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sexta-feira, março 30, 2007

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Histórias da Corte


Há dois anos saiu num jornal local daqui a notícia de uma garota que havia matado o irmão com uma facada. Como todo mundo, minha primeira reação foi de horror e de repulsa pela ação da garota. Hoje foi seu julgamento.

Daiane tinha 19 anos, um filho de um ano e três meses, e morava com a mãe, o padrasto e quatro irmãos, todos menores. Desses, o mais velho era o Henrique, com quinze anos.

No dia 24 de fevereiro de 2005 a mãe e o padrasto encontravam-se em outra cidade, respondendo a uma proposta de emprego. Daiane, também desempregada, ficara responsável pelos cuidados com os menores. Henrique trabalhava como flanelinha em frente a um supermercado, dois quarteirões distante.

No final da tarde, ao chegar em casa, Henrique encontrou os irmãos assistindo a um programa do SBT e Daiane na cozinha, limpando um pedaço de carne que seria preparado para o almoço do próximo dia. Henrique, o segundo mais velho, acostumado a mandar nos menores na ausência dos pais, mudou de canal, queria assistir à Malhação, da Globo. A molecadinha se rebelou, queria continuar assistindo aos seus desenhos. Começou a confusão.

No meio da gritaria, Daiane na defesa dos irmãos, discutia mais uma entre tantas as vezes que brigaram. Henrique arrancou com um puxão os fios da antena. Se ele não veria o que queria, ninguém veria nada. Daiane afastou o irmão e, com a faca com que tratava a carne, passou a desencapar as pontas dos fios arrebentados para religar a antena. Talvez com medo da faca, mas sem querer dar o braço a torcer, Henrique armou-se de um pedaço de pau e foi até o registro geral de energia, desligando-o. E a gritaria e ameaças continuavam.

Refeita a conexão da antena, os irmãos menores, de 14, 13 e 10 anos, alojados em frente à televisão, certos de que a irmã imporia sua autoridade e colocaria as coisas na ordem de antes, Daiane, saiu de casa para religar a energia. Ao virar-se de costas para Henrique recebeu uma paulada nas costas. Para defender-se, porém sem o intuito de ferir o irmão, apenas ameaçá-lo, prontamente a garota se virou. Nesse mesmo pedaço de tempo, Henrique se aproximava para desferir-lhe outro golpe, só que, ao dar um passo à frente, recebeu a lâmina no estômago. Um único golpe.

Ferido, o rapagote saiu correndo pela rua, mas caiu pouco mais de vinte metros à frente. A faca havia cortado a Aorta Torácica, levando-o a sangrar até a morte, pouco depois da chegada da ambulância, chamada por vizinhos assustados.

Durante o julgamento de hoje, no qual eu era um dos jurados, provou-se que Henrique era violento, já havia agredido a irmã outras vezes, numa delas deixando-lhe uma cicatriz profunda de mordida no braço esquerdo; já havia agredido a própria mãe, sendo necessária sua internação em hospital; era usuário de drogas.

Daiane, nesses dois anos, tentou levar a vida normalmente, estudando, arrumando empregos esporádicos. A família mudou-se.

Depois de seu discurso acusatório, o promotor pediu a absolvição, não diretamente, uma vez que seu ofício é acusar, mas deixando nas entrelinhas, baseando-se no Código Penal, que não recorreria de nossa decisão caso absolvêssemos a ré.

O advogado, o homem mais velho com quem já tive o prazer de conviver, o folcórico doutor Lopes, do alto de seus 95 anos, negrão com a cara de Pixinguinha, usou a Bíblia, católico fervoroso que é, para pedir a liberdade de sua cliente. Caim matou Abel, mas não foi condenado por Deus, que o marcou com uma cruz na testa e ordenou que ninguém o fizesse mal.

Falando assim, pode parecer que os discursos foram rápidos, mas advogados criminalistas, ao contrário dos trabalhistas que gostam de ir direto ao assunto, adoram o púlpito, a atenção e o rebuscamento da linguagem, mesmo que desconexa por vezes.

Na sala secreta, Daiane foi absolvida por sete votos a zero.

Dado o parecer pelo juiz, vi naquela garota magra, vestida com simplicidade, sua primeira manifestação de emoção. Os olhos deixaram escapar as lágrimas de alívio. Me doeu vê-la sozinha ali, nenhum parente ou amigo na platéia à sua espera. Sozinha no momento em que sua vida estava sendo decidida por sete estranhos. Não me contive. Fui até ela, apertei-lhe a mão, dei meus parabéns e recomendei que esquecesse o passado, levasse uma vida tranqüila, continuasse estudando para que seu futuro e de seu filho fossem mais felizes do que a vida fora até então. Aos prantos ela só conseguiu dizer "muito obrigado".

Fiquei feliz ao ver os demais jurados me seguirem, abraçarem-na. Vi que aquele apoio poderia ser um bom começo para seu futuro que desejo o melhor.

P.S.: Da última vez que narrei aqui um desses julgamentos, um leitor perguntou se eu não estava sendo anti-ético. Não, não sou anti-ético. O processo era público, qualquer pessoa presente poderia contá-lo, não necessariamente um jornalista. Não criei fatos, apenas narrei, resumidamente, é lógico, o que passamos naquela sala. Mesmo sobre o Henrique, que não foi um rapaz muito sociável, nem bom filho, nem bom irmão, pelos fatos narrados, foi por mim espinafrado. Não julgamos a ele, mas à Daine, que matou, sim, mas não é nenhuma criminosa. Aquela pobre moça não merecia passar dezenove anos na cadeia. Os anos que passou apanhando e mais esses dois que passou sofrendo enquanto corria o risco de perder a liberdade e açoitada pelas lembranças e pelo remorso, já lhe foram penas muito duras.

quinta-feira, março 29, 2007

Amarildo, A Gazeta, ES


  • Recebo mais um maldito telefonema de um desses milhares de telemarketings que lotam o Brasil. A telefonista pedia contribuição para a LBV, Legião da Boa Vontade. Só acreditei que era uma voluntária do Paiva Neto por conta do português tacanha e de tantos "graças a Deus", "com a graça de Deus" e "Deus o abençoe". Deus, o maior capitalista do século 21.


  • A biologia, como não é uma ciência exata, troca os nomes dos seres vivos a cada nova descoberta. As hienas, por exemplo, acabam de serem rebatizadas como "democratas". Assim, o PFL, passa a se chamar Partido Democrata.


  • A gente fica batendo panelas contra o auto-aumento dado pelos parlamentares e esquecemos de olhar os outros. O presidente da república receberá um aumento de 83%! Isso confirma minha tese que não existe independência dos quatro poderes - incluindo a imprensa -, mas interdependência. Um faz um favorzinho para o outro hoje e amanhã recebe a recompensa.


  • A Itália se mostrou interessada no álcool brasileiro, mesmo com os barbudinhos na rua protestando. Só tem um porém, ou melhor, dois poréns: a burocracia brasileira e a hiper burocracia italiana. Mesmo as contas da Petrobrás sendo uma das maiores mentiras no mercado financeiro, pelo menos a médio prazo, até que alguém resolva abrir a caixa preta, isso poderá nos ser muito bom. Torçamos.


  • Por que o presidente do IBGE não é nomeado ministro do planejamento? O cara, com duas canetadas, já nos fez crescer em 10% a economia, já fez o PIB de 2006 ser maior que o anunciado, e já elevou a taxa de crescimento previsto em 2007 para 4,1%. Crianças, não percam tempo lendo Harry Poter... A verdadeira magia está no Planalto. O dia que resolverem contar a economia informal, quase a metade do mercado brasileiro, nossa economia vai crescer ainda mais. Onde o Estado não mete o bedelho, as coisas acontecem e dão certo.


  • Nada como o fim de uma oligarquia... O secretário de segurança da Bahia descobriu, na semana passada, uma sala secreta onde eram escondidos dezenas de processos abertos durante a dinastia malvadeza e que não tiverem continuidade por serem os denunciados amigos do rei. Agora a nova Sercretaria da Educação andou caçando os fantasmas. Pasmem! Até o bispo de Eunápolis era funcionário fantasma, lotado como professor, sem nunca ter ministrado uma aula. E esses senhores ainda vêm me falar em ética, moral e honestidade...

quarta-feira, março 28, 2007

Desenho de Elaine Gonçalves


Os olhos que me olham crus
não são frios mortos e mortos,
olhos cor de vidro e brilhantes,
não são olhos com olhar de ontem,
olhos dormidos ao relento e molhados,
não são quaisquer olhos
que vimos nas esquinas barulhentas
ou nos bares por detrás da cerveja.

Não são quaisquer olhos
os olhos que me olham,
nem claros ou escuros,
olhos oblíquos de Capitu
olhos de gueixa ou terceiros olhos.

Mas olho tais olhos sem fogo ou neve
com o desinteresse com que olho
meus próprios olhos no espelho.
Olho-os como se os conhecesse há anos
sem nunca tê-los visto
por um átimo de tempo
e eles se tatuam em minhas retinas,
marcam meus nervos ópticos
e me seguem pela vida.

terça-feira, março 27, 2007

Amarildo, A Gazeta, ES


Post-umbigo:
  • Ó pá isso, algumas buscas que trazem pessoas a esse blog:
    - "Arte rupreste (sic) (pintor, que ano surgiu, uma obra)" - Tá, eu sei que não é lá muito elegante rir da ignorância alheia, mas esse aqui cometeu mais erros por centímetro quadrado que eu pudesse imaginar. Primeiro, o certo é rupestre e não rupreste; segundo, o que esse sujeito está pensando? Que pintura rupestre é um estilo artístico?; terceiro, em que ano surgiu? Perguntinha que nem os arqueólogos conseguiram responder com segurança, imagina se eu iria poder responder...
    - "Bush vem ao Brasil" - De novo? Que sujeitinho retardatário esse.
    - "Câncer no mediastino sente dificuldade de comer" - quisera, meu caro, que o câncer tivesse dificuldade em comer em qualquer que fosse a parte onde se alojasse...
    - "Vitória, ES, sexo sayonara puteiro" - Tá procurando a mãe, filho?
    - "Tatuagens de lagartixa" - Putz! O que ando perdendo... Nunca vi uma lagartixa tatuada.
    - "Sintoma de ânsia de vômito pela manhã" - Situaçãozinha brava, sô. Em primeiro lugar, antes de procurar Marquinhos de Ogum, deveria procurar um médico; em segundo lugar, até onde minha parca cultura médica me permite chutar, vômito já é sintoma de algum outro mal.
    - "Exercícios poema e poesia diferenças" - Há poucos dias, depois de tirar a dúvida com alguns professores de português e de literatura, falei aqui da diferença entre poesia e poema. Um nobre leitor, porém, comentou que bem sabia que não havia diferença, que poesia e poema são a mesma coisa. Depois dessa, prefiro nem opinar.
    - "Como fazer uma promessa?" - Oxente, eu lá tenho cara de padre?
    - "Artista plástico paulista de raça japonesa" - Pimeiro que não gosto desse papo de raça japonesa, prefiro dizer origem japonesa. Raça, para mim, só existe a humana e cabô! Mas se for para citar um, eu chutaria Manabu Mabe, embora tenha dúvida se ele não era todo japonês e não apenas de origem.
    - "vigiar olhar vida alheia deus" - Hein? Acho que Deus deixou essa missão de vigiar a vida alheia para nós, humanos. Ele, pelo visto, não tem olhado para cá há séculos. Deve ter enjoado do brinquedinho que inventou.
    - "Corida de cem metros no pan" - Assine a SporTv, pô!
    - "Como se escreve que porra é essa em inglês" - Essa foi a melhor! What a hell...?
    - "Marcos" - Presente!
    - "Brasil é o único país no mundo onde as prostitutas gozam" - Não fui eu, foi o Tom Jobim quem falou isso, ou quase isso.
    - "Simpatias contra inimigos" - Acho engraçado esse emprego da palavra simpatia. Não combina nada em desejar o mal. Coisas da língua portuguesa.


  • Acho que minhas instalações elétricas foram feitas por um amador. Quando tomo algo muito gelado, como água de coco ou açaí, dói no fundo do olho direito.


  • Outra esquisitice na minha formação: a maioria das pessoas consegue identificar porque gosta ou desgosta de alguém. Pode ser a educação, a cor dos olhos, o sorriso, a inteligência, a sensibilidade, o hálito, os gostos... Eu apenas consigo gostar ou não. Descobrir as causas me é impossível e pouco importa.


  • Você chega para uma pessoa e diz que jamais iria para a cama com ela. Ela, sendo homem ou mulher, mesmo quando diz o contrário (salvo se ela não gostar nadinha de você) se sentirá diminuída, ultrajada, ofendida, com o amor próprio ferido, rejeitada...
    Se você disser, na lata, em momento pouco esperado, sem clima, que iria para a cama com ela, se ela for homem, se assanha toda; se for mulher, farse-á de ofendida, mas o ego vai lá em cima.

domingo, março 25, 2007

Quadro de Eduardo Depinho


Falta II

Sinto saudades dela
como a prostituta do hímem,
uma saudade conformada
com jeito de nunca mais.

Sinto a falta dela
como quem sente a falta
do que nunca teve,
uma falta de quem sempre faltou.

Por essa saudade e essa falta
choro choro de carpideira,
choro sem sentimento,
apenas pelo prazer da lágrima quente.




Tem conto meu na Revista Extremo 21. Tendo um tempinho, passe lá.

sexta-feira, março 23, 2007

Renato, A Cidade, R. Preto, SP


  • Ciccarelli fez escola. A população de Canhotinho, PE, sentiu-se ofendida com uma comunidade do Orkut, entrou na Justiça e o juiz mandou bloquear o site. Daqui a pouco vão começar a prender comadres que falam mal das vizinhas...


  • O novo secretário de segurança baiano, descobriu uma sala, chamada pela imprensa de "Sala Secreta", ao lado de seu gabinete, onde "descansavam" dezenas de processos, o mais antigo datado de 1994. A maioria dos processos tinha como réus políticos do interior, carlistas, claro. Essa é a prática exercida há anos, desde o tempo da Arena, ou antes, da qual ACM, o comandante-mor dessa malta, se valia para proteger seus aliados (ou seriam baba-ovos?). Lógico que os processos contra seus inimigos (ele não tem adversários, mas inimigos) tiveram continuidade. O novo secretário mandou fazer um levantamento daqueles que ainda não prescreveram e dará continuidade a eles. Resta uma pergunta: os desembargadores empossados por ACM e seus asseclas, darão continuidade mesmo, ou engavetarão novamente em suas comarcas?


  • Controle populacional no terceiro mundo é isso: bebê lançado em lagoa, mãe espancando filho até a morte, criança matando criança a pauladas por conta de uma bola, avô mantendo neto preso a correntes dentro de canil junto com pitbull, mãe atirando filha do décimo andar, bandido arrastando garoto pelas ruas da cidade, ...


  • Fernando Collor, quando presidente da república, eleito com o jargão "caçador de marajás", perdoou as dívidas que os usineiros de álccol alagoanos tinham com a União. Esta semana Color se encontrou com Lula. Depois da reunião, Lula afirma que os usineiros são heróis. Não coincidentemente, o Ministério do Trabalho começa a fazer diligêncas junto às usinas e descobre bóias-frias sendo explorados, mal transportados, endividados no velho sistema dos "armazéns", em que o empregado é obrigado a fazer suas compras no armazém da empresa e suas dívidas, inflacionadas, são descontadas diretamente do salário. Isso os donos de seringais já faziam no Acre no início do século passado.
    O Brasil, para tornar-se o maior exportador mundial de álccol, como pretende ser, tem que combater o emprego de mão escrava, exigir respeito pelo meio ambiente, evitando as queimadas dos canaviais ou o lançamento de dejetos da produção nos rios. O presidente, em mais um ataque de verborragia e falta de senso, sai chamando esses senhores de "heróis". È muito para meu buraco hepático...


  • Ohhhhhh!!!!! Quer dizer então que, se a carga tributária não permite e a política cambial impede, a caneta do IBGE resolve? A economia brasileira é 10,9% maior do que se dizia anteontem? Que beleza! O Dieese ajuda afirmando que a média dos reajustes de salários em 2006 foi 87% acima da inflação. Que maravilha! Com apenas uma assinatura, o Brasil cresceu, em um dia, mais do que a China em 1 ano. Isso, sim, que é jeitinho brasileiro, o resto é coisa de malandro do morro.


  • Como alguns já sabem, faço parte do Corpo de Jurados do Tribunal de Justiça da Bahia, Comarca de Eunápolis. Em setembro do ano passado fui convocado para o julgamento de um rapaz chamado Francisco Lucas, acusado de assassinato. No dia do julgamento o advogado do réu não compareceu. O filho dele, do advogado, então funcionário do Detran, havia acabado de ser preso por vender carteiras de habilitação. Estávamos, todos os 21 jurados convocados, sentados no tribunal, quando foi trazido o réu, escoltado por dois policiais. O olhar que Francisco nos deu, encarando cada um dos possíveis sete jurados, que ainda seriam sorteados, foi algo entre o inibidor e o assustador.
    Garoto jovem, aparentando 23 anos, alto, por volta de 1,80 m, magro, bonito, bem vestido, com um rabinho de cavalo bem penteado, olhou-nos com olhos semi-cerrados, como que nos ameaçando.
    Com a falta do advogado, o julgamento foi adiado para a semana seguinte. Novamente o advogado faltou.
    Foi adiado para a próxima semana. O advogado não se fez presente. O juiz, já constrangido com nossos protestos, indicou outro advogado, exonerando o antigo. Nomeou Rui Azul, velho amigo meu, como novo defensor de Francisco, e marcou o julgamento para a semana seguinte. Dessa vez quem faltou foi o promotor, que havia viajado para Salvador, onde participaria de um congresso sei-lá-das-quantas.
    Enquanto espéravamos para assinar a ata, conversei francamente com o juiz. Disse-lhe que a maioria de nós não tinha nada contra ser convocado, que era nossa participação como cidadãos na feitura da Justiça, mas que estava acontecendo um desrespeito. Se os oficiais de justiça podiam nos encontrar para nos convocar, poderia também fazê-lo para nos avisar com antecedência que não haveria julgamento, evitando que cancelássemos nossos compromissos e tivéssemos que ir até o fórum.
    O juiz me ouviu, me deu razão, dissolveu aquele júri e fez um novo sorteio. Dessa vez não fui sorteado.
    Antes da próxima seção, porém, Rui Azul morreu, surpreendendo a todos nós, seus amigos.
    Desde setembro, sempre que se falava em julgamento, me vinha à lembrança aqueles olhos frios e ameçadores do Francisco.
    Eis que na segunda-feira passada recebo nova intimação para compor o júri, finalmente, do julgamento de Francisco. Acabo de voltar do Fórum. Não houve julgamento. Francisco fora assassinado.

quinta-feira, março 22, 2007

Falta e espera


Falta

Antes de saber o nome
já grito à noite
chamando o que sei que virá
como um dia que sempre vem.

Rezas não adiantam
nem choros espantam ou consolam
o inevitável doloroso e dolorido
vermelho de sol que se põe
no final da vida que parece ocaso.

Velhos e crianças
são órfãos de vida e esperança,
poços vazios e ôcos,
vítimas da falta de vida
perambulantes vielas abaixo
para o fundo do poço.

terça-feira, março 20, 2007

Preto e branco


Nunca fui bom em biologia, daí minha dificuldade em diferenciar raça de espécie. Segundo o dicionário on-line Priberam, raça é definida como a primeira e maior divisão do gênero humano;
conjunto de indivíduos que conservam, entre si, por hereditariedade, caracteres psicofísicos semelhantes;
conjunto dos ascendentes e dos descendentes de uma família, de um povo;
espécie;
No mesmo dicionário, espécie é definida como conjunto de indivíduos de igual natureza ou essência, que oferecem caracteres comuns pelos quais se distinguem dos outros grupos de indivíduos pertencentes ao mesmo gênero;
divisão do gênero;
qualidade, sorte, casta;
qualidade específica, caráter, sinal, distinção, particularidade;

Isso não me ajudou em nada. Não consigo perceber o ser humano como composto por raças, espécies diferentes. Só vejo a raça humana, a espécie humana. Tudo farinha do mesmo saco de Adão.

Vamos a mais uma definição tirada do mesmo Proberam. Discriminação: ato ou efeito de discriminar;
separação;
distinção;
diferenciação;

Olhando assim, discriminar não é, portanto, uma coisa necessariamente ruim. Quando alguém nos pergunta como você é? e respondemos alto, baixo, louro, moreno, crioulo, míope, cearense, javanês, perneta..., estamos nos diferenciando de muita gente, estamos nos discriminando, portanto. Damos características só nossas, marcas que nos distinguem dos demais. Assim nos fazemos reconhecer.
Mas tem uma última definição de discriminação: marginalização devido à diferença, de raça, por exemplo.
Aí a coisa muda de figura. Fica inaceitável numa sociedade globalizada em que a Bolsa de Nova Iorque negocia o cacau da Costa do Marfim, em que trabalhadores mal remunerados chineses fabricam bolsas de grife européias.
Na minha ignorância biológica só consigo ver a raça humana e acabou.

Há uns dois ou três anos, foi notícia nacional a prisão de um grupelho neo-nazista gaúcho que pregava panfletos incitando a discriminação contra negros, nordestinos e judeus. Entre os presos estava um chamado Sebastião da Silva. Parece piada, mas não é. Um nazista chamado Sebastião da Silva. Quando vi o vídeo em que o bobão aparecia, não contive a risada. O cara é o típico pardo brasileiro, cabelo crespo, pele morena. E nazista! Não sei quem é o mais imbecil, se ele, que, não conhecendo suas raízes trilha por um caminhozinho torto por conta dos amiguinhos ou os componentes do grupo que aceitaram um quase negro como caçador de negros. É muita imbecilidade para tão pouca gente.

Infelizmente nem todos os exemplos de discriminação que qualquer um de nós possa citar é tão bizarro quanto esse. Há quem leve esse tipo de coisa com seriedade, como filosofia de vida. E é aí que mora o perigo. O sujeito leva tão a sério suas próprias imbecilidades a ponto de machucar, ofender, agredir alguém pelo simples fato de ter a cor da pele diferente da sua. Antes de demonstrar que sua raça é superior, está mostrando que os de sua raça que pensam e agem como si são inferiores no intelecto e nas ações.




Adiantando em um dia minha contribuição à sugestão do Lino Resende para escrevermos sobre o dia 21 de março, Dia do Combate à Discriminação Racial.

21 de março, Dia de Combate ao Preconceito Racial
Areias terçãs


Torna-se real
E tensa cor
Rica sorte
Entre rosa e cal,
Sereia e calor,
Artéria e enol.

Certa, reina
Arsênica
Rola certa Inês
Oral retina
Literal rosa cena
Irreal tensão.
Na alta serra
E na areia terçã.

domingo, março 18, 2007

Amarildo, A Gazeta, ES


  • João Paulo II passou todo seu mandato tentando uma aproximação entre as religiões; Bento XVI, em seu primeiro discurso ofendeu os islâmicos. Foi esse seu cartão de visitas. A Igreja Católica Apostólica Romana está voltando à Idade Média. Ser contra o uso de preservativos, pregar o celibato, condenar o homossexualismo são posições históricas, não me surpreendem mais, mas daí a querer a volta das missas em latim, uma língua morta há séculos, será apenas mais um fator para distanciar o rebanho de ovelhas dos seus pastores. Um papa fundamentalista é tudo o que o mundo não precisava num momento tão conturbado como esse em que as diferenças religiosas têm causado tantas tragédias em quase todos os continentes.
    Daniela Mercury foi retirada de um show para o papa ano passado por ter feito parte de uma campanha pelo uso de camisinhas, agora foi a vez de Sandy e Júnior. Em Trinidad e Tobago, a igreja quer proibir a presença de Elton John num show, pelo fato dele ser homossexual. Depois vem com aquelas campanhas da fraternidade pregando a igualdade entre os humanos. Hipocrisia, debilidade mental e falta de mulher, devem ser esses os principais problemas de Bento XVI (aliás, muito bem escolhido seu nome: Bento XV é do tempo em que ovo nem tinha casca, ela ainda não havia sido inventada).


  • De novo:
    "Cai, cai, cai, cai
    Outra construção civil.
    Realmente ninguém segura
    A arquitetura do Brasil".
    Semana passada foi o teto de um shopping na Zona Sul de São Paulo.


  • Quando começaram a surgir as cotas para as universidades públicas, a Veja publicou uma matéria em que mocinhas loiras declaravam-se negras para entrar no curso de Direito da Uerj. Aqui na Bahia estão vendendo certificados falsos de conclusão do ensino médio de escolas públicas. Aqui tem uma matéria sobre três denúncias por esse motivo. Essas três foram flagradas, quantas ainda não?


  • Caraca! Se eu acreditasse nessas coisas de Capeta, inferno, apocalipse e coisas que tais, eu diria que o fim do mundo está próximo. No interior do Pará, um garoto de oito anos matou outro de 3 anos a pauladas, depois o decapitou com uma faca. O motivo: a disputa por uma bola. Que porra é essa?


  • Ninguém assiste ao BBB 7, né? Isso é coisa de gente pobre, desinformada. Pois é, minha gente, os flashes de 30 minutos ao vivo que o Multishow apresenta atingiu 7,5 pontos no Ibope, a maior marca já atingida por um canal por assinatura, sem falar que a venda do pacote pay-per-view foi a maior desde a primeira edição do programa. Estão querendo me enganar, é?


  • Já que no Maranhão deverá acontecer um plebiscito para decidir sobre a divisão do Estado, criando-se o Maranhão do Sul, por que o mesmo não acontece na Bahia,para a criação do Estao de Santa Cruz; no Pará, para a criação do Estado de Carajás; e em Minas Gerais, que conta dentro de si três estados diferentes? Estados menores seriam bem mais fáceis de serem administrados, por outro lado, os caciques políticos, megalômanos por extensão, perderiam boa dose de suas influências. O Mato Grosso foi dividido e ninguém saiu perdendo; Goiás foi dividido e o antigo setão começou a desenvolver-se, mesmo que sob a batuta da oligarquia Siqueira Campos. Creio que os grandes estados, com excessão do Amazonas, por conta da unidade da Floresta Amazônica, poderiam passar pelo mesmo processo sem traumas maiores. O fato é que o plebiscito é decidido pelo voto popular, mas a criação desses plebiscitos é decidida pela troca de favores dos políticos.

sábado, março 17, 2007

Temporal


Vendaval

Parecia vendaval,
mas era apenas o cérebro
girando acelerado,
criando fugas e chegadas.
No vai e vem corrido
das meninges se batendo
o crânio era um liquidificador
de anseios, desejos
misturados, intrincados.
Idéias por segundo
se formavam e se abandonavam
parecendo vendaval.

quinta-feira, março 15, 2007

Nani, JB, RJ


  • Imagina o que não deve estar rolando entre a pobralhada e os mst lá do Recôncavo. Não é todo dia que caem R$ 5,5 milhões do céu. Morreram dois homens? Pena. Quem quiser que acredite que os policiais só encontraram pouco mais de R$ 400 mil. A caboblada mais esperta já deu um revestrés e já está amoitada pelos arredores. O fato é que banco não perde grana nenhuma, toda ela segurada. Tudo bem que se apoderar de uma grana que não é sua, é ilegal, mas eu até desculparia os pobres coitados que ficarem com o que pegaram. Entra fácil, sai fácil: boa parte vai virar cachaça, farra no puteiro e um monte de bugingangas, mas é um alento, embora que temporário.


  • Ué, não vi ninguém dos "direitos humanos" na televisão ou nos jornais lamentando a nova onda de assassinatos de policiais no Rio... Esses abnegados devem estar muito ocupados tratando de seus "clientes".


  • Ué II, a revanche. Lula não é do PT? Ou eu que me confundi e, na verdade, ele é do PMDB, o partido dos vampiros?


  • Arrá! Anté que enfim! O Congresso deve instalar uma CPI para investigar as OO.NN.GG. que recebem fundos do governo federal. Ótimas novas. Só espero que as investigações não parem nas penúltimas conseqüências, como de praxe.
    ONG no Brasil virou sinônimo de gente de bem, honesta, bem intencionada, mas tem uma meia dúzia delas por aí que não faz nada de efetivo, mama nas tetas oficiais, enriquece diretores e não precisa prestar contas, uma vez que é dinheiro a fundo perdido. Se a CPI for deveras instalada, acompanharei de perto. Ano passado eu já comentava por aqui da necessidade de uma investigação profunda sobre a atuação dessas entidades.


  • Quinze anos depois, agora detentor de um mandato federal, Collor discursou hoje despejando suas mágoas sobre o impeachment que sofreu. O que o "bom" moço está querendo com essa exumação, descobriremos muito em breve, algo me diz...

quarta-feira, março 14, 2007

Grandes poetas!


Qual a função da poesia?

Primeiro seria necessário conceituar "poesia".

Há diferença entre poesia e poema?

Sim, há. A poesia está nos olhos e sentimentos de quem vê e sente; poema é a estrutura formal da coisa. Poesia é abstrata, enquanto poema é concreto. Poesia concreta é outra história. Quem faz poema não faz, necessariamente, poesia.

As crianças e os adolescentes escrevem muito mais poemas que os adultos. A vida nos endurece. A dureza do dia a dia nos embrutece, nos afasta da poesia. Mas quem persiste nessa trilha de letras se aprimora, burila a técnica, se tiver sensibilidade e persistência para aprender.

Quando jovens faz-se mais poemas que poesias; quanado se amadurece, surgem os poetas. Então não há jovens poetas? Claro que sim, mas são os velhos que mais encantam. Drumond, Vinícius, Borges, Quintana, Neruda, Nélida, Cabral, Pessoa, Bandeira e tantos e tantos, mais fizeram doces e quindins para nossos olhos e mais deliciosos, quanto mais os anos se acumulavam.

A função da poesia não é só uma. Ela nos faz sonhar ou protestar; nos faz amar ou sofrer, nos traz companhia ou solidão; traz calor de colo e luz de Lua; é exercício e lazer.

Poetas, recebam desse servo um agradecimento e reverentes parabéns nesse seu dia, uma homenagem eterna a Castro Alves.

terça-feira, março 13, 2007

Fogo


Fogo

De paixão e de dor
fogo do Sol
fátuo
paulista
sempre de calor
prazer nem sempre
da vida e que traz morte.

Vulcão de sentimentos
de quereres e adeuses
que se apaga com lágrimas
ou perene.

Ardor da alma
ou na pele
nos olhos
no peito...




Se poetisa hoje tem que ser chamada de poeta, por que escritora não deve ser chamada escritor; maestrina, maestra ou maestro; condessa de conde; pintora de pintor; profetiza, profeta...? Confesso que certas idéias ficam muito além de meu parco raciocínio. Alguém poderia me explicar?

segunda-feira, março 12, 2007

Zota, A Tribuna, ES


  • Eu sou um otimista. ACM está saindo da UTI, depois de internado com problemas renais aumentados por uma pneumonia. Toço para que saia de lá saudável e que viva ainda muito tempo. Assim mantenho minhas esperanças de um dia vê-lo punido por tantos crimes e desmandos que cometeu nos últimos quarenta anos. Não quero passar pela mesma frustração de quando Pinochet morreu sem ter recebido uma punição à altura de suas atrocidades.


  • PÔ! O Pânico na TV, da Rede TV! estragou minha piada... Mas vou colocar assim mesmo. O mais engraçado é a cara de seriedade do moço, compenetrado, como se estivesse fazendo uma performance que mudaria os rumos da humanidade. O moço, em seu blog, tentou minimizar a exumação de seu cadáver, mas, comenta-se nos bastidores, que ele ficou deveras chateado com essa descoberta arqueológica: Olha o Zeca aí, gente!


  • "Dizem que o amor abre portas. Só não explicaram por que essas portas são giratória". Márcio Lejoto.

sábado, março 10, 2007

X


Brilux, ajax

Fiat-Lux
Dura lex sede

Passa, Rex!

Ginuflex são
Repelex
Asterix

S E D E X X X X X

Fix-tampa
Abrix ax portax

Fox trote

Pompom com protex

Max Factor

Fator maximum

Bombax! Bombax! Bombax!

Ex-tra:
Ex-marido mata ex-amante

Enxchame

Xamex com dois xix

Par de deux

Ex terminado (recomeçado?)

Plex(o) solarx
Mix agem
Max mix(a)dor



PAX!

sexta-feira, março 09, 2007

Amorim, Correio do Povo, RS


  • Bush vem ao Brasil e um monte de gente vai às ruas osquestrado por politiquinhos, sejam de centrais sindicais, de movimentos sociais, centros acadêmicos... Calma, senhores e senhores, não é uma defesa de Bush, mas um repúdio à idiotia.

    O cara é um crápula acéfalo, amiguinho das indústrias bélica e petrolífera, um megalômano que só é freado pela solidez das instituições democráticas estadunidenses, tudo bem, é isso tudo e muito mais. Mas não é por conta disso que vou para as ruas atirando pedras em policiais brasileiros, quebrando lojas e carros brasileiros, agredindo cidadãos brasileiros. O que esse tipo de ação vai conseguir? Nada senão repressão. Bush não vai cair e nem mudar seu modus operandi por conta dos protestos violentos de um povinho terceiromundista. Foi iso o que vimos em várias cidades, de Belém a Porto Alegre.

    Para protestar contra um presidente violento, faz-se uma batalha campal por aqui, vizinhos contra vizinhos, famintos contra famintos, insatisfeitos contra insatisfeitos. Quem sai ganhando com isso? Ninguém, nem mesmo Bush, que sequer viu. Bem, talvez Chavez, que é capaz de dizer que os brasileiros apóiam suas posições esquisitas.

    O sujeito não percebe que está sendo massa de manobra para o trampolim político de alguém? O protesto é válido e deve ser feito, mas existem métodos bem mais modernos e talvez mais eficazes do que a depredação de propriedades públicas e particulares. Bush vai embora do país hoje sem ouvir um protesto, sem levar uma pedrada, sem ler uma faixa de repúdio à sua presença no Brasil ou no mundo; depois que ele sair, cidadãos brasileiros é que estarão com os olhos ardendo de gás lacrimejante, com o corpo marcado por balas de borracha, com a fachada da loja ou o pára-brisa do carro quebrado, ou atrás das grades. Ou seja, o prejuízo é todo nosso.

    O cara veio para tratar do comércio de etanol, oportunidade que o Brasil tem de fazer um negócio exportando álcool e tecnologia de motores flex. A produção brasileira de álcool de cana é o dobro da estadunidense por hectare, que retira álcool do milho; o custo de produção brasileiro é R$ 0,22 por litro, enquanto que o deles é R$ 0,33, mesmo com impostos bem mais altos por aqui. Estamos numa grande vantagem, o que nos trava o sucesso é a sobretaxa de R$ 0,30 por litro importado de nós. Vai que por uma cagada o governo brasileiro consiga derrubar essa barreira e o Brasil consiga abocanhar aquele mercado... Seria um grande salto, a longo prazo, para nossa economia. Isso os sem-terra, os sem cérebro e os sem desconfiômetro que vão às ruas agredir concidadãos e destruir suas propriedades não param para analisar.

    É para protestar contra o belicismo ianque? Que sejam feitos fóruns com a presença dos embaixadores e cônsules estadunidenses; que sejam enviadas cartas e e-mails para seu governo e órgãos oficiais; que sejam feitos abaixo-assinados e manifestos junto à ONU, à OEA, à Anistia Internacional; que sejam erguidas faixas pelas prováveis vias por onde passará a comitiva de Bush... A fúria com que os protestantes vão às ruas mais parece que a raiva maior é contra as autoridades brasileiras do que do próprio presidente visitante. Mais ridículo que isso, a meu ver, são os imbecis que se matam em estádios de futebol.

    Batalha pelas ruas onde moramos para protestar contra a violência estrangeira... vai entender.


  • O iogurte Activia faz propaganda com o antigo chavão: satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. Uma vez que o produto promete regularizar o as atividades intestinais do usuário, fico imaginando a cliente entrar no supermercado carregando um monte de potinhos vazios do igurte e reclamar ao gerente: "quero meu dinheiro de volta! Há uma semana que tomo esse negócio e continuo com prisão de ventre".

quarta-feira, março 07, 2007

A Mulher e a Leitura, Picasso


<Elas

Luci, Inês, Valdice, Lia, Lívia, Nely, Liziê, Letícia, Keila, Hadassa,Edna, Jemima, Rebeca, Marli, Magali, Glenda, Raimunda, Jucileide, Deisid, Andréia, Celina, Zeca, Mitsy, Cídia, Eliane, Margaret, Ana Rita, Ana Maria, Ana Clara, Kátia, Eliene, Gabriela, Valdirene, Beatriz, Gracinha, Váldia, Eliene, Glícia, Mariana, Marina, Tereza, Elisabete, Mara, Sílvia, Simone, Solange, Cida, Rosane, Sabrina, Alexia, Larissa, Pâmela, Jô, Joana, Kelly, Paula, Karina, Thais, Thays, Jéssica, Luiza, Fernanda, Manuela, Amanda, Bruna, Camila, Sâmara, Samira, Vanessa, Andressa, Andrezza, Alana, Iara, Priscila, Aline, Lúcia, Lícia, Ádila, Adriana, Adriane, Cláudia, Ariadne, Alice, Carolina, Caroline, Anaíra, Ângela, Anne, Ariane, Ariana, Roberta, Manuela, Bárbara, Magnólia, Margô, Haydée, Bartira, Berenice, Bianca, Mayara, Mayana, Callyane, Carla, Karla, Carine, Cecília, Chimene, Cristina, Christiane, Cristiana, Cinéia, Clara, Cleciana, Diana, Daiane, Daiana, Daniela, Daniele, Darlane, Daíza, Denise, Diandra, Duane, Elenita, Hellen, Helena, Eloá, Elis, Benilde, Mariane, Alessandra, Valéria, Alessiane, Emília, Emilly, Aluana, Luana, Luane, Erênia, Ize, Isa, Fabiane, Fabiana, Fabrícia, Fernanda, Flávia, Geisa, Gilana, Giliane, Gislaine, Elaine, Gláubia, Grasiela, Grazielle, Hanna, Henika, Érica, Ihanny, Thanany, Ingrah, Ingrid, Isabela, Isabele, Itana, Rogéria, Rogélia, Jaiana, Jamille, Jaqueline, Fátima, Jenifer, Júlia, Juliana, Camila, Isabel, Kárita, Catarina, Kira, Laiana, Laís, Laila, Laura, Lays, Laisa, Leidiane, Leilane, Lena, Liz, Lorena, Lorenza, Luana, Analu, Luciana, Lucimere, Magdali, Mahira, Geórgea, Márcia, Eugênia, Mary, Melissa, Michele, Miriam, Natália, Natasha, Ohana, Poliana, Patrícia, Thamires, Petya, Rafaela, Regina, Regyana, Renata, Raíssa, Sandra, Alessandra, Alessiane, Sayonara, Suany, Selma, Telma, Tânia, Sibele, Sílvia, Silvana, Sibéria, Irlanda, Cíntia, Suzana, Suzane, Thayane, Talita, Tássia, Cássia, Tatiana, Tatiane, Thiara, Tâmara, Tássyla, Vanessa, Vitória, Virgínia, Viviane, Vânia, Warribe, Yana, Elma, Meire, Rosimeire, Lara, Mariala, Raquel, Tábata, Geovana, Bárbara, Marjory, Ticiara, Débora, Jaíza, ...

Toda mulher é Maria. Felicidades infindas a todas as Marias.

terça-feira, março 06, 2007

Roland Topor


Pão

Assar pão
No alçapão
Ou alça e pão
No assarpão matuto
Alta ação
De sapo com tração
Nas quatro.

segunda-feira, março 05, 2007

Vasqs, A Charge Online


  • Há dois anos Marquinhos de Ogum passou por aqui e alertou: "os Estados Unidos ainda irão se arrepender de ter permitido a entrada da China na Organização Mundial do Comércio". Nem precisava ser um excelente (hihi) profeta como ele. A economia mundial - não é o caso do Brasil que, assim como os EUA, pertence a um mundo próprio - ia muito bem, mar calmo, de repente, uma galinha espirrou em Xangai e as pedras do dominó da economia de fachada, aquela feita de capital especulativo que entra e sai de países sem entrar no bolso de ninguém, começaram a cair. Os economistas já colocam as barbas grisalhas em solução aquosa, os investidores mais sabidinhos já começam a realizar lucros e tirar o seu da reta antes que a bomba pipoque... Sei não, mas se Marquinhos de Ogum estivesse aqui, já teria mandado os poucos nobres leitores venderem suas ações e aplicarem na caderneta de poupança, pobre, mas limpinha.


  • O banco Opportunity e seu cacique, Daniel dantas, abrem um processo contra o jornalista Rubens Glasberg, editor do site Teletime News. A pedido da Carta Capital a notícia sobre o processo foi colocado em acesso livre. Antes era só para assinantes. Glasberg enviou uma série de perguntas ao presidente da Comissão de Valores Mobiliários sobre o processo que corre contra o banco. Passadas duas semanas sem receber resposta, o jornalista publicou as perguntas feitas e não respondidas. Isso aconteceu numa quinta-feira. Na segunda-feira seguinte os advogados do Opportunity entraram com uma ação alegando danos morais ao banco e a seus sócios. Do jeito que a coisa anda, até donas candinhas na janela poderão ser processadas se conversarem sobre a hora em que a filha da vizinha voltou da festa. Me fez lembrar um antigo quadro de um programa humorístico cujo o jargão do personagem era "perguntar não ofende". Nos tempos chatos do políticamente correto, perguntar tanto ofende quanto pode mandar um jornalista bem intencionado para a cadeia, enquanto ministros do Supremo tentam derrubar a Lei da Improbidade Administrativa para deixarem livres figurinhas processadas como Paulo Maluf, Celso Pitta, o ex-ministro Ronaldo Sardemberg que levou toda a família para tirar férias em Fernando de Noronha viajando em avião da FAB, e um ministro do próprio Supremo, Gilmar Mendes, processado em 2000.


  • O orçamento para as obras do Pan no Rio de Janeiro, apresentado quando a cidade era apenas candidata a sede, era de R$ 178 milhões, hoje já passa de R$ 350 bilhões, 1967 vezes mais. Quem paga? Todos nós, brasileiros, e não só o povo fluminense, uma vez que a grana vem dos cofres da União, ou seja, do nosso bolso. A pergunta é: o que nós vamos ganhar com isso? A segunda pergunta é: o que vai ficar de bom para o povo carioca depois que acabar a festa? Vejam bem, não estou perguntando o que vai ficar na cidade, mas o que o povo vai ganhar. Apartamentos que não poderá comprar? Estádios, pistas, raias olínpicas, velódromos que não poderá acessar? Piscinas olímpicas onde sequer poderá molhar os pés? Muito oba-oba para um povo pobre e carente como o nosso. Gosto do Nuzman como administrador, mas a distância entre ele e o povo carente é abismal.


  • Acreditem se quererem: O vereador Carlos Apolinário, do PAL de São Paulo, apresentou um projeto para que seja instituído o Dia do Orgulho Heterossexual. O nobre edil, evangélico, se defende com as pérolas: "Os gays precisam entender que estão dentro de uma sociedade. Eles não podem impor à sociedade uma cultura gay"; " Você vai a um restaurante com a sua família. Dois homens chegam, começam a se beijar e acham que isso é normal. Eu acho que não é normal, nem para o gay nem para o hétero"; "Daqui a pouco vai ter na cidade um outdoor dizendo: 'Gay, você ainda vai ser um'. Ou um cartão na farmácia : 'Gay, 10% de desconto'". E Apolinário se ofende se for chamado de homofóbico. Se seu projeto for aprovado, é capaz de algum colega seu propor a instituição do Dia do Orgulho Bissexual.

domingo, março 04, 2007

Noa


Noa

Horas
Ora bolas
Ora
Hora canônica
Noa
Orai por Orós
Hora da Hera
Nova era
Era uma vez uma era
Hora bolas
Um bolo de horas
Forma um relógio
Relógico
Livro de horas para se orar
Aro horário
Erário
Hora de erradicar o erário
Aurora
Boa hora
Noa-hora
Nora reza
Vamos embora
Mas não chora
Essa lágrima inodora.

sábado, março 03, 2007

Desculpem a ausência, senhoras e senhores. É que hoje recebi a homenagem melhor que recebi em toda a minha vida e ainda estou em estado de choque. Juro que volto, assim que me recompuser.

quinta-feira, março 01, 2007

Simanca, A Tarde, BA


Como ser mal humorado ouvindo essas coisas numa única manhã?

  • O Davi é tão gordo que quando foi ao Chile a barriga ficou sobre o Pacífico e a bunda na Argentina.

  • - Qual o seu tipo de mulher preferido?
    - Tanto faz, gosto de mulher de qualquer sexo.

  • O garoto perguntou à mãe por que era preciso lavar as mãos depois de ir ao banheiro. A mãe explicou que o corpo da gente é cheio de bactérias, é preciso evitar que essas bactérias sejam transportadas para a boca, para os alimentos, para os olhos... Lavar as mãos evita doenças.
    Ah, bom!
    Na escola ele aprende com a professora que o médico passa álcool no braço da gente antes de aplicar uma injeção porque o álcool faz uma limpeza no local e evita que a agulha seja contaminada pelos micróbios e as doenças entrem no nosso organismo.
    Ah, bom!
    Juntando as duas coisas, em casa o menino resolve lavar a genitália com álcool.
    Tadinho, o saco está rosinha e só de lembrar da ardida experiência, cai no choro.

  • Inventei um hobby que está começando a dar dor de cabeça. Resolvi pintar. Até aí tudo bem, o problema é que não sei o que fazer com os quadros. Eles são muto ruins para eu dar de presente ou vender; jogar fora, nem pensar. Aí, ficam aqui,entulhando a casa.