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domingo, dezembro 17, 2006

X-mas tree


Sou piegas, mas nem tanto, por isso vou tentar dar um até logo sem muito sentimentalismo.

Muitas vezes li em blogs o autor - na maioria autora, a bem da verdade -dizendo o quanto seus leitores passaram a fazer parte de suas vidas, quanto são importantes para eles, o quanto aprenderam e coisas que tais. É meio difícil fugir disso que está se tornando lugar comum com maior ou menor dose de sentimentalismo, dependendo de quem escreve.

Quanto a aprender muito, não resta dúvida que aprendi. Os flogs e vibes retiraram da blogosfera uma quantidade imensa de adolescentes e adultos em busca da auto-afirmação, pessoas para quem o próprio umbigo é muito mais importante que a mensagem. Os blogueiros e leitores mais preocupados com o conteúdo, agradecem. E nesses meus três anos e meio de blogueiro - um e meio nesse endereço - conheci muita gente interessante; gente culta e outros nem tanto; gente chegada ao erudito e outros ao popular; gente de esquerda, de direita, de centro e apolítica; gente com muito a dizer e gente mais disposta a ouvir. Convivendo com essa diversidade aprendi a ser mais tolerante, menos refratário a idéias contrárias às minhas, mais democrático. E agradeço a vocês por isso.

Viciado em informações, mais de política do que de esportes, menos de dietas do que de bons pratos, mai de recheio que de forma, tenho adquirido informações novas a cada dia e lhes agradeço por isso.

Um amante do Brasil que se orgulha de conhecer uma boa parte dele e de ter gostado de cada pedaço, mesmo odiando algumas características locais, como a fome e a miséria do sertão ou a fartura de beleza e escassez de solidariedade de alguns litorais, conheci gente de quase todos os estados e mais um pouco de suas culturas e só posso ser grato por isso.

Por vezes me imaginei num grande hotel onde estaríamos hospedados eu e aqueles muitos freqüentadores daqui a quem admiro - e são muitos acreditem, por isso um hotel - e imaginava os rostos daqueles de quem ainda não vi a imagem e os papos intermináveis que teríamos. O bom humor de uns e as ranzinzices de outros, as discordâncias sobre o que comer e aonde ir, as discussões sobre coisas sérias e as brigas por futilidades e as madrugadas acordadas em papos intermináveis. Seria muito bom, mas não somos a Suíça e nem eu sou um Rockfeller, me resta ir conhecendo-os aos pouquinhos.

Já conheci pessoalmente três de vocês; como contatos no MSN, mais doze; no Orkut, 7 estão na minha lista e, nessa viagem que farei a partir de amanhã, tenho planos de conhecer mais três. É muito boa a sensação de se ver pela primeira vez e ter a sensação de amizade antiga.

Nos veremos em janeiro. Nesse intervalo de tempo, desejo a todos e cada um festas felizes e cercados de pessoas queridas, muita saúde e que rendam boas histórias para nos contarem depois.

Que 2007 seja um ano grandioso para todos nós e que nosso país - mais uma vez o velho desejo - consiga achar um caminho mais racional e menos politiqueiro para seu crescimento e bem estar dos que aqui vivem, amando-o ou por obrigação.

Deixem seus bilhetinhos colados na porta. Os visitarei assim que voltar.

Até logo.

sábado, dezembro 16, 2006

Terra


O mundo é estreito
E o estreito em meus braços.
O mundo se alarga
E não me larga
A vontade de tê-lo.
O mundo é curto
E como curto
O mundo difuso...
O mundo é o caos
E passeio tranqüilo
No cais do mundo.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Sinfrônio, Diário do Nordeste, CE -Bando de filasdaputa!


  • Um truque antigo que os homens usam para evitarem o roubo nas ruas, é esconder a carteira dentro da cueca, no lado da frente. Aprimorei o método. Como pretendo passear por lugares nunca dantes caminhados por mim, passarei uma atadura elástica na coxa, entre suas dobras colocarei cartões de crédito, talão de cheques e documentos. Na carteira apenas umas merrequinhas para não deixar o bandido muito irritado. Será que funciona? Vou testar. Sem grana e sem documentos em lugar desconhecido não deve ser nada agradável.

    Uma tática que uso em hotéis, há muito tempo, desde que um amigo meu teve seu dinheiro roubado por uma camareira, é colocar os documentos e cartões, além dos cheques, dentro de um saco plástico e colar com fita adesiva no fundo de uma gaveta, pelo lado de fora, é claro. Só será encontrado se a ladra for mais esperta que eu e retirar as gavetas, coisa que não é provável. Essa já foi testada e aprovada.

  • Quer dizer que o neto de Pinochet foi expulso do exército? Tentando eximir a presidente de culpa, foi divulgada nota que a atitude foi tomada pelo comandante do Exército. Tá legal... Mas o comandante do Exército não foi indicado e nomeado pela presidente? Longe de ter pena do capitão Pinochet, mas a rapidez com que aconteceu a expulsão, sem um inquérito, sem se ouvirem as justificativas do réu, é mais um revanchismo que não conta com minha simpatia. É uma das máximas políticas - de Dante ou de Shekespeare? Não lembro - "só se conhece um homem (no caso em voga, uma mulher) quando se lhe dê algum poder".

  • Há alguns anos, um geólogo me falou: "com fotos infra-vermelho ou ultra-violeta tiradas por satélites, é possível se identificar o que há no solo e no subsolo de uma determinada área". Na ocasião discutíamos sobre as plantações de drogas e a descobertade petróleo. E olha que há dez anos a tecnologia estava longe do patamar em que nos encontramos. E percebi algumas coincidências. Por exemplo, quando começou-se a discutir a privatização da Petrobrás, no governo FHC, a empresa encontrou, "coincidentemente", uma grande jazida na Bacia de Campos. Quando, no mesmo governo, foi concedido ao trabalhador investir parte do seu FGTS em ações da Petrobrás, outra grande jazida foi encontrada e as ações foram às alturas. Coincidências como essas devem ocorrer pelo mundo a fora.

    Algo parecido aconteceu essa semana no Vaticano. O catolicismo perdendo a moral, perdendo fiéis para várias religiões, inclusive para o islamismo, religião que não conta nem um pouco com a simpatia do papa - embora a cúria se esforce para demonstrar o contrário, eis que a Igreja anuncia a descoberta do sarcófago de São Pedro. Qual a intenção? Desperta o interesse dos fiéis. Se isso não aumenta sua fé, pelo menos lhes dá uma alegria, uma vez que a Igreja Católica Apostólica Romana é lotada de símbolos e simbolismos. Não vou estranhar se, muito brevemente, forem criadas as excursões em todo o mundo para verem o primeiro papa. O marketing do Vaticano está trabalhando a todo vapor.

  • A Chris está propondo uma campanha humanista e espera contar com a participação dos blogueiros. Vá lá, visite, e adira. Garanto que tem gente que vai ficar muito grata a você.

  • E essa semana ganhei um post que me comoveu no blog da Val. Obrigado, amiguinha.

  • Como é que é?! Circuncinsão masculina diminui em 50% o risco de pegar AIDS? Não corto! Não corto! E não corto!

  • A cambada de filasdaputa dos congressistas se deram um aumento de quase 100%, o que eu já havia adiantado que aconteceria há alguns dias. Só pergunto uma coisinha: isso é pra compensar o fim do mensalão que parece que acabou? O que esses sujeitos fizeram de tão valioso para merecerem essa fortuna mensal?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Letter F


Flui fácil
a fala que te falo
feito foribundo farizeu
farto de fazer fita,
fitando tuas feições
de fada, feiticeira fiel.
Fico firme sobre o fio
que fiz para te fisgar
pela fotografia.
Que falta fazes...

terça-feira, dezembro 12, 2006

Lines


Uma vertical
Separa destinos oblíquos
Sobre o plano horizontal
Que se inclina sobre o tempo.
A cada tic dele
O tac dela responde,
Criando eterno tiquetaquear
Ininterrupto e sentimental,
Apático e arbdente.
As linhas das vidas
Formam enigmático desenho
incompreensível e previsível
Como o próprio tempo
Que se repete e não cansa.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Zope, A Charge On Line


  • Ontem tive uma grata surpresa no world blog. Descobri que minha sobrinha Glenda tem seu prório diário virtual e, aos 16 anos, manda muito bem com as palavras e a gramática. Depois de mim e do Normando, mais uma nesse mundinho neurótico e viciante.

  • Uma das comunidades que mais cresciam no Orkut, a Profiles de Gente Morta (não vou colocar o link porque seria irritante para alguém clicar nele e não conseguir entrar por não ser membro) foi tomada por invasores. A comunidade contava com quase 35 mil componentes e sempre despertou polêmica. Algumas pessoas acessam por curiosidade, outras pelo gosto pelo mórbido, alguns para declararem sua dor por pessoas queridas que morreram e por aí vai.
    Aos poucos foram aparecendo os rebeldinhos, os revoltadinhos, os babacas que por incapacidade de pensarem em coisas úteis ou pelo prazer insano de ofenderem aos outros, passavam a visitar as páginas daqueles que morreram para colocar mensagens agressivas, ofensas à família do morto e até confissões de crimes cometidos. O moderador, a pedido dos membros mais assíduos, passou a fazer uma limpa e expulsar esses calhordas. Isso deve ter causado fúrias.
    Hoje a comunidade amanheceu invadida por um hacker, ou grupo de hackers, como afirma quem postou, apagados todos os tópicos e colocada uma mensagem repetidas vezes: "Deixem os mortos em paz".
    Isso vai causar algum buxixo na blogosfera.

  • Estou chateado com a morte do Pinochet. O general não deveria morrer agora, aliás, eu gostaria que ele vivesse até uns 120 anos. Nesse tempo talvez a justiça chilena conseguisse sentenciá-lo de verdade, retirar os milhões que ele desviou para bancos estadunidenses e colocá-lo numa prisão pelos restos de seus dias.
    O capeta engalanado fez e aprontou, matou e torturou, roubou e formou uma camarilha impune e morre de velhice... Positivamente não é justo com todos aqueles que sofreram direta ou indiretamente com seus desmandos.
    Que pelo menos ACM viva até os 120 anos, então. Talvez ele pague antes de partir.

  • Podem me chamar de piegas, mas me emocionei de verdade com aquele rapaz paulista que jogou-se no Rio Pinheiros, mesmoc om toda a poluição, para salvar a vida de uma criança.
    Esse é o tipo de gente que admiro, que toma atitudes positivas sem esperar nada em troca, apenas por amor ao próximo e para ficar em paz com a própria consciência. Admirável!
    Como o mérito deve ser premiado, coisa que defendo aqui desde o primeiro dia que passei a escrever, fico feliz ao saber que a empresa em que Adriano Levandoski Miranda trabalha vai premiá-lo com um aumento salarial acima do que já estava previsto. Atitude também digna de nota.
    Sem falar que a empresa pagou todos os exames médicos do rapaz depois dele sair das águas fétidas do Pinheiros.

sábado, dezembro 09, 2006

Clarice Lispector


Menina ainda, a ucraniana de nascimento e brasileira por toda a vida Clarice Lispector enviava seus contos para o Jornal do Commércio, de Recife, cidade que seus pais escolheram para viver, depois de fugirem miséria por que passava seu país no período compreendido entre as duas guerras mundiais. Os escritos da menina, porém, eram refugados. Alegavam os editores que seus contos não tinham histórias, cenários, enredos. Sua visão pequena deve tê-los feitos se arrependerem futuramente.

Foi justamente isso que mais marcou a obra da escritora: as sensações, as impressões. A profundidade de suas personagens é bem mais importante que a aparência e assim era também ela, uma mulher intensa naquilo que sentia e no que acreditava e defendia.

Mas não sou eu um especialista em Clarice Lispector e nem mesmo em literatura, apenas um diletante de ambas. Por isso, que ela e quem a conhece bem que falem melhor e mais que eu, assim como todos os demais que participam dessa postagem coletiva proposta pelo Lino Resende:











sexta-feira, dezembro 08, 2006

Clériston, Folha de Pernambuco


  • Esculacho Utilidade Pública: Se está em seus planos viajar de avião por esses dias, vai aqui uma dica, o Kit-Aeroporto. Para as mulheres, uma bolsa grande; para os homens, como pochete é muio cafona e fora de moda, a sugestão é uma calça com muitos bolsos.
    Telefone celular (essa é fácil, até minha diarista tem um); um livro de, pelo menos 500 páginas ou 3 pequenos; um MP-3 (se o seu tem uma memória pequena, sugiro que troque por um de 1Gb ou mais; se você não tem, vale a pena investir nisso, os preços caíram ou você ainda pode pegar emprestado do sobrinho ou trocar com ele por uma Play-Boy da Karina Bacchi). Muito dinheiro em cédulas pequenas. Sem assistência das companhias aéreas, você vai gastar um bocado em coxinhas, refrigerantes, salgadinhos... Mais inteligente seria fazer logo uma refeição completa, mas bobo e otimista como você é, vai sempre achar que o atraso será de apenas de 15 minutos, mesmo já tendo esperado três dias. Uma coberta (se você não for muito grande, dá pra fazer do carrinho de malas uma poltroninha até confortável. Já fiz isso uma vez no aeroporto de Salvador e funcionou legal, bem melhor que tentar dormir naqueles bancos nada anatômicos). Não esqueça da imagem de São Judas Tadeu (não importa se você não for católico, mais cedo ou mais tarde você vai apelar para qualquer santo).
    E boa viagem (se não desistir antes).

  • Há uma semana eu achava que Valdir Pires ainda não havia caído por causa de sua irretocável biografia, agora eu acho que está apenas esperando a divulgação do novo ministério. Momento Marquinhos de Ogum: o Ministério da Defesa será dado a um peemedebista.

  • Menos de 24 horas depois de assaltarem a ministra Helen Grace, do STF, dois suspeitos já foram mortos pela polícia.
    A Secretaria de Segurança (isso só pode ser piada) do Rio de Janeiro divulgou nota dizendo que a ministra deveria ter requerido escolta da Polícia Federal. Ao ouvir a notícia dada pelo apresentador do Jornal Hoje, da Rede Globo, adorei seu comentário: "resta saber a quem devem requerer escolta os milhares de cidadãos comuns que passam pela Linha Vermelha todos os dias".

  • Está rolando na net uma convocação para que os brasileiros boicotem o filme Turistas. Se por acaso alguém aí não sabe do que trata o filme, é uma película estadunidense em que seis jovens de lá, em visita ao Rio (bom, eles dizem que é o Rio, mas tem Floresta Amazônica junto com Copacabna e mais um monte de clichês), são dopados, seqüestrados, torturados, alguns mortos e seus órgãos são traficados.
    Como não sou um sujeito gregário, não sou maria-vai-com-as-outras e não penso pela cabeça alheia, assistirei ao filme se me der vontade de assistir.

    Me dói ver o Brasil ser tão maltratado por esses prepotentes? Sim, dói.

    Me irrita ver os sujeitos tratarem o mundo como seu quintal e achar que gente são apenas seus compatriotas e seus vassalos ingleses enquanto os demais habitantes do planeta são apenas sub-extrato humano? Sim, irrita.

    Compartilho da idéia de que esse tipo de filme tem roteiros e histórias idiotas e mal servem para diversão descartável? Sim, compartilho.


Fico triste por ver atores brasileiros participando de uma produção que ajuda a piorar nossa imagem no exterior em troca de alguns trocados e de poderem colocar em seus currículos que já participaram de uma produção hollywwodiana? Sim fico triste por eles, que terminam encontrando mais percalços em suas carreiras do que um caminho dourado para elas.

Mas uma coisa não se pode negar: esse filme só tem esse roteiro, essas histórias macabras, a imagem derturpada e podre do Brasil, porque é essa imagem derturpada e podre que nós exportamos. Claro, eu posso xingar meu irmão de burro e até dar uma porrada nele, mas se outra pessoa o fizer, vou ficar muito puto e sair para a briga, e é mais ou menos isso que acontece com esse filme.

Nós falamos mal do Brasil, de suas injustiças, de sua justiça apens para pretos, pobres e putas, de suas polícias mal remuneradas, mal equipadas, mal treinadas e corruptas, de seu sitema de saúde pública emporcalhado, defasado e ineficaz, porém nos emputecemos quando algum estrangeiro fala o mesmo. Alegorias e exageros à parte, eles apenas retratam exatamente o que nós vimos, só que com olhos que não conhecem o que vêem.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Bessinha, A Charge On Line


  • A Microsoft apela para que os consumidores utilizem o XP original, nada contra, direito seu. Aí ela nos manda as atualizações originais, perfeito. Exemplo de preocupação com o consumidor. Daí ela manda o pacote do novo Internet Explorer 7 gratuitamente. Tem a cara do Mozila Fire Fire Fox e promete ser mais rápido e seguro. Aí o consumidor, eu, por exemplo, baixa a atualização na maior boa fé. Na primeira utilização percebe que ele é tão lento quanto o anterior e a máquina trava. Que maravilha! Por essas e outras que tenho preferido utilizar o Fire Fox, tem dado menos dor de cabeça.

  • A música baiana não anda mesmo em alta ultimamente, a não ser nos carnavais e micaretas e para aqueles que adoram balançar a bundinha sem se preocupar com o que estão ouvindo. Até Daniela Mercury, meio esquecida no Brasil nos últimos tempos, e tida como uma das maiores estrelas da axé-music (adoro essa mistureba de inglês com português) já anda se afastando desse filão. Depois de partir para uma carreira internacional até que bem sucedida, agora faz questão de frisar em em suas entrevistas que sua música não é só baiana. Ciumento e bairrista como o soteropolitano é, capaz de montarem um esqueminha de boicote à cantora no próximo carnaval. Por mim...

  • Alguém já havia ouvido falar em gordura transgênica até dois anos atrás? Eu confesso que para mim era uma completa novidade a expressão e o conceito. Pois a coisinha passou a ser a maior vilã da alimentação ultimamente a ponto de ser banida pelos restaurantes de Nova Iorque, numa ação que promete se tornar global. Daí vem um daqueles caronistas da moda, como o doutor Paulo Olcon, da Unicef, afirmar que tal gordura vicia. Ora, ora, ora, existe algum estudo científico que embase tal afirmação? Não.
    Em tempos passados já ouvi que café é um santo veneno, depois que o café é um santo milagreiro; já ouvi que chocolate faz tremendo mal à saúde e que chocolate é a cura de muitos males; já ouvi que cigarro mata e que cigarro é ótimo para a memória... Quer saber? Quando esses caras chegarem a um consenso sério e não apenas de fundo comercial, levo a vida que EU quiser, do jeito que EU quiser e quem achar ruim que me processe. Tô de saco cheio desses profetas do apocalipse.

  • Outra pesquisa profunda e que deve mudar os rumos da humanidade:
    Estudo da Universidade de Leiden, Holanda, afirma que pássaros urbanos cantam rap, enquanto componentes da mesma espécie que vivem no campo cantam outra melodia. O estudo foi feito com um passarinho conhecido como chapim-real. É de uma profundidade impressionante!

  • Diariamente nos deparamos com alguma pesquisa científica ou pseudo-científica do tipo "porque os batráquios azuis de Botswana acasalam-se com a fêmea sobre o macho", "a água congelada de Plutão é potável?", "porque tropa é coletivo tanto de burros quanto de soldados", "o que têm em comum os diversos tipos de câncer?", "pessoas com os lóbulos das orelhas colados têm maior propensão a ataques cardíacos", "pessoas magras vestem-se com menos dificuldades", "mulheres gordas usam cores pastéis na unha mais que as magras", "cresce o número de homossexuais na terceira idade" e por aí adiante. A maioria delas estapafúrdias, sem pé nem cabeça ou de qualquer utilidade prática na vida de quem quer que seja e bancadas por dinheiro público ou por algum magnata desocupado do primeiro mundo que busca deduções no imposto de renda por incentivo à ciência.

    Uma que nunca vi foi a que buscasse explicar por que a saudade dói em lugar indeterminado. E não me venham com aquela velha falácia de que "saudade" é uma palavra só existente em nossa língua. Todas as demais têm palavra equivalente, o resto é invenção de algum poeta ufanista.

    À simples menção do objeto saudoso, passa um trenzinho gelado arranhando cada dormente da coluna cervical, como diria Caetano Veloso, "do cóccix até o pescoço" e de volta ao cóccix. Sente-se um embrulho quadrado na boca do esômago como se não tivéssemos tomado iogurte, mas engolido o potinho inteiro, com tampa e tudo. E uma pontada, não de agulha, mas de instrumento rombudo como uma talhadeira em lugar indeterminado, no mediastino, no átrio direito, no esôfago que se estreita e seca, no diafragma, no duodeno.

    As mulheres não teriam uma noção exata, mas é como uma pancada nos testículos. Quem a recebe sente dor imensa, não localiza, porém, onde dói, se nos próprios, se na altura da bexiga, se no alto das coxas, se no intestino delgado... Bom, também não sei como é a dor de uma porrada nos seios ou a do parto, por isso impossível usá-las como exemplo.

    Assim é a saudade. Tirando-se a alma, não se sabe onde está a dor, mas senti-mo-la.

  • E foi assim ontem à noite. Uma saudade daquelas de amassar o peito como um rolo compressor, do meu pai que não mais verei.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Zope, A Charge On Line


  • Os fundos de emergência que deveriam ser usados para reconstruir New Orleans e ajudar à população atingida pelo furacão Katrina estão sendo desviados. Não é nenhum consolo, apenas a confirmação que não é só aqui no Terceiro Mundo que a corrupção age sem se preocupar se o que está sendo roubado pode salvar vidas. Isso acontece aonde basta haver um ser humano. Triste humanidade...

  • Por falar em corrupção, que dizer que ressuscitaram a SUDAM e a SUDENE... Ai, ai, ai, como os caras-de-pau dão sempre um jeitinho para não perderem o osso. Momento Marquinhos de OGUM: Dentro de um ano surgirá na mídia o primeiro caso de corrupção nesses órgãos.

  • Eu já ouvira falar do documentário Saravah, do francês Pierre Barouh, rodado no Brasil em 1969, mas ainda não tivera a chance de assisti-lo. Assisti hoje.
    Para quem é apaixonado por músicas dos anos 30 a 50, as interpretações teatrais dos cantores e cantoras, as bandas cheias de metais e de músicos bem formados, ver Maria Betânia, Paulinho da Viola, Vinícius de Moraes e mais um monte de gente que faz parte da história da MPB e que anda ofuscada por meteoros como Latino, É o Tchan, o funk, o hip-hop e outras coisinhas tipo fast-music, de digestão e descarte tão rápidos quanto um McSalada, o filme fez um bem danado.
    Barouh era apixonado pela música brasileira e foi um dos muitos responsáveis pela popularização dela na Europa. Filmou os artistas em momentos de descontração e espontaneidade, como era comum na época de "uma câmara na mão e uma idéia na cabeça". A qualidade técnica, óbvio, não é grande coisa, mas como documento, é imperdível.
    A propósito, pela primeira vez vi uma imagem de Baden Powell sorrindo. Jovem e demonstrando o maior prazer no que fazia, é bonito ver o sorriso nos lábios daquele gênio sisudo.

  • Já que pelo menos dois perguntaram ontem, as férias começarão por Natal. Hum, praia, água de coco, lagosta, bundinhas de biquini daqui pra lá, de lá pra cá... Isso se o Cindacta me deixar chegar lá.

  • Tadinho do Colega... Casado há, mais ou menos, 8 meses, teve que separar-se temporariamente da Querida, que teve que ir a São Paulo fazer um curso. Apaixonados, ligam-se duas vezes ao dia, pelo menos.
    Há dois meses distantes um do outro, telefonam de manhã para dizerem o que farão durante o dia e à noite para despedirem-se e contarem o que aconteceu no intervalo.
    Querida é ciumentíssima, sem motivo, diga-se de passagem. Colega é arriado por ela, fiel, bom caráter, trabalhador, ótima pessoa.
    Ontem à noite, ao sair do trabalho, Colega recebeu o convite de Amigo, também bom sujeito, bom pai, companheiro, porém casado há mais de 15 anos, seguro da relação e já por demais conhecido pela esposa, para tomarem uma cervejinha, um bate papo espantarem o cansaço e o calor, que estava terrível.
    Não haviam terminado a primeira garrafa. Colega sentiu saudade da amada. Sacou o celular para ouvir a voz dela e alertá-la que não o encontraria em casa, caso ligasse antes dele. Enquanto conversavam, ele sentado a uma mesa colocada na calçada, passou um grupinho barulhento de garotas, falando alto, dando risadas.
    Hoje, durante o rabalho, o celular de Colega toca. Era Querida, exasperada. Só se ouvia Colega se explicando: "claro que não tinha ninguém lá, meu bem... Estávamos só eu e Amigo, juro por Deus... Foi na rua, amor, não era conosco... Mas, bem, tenho culpa se tinha um monte de gente escandalosa na rua?... Mas, amorzinho, pensa diretinho, eu ia ligar pra você se estivesse aprontando alguma?... Não, bem, você está vendo coisas..." E o pobre coitado repetia e repetia e repetia os mesmos argumentos, mesmo porque não haviam outros, a verdade é simples e pura.
    Querida, provavelmente, não dormira de ontem pra hoje, uma pulga maior que um hipopótamo atrás da orelha e o torturado Colega prometia que de hoje em diante não sairia mais, ficaria em casa assistindo à televisão. Vai suar um bom bocado para convencê-la. O inocente está pagando pelos pecados de tantos cafajestes.

terça-feira, dezembro 05, 2006

J. Marcos, Diário do Aço, MG


  • Atualizados os links. Saíram alguns, aqueles que pararam de escrever, entraram novos. Mais alguns devem vir por aí. Aproveitem, tem muita gente boa.

  • Não saia com ele.com é um site muito engraçado. Bom..., não exatamente engraçado, mas a gente consegue dar boas risadas. Sádico? Machista? Não, não é isso, mas alguns depoimentos são realmente hilariantes. Outros, são chocantes e a gente até imagina o sofrimento daquelas mulheres.

  • Passagem comprada, hotel reservado... Mas essas férias que não chegam!

  • No Japão, primeiro se preocupam em prevenir, corrigir ou minimizar os erros, depois procuram-se os culpados. No Brasil, primeiro aponta-se o dedo duro pra alguém e esbraveja-se "FOI ELE!".
    Eu estava na padaria e encontro a mãe de um dos piores alunos que já tive. Depois de reprovar duas vezes na mesma série e a caminho da terceira reprovação, o Conselho de Classe decidiu promovê-lo, as reprovações não estavam adiantando, talvez na série seguinte, depois de altas horas com as pedagogas e com a psicóloga, ele resolvesse levar a escola com alguma seriedade. Não adiantou. A família, por fim, resolveu mandá-lo para uma escola pública.
    Aos dezessete anos passou a fumar, a beber, a andar com uma turminha nada recomendável. Filho de médico renomado, diretor de hospital e mais algumas funções sociais que não cabe aqui relatar, o garoto aprontava, mas tinha as costas quente.
    Voltemos à padaria.
    A mãe estava conversando com uma amiga comum, minha e dela, também médica. Ao me ver, dispara: "tá vendo, Marcos, você não soube ensinar matemática pro Fulaninho, pois agora eu vou ser avó!"
    Opa! Peralá! Que porra tem a ver minha matemática com a má educação que ele teve em casa? Que porra é essa de que eu "não soube" ensinar ao moleque se uma colega de turma dele ganhou a Olimpíada Brasileira? Que porra tem a ver matemática com gravidez e irresponsabilidade?
    Sem querer criar quizumba, ainda mais num lugar público às seis horas da tarde, padaria cheia, apenas perguntei "o que a matemática tem a ver com isso?"
    E ela "ele não soube usar a 'tabelinha'".
    Ah! Agora, sim, está explicado! Como professor de matemática, devo ensinar a molecadinha a usar tabelinha... Entendi...
    Aproveitei a presença da amiga médica ao lado e devolvi: "Hein, Jaque?, acho que alguém não soube foi ensinar biologia a ele".
    Ué, o garoto é filho de médico.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Loucura, Paul Klee


Na minha cabeça tem alguém
Dentro da minha cabeça
E não sou eu
Nem sei quem é
Como nunca vi quem está na minha cabeça
Mas sei que é um louco
E não sou eu
Nem sei quem é
Mas ele olha a lua
E faz acenos
Em conversa de mudos
Dentro da minha cabeça
Com uma lua e um louco dentro
Que não sou eu
Nem sei quem é
Nem que lua é que está
Toda brilhosa
Dentro da minha cabeça
Que fervilha
Cada vez que o sol também surge
À procura
E com ciúmes da lua
Com o louco
Dentro da minha cabeça
Juntamente com o sol e a lua
Que não sei de que céu vieram
Trazendo um louco que não conheço
Para dentro da minha cabeça.

domingo, dezembro 03, 2006

Jericoaquara


Cinzas dos dias
Chovem sobre o hoje
Que já não conta
Após cada segundo
E o ontem
Nada é.
No fim da linha
Curvilínea do Horizonte
Tem outro horizonte
Onde nada há
Senão uma linha
Sem horizonte
Mas com outra linha
Curvilinha linearmente curva.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Moda


Moda


Quinto filho de onze, pai funcionário público e mãe dona de casa, fui criado dividindo roupas e calçados com os irmãos. Quando dávamos a esticada da puberdade ou as roupas davam a encolhida na lavagem, o irmão seguinte as herdava.

Raras eram as compras em lojas. A mãe, formada em prendas do lar, as fazia em sua própria máquina. Minha irmã, no privilégio de ser a única no meio de tantos marmanjos, recebia as mais bem confeccionadas e ficava linda.

Aos treze, quatorze anos, idade em que a auto-estima comanda as vontades, chegava a sentir inveja das roupas da moda dos amigos, das camisetas transadas (nunca entendi porque transa se escreve com "s" e não com "z"), enquanto eu vestia as camisas de algodão com cinco botões feitas pela dona Luci, a prendada.

Um dia minha mãe pegou o macete para nos deixar mais confiantes. Comprava tecidos numa loja e no armarinho vizinho comprava etiquetas de marcas famosas. Dona Luci era uma pirata das confecções. Aliás, foram anos de prática. Há muito ela copiava os modelos dos vestidos que faria para minha irmã, fosse de revistas, vitrines ou novelas.

Duas coisas nunca faltaram em nossa casa: comida e livros, talvez as coisas mais importantes na vida de uma pessoa. A leitura nos despertava o senso crítico nos fazia questionar antes de aceitar, mastigar bem antes de engolir. Nos fez ver que somos únicos, que temos nossas próprias vontades, gostos, carências e a respeitar os alheios.

Isso me fez abominar a formação em massa de pensamentos e formas, desprezando-se o conteúdo. A moda iguala, muitas vezes nivela por baixo.

Você não é magro, TEM que ser magro!
Você não é bonito, TEM que ser bonito!
Você não precisa ir à Disney, TEM que ir à dDisney!
Você não precisa gostar de Almodóvar, TEM que endeusá-lo!
Você não precisa usar uma calça que mostre a calcinha, TEM que mostrar a calcinha!
Você tem cabelos ondulados, mas TEM que alisá-los, mesmo que isso negue suas origens.
Você não tem amigos, não faz negócios, não viaja, mas TEM que ter um celular, de preferência o último modelo com GPS e "mp3 player", mesmo que não tenha computador.
Você não sabe falar uma palavra em inglês, mas TEM que gostar de Britney Sprears.
Você é interiorano, gosta de moda de viola, bolo de fubá, galinha caipira com angu, suco de graviola comprada na feira, quermesse na igreja, tomar banho de rio, passar o dia na roça montando a cavalo, mas TEM que negar tudo isso e trocar pela piscina do clube, domingo no shopping, selfisevis a quilo e maquidonals.

Os sujeitinhos civilizados são emprenhados pelos ouvidos, compram tudo o que mandam e depois falam mal do Natal. Se bem que falar mal do Natal é moda.





A Magui me convidou a participar desse post coletivo proposto pela Valerie. Como gostei do tema, estou aqui. Tem muita gente falando melhor que eu, visite-a.

quinta-feira, novembro 30, 2006

A Fuga


A Fuga


Ariovaldo não agüentara as pressões sucessivas no dia-a-dia vindo de todos os lados e ainda por cima. Cobranças no trabalho, em casa e até dos amigos, de quem esperava apoio e fortaleza.

Partiria para o mundo, apenas a identidade e alguns trocados no bolso da calça, uma muda de roupas no saco de estopas que usaria à guiza de sacola e pernas na estrada. Por precaução, jogou um pacote de biscoitos e uma garrafa de água mineral junto com a camisa e a calça.

O sol de derreter chumbo ardia o crânio e dentro não o desanimaria. O cimento das calçadas irradiava o calor pelo solado do tênis, mas não evitaria que seguisse seu rumo rumo à liberdade, à leveza de viver, para longe de tantos problemas que o cercavam e não prometiam diminuir caso se mantivesse estático, amarrado, sem tomar uma atitude.

A dobrar a primeira esquina um frio subiu-lhe pela espinha, quase fanzendo-o travar o passo, mas não cederia, enfrentaria o carrasco que se aproximava.

- Aonde o senhor pensa que vai?

Silêncio como resposta e o olhar desafiador.

- Vamos pra casa, meu filho. Primeiro vai fazer o dever de casa, depois está liberado para jogar bola com os amiguinhos, tá bom?

Droga! Mais uma vez vencido pelo inimigo. Queria ver se seu pai continuaria mandando assim quando ele fizesse dez anos, só queria ver...

terça-feira, novembro 28, 2006

Ventanas


Pela Janela


Ainda pequenininha descobriu a janela. Na pontinha dos pés, braços apoiados no peitoril, punha-se a observar a rua. Na verdade, apenas um arremedo de rua, apenas um caminho tortuoso cercado por mato, casas esparsas, uma ou outra com uma cerquinha de madeira crua. Passavam vacas e cachorros e, de vez em quando, gente a pé. Para onde ia aquela gente? Raramente as via voltar. A mulher gorda passava com sua sacola de feira carregada de cheiro verde, sempre na mesma direção; o leiteiro com sua burrinha carregando os dois latões na ilharga, todas as manhãs; o velhinho de chapéu de palha de abas largas e a enxada no ombro, só ia, todos os dias; seu próprio pai que chegava à tardinha nunca saía. Dia após dias, os mesmos personagens.

Certa manhã percebeu que não precisava mais ficar na posição incômda e cansativa da ponta dos pés. Com as palmas plantadas no chão a vigília era mais agradável e demorada.

Viu as carroças chegarem com pedras, tijolos e areia. Na manhã seguinte os homens e suas ferramentas que cavavam linhas retas entrecruzadas, colocavam pedras e argamassa nessas valas, erguiam as paredes. Ela via a gestação e o parto das casas vizinhas, os novos moradores que chegavam aos poucos com suas muitas ou poucas tralhas, o que dizia se eram pobres ou muito pobres.

No primeiro de setembro a mulher gorda da sacola com verduras deixou de passar e a menina conheceu a saudade. As vacas tornaram-se mais escassas, as crianças mais abundantes e quando ambos se encontravam as crianças mostravam seu lado impiedoso atirando pedras e paus nos animais que debandavam na carreira que suas gorduras permitiam. Conhecera a imbecilidade racional.

De não sabia onde, no fim de uma tarde fria surgira um automóvel que passara rápido e barulhento levantando poeira. Com o susto que levara mal percebera que o monstro ruidoso era azul empoeirado. Depois deste outros apareceram, a cada semana com maior freqüência e as carroças lentas e silenciosas com seus cavalinhos simpáticos rareavam.

Amanhecia e ela ia para a janela enquanto as crianças iam para a rua. Brincavam de pega-esconde, amarelinha, bola, trepavam nas árvores menos a cada Mês, faziam algazarra entre gritos, risadas e ,às vezes, choro. No fim do dia voltavam para seus ninhos sujas, cansadas e felizes.

Viu uma delas sair de casa deitada num caixão branco, cercada de flores, de vestidinho branco, quatro homens a carregando, as mulheres atrás, véus cobrindo seus rostos que choravam enquanto cantavam um hino triste e compassado, entre elas sua própria mãe. Nenhuma criança. Elas espiavam o cortejo por trás de suas próprias janelas À noite a ouviria falar ao marido que precisavam vaciná-la contra sarampo.

Chegaram os caminhões carregando pedras, milhões delas, todas do mesmo tamanho e formato, outros carregando homens e ferramentas. Era uma barulheira animada que depois de algum tempo dava sono dada a repetição. Como vieram, partiram. Deixaram as pedras arrumadinhas sobre a rua, escondendo a terra, fazendo desenho igual ao dos tacos em que ela pisava.

Na semana seguinte vieram outros caminhões com mais homens e postes e fios. Enterravam os postes interligando-os com os fios, puseram lâmpadas enormes nos postes, puxaram fios até as casas e se foram. A partir daísuas tardes ficaram mais longas, gostava de ver as janelas acendendo quando o sol se apagava, uma a uma, aos pouquinhos.

Chegaram as televisões e as crianças sumiram das ruas. Não havia mais pega-esconde, baleado, bola... A gurizada foi substituída por automóveis, as cercas por muros, as janelas por grades, as árvores por postes, as estrelas por lâmpadas.

A vizinhança estranhou. Naquela manhã a janela da mulher triste não se abrira.

segunda-feira, novembro 27, 2006

A gramática portuguesa tem mais excessões que regras. Cientificamente, isso faz dela uma excessão.


Benett, Diário dos Campos, PR


  • Só um lembrete: o livro dos blogueiros continua à venda. Interessados, procurem a Loba Euza.

  • Diquinhas para os turistas que visitarão o Rio:
    1. Se vêm de muito longe, viagem de avião só até Vitória ou uma cidade mais perto, depois sigam de ônibus. Desembarcar no Galeão faz de vocês grupo de risco;
    2. Deixem as camisas havaianas, os tênis com meia com que pretendiam ir à praia em casa. Tentem passar desapercebidos, como um nativo. Tênis na praia é sinônimo de cartões de crédito, celulares, máquinas digitais e, quem sabe, dólares fáceis para os ratos de praia;
    3. Nada de perguntar como se chega ao Bondinho do Pão de Açúcar, ou ao Copacabana Palace, a não ser para o dono do Hotel em que estiverem hospedados. E mesmo assim se tiver seguro de que o cara é confiável. Se até a polícia tem gang para assaltar turistas, como confiar num paisano qualquer?
    4. Pochete? Além de brega, apetrecho feio à beça, é chamariz para assaltante;
    5. Puxe o "s". Pode até ser que não cole, se vocês tiverem praticado pouco, mas não custa nada tentar;
    6. Em último caso, entreguem tudo, não reajam, não peçam para o CB, sangue bom, deixar os documentos. Eles não gostam nem da mãe, imagina se vão atender aos seus apelos.

  • Nunca mais tinha falado de política por aqui, né? Mas essa novela do PMDB com Lula, a tal ponto que não sabemos mais quem foi eleito para presidir o país, vai fazer um dos dois lados se arrepender. Algo me diz que não serão aqueles do partido dos gabirus.

  • Quer dizer que as contas de campanha de Geraldo Alckmin não fecham? Ganharam um doce todos aqueles que disseram que eram todos iguais.

  • Quem me conhece há algum tempo já percebeu que sou um sujeito bem humorado, mas altamente irritadiço. E uma das coisas que me irritam profundamente é "babyrose". Não sabe o que é a "babyrose"? É uma doença também conhecida como "Sindrome de Baby", uma referência àquele personagem da Família Dinossauro, o Baby. Fácil perceber quem sofre do mal. O doente exige ser amado, até mesmo por quem nem conhece. É uma carência afetiva implacável! O acometido pelo mal não fala exatamente o mesmo bordão do personagem da série - "tem que me amar! Tem que me amar!" - mas o comportamente grita isso a todo momento.

  • Cultura inútil e desocupação quando se juntam geram coisas como o chinês que recitou, de cor, 67.890 decimais do número pi. Pra que serve isso, sabedeus. Eu, bom de matemática e professor da matéria, confesso que só sei de cor as seis primeira casas decimais e raramente uso três.

domingo, novembro 26, 2006

- Joãozinho, qual o masculino de sadia?
- Perdigão.


Fred, Correio da Paraiba


  • É comum os estudantes dizerem que História é uma matéria "decorativa", os mais íntimos falam "decoreba". Os professores da disciplina se rebelam, com toda a razão, sobre isso. Agora, convenhamos, enquanto História for ensinada de uma maneira tecnicista vai ser difícil conquistar o alunado, sem falar dos livros, na sua maioria sem qualquer atrativo para adolescentes e crianças. Será que os autores não perceberam que nessas faixas etárias gosta-se de tramas, conflitos, contos com reviravoltas e mistério? Por que, então, não se conta a História como se contassem uma estória?

  • Conversa entre duas amigas que escutei hoje de manhã:
    - Marilda, o que faz um promotor?
    - Promotor de Justiça?
    - É.
    - Ele representa o povo em ações cíveis, criminais, comerciais... No Judiciário, pelo menos segundo a Constituição, ele defende a sociedade quando alguma lei é violada.
    - Nossa! Então ele é um sujeito importante.
    - Ô!
    - E quanto ganha um promotor?
    - Assim, por baixo, eu diria uns 8 mil.
    - Jura?
    - É, por aí.
    - Burra! Burra! Burra! Idiota!
    - Oxe! Que foi?
    - Um promotor ontem ficou me cercando, me cantando, pediu meu telefone e eu não dei. Burra! Anta!
    - Ué, mas os promotores daqui, pelo que eu sei, são todos casados. Você fez bem em dispensar o traste.
    - Ele disse que é solteiro. Acho que vou ligar pra ele. Me deu um cartão e me convidou pra festa que ele vai promover.
    - Hã!?
    - É. Ó aqui o cartão dele.
    - Marânia, você é burra mesmo.
    - Que foi? Que foi?
    - Esse sujeito é promotor de eventos, não de justiça, bitolada!
    - E promotor de eventos ganha bem?
    - Deus ajuda as criancinhas, os bêbados e os mentecaptos.... Promotor de eventos só ganha dinheiro quando dá calote nos outros. Fique longe dele que você ganha mais.

  • Há uma semana eu estava tentando colocar isso aqui, mas sempre me esquecia. O Fantástico da semana passada abriu com uma repotagem sobre a modelo que se matara de anorexia, suicídio por insanidade. Logo depois vem a matéria do esquelético Dráuzio Varela pregando que você "tem que ser magro". Uma no cravo, outra na ferradura.

sexta-feira, novembro 24, 2006

Se não pode vencê-los, não capitule, não junte-se a eles.


Cotoco, Hemetério


Tipinhos


Reclama do tempo por mania.
Se chove, xinga São Pedro;
Se há sol, maldiz o dia.

Rejeita a comida por birra.
Se é sopa, empurra o prato;
Se é pastel, prefere esfirra.

Se o dia é claro, fecha a vista;
Na noite escura abre os olhos.
Odeia o adorado, não gosta da benquista.

Dorme cedo porque quer.
Não trabalha, não estuda,
Não é rico nem esmoler.

Mas de tudo sabe tudo,
Em cada coisa é doutor.
Diz-se sábio, não sortudo.

Nada satisfaz o tipo
Sejam coisas ou idéias.
Ao encontrá-lo, constipo.

Desses estamos cheios
Como intelectuais letrados.
Não lhes falo, não proseio.

quinta-feira, novembro 23, 2006

Miséria


À procura de nós mesmos
nos sertões, na caatinga,
nos pampas e nas florestas
cortamos os dias e as ruas
sem saber quem somos.
Sem identidade,
sem dinheiro,
sem saúde,
com a boca faltando dentes
e sem pão para mastigar
choramos falando pátria
crendo nos que nos mentem,
entendendo o que não dizem
sem saber o que virá,
mas na certeza medonha
que melhor poderia ser.
À procura de nós mesmos
perdemos nossos rastros
na poeira que a vida deixa.
Nos confundimos
tropeçando no passado
sem saber o que virá.

terça-feira, novembro 21, 2006

Sinfrônio, Diário do Nordeste, CE


  • Certa vez, na intenção de uma ofensa, me acusaram de prolixo. Estoicamente respondi "anrã!".

  • Meu amigo imaginário da infância cresceu, tornou-se adulto e me apresentou um pessoal porreta.

  • Cansado, atribulado e sem criatividade. Quem sabe amanhã?

  • O pessoal que está interessado no livro dos blogueiros, entre em contato com Euza. Recomendo.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Não sei o que é feminismo. Mas, se for coisa boa, concordo e assino em baixo.
(Dario - Dadá Maravilha)

Jannotti, Jornal de Hoje, PR


  • Negar a grandeza do ato de Oscar Niemeyer me faz lembrar, mais uma vez, Tom Jobim, que disse: "No Brasil, sucesso é ofensa pessoal". Pena...

  • A Euza coordenou a edição de um livro de blogueiros. São 69 textos, prosa e poesia, um de cada autor. Baratinho, vale a pena comprar. Já recebi o meu, mas ainda não tive tempo de lê-lo, o farei com calma no próximo final de semana. Se é de seu interesse, entre em contato com ela. Confesso que senti uma invejazinha, daquelas saudáveis, por não ter participado desse projeto. Meus parabéns aos que estão lá e que visitarei, um a um assim que Cronos deixar.

  • Lembram daquele boato internético do rapaz que acordou numa banheira de motel, submerso em gelo e sem os rins? Calma, isso não aconteceu de verdade, mas sujou para um estudante chinês. O pobre e ingênuo rapaz foi detido por espalhar o mesmo boato em seu país. Como babaquice viaja mais rápido e vai mais longe que coisa boa, o rapaz havia adaptado a história para seu país. Lá, espalhar boatos via internet é crime. Essa moda não corre o risco de pegar por aqui, afinal quem mais dissemina mentiras são justamente os que fazem as leis.

  • Os partidos anões, reprovados na Cláusula de Barreira, já começaram a se unir. Está sendo formada a Mobilização Democrática pelo PPS, PHS e PMN. Os anões estão tentando se aglutinar para ver se formam algo de médio porte.

  • O diretor do Programa de Estudos Brasileiros, da Universidade de Harvard, Kenneth Maxwell, disse o "o Brasil precisa de um partido conservador". Sinto discordar de tão importante doutor, mas acho que o Brasil precisa de um partido progressista, não no sentido bicho-grilo, mas que veja o desenvolvimento como imprescindível não só para os grandes empresários, banqueiros e capitães de empresas, mas também para o cidadão comum que precisa de emprego, saúde, moradia, transporte e educação de qualidade e não esses serviços meia-boca que a gente encontra em todo canto. De partidos conservadores, que não mostram quase nada de novo e inovador, estamos até a tampa.

sábado, novembro 18, 2006

É claro que uma relação platônica é possível mas só entre marido e mulher.
(Anônimo)


Dálcio, Correio Popular, SP


  • Seria engraçada se não fosse trágica a constatação de Tony Blair: "A violência no Iraque tem sido um desastre".
    Se fosse um pouco mais atento, teria prcebido que a invasão estadunidense com o apoio da Inglaterra e de vários outros parceiros, foi um desastre.
    Que camuflar os motivos como busca por armas de destruição em massa, que não existiam, foi um desastre.
    Invadir um país com rapazes quase adolescentes, despreparados em grande parte e que nada conheciam sobre o país, seu povo e sua cultura, foi um desastre.
    Esquecer a diplomacia e partir diretamente para a violência, foi um desastre.
    Virar as costas para as convenções internacionais de guerra e de direitos humanos e ainda tentar achar razões para isso, foi um desastre.
    Não retirar as tropas depois da queda de Hussein e dar suporte humanitário para o povo, foi um desastre.
    Tentar impor os costumes ocidentais num país sete mil anos mais velho que seu próprio, foi um desastre.
    Mentir para o seu próprio eleitor, tirar dinheiro que poderia ser usado de forma muito mais útil e enviar para manter uma guerra sem qualquer planejamento, foi um desastre.
    Seguir Bush em seus devaneios megalômanos, esquecendo-se que é um parceiro e não um empregado dos Estados Unidos, foi um desastre.

  • Asiim como boa parte do povão, eu era curioso sobre a briga do Dado Dolabella e do João Gordo. Imaginava que tinha sido apenas uma pendengazinha promocional, uma vez que o babaquinha zona-sul havia acabado de lançar seu disco. Mas nessa semana a MTV liberou o vídeo e mostrou que a coisa poderia ter sido grave, os dois idiotas armados de armas brancas e desarmados de idéias e bom senso.

  • Num dia os jornais anunciam o assassinato do casal de velhinhos em São Paulo e lança suspeitas sobre o filho, também ferido e que alegava assalto. Um delegadozinho despreparado e querendo ibope fala à imprensa, que, como sempre ou quase sempre, não checa as informações, e afirma que não havia pistas de arrombamento e nem de fuga do invasor, o filho era suspeito. No dia seguinte a casa da família vitimada temseus muros pichados com agressões ao homem órfão e, muito provavelmente, abalado com a violência sofida. Aí a perícia policial mostra rastros de sange no muro e afirma que o rapaz também era vítima e não algoz. Nessas 24 horas ele poderia ser hostilizado fisicamente por vizinhos, populares e mentecaptos. E ainda tem gente que faz de tudo para aparecer nos jornais...

  • Um juiz determinou que o estado tem que fornecer remédio para uma pessoa que sofre de esquizofrenia. Esse é o Brasil. Para quem não tem condições financeiras para adquirir seus medicamentos, é necessário apelar para a Justiça para ser socorrido. Essa pessoa conseguiu, mas quantas outras não têm coragem, meios ou conhecimentos para fazer isso? Deveria ser constitucional o direito de cada cidadão a remédios fossem para que males fossem sem necessidade de apelar para o Judiciário.

  • O arquiteto Oscar Niemeyer a cadadia ganha mais minha admiração. às vésperas de completar 99 anos, convalescendo-se num leito de hospital depois de ter sofrido uma queda e quebrado a bacia, rsolveu casar-se com sua secretária, Vera Lúcia Cabreira, de 60 anos. Não há romance, apenas a intenção do arquiteto de deixar algum onforto material para a amiga. Pensou em colocá-la em seu testamento, mas foi orientado pelos seus advogados que o testamento poderia ser contestado judicialmente devido à idade avançada de Niemeyer. Ou seja, para alei, velho significa caduco, incapaz mental. Aocontrário do que possamos imaginar, Niemeyer não é nenhum milonário. Comunista por idealismo, viveu sempre como comunista, levando uma vida confortável, mas simples. A despeito de sua fama mundial e de seus projetos em dezenas de países e inúmeras cidades no Brasil, ele sempre procurou ajudar aqueles de seu círculo íntimo. Por exemplo, numa favela do Rio projetou e construiu a casa do seu motorista; para diversas cidades projetou monumentos, prédios, museus, panteões gratuitamente, sensibilizado apenas pelo ideal que movia tais projetos.
    Grato à secretária e amiga Vera Lúcia, casou-se anteontem com ela no regime de separação total de bens, mas fazendo dela uma de suas herdeiras. É mesmo um sujeito porreta!

quinta-feira, novembro 16, 2006

Divórcio é aquela situação em que fulano(a) paga a beltrano(a) para que ambos não durmam juntos.


Duke, Super Notícias, MG


  • Deixaram a China entrar na OMC e Lula disse que era um país de economia de mercado. Nos aproximamos deles e eles fizeram um negócio da China conosco: exportam produtos baratinhos e compram só um pouquinho de trecos da gente. Agora Bush dá uma de bom moço com Putin e deve aceitar a Rússia como novo membro na Organização Mundial do Comércio. Logo a Rússia que vive uma economia comandada por máfias e cartéis e um governo com todos os ranços autoritários dos comunistas que por lá passaram. Sessão Marquinhos de Ogum: breve, muito breve, a economia mundial passará por mais um solavanco do tipo "efeito tequila" ou "efeito tango". Talvez venha o "efeito vodka" ou efeito "saquê" (a economia do Japão está praticamente estagnada já há alguns anos). Segurem suas poupanças. As cadernetas de também.

  • Vaidade, magreza, operações de redução de estômago, dietas malucas, ditadura da moda e da balança, anorexia... Morte. Só vira notícia quando é uma famosa, mas centenas de garotas brasileiras estão sofrendo disso e as famílias estão despreparadas para conviverem com o problema. Abram os olhos, magrelas e pais de magrelas!

  • Como os leitores mais antigos já sabem, faço parte do Corpo de Jurados. Passadas as eleições e o ex-prefeito daqui, acusado de mandante do assassinato de um radialista em 1997, rompido com a Dinastia Malvadeza que manda no estado há3 décadas, tem o processo contra si reaberto e deverá ser levado a júri popular. Putz! Será que serei sorteado quando isso acontecer? Nenhum medo, mas já imagino a pressão que sofrerão os jurados.

  • Segunda-feira próxima, dia 20, será o Dia da Consciência Negra. Em todo o país, 229 municípios decretaram feriado, inclusive Rio de Janeiro e São Paulo. Isso está gerando uma enxurrada de ações na Justiça. Hámuita gente que vê nesse medida oficial uma discriminação paternalista, o que não deixa de ser verdade. As tais políticas afirmativas às vezes perdem a mão e exageram. Respeito à vida dura que tiveram os escravos, às dificuldades que passam muitos de seus decendentes (não vou dizer todos porque seria uma imbecilidade generalista, coisa que abomino), necessidade de fazer a população geral tomar conhecimento do quanto os negros sofreram e sofrem no Brasil, são medidas necessárias e uma dívida que o país tem com os negros, mas daí a decretar feriado, é uma mãozinha para que os brancos exijam o Dia da Consciência Branca, nada mais justo, uma vez que a Constituição prega a igualdade de cores. Pior é despertar o ódio dos imbecis racistas. Quem, porém, teria a coragem de desfazer e decretar o fim desse feriado? Mais uma vez só se coloca o cadeado depois da porta arrombada.

  • Diquinha para quem vai viajar de avião. Procure comprar bilhetes para viagens que não façam escalas em São Paulo. Nada contra São Paulo, antes que alguém veja fantasmas por aqui, mas eu explico.
    Uma vez, por exemplo, saí de Belém para vir a Salvador. Seria um vôo curto se viesse direto, mas havia uma escala em São Paulo. Geograficamente, parece um absurdo. Um aumento de três mil quilômetros, aproximadamente, e mais algumas horas. Como esse meu vôo existem vários outros, como Manaus-Fortaleza, Recife-Porto Seguro e por aí vai.
    Hoje um controlador de vôo previu que a próxima crise acontecerá em São Paulo, caso algo urgente não seja feito, daí minha sugestão. Se sua viagem não tem necessidade de fazer escala em São Paulo, melhor evitar esse tipo de conexão. Pode diminuir bastante suas dores de cabeça.

  • Passaram as eleições e os governos já estão mostrando as manguinhas, a começar pelo Lembo. Tendo novas eleições em 2008, ele aposta na falta de memória do eleitor e já decretou aumento nas passagens urbanas. Seráque o povão vai mesmo esquecer? E não é só em São Paulo, não. Coisas assim estão acontecendo em vários lugares. De olhos neles, amarelos e amarelas.

terça-feira, novembro 14, 2006

"O homem casado que não transar com as amigas da mulher vai transar com quem?"
(Eduardo Mascarenhas)


Cláudio, Agora São Paulo, SP


  • Quer dizer que estão estudando duas maneiras de reduzir a CPMF? Sei... Será aprovada a que der uma redução menor nessa "contribuição" que deveria ser "provisória" e virou permanente, ou seja, virou imposto. Que deveria ser destinada à saúde e ninguém tem a mínima idéia de para onde está indo. Mais um engodo para cima de nós pobres palhaços contribuintes.

  • Está lá no jornalzinho católico que li hoje, a manchete "Evangelização depende do dízimo". Pois então, vejamos: Jesus Cristo deveria ter ganhado uma moedinha para cada alma salva; Jesus Cristo não expulsou os vendilhões do templo a chicotadas; quem não paga, não tem o direito a ouvir a "palavra do Senhor"... E ainda tem gente que acha que o Natal transformou-se numa festa capitalista.

  • Depois de muito barulho, Eduardo Azeredo, autor da projeto de lei que exige que o internauta se identifique com RG, CPF, endereço, carteirinha de vacina e teste do pezinho, retirado essa semana da pauta de votações, admite rever esse artigo. Como previsto, estão fazendo uma emenda no projeto, que deverá voltar beve à pauta. Que, pelo menos, venha melhorado. Os crimes na internet devem ser combatidos, leis específicas devem ser criadas, mas, na visão desse leigo, não podemos todos sermos presumivelmente suspeitos porque uma minoria está fazendo sacanagens na web.

  • A imprensa fala da operação padrão dos controladores de vôo como se fosse uma coisa ruim. A meu ver, não o é. Se há uma exigência legal de um intervalo de tempo maior entre a decolagem e a aterrisagem de aviões, não obedecer essa lei é, portanto, ilegal. Se a lei existe é para a maior segurança de todos, portanto, não cumpri-la é colocar em risco a vida de passageiros e tripulantes. O que deve ser feito é alterar os horários de vôos por parte das autoridades controladoras da aviação civil e das companhias aéreas.
    Sou a favor de qualquer operação padrão, isso não significa operação tartaruga, muito praticada pelas aduanas, por exemplo, quando querem fazer pressão para conseguirem aumento de salário. Se há um padrão e é determinação legal, que deva ser cumprido e pronto, o resto é "jeitinho brasileiro".

segunda-feira, novembro 13, 2006

Não compre artigo de "tamanho único. Isso que dizer "não serve em ninguém".


Mariosan, O Popular, GO


  • Aí eu vejo na televisão a pseudomédica fazendo propaganda do iogurte que promete regularizar o intestino ( ou seriam intestinos?): "a maioria das minhas clientes reclamam...". Se tal bordoada na gramática fosse proferida por um eu ou você, um feirante, ou o presidente da república diplomado em encanador, os intelectualóides diriam que é falta de cultura, de leitura, de educação e blá-blá-blá, mas como foi praticada por uma impoluta e bonitinha doutora médica, branca em seu jaleco imaculado, ninguém percebe. E ondes estavam o diretor, os produtores, os contratantes? Divulgar o português correto também é responsabilidade social e talvez mais importante que o tal cremezino de cocô de bactérias milagroso.

  • Parodiando Tom Jobim, o Brasil definitivamente é um país muito estranho onde as putas se apaixonam pelo cliente, os traficantes cheiram, a polícia rouba, os políticos não representam seus eleitores e o presidente não sabe de nada.

  • Já nas bancas o número 2 da revista "piauí", tão bom quanto o número 1. Volto a recomendar para quem gosta de boas letras.

  • Entro na loja para comprar o novo disco do Caetano Veloso (rodando agora na radiola eletrônica - será po isso que as eletrolas tinham esse nome?) e o vendedor me pergunta a queima roupa:
    - Sabe por que o Caetano se separou da Paula Lavigne?
    Eu, estampando minha cara de ignorante inculto que não lâ Caras:
    - Não.
    - Porque o pau dela é maior que o dele.

  • As bruxas devem estar dando risadas da modernidade. Não precisam entrar em filas de espera de aeroportos para voar.

  • Caiu o Gushiken! Em compensação, lá vem os abutres do PMDB. Ai que saudade do Stanislaw Ponte Preta...

  • Por falar em Stanislaw Ponte Preta, alguém gostaria de me presentear com o FEBEAPÁ? Aquele que tem os três volumes juntos, por favor.

  • Aí eu vejo a senhora venezuelana no telejornal: "prefiro o presidente Lula a Chavez...". Não sabia que a coisa era tão feia assim lá na Venezuela, não. Coitados...

  • Meu segundo irmão era apaixonado pelas músicas de Cat Stevens. O cantor acaba de lançar um disco, depois de 30 anos. Se não for de hinos religiosos, vou comprar. De tanto ouvir meu irmão ouvindo, também passei a gostar.

sexta-feira, novembro 10, 2006

"Stress é o espaço de tempo entre uma pescaria e outra."
(Pára-choque de caminhão
)


<
a href="http://www.chargeonline.com.br">Pelicano, O Dia, SP


  • Interessante como certas coisas aparentemente insignificantes ficam tatuadas na memória da gente com suas nuances, cores, cheiros... Do nada me veio agora uma noite insone. Eu devia ter uns 15, 16 anos. Sem conseguir dormir, fui até a sala, liguei o aparelho de som, coloquei o head-phone para não acordar a família que ronronava pelos três quartos e sintonizeii numa rádio FM. Estava tocando "Ele me deu um beijo na boca", de Caetano Veloso, do disco "Cores & Nomes". Ainda não havia ouvido aquela música de letra quilométrica e psicodélica moderna. Uma poesia modernista interessantíssima. Me apaixonei por ela e há anos não a ouço. Acho que vou dar uma catada por aqui para tentar encontrá-la.

  • Essa já tem alguns dias, mas eu havia me esquecido de colocar aqui. Sabe aqueles policiais que atiraram no eletricista Jean Carlos no metrô de Londres e que foram inocentados pela justiça da Inglaterra? Pois então. Um deles voltou a matar um suspeito. Viram, crianças, não é só no Brasil, não... Tão pensando o que? Nossa PM já está sendo imitada pela impoluta Scotland Yard. Isso é que é prestígio internacional!

  • Cento e cinqüenta mil é o número de mortos no Iraque desde a invasão estadunidense! Dois mil e uns trocados é a cota de soldados ianques. Ah! Só para lembrar, Bush enviou as tropas para lá para aumentar a segurança. Sei... Petróleo e armas mudaram de nome.

  • A operadora de telefonia celular estadunidense Helio, fechou um acordo com o Google que vai permitir que um usuário localize amigos e contatos de sua lista por um mapa exibido na tela do seu aparelho. Será que o nome do livro do Orwell era mesmo "1984"? Por um acaso não seria "Google"? Se essa moda se espalha, quero ver marido esconder celular de esposa a cada escapadela. Aliás, não será muito difícil ver esposas entrarem na piscina "por acidente" com o celular do marido no biquini.

  • Hu! Hu! Hu! A maré anda brava pro beócio do Bush. O cara não consegue vencer eleição nem na Nicarágua. Esquecendo que essa nova onda populista que invade a América Latina é um tremendo retrocesso histórico, dá uma sensaçãozinha boa ver os interesses do Senhor das Guerras serem frustrados...

  • Opa! Um sobrinho de Denise Frossard, a ex-juíza, ex-deputada e ex-candidata ao governo do Rio, Paulo César Frossard Gomes, de 36 anos, foi preso hoje ao tentar abrir uma conta bancária com documentos falsos. Será que sairá nos jornais? Será que o sujeito vai ficar em cana? Claro que não...

  • Eutanásia? Assim como em relação ao aborto, não sou contra nem a favor, mas se fosse comigo, podem desligar os aparelhos sem medo de que minha alma volte para assombrar. Pois a Justiça autorizou os médicos, não a desligarem os aparelhos, mas a deixarem de alimentar o doente. Nem o juiz, nem a imprensa está falando em eutanásia, mas se isso não é eutanásia, o que é então?

quinta-feira, novembro 09, 2006

"Quem espera por sapatos de defunto, toda a vida anda descalço."
(Adágio popular)


Aroeira, O Dia, RJ


  • O governo oferece R$ 375,00; as centrais sindicais pedem R$ 420,00; daqui a pouco a oposição virá com uns R$ 560,00. Começou a lenga-lenga anual sobre o reajuste do salário mínimo. O trabalhador? Esse que fique quietinho em seu canto e espere os tubarões decidirem.

  • Saiu nos jornais hoje: "Bush diz que aceita idéias e propostas sobre o Iraque". Depois de mais de cinco anos fazendo besteiras no Oriente Médio e no resto do mundo, o beócio agora vem com essa. Qual a estratégia embutida nisso? Simples. Derrotado nas eleições legislativas, os republicanos desejam empurrar para a oposição parte da responsabilidade do que ocorrer na invasão que patrocinaram. Daqui a dois anos tem eleição presidencial, o que permite que o governo atual faça o povão esquecer os infindáveis tiros no pé imputando a culpa do que ocorrer daqui para a frente na oposição. Se bem que, sejamos lúcidos, os democratas deram apoio à invasão no calor dos atentados de 11 de setembro. Não tem santo nessa história.

  • Epa! 75% das casas brasileiras têm rede de saneamento básico? De onde os pesquisadores tiraram esses números? Ou foi nas capitais ou se confundiram com os relatórios e copiaram algum de um país europeu ou tem muita maquiagem nos números do governo. No Brasil que conheço não tem disso, não.

  • Quer dizer que a Polícia Federal andou escarafunchando os telefones da Folha de São Paulo? E com aquiescência de um juiz e tudo o mais? Voltamos a viver num estado de polícia? Tudo bem que a Folha é tucana desde o nascedouro, mas daí a se fazer esse tipo de polícia ideológica, vai uma distância inaceitável enorme. Atitudes completamente anti-democráticas como essa colocam em perigo muito mais que o simples direito de opinião do cidadão brasileiro. Se houvesse lei nesse país para os ricos e/ou poderosos, eu gostaria muito de ver os autores dessa sandice atrás das grades, mas estamos no Brasil, né? Fazer o que?

  • Oprah Winfrey, a milionária apresentadora estadunidense, apresentará em seu programa, dia 20 de novembro, uma reportagem sobre mães de diversos países. A mãe brasileira é a do apresentador Márcio Garcia. O galã será apresentado no programa como o Brad Pitt brasileiro. Esse nosso colonialismo nos faz bater palmas. Tem gente toda feliz com a comparação, a começar pelas revistas de fofocas, mas, se tivessem um pouco de amor-próprio, se sentiriam dimuídos. Por que Brad Pitt não pode ser chamado de o Márcio Garcia estadunidense? Pior, o que um tem a ver com o outro? Não existe nenhum paralelo aceitável entre as carreiras dos dois. Apenas são ambos bonitos e atores (o Garcia ainda é?), além de terem uma boa conta bancária (embora os valores devem ser completamente discrepantes).

  • Por falar nisso, já perceberam a megalomania dos estadunidenses quando eles querem elogiar alguma coisa deles? Sempre falam "melhor do mundo", "maior do mundo" e coisas assim. Os caras não conhecem o mundo, mas, seja lá o que eles têm, sempre é o "blá-blá-blá do mundo". Se algum dia alguém resolver fazer feijoada por lá, será a "melhor feijoada do mundo".

  • Como em quase todo o mundo, em Jerusalém também proibiram a Parada do Orgulho Gay. Talvez, como em quase todo o mundo, depois da segunda ou terceira edição, a Parada se torne corriqueira. Uma coisa eu admiro nos gays, eles são persistentes, organizados e não se deixam abater pelos contrários. Estão tomando conta do mundo e levando a sério aquilo que eles repetem desde os anos 70: "o mundo é gay". As mulheres continuam em sua luta por direitos e oportunidades iguais e os gays já chegam arrombando a porta. Muito interessante essa nova revolução sexual que está acontecendo. Você pode até discriminar os homossexuais, mas não pode negar que a coisa é divertida, além de muito colorida.

  • Diz Stephen King, o maior nome do terror mundial: "a única coisa de que tenho pavor é George Bush". Se o cara que vive assustando todo mundo fala isso, o que posso pensar?

  • Depois de ser insistentemente criticado por sua empáfia, falta de humildade e salto alto, Lula diz que não deseja ser a principal liderança política da América do Sul. Errou a dose de novo. O Brasil DEVE ser, por uma questão natural, a liderança da América do Sul. Esse ataque repentino de modéstia demonstra mais uma vez o despreparo intelectual do presidente. Se não for o presidente brasileiro esse líder, quem será? Chavez, o maluco de boina vermelha? Kirchner que não agüenta ficar mais de duas horas em reuniões absolutamente necessárias com os demais presidentes da região? Fidel, quase morto, ou seu irmão quase quase morto? Evo Morales, que só tem uma população do tamanho da do Estado de São Paulo e um PIB menor que a do mesmo estado brasileiro para comandar?

  • Nojo! Isso é o que sinto com essa politicanalhice do PMDB. Entenderam agora, Amarelos e Amarelas, porque esse partidinho gigante não lança candidato próprio à presidência? Se Alckmin ganhasse, eles fariam a mesma coisa. A ala oposicionista atual iria bater à porta dos tucanos e pediriam cargos em troca de apoio no Congresso e se coligariam de novo com as hienas do PFL, tucanos de segunda linha. Nojo!

  • Em 1986 dois jatos de uma mesma empresa indiana chocaram-se no ar. As causas do acidente nunca foram devidamente esclarecidas. Adivinhem qual era o vôo de um deles? Acertou quem disse 1907. Coincidência macabra, não?

  • Tem gente que leva a vida a sério demais. Imaginem vossas excelências que recebi um e-mail me desancando por conta do post de ontem. Calma, crianças, aquilo é pura ficção, não sou tão mau assim. Apenas fiquei com vontade de escrever algo sobre os sete pecados capitais e fiz aquilo. Que gente estressada, sô!

quarta-feira, novembro 08, 2006

Sete pecados capitais


Sou Sete


Naquela segunda-feira, mais por obrigação do que por vontade, acordei sem qualquer disposição. Rolei na cama de frente para o lado mais escuro do quarto ainda penumbroso. Instituí a preguiça. Nada de trabalho, de obrigações e me mantive ali, sob as cobertas, olhos teimosos em manterem-se fechados,sem me importar com a manhã que os meteorologistas haviam prometido ensolarada. De manhãzinha é sempre fresco.

Me mantive assim, esquecendo o mundo, até que a bexiga não suportou mais a tortura da continência forçada. Um pé de cada vez, horas para o segundo juntar-se ao primeiro, um depois do outro, arrastando-se pela casa me levaram ao banheiro, mais pelo hábito que pela visão. A falsa masculinidade pulsando sob impulso da urina represada, nada de hormônios, mas a sensação boa da ereção leva a pensamentos para alguns pecaminosos, para outros, como eu, que não crêem em pecados, um desejo que não veio no sonho, mas na lembrança da esposa deliciosa do vizinho. Sujeito feliz.

A mão esquerda me apoia na parede, enquanto a direita dirige o jato para a água do fundo do vaso que não vejo, adivinho. Meus olhos assistem ao filme exibido nas pálpebras cerradas. Ela em seu requebro sob a malha indo para a academia exercitar os glúteos redondos; ela na piscina pegando cor sob minha vigilância por detrás da cortina; ela se abaixando para pegar algo dentro do carro e eu observando o vale entre os seios... Invento a luxúria e a cobiça. Invejo aquele a quem cumprimento hipocritamente com acenos, abraços e apertos de mão, sem o mínimo remorso de invejar sua vida, sua casa, seu carro do ano, suas férias em Fernando de Noronha, sua mulher cheirosa, inteligente, sorridente e deliciosa.

Satisfeito com o pouco que me dou, vou ao banho e enquanto esfrego displicentemente as orelhas ou limpo meus sucos restantes do falso prazer, sinto a fome de uma noite de jejum e uma manhã já avançada, quase meio-dia. Jogo-me numa roupa qualquer e me esforço para sair de casa, menos mal comer na rua do que preparar minha própria refeição.

Caminho procurando a sombra das marquises e árvores, devagar como se fosse um domingo de férias. A fome bem maior no desejo de comer do que na exigência do estômago reduz meu percurso original. Não vou me permitir andar mais duas quadras até o restaurante baratinho. Com o parco salário nos bolsos, hoje posso me permitir comer num lugar melhor. Ao mais caro, ao mais variado no cardápio, junto com os ricos do lugar.

À porta os mendigos, maltrapilhos, mais pobres e miseráveis que eu. Esticam o braço pedindo um trocado, com olhos lânguidos e famintos desejam a comida dos comensais abastados. Que se danem! Que resolvam seus problemas! Eu cuido dos meus e não lhes devo nada. A velha senhora, pernas cheias de feridas e varizes dilatadas, ousa me dizer que minha soberba me esperará no dia do juízo ao ver negado seu pedido de uns trocados. O meu é meu, que ela se dane antes com suas pragas lançadas.

Empanturro-me! Três saladas, filé à parmeggiana, lombo de porco com tutu e couve à mineira, suco de laranja, uma cerveja, água mineral com gás, da importada, por favor. Pudim de leite, mas a torta de limão me chama, depois um pedaço de bolo. Se não almoçar amanhã ou nunca mais, a refeição de hoje terá valido uma vida.

Vejo os garçons me olharem com olhos incrédulos e desdenho de seu espanto. Sei que gostariam de poder fazer o que faço agora. Eu posso! Tenho dinheiro para isso, eles não precisam saber que é meu único e pouco. Tentam se vingar adicionando um percentual na conta, já suficientemente grande, à guiza de gorjeta. Que se queixem para o patrão, não tenho nenhuma obrigação de lhes presentear com esse extra. Nada de gorjetas! Não é avareza, apenas defendo o que é meu.

E me orgulho disso!

terça-feira, novembro 07, 2006

E o espelho me disse: "você é mais bonito pessoalmente..."


Paixão, Gazeta do Povo, PR


  • Patrícia hoje faz aniversário. Amiguinha virtual a quem aprendi a gostar e a quem desejo o melhor que uma vida inteira possa dar. Parabéns, Amarela.


  • Tipo de franqueza que só é aceita vindo de amigos de verdade:
    - E então, gostou do meu poema?
    - Nossa! Mais feio que cu com cãimbra!


  • Autobigrafia é aquele tipo de livro em que o mocinho nunca morre no final, muitas vezes contra a vontade do leitor.


  • Nada contra o enforcamento de Saddam Hussein, embora uma pulguinha aqui me diz que isso não vai acontecer. Pior que um bandido morto é um mártir para o inimigo. Voltando à sentença de Saddam: o que dói e ver o Bush tirar dividendos políticos disso.
    Em tempo: eu tenho um aluno chamado Saddam, e olha que o moleque não tem qualquer ascendência árabe, mas, cá pra nós, o sujeito é encapetado.


  • Mas, sim... O dossiê era fajuto, nada de comprometedor contra Serra ou Alckmin... Tudo bem, acredito. Mas não é suspeito Serra não aceitar o convite de depor na CPI dos sanguessugas e arrumar uma viagem para Washington?


  • Por falar em Serra, a Magui já havia falado nisso, ele e mais alguns caciques estão estudando a fundação de um partido dito de "centro esquerda". O prefeito eleito de São Paulo vê uma brecha nesse segmento político com a derrocada dos pequenos que não passaram pela Cláusula de Barreira e vê aí um filão que pode explorar. O Serra já foi de esquerda, ainda é? E o que dizer do Freire e do PPS que não têm mais nenhuma identidade e estão se pendurando em qualquer pescoço? Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.


  • Para quem estranhou eu ter ou ter tido algum viés poético, vejam isso aqui. Tá morto pelo simples fato de eu ter esquecido a senha, hehe. Só não venham zombar de mim depois de passarem por lá.

segunda-feira, novembro 06, 2006

Drummond


Até Logo


Na palma da mão
Tem uma poesia inacabada
Que acrescenta um verso a cada dia.
Na outra mão
Uma página em branco
E se mais mãos tivesse
Mais sangue se faria tinta
Para outras poesias serem escritas.
Veia poética
É a do homem que faz poemas
Com as pontas dos dedos
Como o poeta que se foi voando
Com suas asas portáteis
Escrever nas nuvens
Suas linhas celestiais.
Morrer de amor
Não é para qualque um,
Somente para quem viveu de amor,
Cantou o amor,
Escreveu o amor,
Transmitiu amor
E perdeu um grande amor.
O poeta, não tendo mais quem não o amasse,
Foi apaixonar os anjos.
O maior de todos os vivos poetas
Está fazendo vestibular
Para maior poeta do céu.



Louise, Gabriel, Ursula e Val, eu avisei que não valia a pena.

sábado, novembro 04, 2006

Willy, Tribuna da Imprensa, RJ


Casamentos foram feitos para mulheres, por isso elas se vestem de branco e eles de preto.


  • Para quem gosta de um bom filme, sem mirabolâncias, mas com uma história boa e emocionante, recomendo Quase Deuses, belo filme.
    Por outro lado, evitem, passem longe, não arrisquem, a assistir ao tal Mistério de Laura Cross. Uma bosta!

  • Já que a lei que dá direito a passagem grátis para os velhinhos em ônibus interestaduais foi feita para não ser cumprida, por que não deram direito aos velhinhos viajarem de graça em aviões? Pelo menos ficariam com a sensação de mais importâncias aos pobres senhores e senhoras.

  • Por falar em aviões, amanhã deverá haver mais um canavial de confusões nos aeroportos. Tomara que daqui até minhas férias as coisas se resolvam. Dois anos sem ir ver minha mãe, que já deve estar pensando em me deserdar, esse ano vou nem que seja em lombo de jegue, mas gostaria mesmo de ir de avião. A espera de embarque e as confusões de desembarque podem não ser mais confortáveis que o lombo do pobre animal, mas pelo menos a agonia é mais rápida. Não gosto de viajar! Gosto de estar lá, mas o caminho é sempre uma tortura pra mim.

  • Na carona do populismo lulista, chavista, fidelista e moralesta, Daniel Ortega se prepara para voltar ao comando da Nicarágua. A história, realmente, é cíclicar. A América Latina inventou a máquina do tempo: consegue voltar aos anos 70 sem grandes esforços (pelo menos por parte dos mandatários). Paradoxalmente, a política neo-liberal estadunidense e boa parte européia ajuda muito na volta dos presidentes de bananas. Fazendo besteiras pelo mundo a fora, os Estados Unidos, sob o comando de seu presidente beócio, ajuda os populistas a se promoverem alimentando o ódio anti-ianques.

  • Rá! Apagão na Europa! Dá um alívio saber que essas cagadas não privilégios terceiromundistas.

  • A Editora Record está lançando um livro com poemas inéditos de Carlos Drummond de Andrade, uma forma de lembrar o vigésimo aniversário da morte do poeta, em 2007. Não li, mas já gostei. Por falar nisso, será que terei coragem de colocar aqui o poema que fiz em homenagem a Drummond no dia em que ele morreu? Vergonha...

  • Tim Beners-Lee, o britâncio que criou a "grande rede", diz temer que a internet seja corrompida se for deixada livre, expandindo-se sem controle. Há um grande risco de a internet tornar-se um lugar no qual as inverdades comecem a se espalhar mais do que as verdades, disse ao jornal inglês The Guardian
    Não há como discordar do sujeito, porém uma parte de suas declarações pode causar apreensão por parte de nós, blogueiros. Ele coloca os blogs no meio da questão quando fala das informações imprecisas e que não são checadas, que podem transmitir inverdades e difamações. Ele não deixa de ter razão, mas os jornais, livros, rádios, TT.VV. e qualquer meio de informação , desde Gutemberg ou Marconi, já fizeram uso de sua grande penetração para espalharem falsas notícias, desinformações, mensagens subliminares e já foram acusados até de lavagem cerebral em massa em várias ocasiões. O perigo das declarações do "pai da web" é algum estado totalitários ou totalitarista fazer uso disso para passar a controlar nossas vozes e, se puderem, nossas idéias. Medo, muito medo.