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quarta-feira, maio 31, 2006

Não tenham pena de mim, apenas torçam!


Apenas o primeiro dia
Coloque um pedreiro dentro de casa e qualquer canto vira depósito de ferramentas.


Arte abstrata

Suas paredes viram obras de arte abstrata.


Incompreendidos

Para demonstrar sua insatisfação com a falta de conhecimento, fazem arte até detrás das portas.


Decoração
Criativos, fazem de qualquer objeto um ornamento a mais em sua decoração da sala de estar.

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Nem Freud ou Jung conseguiriam, com tanta facilidade, revelar as mais escondidas facetas de sua personalidade.


E tudo isso apenas em um dia! Você paga, mas não pode reclamar, o artista é temperamental.
Tolinho, você acreditava que em sua casa quem manda é você...

terça-feira, maio 30, 2006

Tem razão quem acha que não tenho.


Frank, A Notícia, SC



No Rio Grande do Sul uma carta ajudou a absolver Iara Barcelos, de 63 anos, acusada de mandar assassinar um escrivão. O assassino fora preso e acusara a velhinha de ser mandante do crime por causa de desentendimentos amorosos com a vítima. Até aí, nada de mais. O que está causando discussões é que a tal carta foi psicografada, o autor seria o próprio escrivão e, nela, afirma que dona Iara é inocente. Se a moda pega, daqui a pouco os advogados estarão utilizando mapa astral, horóscopo, profecias de Nostradamus, numerologia...




Quando soube que Paulo Coelho estaria peregrinando pela Sbéria, me veio logo o pensamento maldoso "tomara que congele e fique por lá". O que eu não sabia era que a tal peregrinação foi feita em dois vagões devidamente preparados num tem da Transiberiana e que o "mago" levava seguranças, cozinheiros, massagistas e os editores russos de sua obras (pra mim, "obras" no duplo sentido, se é que me entendem). Para quem já fei a peregrinação a pé nos caminhos de Santiago de Compostela, na época em que estava começando a carreira de superstar, essa peregrinação está mais para passeio turístico do que para expiação de pecados. O que alguns milhões na conta não fazem...




Eu aqui estupefato com a notícia que o PCC faz um caixa de R$ 700 mil mensais para eleger deputados e leio a notícia que pedófilos holandeses criam um partido político. Sua plataforma, lógico, é diminuir a idade legal para se manter relações sexuais. Tudo bem que nosso país é cheio de absurdos, mas como classificar isso?




Perceberam que para um ano eleitoral os funcionários públicos federais estão bem quietinhos? Nada de greves, tirando as paralizações costumeiras do pessoal do INSS (acho até que as greves do órgão já entram no planejamento anual do Ministério da Previdência). Tudo calminho, ninguém reclama de salários, planos de carreira, benefícios, isonomias... Como prêmio, o governo premiou 160 mil servidores com reajustes salariais. Bolsa família, bolsa escola, vale-gás e coisas que tais para os pobres, paraseus funcionários, aumento salarial. Enquanto isso, Alckimin e seus asseclas pefelistas viajam pelo país fazendo festa com os caciques da direita, mas sem conseguir falar com e para o povão. Só eles não entendem porque Lula tem uma dianteira tão grande nas pesquisas...

segunda-feira, maio 29, 2006

Pratique epsorte e morra cheio de saúde!


Ique, Jornal do Brasil, RJ


A
maquiavélica loirinha-belzebu Suzane Richthofen já está em casa de novo. Essa nossa Justiça... Fala sério!




Os laudos do IML de São Paulo apontam para várias execuções no caso dos mortos por policiais na semana de terror. Chega a ser irônico ver os jornais estampando "execuções e mortes violentas". Por um acaso algum imbecil acha que alguma daquelas mais de cem mortes não foram violentas? O cara passa quatro anos numa faculdade para aprender a escrever uma machete dessas. A segunda coisa que chama a atenção, para o deleite do pessoal dos Direitos Humanos, é que só se fala das mortes praticadas por policiais, e as provocadas pelos bandidos? Os policiais e civis mortos pelos bandidos não são importantes? Ah, bom, é que para policiais existem punições severas.




Em todas as pré-Copas que já vivi, nunca ouvi um técnico de Seleção Brasileira repetir tão veementemente, repetidamente e convictamente que o Brasil será campeão. Ai, ai, Parreira deve ter-se esquecido dos fiascos de França e Argentina há quatro anos. A imprensa só fala das brincadeirinhas, do alto astral, do favoritismo exarcebado e coisas que tais, enquanto isso Adriano e Edmilson estão se odiando e se agredindo nos treinos. A fogueira das vaidades já está ardendo.




Não tive como conter a gargalhada. No Presídio Flósculo da Nobre (ainda tem gente que estranha os nomes que dou pros meus personagens), na Paraíba, Flaviano Félix (outra pérola da nomenclatura humana) foi visitar seu irmão gêmeo, Flávio Félix, condenado a seis anos por assalto a mão armada. Flávio ofereceu um suco a Flaviano, que, após beber, puf! caiu no sono, fora dopado.
O bom irmão trocou de roupa com o belo adormecido, apoderou-se de seus documentos e saiu tranqüilamente pela porta da frente. O segundo azar de Flaviano foi a polícia não acreditar nele e autuá-lo em flagrante delito.




Impressionante as tragédias na Ásia e no Oriente Médio! Qualquer queda de bicicleta mata 35 pessoas ou mais.




Está sendo lançado o "Aurélia, o dicionário da língua afiada". O livro é um compêndio de palavras e expressões usadas no mundo gay e o título é uma homenagem ao lexicógrafo Aurélio Buarque de Holanda, segundo os autores. Só que o que poderia ser uma piada e uma homenagem está se tornando uma dor de cabeça. A família do dicionarista e a editora que detém os poderes do Dicionário Aurélio não acharam nenhuma graça e vão recorrer à Justiça. A editora, em comunicado à imprensa, fes questão de deixar claro que não é uma questão de homofobia, mas uma defesa de uma marca altamente respeitada. Alguém quer casar uma moedinha como os gays vão perder essa parada numa primeira instância e vão levar no final? (Sem trocadilhos, por favor).
“Todo povo é uma besta que se deixa levar pelo cabresto.”
(Finado, ainda que tarde, Gen. Figueiredo)


Clauro, O Imparcial, SP

Autoridades


Não me façam ter vontade de me mudar para Botswana, Bangladesh, Papua-Nova Guiné ou qualquer outro lugar que não tenha tantos atrativos quanto aqui, mas que contam com minha total ignorância a seu respeito.

Não me façam me arrepender de ser como sou e sinta vontade de debandar para o lado dos que, como vossas excelências, mentem, enganam e roubam sem qualquer escrúpulo, com a falta de consciência tão limpa quanto os banheiros do Congresso, mais limpos que suas biografias.

Não me façam negar tudo o que acredito e pelo que luto tentando ser exemplo para as centenas de crianças e adolescentes com quem convivo a cada dia e me torne mais um corpo ôco de ideais vagando entre o trabalho e a casa como um autômato sem alma.

Não façam de mim mais uma ovelha encurralada em seus cercados de paus carcomidos pelos vermes que emanam de suas palavras.

Não me forcem a seguir a corrente dos eternos descontentes que se anulam diante de suas porcarias e se deixam guiar como cabritos acéfalos para onde as más intenções de vossas excelências os guiam para depois serem jogados em precipício como os ratos dos irmãos Grimm.

Gostaria de tê-los frente a frente, olhos nos olhos, de igual para igual, os senhores desprovidos de suas armaduras de autoridades que me calariam com a força de cassetetes e voz de prisão. Queria vomitar em seus sapatos lustrados por engraxates oficiais que ganham mais que professores universitários e fazer ouvir meu grito contido de indignação.

Não me façam me enojar mais do solo que amo e ao qual devo tanto!

sábado, maio 27, 2006

Pra quê limpar os sapatos se eles vão se sujar no chão?



Itapipoca

No topo


Gecilene e Claudine, entediadas em sua meninice, cansadas de brincar no terreiro, desejavam aventuras novas. O que fazer naquela tarde modorrenta?

Os bonequinhos de areia e água já ressecaram, se desfaziam ao toque; pular corda já perdera o encanto; não tinha graça brincarem de roda só as duas; queimada idem... Embaixo da mangueira divagavam sobre a melhor diversão.

Ora! Tão pertinho! Olhando a serra atrás da casa, Gecilene sugeriu que a escalassem. Os meninos sempre iam lá em cima e falavam da vista, da antena de televisão, das nuvens ao alcance das mãos. Sem dona Quedma por perto para atrapalhar seus planos foi fácil convencer a irmã e lá foram, fingindo serem aquelas alpinistas que viram na matinê de sábado no cinema.

Duas intrépidas aventureiras escalando o Everest, as prmeiras mulheres de Itapipoca a verem o mundo do alto. E narravam imaginando a voz do homem do cinema, "Claudiene e Gecilene, as bravas nordestinas que sequer imaginavam o sabor da neve, escalam as escarpas perigosas, passo a passo, desviando-se das avalanches, rápidas como teiús, baterão o recorde mundial de escalada..."

As pernas não falhavam, pernas fortes, treinadas nas brincadeiras de rua e o nado no riacho. As mãos ajudavam e se divertiam explorando as pedras e tateando aquelas plantinhas diferentes que não se encontravam lá embaixo. Os olhinhos atentos viam ninhos escondidos nas pequenas saliências entre as rochas, daí entendiam porque as andorinhas dormiam na serra e iam e voltavam durante todo o dia. Viam os calangos roubando ovos e fazendo a festa.

Corajosas, não iriam mais só até o primeiro morro, queriam mais, Everest era o morro mais alto do mundo, não se contentariam com o segundo, precisavam ir àquele onde estava a torre de tv.

O suor lhes dava o prazer da luta e não se deixariam vencer no meio do caminho. Já não falavam, reservavam as energias e não queriam a boca seca.

Faces afogueadas e coração batendo forte, chegaram ao topo. Maravilhadas viram toda a cidade do alto. As torres da igreja, sua casa, o hospital, o colégio onde estudavam, a estrada de ferro, a casa de Bezenice... apontavam descobrindo cada lugar onde já estiveram. Lá longinho estava o Cristo, que agora parecia tão baixinho, ao contrário de quando estiveram lá. Sempre haveria um lugar mais alto.

A casinha onde deveriam estar os equipamentos da retransmissora da tv não lhes permitia ter uma visão de volta completa.

"Vamos subir na antena e ver mais do alto?", sugeriu Claudiene. Proposta aceita, mãos e pernas à obra. A subida não foi tão simples quanto foi a pelas pedras. O metal frio e enferrujado dos degraus fininhos incomodava, machucava e dava medo, mas não desistiram. Lá em cima havia uma plataforma com um baixo parapeito. Dali podiam ver muito mais.

Ao sul viam o deserto, amplo e vermelho, os pés de carnaúba por todos os lado, a rodovia que vem de Fortaleza, atravessa Itapipoca e segue para Sobral. Lá no norte imaginavam ver as dunas da Praia da Baleia e muitas e muitas outras montanhas, entenderam porque Itapipoca era a "cidade dos três climas". A cidade, seu universo, agora parecia um quase nada, apenas um borrado naquele mundo tão grandão.

Não conseguiam alcançar as nuvens naquela tarde ensolarada, mas a viam bem mais perto, passando rápido. Os pássaros voavam mais baixo do que a plataforma, só os urubus ultrapassavam sua altura. Não queriam mais descer. Sentaram-se na plataforma e exploraram com a vista e uma alegria ribombando no peito, cada centímetro daquele panorama. Uma vontade enorme de abraçar aquele universo e niná-lo entre os braços.

Viram o sol, devagarinho, se escondendo por trás de outras serras, vermelho mágico que se despedia dali e imaginavam que estaria indo para outro lugar que se encontrava no escuro agora. Precisavam conhecer que lugar era esse que roubava seu sol.

Já escuro, depois do final do espetáculo das cores, desceram tristes, dona Quedma deveria estar desesperada à sua procura. Em silêncio desceram da antena e da serra. Não trocaram palavra, mas cada uma sabia o que se passava pela cabeça da outra. Um dia seguiriam a rota do sol e conheceriam outras terras, outras serras, outras Itapipocas.

quinta-feira, maio 25, 2006

Elma Chips, isopor pausterizado com gosto de porra nenhuma.


Tudo o que vai...

Bumerangue


Ataxerxes foi pacífico e conformado desde menininho. No Natal seus irmãos mais velhos sempre achavam os brinquedos do caçula melhor que os seus, forçavam a troca e Ataxerxes não dizia nada. Zeloso, o garoto não quebrava seus carrinhos e jogos, brincava, limpava e guardava, ao contrário dos irmãos. Quando estes já tinham destroçado os presentes de dezembro, devolviam os pedaços, desfaziam a troca e Ataxerxes não dizia nada.

Na escola, os colegas maiores roubavam sua merenda ou trocavam por uma com gosto de nada e o Ataxerxes não dizia nada. Bom aluno, durante as provas um daqueles que vão à escola por obrigação sempre puxava seu teste, copiava as questões deixando o pobre Ataxerxes que nada dizia em pânico, com medo que a professora o flagrasse. Não reclamava, não dedurava, não dizia nada.

Aos quinze anos se apaixonou pela Amaralina e era correspondido. Mal se passavam duas semanas de namoro, Valdério inventou mil mentiras a seu respeito. Amaralina acreditou e rompeu o namoro. Na semana seguinte Valdério e Amaralina eram vistos passeando de mãos dadas pela praça. Ataxerxes sofreu, chorou quietinho no quarto, mas não disse nada.

Passou bem no vestibular de jornalismo. Nos trabalhos em grupo todos sumiam. Ataxerxes fazia as pesquisas, checava as fontes, digitava, gravava, editava, diagramava, imprimia, encadernava e, depois dos trabalhos prontos, os colegas reapareciam, acrescentavam seus nomes, eram elogiados pelos professores e Ataxerxes não dizia nada.

Conseguiu um emprego numa grande revista. Em conversas com colegas, sempre sugeria algo interessante para a pauta e, na hora de apresentar, era atropelado por alguém que lhe roubava a idéia e a apresentava como se fosse o autor. Invariavelmente, esses eram elogiados, agraciados com as melhores reportagens e ganhavam espaços mais nobres na publicação e as primeiras promoções. O jornalista Ataxerxes não falava nada.

Os pais morreram e deixaram para os três filhos várias casas, apartamentos, terrenos e uma casa na praia. Macomunados com os advogados e forjando procurações, Adenaldo e Averaldo passaram a perna em Ataxerxes que não recorreu à justiça, manteve-se calado.

Certa noite, tomando uma cerveja, solitário no bar, foi surpreendido com a chegada de Valdério. Choramingando, embriagado, maltrapilho, barba por fazer havia vários dias, Valdério se queixava de Amaralina que fugira com Celidônio, o carteiro, deixando-o com as três crianças para cuidar. Com um leve sorriso, Ataxerxes ouviu e não disse nada.

No dia seguinte, ao chegar à revista, recebeu uma correspondência da sua principal concorrente. Era oferecido a ele o cargo de editor-chefe e duas vezes e meia o salário que recebia. Sem pensar duas vezes, foi à sala do chefe, entregou o cargo, esvaziou as gavetas e foi, feliz, para o novo emprego.

Não se passou uma semana para estourar o escândalo. Sua antiga revista estava sendo acusada de forjar reportagens e fontes, participar de tramóias com lobistas para corromper parlamentares e envio de divisas ilegais para o exterior.Só se falava na imprensa da irremediável bancarrota daquele que fora um dos mais respeitados veículos de informação impressa no Brasil. Não comemorou, apenas sorriu.

Às vésperas de completar um mês no novo cargo, satisfeito com o ambiente que encontrara, com o trabalho que desenvolvia e com o respeito dos colegas, recebe uma notícia policial dando conta que os advogados que representaram seus irmãos no processo da herança de seus pais estavam sendo cassados pela OAB e que vários processos, incluindo o seu, seriam reabertos. Adenaldo e Averaldo estavam presos, com seus bens indisponíveis, acusados de cúmplices em ações que lesaram dezenas de herdeiros em cinco estados.

Ataxerxes recostou-se na cadeira giratória, cuzou as mãos atrás da cabeça, colocou os pés sobre a mesa e, com um largo sorriso, proferiu: "a vida é um bumerangue: tudo o que vai, volta".




Amanhã tenho júri, não devo aparecer por aqui. Quem sabe não dará uma crônica?

quarta-feira, maio 24, 2006

"O amor é como a relva, nós plantamos e ela cresce", aí aparece uma vaca e acaba com tudo.
(Bruno)


Rucke

Por que a Sky e a Directv exigem que conectemos o receptor à linha telefônica? As mensagens continuam chegando com o equipamento desconectado.




Os sangessugas foram todos libertados e os parlamentares sanguessugas estão fora das investigações no Parlamento. Vai você, simples mortal, atrasar uma prestação de seu dvd pra ver se seu nome não vai para a Serasa, CPF sujo e tudo o mais...




O tenente-coronel Marcos pontes requisitou sua passagem para a reserva, ou seja, se aposenta no auge de sua vida produtiva. Tudo bem, a lei permite. O que o levou a essa decisão é a possibilidade de ganhar muita grana com palestras, o que é proibido para militares na ativa. Ótimo, todos têm direito a melhorarem sua vida. Mas questiona-se nos meios científicoe militar a moralidade da atitude do astronauta. Depois de milhões investidos em sua viagem espacial, o que se esperava, e já estavam nos planos da Agência Espacial Brasileira, era que Marcos Pontes participasse no programa de formação de novos astronautas. Isso ainda vai dar muito buxixo.




Andrew Martinez era um inconformistas. Excelente estudante de matemática e história, foi aprovado entre os primeiros na universidade de Barkley, nos Estados Unidos, em 1992. Certo dia, como protesto sabe-se lá porquê, passou a andar nu no campus. Preso, ganhou na justiça o direito de se despir em público o que levou a reitoria a baixar uma portaria proibindo a nudez nos domínios da universidade. A imprensa o apelidou de Naked Boy, ganhou notoriedade e foi seguido por vários estudantes que o apoiavam. Bem humorado e sociável, Martinez não agradava às autoridades. Foi preso e colocado num manicômio, entupido de remédios, memo que nenhum médico tenha dado um diagnóstico sobre qualquer doença mental. Se tornou um daqueles sujeitos que passam a ser perseguidos onde quer que vá. Preso novamente, Martinez foi encontrado morto na cela, onde teria cometido suicídio sufocando-se com um saco plástico.




Alckimin, em discurso no Rio Grande do Sul, diz que Lula governa para os ricos. É fato que os ricos estão rindo à toa, há tempos não ganhavam tanto dinheiro, vide os bancos. Mas é uma análise simplista. Gostaria que os ucanos me explicassem, caso entendam, por que os ricos estão contra Lula e os pobres são seus maiores eleitores?




O pessoal dos direitos humanos se escondeu durante os tiroteios, mas já voltou à tona. Já começou a campanha para pressionar a polícia paulista e defender os direitos dos bandidos mortos.




Um médico carioca, clínico geral, Jorge Nunes Amorim Filho, assinou 391 atestados de óbito nos últimos dois anos. Até o presidente do Conselho Estadual de Medicina, que é oncologista se surpreendeu. Tratando de uma das mais mortais doenças que se conhece, o presidente diz que nunca perdeu tantos pacientes em intervalo de tempo tão curto. seria o médico um pervertido? Não, segundo investigações policiais, o médico participava da Máfia dos Corpos, uma gang de agentes funerários que oferecem caixão, translado e velório para a família do morto em troca de preferência no contrato. Imagina se esse médico tratasse de AIDS ou câncer...

terça-feira, maio 23, 2006

"O cara era tão azarado que caiu de costas e quebrou o nariz."
(Millôr Fernander)

La mala suerte

Sem post. O texto está mandando em mim e, embora pronto, não quer sair.

domingo, maio 21, 2006

Amor pago é mais barato.


Araçuaí

Araçuaí


Lá onde os rios Jequitinhonha e Calhau se encontram os canoeiros acharam o lugar ideal para trocarem suas mercadorias. Cacau, farinha e coco vinham de Canavieiras e eram trocados por rapadura, couro e pedras semipreciosas. A cada semana surgia uma nova embarcação e outros homens curtidos pelo sol, pelas noites mal dormidas e pelo trabalho incessante.

Alguns, cansados da lida sem fim e com uma visão melhor de comércio foram ficando no arraial, batizado de Aldeia do Pontal e se tornaram os organizadores, homens da lei, intermediários nas negociações, banqueiros, arregimentadores de mão de obra, eram as autoridades do médio Jequitinhonha e ditavam as regras. Uma sociedade se formava sob seu tacão.

Casas eram edificadas com suas paredes de sapé e telhados baixos e, lógico, uma igreja. O padre Carlos Moura foi enviado pelo bispo para aquele fim de mundo, o catequista moderno que daria alento às almas e uma visão espiritualista onde só haviam a da peixeira e a do conto de réis.

Viu, do alto da serra, aquele amontoado de telhados vermelhos no vale entre tantas montanhas, lugar que se revelaria o mais calorento entre todos os que ja encontrara. Como era comum, foi recebido com pompa e respeito, logo tornou-se amigo e conselheiro e, com a severidade que levava no semblante, temido pelos que tentavam passar a perna na compra, na venda ou no escambo.

Como era de se esperar, no arraial não haviam mulheres e crianças, era terra de trabalho másculo e bruto. Mas, com a decisão de mais e mais homens que se esqueciam da esposa e filhos, dos que tentavam um sustento para aqueles e de rapazes que saíam da casa dos pais em busca de sua própria vida em ficar no lugar, a ausência feminina começou a se fazer sentir.

Zenistreu, banido dos negócios por sempre roubar aqueles com quem negociava, enganar, mentir, tomar os clientes dos concorrentes com golpes baixos, viu ali a oportunidade de ganhar muito dinheiro, voltar a ser amado e paparicado por aqueles que agora o apedrejavam.

Juntou as últimas moedas e partiu para Montes Claros. Um mês depois, no barco de Nhô Caruto, voltou à Aldeia do Pombal com dez mulheres, seus vestidos coloridos, suas gargalhadas, seus pós-compactos, seus carmins e água de cheiro. Na bagagem os baús de roupas e quinze caixas de cachaça e rum que comprara fiado e jamais pagaria.

Instalou o festivo batalhão feminino em sua casa e, por cinco dias, sob os olhares curiosos da vizinhança, pintou portas, janelas e paredes, plantou flores no pequeno jardim, colocou cortinas nas portas que separavam os dois quartos do pequeno corredor que levava à sala e à cozinha, arrumou uma tina grande que serviria de banheira e a instalou na casinha do quintal. Estava montado o banheiro para banho e um buraco no chão para as demais necessidades do organismo. Tudo com a ajuda do mulherio que mexia com a libido da homenzarada com olhares pintados e sorrisos amarelos de tabaco e falta de higiene.

Sábado à noitinha, dividiram-se as raparigas em grupos e saíram pelas vielas convidando cada um e todos para a festa de inauguração da casa da alegria.

Às dez da noite via-se uma fila imensa na frente da casa de Zenistreu. Arcibalda e Jofrélia esmeravam-se em servir, em troca de algumas moedas, álcool para aqueles homens suados, ávidos e mal cheirosos que esperavam sua vez de descarregar sua masculinidade em algo mais agradável e perfumado que as burrinhas, cabras e vacas.

Em cada quarto, dois a dois os casais se formavam e defaziam. Na tina as mulheres faziam uma meia higiene que deixou a água opaca em pouco tempo.

Ao meio dia do domingo, Zenistreu fechava a contabilidade da primeira noite. Havia arrecadado mais do que em um mês arrecadaria no trabalho pesado de antes. Estava se formando a primeira fortuna de Aldeia do Pombal.

A alegria, porém, durou pouco. Padre Carlos ameaçou de excomunhão aquele exército de pecadores, os novos sodomitas, fez toda a população ver o fogo do inferno, sentir o cheiro do enxofre impregnado em suas carnes, mostrou a alma de cada um em eterna perdição, expulsou Zenistreu e as mulheres da Aldeia.

Burras cheias e querendo viver bem essa vida para preocupar-se com a eterna mais tarde, Zenistreu não se deu por vencido. A poucos quilômetros dali comprou as terras da viúva Lucianeide, remontou seu cabaré, agora com muito mais espaço e luxo, na casa grande da fazenda. Muito mais quartos, o que significava mais mulheres, dois salões, quatro banheiros, galpão para bebidas, tabaco e mesas de pano verde, escondidinhas do governo e dos padres.

Bastou pagar alguns merréis para um garoto espalhar a notícia na Aldeia para que as noites de cada dia da semana ficassem iguais às de sábado. O movimento não parava. Casinhas foram construidas ao redor do casarão, pensões, hotéis, bodegas, até o armazém de Castroaldo se mudara da Aldeia para ali.

Em um ano estava formada a cidade de Araçuaí e na Aldeia do Pombal só funcionavam a igreja de um padre desolado e o atracadouro onde eram carregadas e descarregadas as canoas.

sábado, maio 20, 2006

Saudável é sinônimo de tedioso.


Myrria - A Crítica, AM

Como pode um sorvete custar mais que uma refeição?
Como pode um automóvel "popular" custar mais que uma casa popular?

quinta-feira, maio 18, 2006

"Nem por pensamento traias teu rei!"
(Cecília Meireles - O Romaceiro da Inconfidência)


Aroeira, O Dia, RJ

Os seguidores fanáticos dos líderes do PCC não lembram as ovelhas cegas guiadas por líderes religiosos analfabetos e mal intencionados?




O PFL selecionou o senador José Jorge (quem?) do PFL-PE como candidato a candidato de vice de Alckimin. É uma tentativa do PSDB conseguir alguns votos no Nordeste, onde Lula apresenta 65% das intenções de voto, segundo últimas pesquisas do IBOPE. Os tucanos e amiguinhos esperam que essa intenção de votos do presidente desça para 35%. Tá parecendo o 13º trabalho de Hércules.




Se você colocar R$ 60, 00 por mês na caderneta de poupança e usar esse dinheiro quando precisar ir ao médico, não sai muito mais em conta do que pagar plano de saúde? Se você é jovem e goza de boa saúde, pode ter certeza que é um excelente negócio. Essa introdução foi paradar a notícia que os planos de saúde sofrerão (acho que quem sofrerá são os usuários) reajuste de 11%. Segura peããããoooo!!!!




A Rede Bandeirantes apresentou, ontem à noite, uma entrevista que o Marcola deu por celular. Pára! O cara não está incomunicável? O cara não tá num presídio de segurança máxima? O cara não tá sem celular? Ou eu lierrado...?
Por falar nisso, parabéns aos Correios! Eles conseguem entregar fuzis AR-15 remetidos via SEDEX em qualquer presídio brasileiro, sem nenhum arranhão. Tá pensando que é brincadeira?




Preparem-se para a maior pizza já servida no Brasil, digna de Guiness Book. A Corregedoria da Câmara e o Supremo Tribunal Federal já tem uma lista de 283 parlamentares sanguessugas! Eu, de peito estufado, acredito que serão todos cassados e punidos. Você também?




Essas autoridades paulistas... Tão fácil acalmar os bandidos do PCC... Basta dar um celular com câmera, MP3 e acesso aos sinal de televisão. Só isso que os moços querem, bem melhor que apenas uma televisão que o governador confirmou que foi dado.




Caros amigos, não achem que é descaso a faltade minhas visitas. É pura falta de tempo. Amanhã, por exemplo, posso ser sorteado para ser jurado no julgamento de sabe-se lá quem. Se isso acontecer estarei incomunicável até o fim do julgamento, sabe-se lá quando. Plena sexta-feira... Ai, minhas cervejas...

quarta-feira, maio 17, 2006

"O irmão da paciente foi morto a tiros e baleado..."
(Reunião de Professores - cada pérola...)


A gang só aumentou

A Bruna comentou ontem que não entendia porque as autoridades paulistas não aceitaram ajuda federal durante os ataques terroristas, pois eu explico, cara Bruna. Estamos em ano eleitoral. Se Lula envia tropas federais, ganha a simpatia da população e talvez consiga causar uma grande baixa no PCC, com isso ganharia milhões de votos. Como sempre, é peferível deixar o povo na merda do que dar votos para o adversário, pelo menos na mente dos políticos.




O que esperar de um sujeito que passa cinco anos aprendendo a mentir, para depois trabalhar com bandidos? Sei que vêm advogados por aqui, mas é apenas uma generalização, por favor, se forem sujeitos corretos, não se ofendam. Mas é sabido por todos que muios advogados, principalmente os dos grandes bandidos e das suas gangs, são altamente comprometidos com as atividades ilegais de seus cliente.
Hoje virou notícia que um técnico de som contratado para documentar um depoimento secreto do chefe do DEIC, Departamento Estadual de Investigações Criminais, para aCPI do tráfico de armas, vendeu a fita em que a autoridade falava da transferência dos cabeças do PCC para um advogado daquela facção criminosa. Tem que se acabar com certos privilégios desses senhores, colocá-los na cadeia e cassar seus diplomas. A OAB prega impeachment do presidente, faz provas que reprovam 90% dos bacharéis, mas não consegue disciplinar a rigor a atuação do seu próprio umbigo, os advogados. Esses corporativismos são outro grande atraso brasileiro.




O Senado aprovou 11 projetos que visam coibir, fiscalizar e punir componentes do crime organizado. Me causou gargalhadas a parte que proíbe presidiários de portar telefone celular. Antes podia, é? Já avisaram aos guardas que ganham grana para deixar esses telefones entrarem nas prisões?




No mais, essas leis são apenas paliativos, leis aprovadas de "afogadinho", para dar uma satisfação à sociedade, só que nós, sociedade, sabemos que isso não basta. Tem que se mexer a fundo, refazer o Código Penal, diminuir os privilégios, acabar com os tais indultos de Natal, de Dia das Mães e coisas que tais, enrijecer as penas, aumentar seus prazos e acabar com esse negócio do sujeito só cmprir um terço, a quarta parte, a metade da mesma. Aliás, pra quê se condena um bandido a quinze anos, se se sabe que só serão cumpridos cinco, se muito?




Alguém acredita que as autoridades paulistas não negociaram com os líderes do PCC? Acho que ninguém, afinal de contas, a pobre Velhinhade Taubaté já morreu.




O lado bom disso tudo: morreram 93 bandidos.




Por falar em proibir o uso de celulares por presidiários, vejam isso e digam se a coisa é séria.





Amenidade e, pra mim, uma delícia:

Reclusão


Tanto a dizer
e ao mesmo tempo,
nada.
Nada a sentir,
e ao mesmo tempo,
tudo.
Risco?
Não me arrisco,
cristal não suporta
isso.

Obrigado, minha amiga Tate Fish, pelo seu delicioso livro de poesias. A propósito, as da Ana também são ótimas.

terça-feira, maio 16, 2006

"O Universo surgiu da explosão dos testículos."


Jota A, Jornal O Dia, PI

Primeiro as coisas ruins:

A imprensa internacional, sobre os ataques terroristas em São Paulo (se alguém acha que aquilo não merece ser chamado de ataques terroristas, que me processe) fala em negligência dos poderes públicos, falta de planos sérios de combate à violência, leis benevolentes, gangs altamente organizadas e lucrativas e por aí vai. Para confirmar que os analistas estrangeiros e o cidadão comum brasileiro tem razão, as autoridades falam que está tudo sob controle.
E aí vem a notícia bombástica que o PCC arrecada R$ 700.000,00 por mês para eleger doisdeputados. Alguém aí ainda tem alguma dúvida que o crime está mandando no setor público desse país? Bandidos já são deputados, prefeitos, senadores, vereadores, juízes, promotores, lobistas, presidente e qualquer outro cargo da república, a diferença é que agora programa-se elegê-lo com um enorme sindicato por trás, organizada e legalmente.




E os paliativos continuam, ninguém fala em mudar as leis...




Quando vi ACM e Alckimin abraçadinhos em Salvador, decidi de vez em quem não voto em outubro.




Agora as amenidades:

A Tatiana, que canta que é uma beleza, está catando patrocínio para seu novo CD. Capitães de empresa e interessados em geral, dêem uma olhadinha no blog dela e ajudem. Ao público em geral, fica a sugestão de um disco dela como auto-presente. Confiram.



Quer ganhar dinheiro escrevendo? Eis aqui uma sugestão para começar. Eu me inscrivi, agora tenho que arrumar tempo e um bom motivo paraenviar algum texto.




Duas historinhas acontecidas em menos de dez minutos numasalade aula ontem e com a mesma figurinha, o Lipe.

Causo 1:

A aula havia começado às quatro horas. Pouco depois ouço o Lipe:

- É a mãe! É a mãe! É a mãe!
- Que é isso, Lipe? Tá maluco?
- É esse cara que não pára de perguntar as horas o tempo todo!
- Por isso eu tenho que te mandar calar a boca a cada cidez minutos?
- Que dez minutos? A aula só começou há cinco minutos.
E o espertinho que havia perguntado as horas:
- Ah!, então são quatro e cinco. Obrigado, Lipe.

Causo 2:

Terminei de corrigir um problema no quadro, e lá vem o Lipe:
- Porra! Porra! Porra! Porra!
- Tá maluco? Pára com isso.
- É que eu errei essa porra!
- E precisa xingar?
- Não pode falar porra?
- Não!
- Desgraça! Desgraça! Desgraça!

Como ficar sério com esse sujeito? É divertido.

segunda-feira, maio 15, 2006

"Marcola para presidente!"


Violência nossa de cada dia

Fernandinho Beira-Mar para Ministro da Justiça


Assustadora, desapontadora, mas nada surpreendente a sucessão de ataques dos bandidos às instituições e à população paulista. Há muito tempo mais e mais gente vem chamando a atenção das autoridades para a guerra civil em que estamos enfiados, mas essas mesmas autoridades fazem ouvidos de mercador, vêm a público com discursos bonitos e nada de prático tem sido feito para coibir a ação dos bandidos e dar segurança ao cidadão de bem.

Chegou-se ao ponto que a prioridade passa a ser desmantelar a máquina marginal que promove as ações atuais, não resta dúvida, mas isso serve de cortina de fumaça para que não se tomem atitudes concretas a longo prazo. Com excessão do governador de São Paulo, Cláudio Lembo, não vi nenhuma autoridade falar em mudança nas leis e no Código Penal Brasileiro. AS LEIS BRASILEIRAS E SEUS CRIADORES SÃO ALTAMENTE COMPLACENTES COM OS BANDIDOS! Esse é um fato incontestável.

Vejamos um exemplo concreto e que todos têm conhecimento, o caso do jornalista Pimenta Neves. Por seis anos ele conseguiu adiar seu julgamento, todas as medidas inteiramente dentro da lei, diga-se de passagem; julgado e condenado, foi mandado pra casa, nada de cadeia, tudo dentro da lei; hoje foi negado pela Justiça, dentro da lei, o pedido da promotoria para que ele fosse preso. O bandido tem muito mais recursos que a vítima e seus familiares. Segundo o Código Penal e a Constituição Federal, todos são inocentes até que se prove o contrário, base do código romano, no qual o nosso é baseado, mas, ao tentar abrir um crédito, o cidadão comum é tratado como um caloteiro em potencial e são pedidas todas as garantias para que o credor libere o crédito. Por outro lado, se sua senha de banco for roubada ou seu cartão de crédito for clonado, você tem milhares de dias de dores de cabeça para provar que é inocente, que é vítima e não algoz.

Se você têm um parente assassinado, torce, reza, apela para que o assassino seja preso; SE isso acontecer, você reza, apela, torce para que ele seja condenado; SE isso acontecer, você torce, reza, apela para que cumpra a pena e aí não tem SE, ele será liberado muito antes do tempo determinado pelo juiz, pena essa que é sempre muito mais baixa do que você e a sociedade esperavam.

Como paliativo, criou-se a Lei dos Crimes Hediondos, aí vem a própria Justiça e diz que essa lei é inconstitucional.

Os bandidos, sejam pé de chinelo ou de colarinho branco, se sentem à vontade para cometerem seus crimes, sabendo que o máximo que acontecerá com eles é cumprir um terço da pena que lhe for imputada.

Longe que desejar vítimas civis, estou torcendo que os bandidos paulistas ataquem as indústrias e justifico porque. Mexendo com quem detém o verdadeiro poder e o capital, alguma pressão maior o Legislativo receberá e, talvez, muito talvez, nosso Código Penal sofra as alterações que a população deseja. Não tenho esperança nenhuma que isso ocorra, apenas vontade, muita vontade.

A cada dia vemos notícias absurdas de infanticídio, de rombos monstruosos no erário, de advogados servindo de intermediários entre os bandidos mandantes e os bandidos executores, fantasiados com suas togas e protegidos por sua relação sigilosa advogado-cliente. E NADA de efetivo é feito, absolutamente NADA! O Legislativo continua distante daqueles que diz representar, não ouve seus eleitores, não demonstra conhecer os perrengues que o pobre povo sofre em seu dia a dia, seja nas carências financeiras, de escolas, de saúde, de segurança. E a bandidagem, blindada por leis altamente protetoras, se sente livre para mandar e desmandar, reivindicar, exigir e nós bancamos isso. E esses exemplos se alastram como fogo em mato seco. Até Itabuna, uma pacata cidade do interior baiano, já está tendo ônibus incendiados por bandidinhos, sem o capital e os armamentos dos bandidos de Rio e São Paulo.

Eu já comecei, faça também: espalhe e-mails para os deputados federais e senadores, exija leis mais duras, penas mais longas, menos recursos para os bandidos que nos amedrontam. Perturbe esses senhores que só pensam no mercado financeiro, em suas eleições e suas vantagens financeiras. Nós os pagamos para nos representarem, está na hora de fazerem o que esperamos que façam.

Só por curiosidade, cadê o pessoal dos Direitos Humanos numa hora dessas?

sábado, maio 13, 2006

Os filhos são o esporte predileto das mães.


Coração de mãe

Mães


Ontem estava assistindo a uma reportagem sobre mães presidiárias. A cada quinze dias elas têm direito à visita dos filhos menores e sofrem muito na hora da despedida. Ficam destruídas e choram pela distância e por terem provocado essa distância entre elas e suas crias.

Elas contam os dias de alcançarem a liberdade e prometem fazer de tudo para que o futuro de suas crianças seja diferente do seu. Sofrem por antecedência pelos riscos que as crianças correm de repetir seus erros. Tiram delas a força para se manterem firmes e sonham com o que poderão fazer para darem uma vida digna e justa para os pequenos que dependem delas. E assim não são todas as mães?

Não me interessam as mães irresponsáveis, as que abandonam seus filhos em lixeiras ou os atiram em lagos envoltos em sacos plásticos. Essas não são mães, mas amantes irresponsáveis ou com desvios mentais que não se precaveram ou que achavam usar um bebê como forma de prender o amante, receita antiga e, quase sempre, mal sucedida. Filhos só prendem pais responsáveis, mas não varões interessados em sexo. Refiro-me, sim, àquelas abnegadas que vivem para seus filhos, amando-os incondicionalmente, muitas vezes surpreendidas pelo tamanho desse amor, que julgavam exagero de outras mães, até que sentiram no próprio peito o sentimento tomando conta de tudo.

As mães, quer queiram, quer não, passam a viver apenas a metade de sua vida, a outra metade é dos filhos. Elas se sacrificam, perdem noites, passam privações, mudam suas agendas, seu guarda-roupas, suas prioridades em função dos indefesos a quem deram vida e sentem-se responsáveis por essas vidas, o que realmente são. Sua vida é secundária e se expremem como a laranjas para tirarem todo o sumo, todo o sabor que a vida pode dar, conciliam e sincronizam suas vidas com as de seus rebentos. Quando têm um parceiro ao lado, conseguem arrumar espaço para administrarem mais essa vida. Mulheres são como gatos, têm sete vidas, mas, mais competentes que os gatos, conseguem viver todas ao mesmo tempo, não esperam uma acabar para darem início à próxima.

Mães são mulheres múltiplas. Cuidando de tantos, ainda acham tempo para suas aspirações pessoais, para sua vaidade, para seus aprendizados e cada coisa que fazem ou programam é sempre nos plural. E nem sempre nos damos conta disso.

Não paramos para imaginar suas noites de apreensão e insônia quando adoecemos, com seu coração apertado quando demoramos a chegar da rua, das muitas agonias que passam quando não conseguimos o sucesso numa prova, no vestibular, na entrevista de emprego... Com seu ar impávido, despedaçada por dentro, têm sempre um sorriso e um alento para nos darem força e depois choram escondidas para não vermos o quanto sofrem dobrado.

Elas nos ninam e nos acordam para a vida. Nos acalentam e nos despertam; nos afagam e castigam mesmo quando dói nelas mesmas; são nossos faróis e nos seguem, zelando à distância.

Para elas somos seus eternos bebês e são humildes depois que crescemos e aceitam que estamos mais preparados para a vida que elas próprias, se deixam guiar e passam a obedecer nossas ordens quando dizemos qual o melhor caminho a trilhar para resolver aqueles probleminhas cotidianos que perdemos o jeito para resolver com o passar dos anos. Querem nosso colo, desejam ser nossas filhas e nos amam com seus olhinhos de criança.

Justo que haja um dia das mães! Pelo menos nesse dia podemos refletir melhor sobre sua importância e valorizar mais o amor que recebemos gratuitamente e que sabemos que será eterno, mesmo quando as desapontamos, as ferimos, as machucamos. Elas têm o perdão pronto para nos envolver e recebemos como se esse amor todo fosse uma obrigação, não nos damos ao trabalho de reconhecer isso no dia a dia, precisamos ser lembrados pela Associação Comercial, pois que assim seja.

Já beijou sua mãe hoje? Já disse que a ama? Então não perca tempo, não espere mais um ano. Faça isso agora e ela nem perguntará por que você está se derretendo todo, simplesmente abrirá os braços e lhe receberá como receberá a cada dia que você se oferecer. Tente amá-la pelo menos um pouquinho do tanto que ela lhe ama.

quinta-feira, maio 11, 2006

Se chover de manhã o jogo será à tarde, mas se chover à tarde, o jogo será de manhã.


Junião, Diário do Povo, SP

Garotinho, a criança birrenta, acabou sua greve de fome e disse que alcançou seus objetivos. Hein? Que objetivos eram esses? Passar por esse papel ridículo em frente a duzentos milhões de pessoas, queimar de vez sua candidatura à presidência, ser ainda mais escanteado pelo PMDB ou o direito de respostas na Rede Globo e na Veja? Para obter o direito de resposta não bastaria entrar na Justiça, como fez e ganhou? Parece aquele papo de carola que não toma o remédio porque "Deus proverá".




Ok, desmantelaram a máfia dos sanguessugas, mas existem outras centenas para serem desmanteladas. A máfia dos livros escolares, da alimentação escolar, dos remédios, dos automóveis, dos ônibus escolares, dos fornecedores de computadores, softwares e periféricos... Todo mundo sabe, menos a Justiça cega e canhestra, da existência desses grupos de ladrões aos montes país a dentro. Agora, com 150 parlamentares suspeitos de participarem desse grupo, alguém acredita que os verdadeiros culpados serão punidos? A Denise Frossard, citada nas investigações da Polícia Federal já se diz toda ofendidinha e promete processar o delegado. A velha táica, que ela já conhece muito bem, que é melhor atacar do que provar sua inocência, a mesma tática, aliás, utilizada por Garotinho em seu jejum.




O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, do PFL-viúvas dos generais, nomeu para primeira defensora pública do Estado de São Paulo a terceira e última colocada na lista tríplice votada pelos procuradores do estado. "Democraticamente" o governador ignorou o nome do mais votado, detentor de 83% dos votos e nomeou a que, provavelmente, mais lhe convém, com apenas 7% dos votos. É a comprovação de que o princípio da impessoalidade só é bonito nos livros jurídicos, na hora de escolher quem vai ser mais útil para si e seu mandato, os governantes esquecem tudo e todos.




Esse tal Evo Morales, a ressurreição do populismo sul-americano, já está começando a me preocupar. Além de dizer que a Petrobrás agia ilegalmente na Bolívia, uma verdadeira contrabandista das riquezas do país, diz que lamenta que o Acre tenha sido comprado da Bolívia em troca de um cavalo. O que esse sujeito tá pensando? Vai invadir o Brasil e requisitar a reabsorção do Acre? Cá pra nós, ou Lula pára com esse papo de amante agentino e fala groso, coisa que acho quase impossível de acontecer, ou o cocaleiro vai crescer ainda mais na briga.




No site da Varig já estão disponíveis passagens para praticamente todos os vôos anteriores a essa panacéia toda que quase fecha aempresa. Fico muito satisfeito com isso. Milhares de empregos foram salvos e os bons serviços devem voltar. Na minha próxima viagem, vou de Varig, uma maneira de apoiar a recuperação dela.




O PPS e o PDT, tão independentes e prometendo candidatos próprios, já começam a namorar o PSDB. Só que tem um enorme porém: exigem a vaga de vice. Trocando em miúdos, PFL, PPS e PDT - estranhamente um partido de extrema direita aos moldes brasileiros e dois socialistas - rezam na mesma cartilha: o poder ou nada. É essa a cara vergonhosa dos partidos políticos nacionais.

terça-feira, maio 09, 2006

"Nunca pensei que ficaria feliz vendo um Garotinho passar fome."
(A Lelinha me mandou, obrigado.)


Gasoduto Urucu-Porto Velho

O problema das relações comerciais entre Brasil-Petrobrás-Bolívia (não vou dizer crise, uma vez que o governo federal não admite que haja uma crise) levou Lula de volta às suas raízes.

Antes de ser eleito, os capitães de empresa brasileiros temiam a nacionalização das multinacionais que agiam no Brasil. O então presidente da Fiesp, Mário Amato, chegou a ameaçar que não sei quantos milhares de indústrias deixariam o país caso Lula se elegesse, em 1993, o que fez muita gente temer, ajudando na vitória de FHC.

Lula, instruído por gente do mercado, aprendeu que esse não seria o melhor caminho para nós, que o Brasil se isolaria do mundo no momento em que nossa economia voltava a crescer, mesmo que timidamente, que o desemprego sofreria uma queda, que a estabilidade dava um pouco mais de segurança a cada cidadão. Quando Evo Morales nacionalizou as indústrias de gás da Bolívia, leia-se Petrobrás, Lula lembrou dos seus tempos de nacionalista e deu respaldo à ação do cocaleiro. A história ajudará nosso presidente a entender que nacionalizar as telefônicas, declarar a volta do monopólio da Petrobrás, nacionalizar as demais e muitas indústrias que atuam no Brasil é um atraso tremendo e andar contra o trem da história. Morales tem tudo para se dar muito mal.

A Europa não gostou, os Estados Unidos não gostaram, o próprio Brasil e a Argentina estão contra, somente o maluco do Chavez, que acha que é Fidel Castro, está batendo palmas. Quando o desemprego, já enorme, aumentar na Bolívia, as forças reacionárias se encarregarão de colocar Morales contra a parede. Aquele é o país que mais teve golpes de estado na América do Sul e já faz um bom tempo que isso não acontece. Morales está querendo, com seu retrocesso econômico, dar um retrocesso democrático.

A Lula só cabe aceitar a nacionalização, espernear contra isso é se meter na autonomia do país vizinho, pra fazer isso já existem os Estados Unidos, não precisamos nos meter.

Os profetas do apocalipse já estão prevendo a invasão do acre por tropas bolivianas ou a nacionalização de Itaipu por parte do Paraguai e Argentina, uma daquelas criações ridículas da oposição para amedrontarem os eleitores no ano de votação para presidente. Não resta dúvida que alguns malucos com a intenção de criarem um clima ruim contra o governo federal, usarão isso em seus programas eleitorais, escrevam aí. Parece que já estou ouvindo a voz esganiçada de gralha maluca da Heloisa Helena esbravejando contra a posição do Brasil em relação aos andinos.

Os acordos comerciais entre a Petrobrás e a Bolívia foram feitos no governo FHC, e não no governo atual. Se não foi prevista a possibilidade de nacionalização do gás a culpa é de quem assinou os contratos. O que cabe ao Brasil nesse momento, é discutir o reajuste justo de preços, a compensação que a Petrobrás terá direito, uma vez que todo o equipamento e pessoal utilizado para a construção das usinas e gasoduto saíram dos cofres brasileiros e os termos de contratos futuros. Aqueles que pregam o uso da força são as viúvas dos generais e pregam, sob seus panos sujos, a remilitarização sul-americana, um retrocesso muito maior do que o praticado por Evo Morales.

O Brasil e a Argentina assinaram um acordo com a Venezuela para a construção de um gasoduto Venezuela-Brasil Argentina. Esse contrato, sim, foi feito no governo atual e, se o pessoal da Petrobrás, do Ministério das Relações Internacionais, do Ministério da Indústria e Comércio e da Presidência da República estiverem ligados, é bom que revejam cada claúsula para que não sejamos pegos decalças nas mãos mais uma vez.

A partir da base de extração de URUCU, no Amazonas, trrês gasodutos esperam para serem construídos. Talvez esteja na hora de se agilizar sua retirada das pranchetas para o terreno.

segunda-feira, maio 08, 2006

Alface tem gosto de alface; couve tem gosto de couve, coentro tem gosto de coentro, cebolinha tem gosto de cebolinha; acelga tem gosto de mato.


Tudo sobre el divorcio

Bons Tempos...


Como era bom o tempo em que tudo rescendia a jasmim, em que para tudo o amor bastava, que o leve toque das mãos afagava a alma e consolava o espírito...

Não havia problema que a troca de olhares cúmplices não resolvesse. Nós tínhamos um ao outro e planos para ambos, para os pequenos que se chamariam Cleoneide e Cleovaldo, para nossa casinha na COHAB, para nosso casamento na Igreja Pentangular do Saco Roxo de Tiago Menor, para nossa lua de mel em Cabrobó... Tínhamos todos os sonhos passeando sobre nossas cabeças, sonhos tão fortes que eram palpáveis e os colhíamos como a uvas maduras.

Como eram lindos aqueles tempos...

Você e eu passeando à tardinha na praça da matriz, de mãos dadas, sorrisos abertos, causando inveja aos outros casais, tão felizes nós éramos. A gente acordando cedinho no sábado para encontrar as frutas e verduras fresquinhas na feira, o caldo de cana com pastel de queijo com gostinho de bom dia e depois o dia inteiro juntos, fazendo tudo juntos e vivendo juntos.

O astor Berlinildo bem disse que essa coisa de micareta é obra do Capiroto, mas você insistiu em ir e eu cedi. Não deveria ter cedido. Deveríamos ter ido para o retiro da igreja, mas você insistiu tanto e eu não conseguia não fazer seus gostos, era meu maior prazer.

No meio de tanta gente seus olhos tinham que encontrar os olhos verdes de Satanás daquela piranha da Donanilma, né, cachorro? Suas mãos descaradas tinham que roçar nas coxas nuas da Donanilma, né, safado? A vagabunda da Donanilma tinha que ficar roçando aquele bundão dela nas tuas coisas fingindo que dançava, né, descarado?

Pois você fique com a Donanilma, filho de uma vaca de três tetas! Amanhã mesmo vou procurar um advogado e vou te deixar sem nada! Ou você acha que eu vou sustentar os dois moleques sozinha? E nem adianta me pedir arrego, que eu não dou. Vá à feira agora com a biscate da Donanilma se quiser, seu garanhão do brega.

domingo, maio 07, 2006

Ela gostaria de fazer jiu jitisu, mas o pai nao deixa porque não quer que ela seja encoxada pelos rapazes.


Lute, Hoje Em Dia, MG

A entrevista de Silvio Pereira ao jornal O Globo, reacendeu a chama do impeachment. A verdade começa a ser revelada ou é apenas a "síndrome da esposa abandonada" ? Ex-mulher é a pior inimiga do corrupto (em alguns casos do honesto também). Durante o casamento é dedicação full-time, depois do abandono não deixa tijolos empilhados. Silvio Pereira afirma que o PT não quis ouví-lo.
Essa frase dele é emblemática: "Existem cem Marcos Valério por trás do Marcos Valério", fato sabido e reconhecido por todos os brasileiros, menos pelo Judiciário, que vive vendado em outro planeta. Essa semana será quente em Brasília.




Garotinho disse anteontem que só um milagre salvaria sua candidatura, ontem, porém, confirmou que vai insistir na sua candidatura à presidência na convenção do PMDB no próximo dia 13.Como não acredito em milagres, espero que o mandatário do Rio esteja cert, só um milagre para salvar sua candidatura.




E Arany Marchetti, dono de uma funerária no Rio de Janeiro, disse que oferece gratuitamente um caixão de luxo, faixas de pesar e duas coroas de flores para Garotinho, caso ele leve às últimas conseqüências sua greve de fome. Convenhamos, não é uma propaganda lá muito boa, afinal de contas, o defunto não é de boa cepa.




Estudos publicados no IV Simpósio Sobre Saúde e Cerveja, realizado em Bruxelas, afirmam que o consumo moderado de cerveja reduz risco de infarto e melhora a resposta imunoógica contra infecções e alergias. Óbvio que esse tipo de trabalho "científico" só poderia ser apresentado num simpósio como esse, mas biriteiros como eu torcem que tenham razão. Depois do vinho tinto, agora a cerveja, que beleza! Biriteiros do Brasil, todos para o bar, já! Vamos comemorar!

sexta-feira, maio 05, 2006

"Um aluno que faz teatro queria me mostrar a falta de cultura dos colegas e perguntou a uma outra aluna se ela sabia o que era um monólogo... A resposta dela foi genial...
' Ah! Sei lá, só sei que fica na vagina !'"
(Retirado de uma cominidade do Orkut)


Boteco

Do Que As Esposas Gostam


Perolina tinha um trato com Pelópidas, seu marido. De dia ele cuidava da casa enquanto ela trabalhava na residência de dona Karliane; à noite ela ficava em casa enquanto ele trabalhava de vigia na fábrica de botinas. Ao vir para casa, na boca da noite Perolina passaria na bodega do seu Rivaldávio e traria o pão para o café da noite.

O casal estava feliz desde a véspera, data inesquecível em que o doutor Agnobaldo confirmara o segundo mês de gravidez de Perolina. Com o sorriso tatuado na cara naquela tardinha, ao entrar na bodega recebeu um galanteio de um dos cinco homens que se encontravam sentados a uma mesa na calçada tomando cachaça e comendo torresmos.

- Uma mulata dessas é tudo o que o Perivaldo aqui precisa para ser mais feliz ainda.

O sorriso da mulher sumiu e, sem olhar para o engraçadinho, foi ao balcão, pediu os pães já sabidos pelo merceeiro e, ao sair, ouviu a mesma voz:

- Traz aqui os pães para a sobremesa de nós dois, morena.

Ao chegar em casa, botando fogo pelas ventas, contou o que se passara ao ciumento Pelópidas, que se encontrava de bermuda, estirado no sofá assistindo a um programa pinga-sangue qualquer na tv em preto e branco.

Ultrajado, com as orelhas vermelhas, Pelópidas foi à cozinha, colocou a peixeira na cintura e saiu gritando pela rua:

- Vamos ver quem é esse macho que mexe com mulher casada!

Não se deu sequer ao trabalho de vestir uma camisa. Petrolina não fez gesto ou emitiu som que o desencorajasse, homem seu tinha mais é que defender sua honra.

Calçado de suas havaianas com o calcanhar já gasto, Pelópidas chegou à bodega, cravou a peixeira no balcão e, enquanto batia nos peitos, desafiou:

- Quem é esse tal de Perivaldo que ofendeu minha Perolina?

- Aqui fora!, gritou Perivaldo em resposta.

Tomou a faca de volta e saiu pisando forte. A bodega se esvaziara e a calçada do outro lado da rua já mostrava gentese agrupando na expectativa desangue na sarjeta.

Ao perceber que quatro homens acompanhavam Perivaldo, Pelópidas despertou para a necessidade de ter cautela, não poderia dar as costas a nenhum deles.

- Sente aqui conosco, amigo. Gavilaldo, puxa um tamborete pro amigo.

Era Perivaldo com um sorriso franco e branco pendurados no bigodinho fino.

- Prefiro falar com o senhor de pé. Homem que ofende mulher minha tem que se retratar ou vai provar da minha justiceira!

- Que é isso, camarada? Não ofendi sua mulher, não. Se o amigo olhar por outro lado vai perceber que eu estava elogiando o senhor pelo bom gosto e pela sorte de ter uma mulher tão formosa como companheira. Destranque essa cara, sente conosco e vamos prosear tomando uma branquinha.

Armado da faca e desarmado de espírito, Pelópidas perdeu o rompante, hesitou.

Em casa, orgulhosa do homem que tinha, Perolina punha a chaleira no fogo para preparar o café, abria a lata de sardinhas que amassaria para fazer o patê, lavava as folhas de alface e cortava tomates para o sanduíche. Nas noites de folga do marido a refeição noturna era caprichada, prenúncio dos prazeres que se dariam, amplificados pelas boas novas.

O tempo passava, o café esfriou e nenhuma notícia da pendenga entre pelópidas e Perivaldo. Será que havia pintado a polícia? Não... Notícia ruim anda rápido. Se algo tivesse acontecido alguma vizinha fofoqueira teria vindo avisá-la.

Depois de duas horas de espera, no alto de sua impaciência, ouviu a porta da frente ser aberta e vozes vindo da sala. Correu para lá em tempo de ver Pelópidas e Perivaldo abraçados, bêbados, às gargalhadas. Sua surpresa aumentou com o anúncio do marido:

- Mulher, conheça Perivaldo, futuro padrinho de nosso filho e nosso compadre.




Para o único, inigualável, fantástico, maravilho blogueiro e escritor e, melhor que tudo, ciumento amigo Gabriel.

quarta-feira, maio 03, 2006

O batismo é uma espécie de detergente do pecado original.


Ela também pode ser romântica

Platão em duas rodas


Deusival Neto, nome herdado por gosto do pai que adorava o próprio pai, viu Tereresa, batismo constrangedor por culpa de um escrivão bêbado e um pai semi-analfabeto, no primeiro dia de aula no ano em que faria a sexta série ele e a quinta a garota que alimentaria seus sonhos por anos.

Montado em sua Monareta verde, presente do Natal recente, Deusival saía de casa em seu uniforme azul e branco, pasta com livros, cadernos e lápis de cor junto com a merendeira presas na garupa, rumo à escola. Ao atravessar o portão de casa passou por ele uma Caloi 20 vermelha. Um senhor de trinta e poucos anos pedalava levando na garupa a filha, vestindo uniforme do mesmo colégio de Deusival.

O garoto não desprendeu seu olhar primeiro dos enormes olhos castanhos de Tereresa e, depois dela passar, dos cabelos fininhos e encaracolados. Hipnotizado por aquela beleza repentina, não viu o buraco no calçamento e, adicionando o desnível à sua imperícia de ciclista novato, perdeu o controle do guidão, derrapou com a roda traseira e estabacou-se de peito no chão, sujando e rasgando a camisa de poliéster que estreava.

Coração acelerado, levantou-se rápido na esperança que Tereresa não o tivesse visto catando cavaco na rua de paralelepípedo. A bicicleta que levava a garota já ia longe. Apressado, catou a pasta, a merendeira que havia se espalhado no meio na rua, a bicicleta. Analisando o estado em que se encontrava, concluiu que não tinha como ir às aulas naquele dia. Resignado, voltou para casa e o bom trato de dona Cesarina, sua mãe.

No dia seguinte, peito, braços e pernas coloridos de mercúrio cromo, pegou a Monareta, equipou-a com os apetrechos da escola e, cedinho, colocou-se de vigia do lado de dentro do portão, esperando a Caloi 20 vermelha passar com pai e filha.

Calculou o momento exato de sair emparelhando com a bicicleta que levava seu anjo, mas o pai de Tereresa, ciclista antigo, numa bicicleta de rodas bem maiores, passou por ele como um coelho por um caracol. Sebo nas canelas, tentou acompanhar pai e filha, mas, depois de dois quarteirões as coxas doíam e os pulmões lhe faltavam, mesmo assim já estava metros atrás da Caloi 20 vermelha.

No terceiro dia, depois de uma tarde e uma noite montando a estratégia de ataque para a manhã seguinte, saiu de casa assim que viu a bicicleta de seu Sestrônio surgir na esquina. Errou os cálculos. Ao ouvir o trim trim da campainha da bicicleta que vinha atrás, aproximou-se mais do meio-fio, sinal de prudência, deixando seu sonho passar por ele e olhando para o lado oposto ao em que ele estava. Sequer num lampejo ela o vira.

E assim passaram-se os meses. A cada dia uma nova técnica e nenhum sucesso. Usou dos pedidos, exigências, chantagens emocionais, notas altas para tentar convencer o pai a trocar sua pequena Monareta por uma bicicleta maior, desejo que nem de longe despertava qualquer interesse de seu Selétrio em realizá-lo. Alegava que o filho era muito pequeno para uma bicicleta tão grande, fora o fato de a Monareta ainda estar novinha. Nada justificava trocá-la agora.

O ano se passou e sua luta de Davi contra a bicicleta Golias não teve a mínima sombra promissora.

No ano seguinte, mais cento e oitenta dias de batalhas infrutíferas. Na escola sua timidez não permitia que se aproximasse, esperava que Tereresa o notasse e tomasse a iniciativa do primeiro contato. No terceiro ano, por fim, conseguira a tão sonhada bicicleta grande. Seria notado por Tereresa, não haveria como ela evitar.

No primeiro dia de aula, acordou cedo, tomou banho perfumado, passou brilhantina nos cabelos, só comeu por insistência da mãe e colocou-se de plantão do lado de dentro do portão, olhos fixos na esquina de onde sairia a Caloi 10 vermelha, pernas aquecidas, prontas para pedalar. Esperou, esperou, nada paciente esperou... Só saiu de casa quando dona Cesarina apareceu na varanda e ralhou com ele, iria chegar atrasado, "tá esperando a escola vir até você?".

Triste, cabisbaixo, desapontado, Deusival Neto pedalou sem pressa até a escola. Preocupada com o abatimento do colega, Pelidônia, que alimentava uma paixão oculta por ele, quis saber o que se passava, se podia ajudar em algo. Depois de ouvir que a causa daquele estado de espírito chuvoso de Deusival era a linda Tereresa, com o coração em pedaços, Pelidônia contou que Tereresa havia se mudado para Tarauacá.





Para Zeca, Cláudia e Maucir, três dos meus poucos leitores que se manifestaram a favor da continuidade dos contos e crônicas.

terça-feira, maio 02, 2006

"Sabendo que o sapo é um animal pecilotérmico, explique o erro existente na música SAPO CURURU, NA BEIRA DO RIO. QUANDO O SAPO CANTA, Ó MANINHA, É QUE TÁ COM FRIO"
Resposta do aluno: "O sapo não lava o pé, não lava porque não quer..."



Lézio Jr. Diário da região, SP


Dólar a R$ 2,06?
Ações da Petrobrás em alta?
Caramba! O que os investidores da Bolsa estão vendo que nós não vemos?




O artista plástico Raul Mourão abriu em São Paulo a exposição "Lulinhadepelúcia e Outras Coisas". Bonecos de pelúcia com a cara do presidente são expostos dentro de caixas de madeira e com tampo de vidro. O artista, anti-lulista ferrenho, é mais um dos muitos que tentam manchar a imagem de Lula e correm o risco de atirarem pela culatra.
Eu explico: primeiro, o bonequinho é muito bonitinho, independentemente de ter acara de Lula. Se cair no mercado, venderá como pirulito de coração. O próprio Lula já pediu um pra si; dois, brasileiro sempre torce para o mais fraco. Não qualquer mais fraco, mas o mais fraco entre os fortes. Veja o exemplo de uma luta de boxe. Se um dos lutadores não for brasileiro, normalmente a torcida é daquele que vai apanhar que nem cachorro de peruano; terceiro, quem vê a exposição, ou apenas um boneco, sem ler a razão da exposição toma simpatia pela figura descrita e aquilo martela no subconsciente; crianças encherão o saco dos pais para comprarem um pra elas; é propaganda gratuita para o presidente.
Os caras querem bater, mas não sabem como. Lula fala em fome, bolsa isso, bolsa aquilo, cotas, salário mínimo dobrado... Os adversários falam de cargatributária, déficit primário, cotação do dólar e da bolsa... O povão eleitor vai entender que linguagem?




E o Evo Morales, hein?
Eta, Sulamericazinha de merda! O cara, populista até a hemorróida (se passar daí, vaza) está indo na contramão da história, sem perceber que ficará isolado, ou mais isolado, do mundo. Os chefes de governo da Europa já começaram a advertí-lo dos riscos da nacionalização exarcebada que o sujeito tá fazendo. No país mais pobre das América do Sul, o presidente tomar atitudes que aumentarão o desemprego, diminuirão o interesse de outros países em fazer negócios com a Bolívia, poderá causar manifestações populares perigosas e violentas, é pedir pra ser deposto em tempo recorde.
Os mal intencionados congressistas brasileiros já estão tentando culpar o governo federal pelos devaneios de Morales, que há dois meses se dizia amiguinho de Lula.
Anotem em suas agendas: isso vai dar merda em menos de dez dias.




Adivinhem quem são os candidatos a governador e vice do Distrito Federal pelo PFL.
José Roberto Arruda, aquele que ajudou ACM a quebrar o sigilo do painel eletrônico da Câmara dos Deputados e teve que renunciar para não ser cassado, e PAulo Otávio, aquele que responde a dezenas de processos - parados por ele ser senador - por fraude, corrupção, lavagem de dinheiro e sabe-se lá por que mais.
O PSDB é que não está gostando nada disso. Com chapa única, o PFL dificulta ainda mais a aliança entre as viúvas dos generais e os tucanos.
Quanto aos brasilienses, não será nenhuma surpresa se essa dupla gosmenta for eleita para substituir Joaquim Roriz e sua gang.




Não podia deixar de falar da greve de fome de Garotinho.
Ao invés de procurar provas de sua inocência, prefere acusar a imprensa de perseguição. Aliás, qualquer coisa de ruim que acontecer no país hoje, a culpa sempre será jogada em Lula ou na Globo. Pura cortina de fumaça.
Só que no caso do Garotinho, o arrendatário do Rio, vários jornais e revistas lançasm denúncias e evidências dos maus contatos de Garotinho com criminosos e essas denúncias se completam. Não é uma única denúncia copiada por vários órgãos.
Na sua meninice, o campista não percebeu que, além de estar fazendo um papel ridículo, se colocou numa posição sem volta. Se desistir da greve, vira motivo de piada (mais piada, quero dizer) e perde toda a mínima credibilidade que ainda pode ter; se esperar que a igreja o convença a desistir e transferir para ela a responsabilidade da desist~encia, pode ser uma perda de tempo, já que ele é evangélico e o arcebispo do Rio é da linha dura da igreja; se esperar que órgãos estrangeiros o dissuadam de continuar no ato maluco, pode acontecer de levar mil pedradas por colocar o país numa posição delicada para a opinião pública; se continuar com a greve, é capaz de gerar bolões e mais bolões sobre a data da desistência ou da hospitalização.
Em suma, cavou uma cova muito funda que não tá dando pé pra sair.

segunda-feira, maio 01, 2006

"Comigo o buraco é mais embaixo. 7 palmos para ser mais preciso"


Janotti, Jornal de Hoje, RJ

Essa de greve de fome do Garotinho, só rindo. Imaginem um sujeito como esse ocupando a Presidência. Aí ele manda um Projeto de Lei ou uma Medida Provisória do intersse no Governo e o Congresso rejeita. O que ele fará? Vai fazer beicinho? Xingar a mãe do presidente da Câmara? Se queixar pro bispo? Mas, com um nome desses, convenhamos, está fazen jus a ele. E ainda manda carta para a OEA exigindo fiscalização internacional para o sistema eleitoral brasileiro. Está se achando no Iraque, o bobão. Como diz o Janotti na charge aí de cima, pelo menos ele deve livrar-se de umas gordurinhas a mais que cercam todo seu esqueleto.




Hoje, faltando cinco minutos para o meio dia, ligo a televisão a fim de assistir ao Jornal Hoje. Estava acabando o programa da Xuxa e eram exibidas algumas pequenas cenas do que acontecera no decorrer do programa. E o que vejo? Renato Gaúcho insinuando um strip-tease! De manhã! Num program,a pseudo infantil! Cadê aquele juiz da infância e da juventude do Rio de Janeiro que adora aparecer? Aliás, cadê o CONAR, a direção da emissora, o pessoal dos direitos humanos? Se eu tivesse um filho e o flagrasse assistindo ao programa daquele ser sem graça, sem moral e sem sal, dava-lhe uma sova que nunca mais esqueceria, já que não posso dar uma sova nela.




O ex-cônsul geral da França no Rio de Janeiro, foi preso ao tentar embarcar nun avião com destino a Paris, com 300 CDs piratas. Depois esses caras espalham aos quatro ventos, mundo afora, que o Brasil é o paraíso dos piratas.




Dado Dolabella falou que se não fosse ator ou cantor, nãoseria nada. Pra mim ele não é ator, nem cantor, nem nada.




Leiam o livro "Pasquim - Antologia (1969-1971) e se quiserem me dar um de presente, aceito de muito bom grado.




Keith Richards, o guitarrista centenário dos Rolling Stones acha que só tem 70 anos e resolveu tirar coco no pé, na Nova Zelândia. Caiu do coqueiro, de uma altura de cinco metros, bateu a cabeça, teve uma concussão cerebral e está hospitalizado. Hehe, típico de um roqueiro das antigas.




Essa eu peguei no Duck. O cara, de troca em troca, consegui trocar um clip de papel por um ano de aluguel grátis. Isso, sim, é ser bom em fazer negócio. E o caraainda não parou, sabe-se lá onde vai parar.




O ator Charles Paraventi, o Professor Afrânio, da novela "Malhação", da Rede Globo, foi flagrado ontem à tarde pela Polícia Militar, com três trouxinhas de maconha. Tentou subornar a guarnição com R$ 20 mil e seu carro, uma Parati. Maconhazinha cara essa! Agora o sujeito deve malhar em outra freguesia nada amigável.


Henrique, Tribuna da Imprensa, RJ