendo o Editorial de Folha de São Paulo, dei de cara com o texto que transcrevo abaixo. Acho que os autores foram muito eufêmicos, bonzinhos ou covardes (talvez previdentes, o que é muito recomendável numa ditadura). Se fosse eu o autor, diria que houve mesmo corrupção da grossa, compra de pareceres, corrupção fedorenta, toma-lá-da-cá e outras coisinhas que são política de estado desde que Cabral por aqui pisou:
Negócio Fechado

O Governo Lula fez o que já se esperava. Atendeu aos interesses de uma das empresas que mais doaram recursos para a campanha presidencial de 2006, a Andrade Gutierrez, e criou um virtual oligopólio no serviço de telefonia em todos os Estados do país, com exceção de São Paulo.

Não foi fácil. Muita “vontade política”, para falar com o presidente, se fez necessária para impor aos consumidores brasileiros a compra da operadora Brasil Telecom pela Oi, que tem a Andrade Gutierrez como uma das suas principais controladoras.

Havia a lei. Foi alterada. Era preciso dinheiro público. Foi concedido. Surgiram focos de resistência entre os membros da agência que regula o setor, a Anatel. Nomeou-se uma personalidade sem experiência na área para aprovar a fusão. O Tribunal de Contas da União estranhou o negócio. Opiniões foram mudadas – em questão de 24 horas.

Os interessados tinham pressa. Se a compra não fosse aprovada até hoje, a Oi teria de pagar uma multa contratual de R$ 490 milhões à Brasil Telecom. O ministro da Comunicações, Hélio Costa, resolveu então levar ao pé da letra as suas atribuições. Comunicou-se. E foi assim que, depois de uma conversa com o ministro do TCU que resistia à operação, dificuldades de última hora foram superadas.

A Oi se livrou assim do incômodo de pagar R$ 490 milhões e pode celebrar o que, mesmo a olho nu, parece ter constituído um excelente negócio.

Já o contribuinte brasileiro não recebe maiores satisfações pelo fato de que muito mais dinheiro foi injetado pelo BNDES e pelo Banco do Brasil para possibilitar a transação. Do BNDES vieram R$ 2,6 bilhões. Do Banco do Brasil, R$ 4,3 bilhões. Fundos de pensão também foram convocados a participar da transação, cujo valor total se estima em R$ 12,5 bilhões.

Isso tudo ocorre num momento de aguda necessidade de crédito nos mais variados setores produtivos. O novo conglomerado não criará novos empregos, pelo que consta. Ao contrário, nessa área, tudo se resume a seu compromisso de não realizar demissões até abril de 2011.

Qual a justificativa do governo Lula para se envolver escancaradamente no negócio? Argumentou-se que, num mercado onde predominam empresas estrangeiras, seria estratégica a presença de uma grande operadora nacional de telecomunicações.

Todavia, uma surpresa estava reservada para esse último capítulo. Descobre-se agora que não existem mais impedimentos a que a nova empresa seja vendida a grupos estrangeiros.

Fecha-se, assim, o ciclo de uma espetacular sucessão de casuísmos, acomodações de interesses e jogadas clandestinas – na qual, diga-se de passagem, também a oposição parlamentar participou, quando chamada a intervir.

O negócio está feito. Apesar da complexidade dos detalhes, não é difícil resumi-lo ao essencial. É um caso de compra e venda. Nada mais que isso.