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sábado, fevereiro 26, 2011

Carta aos senadores

tres poderes

Excelentíssimo(a) Senhor(a) Senador(a),

Não é com boa surpreso que leio no sítio do Congresso Nacional que foi apresentado um Projeto de Emenda Constitucional, enumerada 3/11, de autoria do deputado federal Nazareno Fonteles, que autoriza o Poder Legislativo mudar decisões do Poder Judiciário. Para um cidadão minimamente informado e politizado como eu, tal medida é frontalmente contrária ao princípio republicano, e solidificado pela Constituição Federal, da independência dos Três Poderes.

O dito deputado baseia seu projeto no argumento de que já é previsto pela Constituição o direito do Legislativo sustar atos abusivos do Poder Executivo. Usa desse argumento para legislar em causa própria, uma vez que vê seu mandato ameaçado por ter o Supremo Tribunal Federal acordado que a suplência pertence ao partido do titular, não da coligação.

Não bastasse isso, a primeira argumentação do deputado também pode ser rebatida usando suas próprias palavras. Cabe ao Legislativo anular atos abusivos do Executivo, o que não parece ser o caso do Judiciário em relação à questão de a quem pertence a suplência.

Num outro ponto o deputado, da base governista, se atrapalha na própria argumentação. Ele cita a Constituição federal mais uma vez quando fala da competência dos três poderes, algo que qualquer adolescente dos tempos da Educação Moral e Cívica e da Ordem Social e Política Brasileira, ensinada nas escolas no tempo em que estudantes eram educados de verdade para serem cidadãos, sabia. "O Legislativo produz as leis, o Judiciário aplica as leis e o Executivo executa projetos” , diz, com razão, o deputado Fonteles. Esquece-se, porém, que nos últimos oito anos o Legislativo deu ao Executivo o poder de produzir leis, cabendo ao Congresso Nacional apenas a função de dar caráter legal às vontades do então presidente da República, prática que promete se repetir na atual legislatura.

O fato de permitir que a presidente decida por decreto – prática altamente condenada pelo partido do deputado e da presidente na época em que era oposição – é ferir os preceitos constitucionais, pois não? Sem querer ofendê-lo(a), caro(a) senador(a), mas sentindo-me ofendido por ver as autoridades descumprirem a lei, acho de muito mau agouro ver os nobilíssimos parlamentares, despreparados em sua maioria para executarem a função de legisladores (e podem me rebater com a argumentação de que foram escolhidos democraticamente pelo voto popular, o que aceitarei, porém não com conformismo), darem de mãos beijadas e lavadas ao chefe do Executivo e seus ministros o poder de criar leis, normas, taxas e o que bem entenderem, diante de seu aceno positivo com a cabeça baixa e joelhos em genuflexão, como fosse ele, o chefe do Executivo, o próprio Deus encarnado.

Não bastasse essa conivência vergonhosa, se o Judiciário interpreta a legislação de maneira contrária à desejada pelos legisladores é porque os textos são mal escritos, deixam brechas para interpretações, manobras e insatisfações.

Fossem os projetos bem elaborados, analisados sob as diversas ópticas, discutidos por especialistas antes de virarem leis, nem os juízes ou um cidadão comum, ou mesmo os próprios parlamentares discutirem sua abrangência, intenções e previsões.

Que há uma necessidade antiga de reforma eleitoral e política, não resta dúvida, mas não deve começar com mudança de leis que ferem o desejo pessoal desse ou aquele cidadão. A Constituição federal mais parece uma colcha de retalhos, se comparada com aquela aprovada há 23 anos e essa retalhação da Carta Magna só se deu por falta de análise isenta de ideologias, no calor do fim da ditadura e sob a sanha reformista de políticos mais ansiosos em tomar o poder do que melhorar a realidade nacional com método e isenção moral e ideológica.

O deputado autor da PEC 3/11 assumiu o cargo porque o titular da vaga se licenciou para assumir uma secretaria de estado. Isso, sim, deveria ser proibido. É uma prática comum, mas enganosa. Se o cidadão candidatou-se a cargo parlamentar e foi eleito, pois que cumpra seu acordo com aqueles que o elegeram. Se seu desejo fosse uma secretaria estadual, que acordasse com o candidato ao executivo para evitar que traísse o desejo de seus eleitores. Por que a proibição de legislador eleito assumir cargo no executivo não entra na reforma política? Simples, e os(as) senhores(as) não podem negar: porque é sua prática legislar para si, não para o país.

O país, porém, falo em nome de milhões de brasileiros bem informados, não pode aceitar calado e de braços cruzados uma reforma constitucional como essa prevista pelo deputado Fonteles. Antes de acusar o Judiciário de invadir a esfera do Legislativo, o nobre deputado e todos os seus pares de ambas as casas legislativas federais deveriam abrir os olhos e proibir que o Executivo faça e desfaça leis a seu bel prazer.

Espero com esse e-mail abrir entre os senhores um debate mais cônscio sobre suas obrigações legais, despertar a consciência daqueles que esqueceram que são vossas excelências nossos, da população, representantes e é para o país inteiro que devem legislar e fiscalizar os atos da presidência da República e não criar leis olhando para seus interesses particulares, os de seus coligados, dos financiadores de campanha, do chefe do Executivo os dês particulares que sejam.

Respeitosamente, subscrevo-me.

Marcos Pontes

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Justiça social, uma pinóia

JUSTIca

 

Qual a fórmula da Coca-Cola? Por que só tomamos café e sopa quentes se, antes de beber, sopramos para esfriar? Qual o terceiro segredo de Fátima? Onde andará Stephen Fry? Perguntamos porque gostamos de perguntar, às vezes sequer nos interessamos pelas respostas, elas em nada mudarão o rumo de nossas vidas.

Algumas dúvidas, porém, são reais e, pelo menos até agora, sem respostas e essas respostas bem podem mudar as trilhas pelas quais caminha o Brasil.

Quantos brasileiros graduados, pós graduados, mestres e doutores, num desses vieses da vida perdem o emprego e recorrem ao Seguro Desemprego? O cidadão estuda, trabalha, se esforça e quando precisa de auxílio oficial pode contar, no máximo, com cinco parcelas. Vencido esse prazo, o Estado lava as mãos e o pobre desempregado que “dê seus pulinhos” para sobreviver. Por outro lado, o brasileiro analfabeto que jamais teve a carteira profissional assinada, que nunca assentou um tijolo que fosse para ajudar na construção do país, pode receber, por dezoito anos, ajuda do governo por ter tido o prazer da paternidade/maternidade. Como explicar isso se não ela dedução que a meritocracia teve sua morte decretada?

Na mesma linha de raciocínio, pela justificativa de que brasileiros miseráveis (em nome da justiça social e da mobilidade vertical na pirâmide sócio-econômica) sem estudo, capacitação profissional e pais de menor de idade têm direito a uma bolsa social de algumas dezenas de reais mensais, por que o montante a que tem direito é menor do que o auxílio financeiro que recebe aquele que cometeu crime grave, encontra-se encarcerado, com casa, comida e roupa lavada pelo Estado? É mais nobre compensar financeiramente um homicida do que um flagelado pela seca? Pior, um assassino tem mais direito a ganho pecuniário do que um doutor ou mestre desempregado?

Para dar um reajuste de R$ 5,00 ao salário mínimo, quantia que não paga o transporte de um dia da maioria dos assalariados brasileiros, o governo federal, por meio de seus avalistas no Congresso – deputados e senadores – gasta milhões em reuniões, salários, combustível, telefonemas e, muito provavelmente, propina a lobistas. Usando balança diferente, porém, não se manifesta contra o reajuste de 60% nos vencimentos e vantagens desses mesmos parlamentares venais, como se essa fortuna inutilizada pela incompetência e pela ideologia disfarçada não saísse do mesmo erário que saem os serviços da Previdência para os assalariados mínimos. Como explicar-se-ia isso?

Por essas e outras, muitas outras, que o argumento da “justiça social”, do “resgate histórico”, da “divisão de riqueza” e que tais, nada me dizem. São justificativas que a prática desmente, cujo único propósito é, através da enganação do discurso politicamente correto e sem sustentação a uma análise minimamente racional, instaurar o socialismo moribundo e historicamente comprovado criminoso no Brasil.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Eu sou você amanhã

CUT

 

Pelego era um termo muito usado pela esquerda, antes de ascender ao trono, para referir-se aos trabalhadores e/ou empresários que concordavam com as medidas governamentais e o sistema corrente;

Idealismo era a virtude que as esquerdas se vangloriavam de ter por “lutarem pelos trabalhadores, pelas classes menos favorecidas, contra os governos e os empresários, usuários da mais valia em detrimento dos direitos das classes proletárias”. Aqui cabe uma pequena observação: a esquerda sempre refere-se a classes, grupos, comunidades... Jamais refere-se ao indivíduo, como se fôssemos todos apenas grãos a serem moídos para gerar uma paçoca homogênea. A velha tática leninista de integrar todos às medidas de um poder central, maneira de gerar um sentimento de inclusão naqueles que sempre viveram na periferia da história.

Quem é o pelego hoje? Onde foi parar o idealismo da esquerda de ontem?

Se a história é contada pelos vencedores, essa corja que hoje comanda o país e vence qualquer eleição, apaga o passado, photoshopa suas antigas e amarelecidas foto nos altos dos palanques e esbravejando contra aqueles em que se transformariam no futuro. Lembra daquela propaganda de vodka em que o cara, na maior ressaca, fala para si próprio “eu sou você amanhã”? A nova esquerda que pichava pelegos e rasgou seus ideais é a ressaca de vodka. Aqueles que cometiam pecados esconjurados pela esquerda foram substituídos pelos seus críticos que repetem os mesmos comportamentos.

O coletivo ficou no discurso, todos os líderes fizeram fortuna com pecados capitalistas e as tais classes oprimidas transformaram-se em classes de suporte. A consubstanciação do dito popular, o suprassumo do egoísmo, o tal “farinha pouca, meu pirão primeiro” é o idealismo da nova esquerda.

Onde difere a construção de milionários estádios e bilionário trem bala em detrimento da geração de emprego e renda, não de ocupação temporária, da esquerda no poder do “Brasil Grande” dos generais que ela condenava?

De onde difere o discurso de Collor, condenado pelos seguidores cegos, surdos e mudos de Lula, que avisava a população que se Lula fosse eleito confiscaria a poupança, e, depois de vencer o PT, o próprio Collor fez o confisco, do discurso de campanha da Dilma que alertava para o cancelamento de concursos públicos caso Serra fosse eleito e agora, depois de eleita, uma de suas primeiras medidas foi cancelar os concursos?

Que diferença há entre os odiados pelegos do passado das centrais sindicais e sindicatos que hoje apóiam o governo federal na sua decisão férrea de reajustar o salário mínimo no menor índice entre todos os apresentados? Nem os sindicatos patronais fizeram proposta de reajuste mais baixo do que o defendido pelo governo, PT, PMDB e asseclas. Quem é o pelego, agora?

Quem é o reacionário, a direita que comanda o capital gerando empregos, criando empresas, construindo uma infraestrutura aos trancos e barrancos ou a esquerda que tenta, a todo custo, impor ao país um regime nascido em 1917 e falecido quando o mundo abriu os olhos em 1988 ao perceber que tal regime não levou ao progresso nenhum país onde ele se instalou?

Quem são os ditadores, a direita que comandou o país por 21 anos e o devolveu aos civis em eleições ou a nova esquerda que tem um projeto de poder, não de governo, de 50 anos e usa o erário para comprar consciências, p0olíticos e miseráveis para dar uma aparência democrática à sua ditadura redesenhada?

Ao criar o discurso de que o mundo não está mais polarizado entre direita e esquerda, gramscianamente a esquerda decretou, unilateralmente, a morte da direita, já que a esquerda tomou conta do mundo, escamoteando sua ideologia sem moral, ética ou idealismo social. Um discurso perigoso que se vê repetido em todos os cantos como se fosse uma verdade absoluta. Ela, a nova e perigosa esquerda, dá as cartas em todos os setores e nos afoga em discursos bem ensaiados, fantasiados de “coisa do bem”.

 

Tentei juntar os temas sugeridos por @Michel_BT , @jordannaduart , @MaraLu_ e @KekoWos

 

©Marcos Pontes

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Ex e novos petistas, a gang se renova

corruptos

 

“Você pode sair do Nordeste, mas o Nordeste não sai de você”, disse alguém. O mesmo pode-se dizer do PT. Petistas podem sair do partido, mas o partido jamais sai do cidadão.

Nesse 31 anos de Partido dos Pseudo-Trabalhadores, muita gente filiou-se, principalmente nos últimos oito anos, numa demonstração de que o espírito petista está intrínseco na personalidade dos espertalhões. Vendo o partido assumir o poder do país, seu maior nome galgar os degraus da fama e travestir-se de salvador da pátria e a distribuição de cargos e verbas a fundo perdido para os “companheiros”, os venais desocupados e em busca de um lugarzinho à sombra das tetas da viúva procuraram filiação.

Muitos também abandonaram o PT, alguns dos quais chamados “petistas históricos” por estarem filiados desde o início, lá pelos anos 80. Desses que abandonaram o barco de ratos, a maioria manteve-se no mesmo espírito da incompetência, das mamatas, das negociatas, do discurso fácil e populista sem conteúdo e sustentação, porém.

Com exceção do Delúbio, afastado apenas para que o partido mantivesse sua falsa imagem de ético e legal, quem sai do PT, obviamente, sai insatisfeito, atirando pesado contra o petismo. Alguns por perceberem que de ético e legal o partido tem muito pouco, outros por acharem que o velho PT morreu, dando lugar a um partido tão ruim quanto aqueles que censuravam. Via de regra, os dissidentes e os expulsos não poupam críticas, mas o espírito espertalhão continua presente. A bem da verdade, o único que ainda reputo como ético, culto e com alta moralidade, embora discorde muito de seus princípios socialistas e da benevolência para com bandidos, é o Hélio Bicudo, quanto aos demais, vejamos alguns casos:

1. Soninha Francine – Saiu do PT para o PPS, mantendo sua ideologia socialista. Como crítico feroz do socialismo, só me resta dizer que não evoluiu. Em sua nova vida negou toda sua vida petista, inclusive criticando Lula, o mesmo que para si era um herói, o grande paladino brasileiro das classes “menos favorecidas” (mais uma expressão politicamente correta que pode ser sinônimo de pobre ou de quem não recebeu condições do estado ou simplesmente não quis estudar e evoluir como cidadão). Seu espírito petista aproveitador nota-se em seu salto para as hostes de apoio ao PSDB, sendo prefeitinha de Alkimin e cabo eleitoral de Serra, o mesmo Serra que ela criticava tão duramente quando estava no PT.

2. Luiza Erundina – Não conheço assistente social de centro ou de direita, são todos socialistas, Erundina idem. Em outras palavras, ela é uma socialista de formação. Saiu do PT meio escorraçada e discordando dos novos rumos que o partido começava a tomar, mas nunca foi uma crítica mais incisiva, o PT estava intrincado em suas entranhas. Seu socialismo eu respeito, afinal a velhice dificulta as mudanças, mas seu petismo...

3. Babá – Engenheiro mecânico pela Universidade Federal do Pará, pós-graduado pelo ITA, era um dos meus amigos das rodinhas de cachaça universitária, mas sempre um adversário político. Não era um cara rico, mas um classe média remediado, tomado pela Síndrome de Estocolmo. Petista de primeira hora, expulso do PT por discordar da defesa do aborto que o partido impunha, junto com Heloisa Helena, Tarso Genro e Plínio de Arruda, além de outros, formou o PSOL, uma espécie de PT pré-histórico. Saiu batendo no Lula, uma maneira de se promover e alcançar notoriedade, mas não bate no PT, afinal de contas, o PT faz parte de sua alma. Babá é professor universitário, mas não entre em sala de aula há anos. Ou está exercendo mandato ou está na direção de sindicato, ou seja, sempre sugando o sangue da sociedade que diz defender.

4. Luciana Genro – Esta conseguiu desagradar até ao pai, o nada confiável, pouco inteligente e mal intencionado Tarso Genro. Uma menina criada sob a tutela da Internacional Socialista, uma vez que o pai estava banido do país e contando com a ajuda dos companheiros russos, a menininha rebelou-se contra tudo o que já estava instituído. É daquelas radicais fundamentalistas da esquerda que nega da Igreja Católica ao próprio Deus. Bom, pelo menos assumiu a postura católica de negar o aborto, motivo pelo qual foi defenestrada do PT. De mais uma, tornou-se das mais esquerdistas do PSOL. Ao contrário da Erundina, não pode usar da velhice para mudar de idéia, o que atesta sua burrice.

5. Jorge Bittar – Outro engenheiro do ITA que caiu para a esquerda, assim como o Babá. Por 22 anos “trabalhou” na Embratel, quando esta era essencialmente estatal, mas na verdade, desde que os sindicatos foram legalizados, foi para lá que ele se transferiu, presidindo o Sindicato dos Engenheiros do Rio de Janeiro. Em 1992, com 44 anos, se elegeu vereador e nunca mais largou o osso. Do sindicato para a política, sempre nos bons cargos, como relator do Orçamento ou em alguma secretaria estadual, enquanto era petista, fundador, nadou de braçadas. Outro que mostra que a preguiça e o oportunismo o identificam como petista na essência.

6 . Chico de Oliveira – Faço uma pequena correção no meu preâmbulo. Este também é um intelectual, mas com alguns graves pecados em sua biografia: ajudou a fundar o PT e a CUT. É um daqueles cérebros escondidinhos do grande público que manipulam as vaidades e o carisma de monstros públicos como Zé Dirceu, Lula e Palocci. Este entrará para a história como um pensador, mas te lugar garantido à direita do Capeta. Hoje critica a tal reforma política que a presidente diz que fará, mas que deixa a coordenação nas mãos de Collor, um oligarca de longa data que não tem qualquer interesse em mudar seja o que for na política, a não ser que seja para beneficiá-lo. Saiu do PT por discordar da política liberal que Lula implantava – esta seria a nova face do PT que já tinha seu projeto de 50 anos de poder, bem ao gosto de Hitler e Stálin -, mas essa sua saída o fez cometer outro pecado imperdoável: criou o PSOL.

7. Plínio de Arruda – Advogado formado no Largo de São Francisco, tem uma longa ficha de serviços públicos. Antes d’eu nascer ele já estava ligado ao poder. Católico, se opôs à política abortista petista, sendo expulso, e criando o PSOL, onde não tinha qualquer notoriedade nacional até candidatar-se à presidência. Era uma Heloisa Helena de calças de tergal, cheio de planos mirabolantes, promessas impossíveis, devaneios dignos de Karl Marx e o petismo explícito de quem fundou o PT com os velhos ideais que já faziam água na União Soviética. Sua campanha deixou explícita sua loucura ultrapassada, tratando o esquerdismo com o mesmo romantismo virulento que Lênin pregou. Um dos idealistas mais fora de mora dos tempos atuais.

8. Milton Temer – Filho de Sírios, foi expulso da Marinha por sua pregação esquerdista em plena ditadura. Mais um classe média remediada, daqueles que poderiam ser considerados de elite na pobreza dos anos 60 que seguiu o canto da sereia comunista. Me lembra aquelas crianças que não sabem brigar e no meio da refrega pública baixam a cabeça e saem dando braçadas como um helicóptero, batendo em tudo que encontrar pela frente, podendo ser quem tenta separar a briga ou uma parede. Asilado na Europa, tornou-se jornalista independente e cobriu revoluções esquerdistas na África e na América do Sul. Fácil adivinhar, para quem não leu, o teor parcial de suas reportagens. Saiu do PT em 2003, também contra o liberalismo mentiroso de Lula e ingressou no PSOL em 2006. Já deu para perceber que todos os ex-petistas que caíram no PSOL têm ideais velhos e carcomidos, Temer entre eles. Não se elegeu senador, mas o Rio não ganhou com isso. Foram eleitos Lindberg, um safadinho, e Crivella, um safado sênior.

9. Flávio Arns – Este é o típico político tico-tico, pulando de fubá em fubá, sempre querendo se dar bem, mas mantendo a carinha de anjo e bem intencionado. No auge de seu populismo, saiu do PT por discordar do apoio que o partido dava a Sarney na crise de 2009 e voltou para o PSDB, de onde havia saído para ir para o PT. Terminou dando-se bem, como sempre, e elegeu-se vice-governador do Paraná. Continuará com sua carinha de anjo, seguindo as características da família Arns, e mostra sua face petista justamente nesse seu senso de oportunidade típica dos esquerdistas.

10. Cristovam Buarque – Outro professor universitário que se aposentará sem ter dado aulas. Isso me lembra Antonio Carlos Magalhães, que aposentou-se como professor da Escola de Medicina da UFBA sem jamais ter dado uma aula, o mesmo ACM que a esquerda criticava. Cristovam é um hipócrita, um Paulo Coelho da política que fala sempre o que sabe que o eleitor quer ouvir, mas na hora de agir..., farinha pouca meu pirão primeiro. Do discurso politicamente correto à prática incisiva há uma distância abismal. Seria o candidato natural do PDT à presidência da República, dizia-se crítico de Lula, mas não do PT; criticou a candidatura de Dilma, mas não negou seu apoio à sua candidatura. Um camaleão desmoralizado.

11. Carlos Nelson Coutinho – Sujeito perigosíssimo! Assim como Chico de Oliveira e Hélio Bicudo, é um intelectual, embora de muito menor envergadura, sua periculosidade, porém, vem de seu vasto conhecimento e admiração das idéias gramscianas. Professor de Serviço Social – viram? Mais um assistente social de esquerda – traduziu Cadernos do Cárcere, de Gramsci. Veio fundar o PT egresso do Partido Comunista. É daqueles comunistas de casca dura, não de formação como a Erundina, mas de nascença. Hoje está fazendo a cabeça do povo do PSL.

12. Chico Alencar – Taí outro tipo de graduado que, comumente é de esquerda, o historiador. O DIAP o inclui, desde 2006, na lista dos mais influentes deputados federais. A bem da verdade, não sei aonde está sua influência, mas se for na Comissão de Direitos Humanos, entendo porque o discurso demagógico contra “as elites”, a favor das minorias e coisas que tais faz tanto sucesso: por influência do Alencar. Se essa influência toda é no Conselho de Ética da Câmara, um dos antros onde ética é papel higiênico, só serve para limpar a bunda, entendo-o como mais um sem ética. O Alencar é o exemplo mais bem acabado do malandro de fala macia. Nunca se dá mal, mesmo quando escorraçado, como quando foi escorraçado do PT ao receber o aviso de que seu grupo, os ditos éticos, não teriam vez no partido ao ter seu candidato, Plínio, derrotado para a presidência do partido pelo gramsciano Berzoini. Na ponta da língua sempre o discurso fácil, críticas superficiais ao antigo partido e ao seu governo.

13. Heloísa Helena – A nervosinha que vive pregando seriedade e estatização de tudo, mostra pelo exemplo que se todos fôssemos funcionários o país pararia de vez. Ao terminar seu mandato de senadora e perder a eleição à presidência ela voltou à sala de aula da Universidade Federal de Alagoas, onde deveria dar aulas ao curso de enfermagem? Claro que não. Sua verdadeira profissão é dirigente sindical e foi para o sindicato que ela voltou. Tem por Lula a mesma paixão que a Marina Silva. Esbraveja, mas não ataca o ex, prefere abrir suas baterias contra o partido, de onde foi expulsa pelo mesmo discurso antiabortista. Mas, de concreto, o que fez pelo Brasil? Seu problema maior, porém, é com Dilma Rousseff, declarada inimiga, o que a fez sair da presidência do PSOL quando este declarou apoio à candidata do PT no segundo turno das últimas eleições. Sempre legislou em defesa do partido e não do Brasil. Continua sendo a maior estrela do PSOL, mas na decadência que merece.

14. Fernando Gabeira – Outro camaleão. A primeira candidatura após sua volta do exílio, em 1986, foi pelo PT, depois foi para o PV, voltou ao PT e agora é o principal nome do PV. Suas defesas ao aborto, à descriminalização da maconha (por motivos óbvios), casamento homossexual, profissionalização da prostituição e outras aberrações mostram bem quem ele é: uma porra louca Zona Sul, que ajuda a enriquecer e armar os traficantes contra o Estado e depois participa de passeatas pela paz com rosas na mão e camiseta branca. Você o deixaria ser zelador da escola de seu filho?

15. Leandro Konder – Filósofo, ou seja, marxista profissional. Foi professor na Universidade Federal Fluminense e na PUC-RJ. Deve ter entortado a cabeça de muitos jovens. De uma família de direita, influenciado pelo pai que foi para o Rio e tornou-se comunista, viu-se atraído pela utopia igualitária da esquerda.Como um cara culto, sempre soube dos crimes de Stalin, mas recusava-se a aceitar como crimes. Seguindo a orientação do pai, achava que eram ações “políticas” necessárias, o que deveras importava era o crescimento da União Soviética. Só pelo fato de deixar por menos o assassinato de milhões de concidadãos do ditador já torna-se um sujeito que assusta. Saiu do PT em solidariedade a Heloisa Helena. Hoje assume que foi ingênuo ao acreditar que o PT seria um partido diferente. Ponto para ele. Por outro lado, acha que o partido não é coisa para ele por ser muito à direita e liberal. Gramsciano de carteirinha, mais um que prefere ficar por baixo dos panos, bem Libelu, do que mostrar a cara e pegar no pesado. Inteligente, mas covarde. Manobra as passas que trabalham seus ideais. Um manipulador.

Muitos outro abandonaram a canoa furada, como Luís Bassuma, cabeça do PV da Bahia, mas nem por isso o partido perdeu. Se saíram os intelectuais, as cabeças pensantes, ficaram as cabeças agentes, os já doutrinados que traíram os doutrinadores, seguindo a máxima leninista que diz que quando um companheiro não é mais útil, que seja eliminado. O PT eliminou os “éticos”, a gang majoritária engoliu o baixo clero e hoje manda e desmanda.

Muitos nomes da política nacional não se filiaram, mas tornaram-se escada para o PT e enobrece suas fileiras com suas oligarquias, seu viés ditatorial, sua ciência para roubar, seu descaso com a população que diz defender, mas que a usa apenas para darem legitimidade para seus desmandos. Sarney, Collor, Michel Temer, Pedro Simon, Lindberg Farias, Renan Calheiros, Jáder Barbalho, Paulo Maluf, Sérgio Cabral, Marcelo Crivella, Ciro Gomes são exemplos dos amigos coloridos do PT que o ajudam a crescer e engrossar a voz contra qualquer oposição

 

Obrigado, @MarciadeAlencar , pela sugestão de tema.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, fevereiro 09, 2011

Nazismo e comunismo, gêmeos em maldade

comunismo-nazismo

Há quem defenda a traição do casal Rosemberg, traidores do programa atômico americano, conhecido como Projeto Manhatan, que acabaria na criação da bomba atômica. Julius e Ethel Rosemberg, executados em 1953 pelo crime de traição, dirigiam uma rede de espionagem soviética e infiltraram espiões, entre eles o cunhado de Julius, sargento mecânico que trabalhava em Los Alamos, onde acontecia o projeto.

Os defensores dessa traição argumentam que foi graças aos segredos enviados pelos Rosemberg que o mundo pode equilibrar-se, tirando dos Estados Unidos o título de única superpotência.

Hoje o programa nuclear iraniano só acontece porque, com o fim da União Soviética, centenas de cientistas desempregados ou recebendo salários famélicos colocaram à venda seus conhecimentos sobre física nuclear e todos os demais ramos que concorrem para a elaboração de um projeto dessa magnitude. Por trás deles uma máfia formada por ex-agentes do estado soviético, também insatisfeitos com a nova realidade russa, traficam componentes essenciais para as plantas nucleares, esquemas técnicos e, desconfia a CIA, até combustível.

De fato, as únicas bombas atômicas lançadas contra um país inimigo, foram as americanas contra o Japão. Sabendo que a URSS também dominavam a tecnologia para o fabrico desse armamento, os EUA preferiram negociar em incontáveis mesas redondas do que provocarem os aloprados soviéticos, mesmo porque Cuba já estava se tornando uma base de mísseis atômicos bem no quintal da Flórida.

Os soviéticos, em busca da luta de classes e desejando criar o homem perfeito, aliou-se ao nazismo de Hitler, também defensor da idéia da raça ariana como a mais preparada e digna de governar o mundo.

Mas Hitler, muito mais aloprado que os sanguinários Lênin e Stalin juntos, achou que poderia engolir a União Soviética também. Foi aí que se deu mal.

Derrubado o III Reich, nazismo tornou-se palavrão. Não são poucos que vêem seu líder como o anticristo e seus seguidores assassinos em potencial, com uma boa dose de razão. Mas e os comunistas?

Bom, esses dominaram o Oriente com a aquiescência velada dos Estados Unidos, que bancavam o Japão como cabeça de ponte no continente asiático, dividiram a Coréia, o Vietnã e mais alguns paisezinhos. Preferiam ter os comunistas como inimigos de estimação do que mexer na casa de marimbondo.

Com Hitler e suas hienas amestradas sob o cabresto, até a Alemanha foi mutilada, cabendo uma parte para os capitalistas e a outra para os comunistas. A propósito, está ali o maior exemplo de que no capitalismo é muito melhor para se viver, mesmo cheio de defeitos, do que no comunismo, basta comparar a qualidade de vida dos cidadãos das duas Alemanhas.

Nazismo tornou-se sinônimo de diabo, coisa de malucos, párias de uma sociedade mundial que se deseja moderna, tolerante e igualitária em suas desigualdades. E o comunismo?

Este infiltrou-se nas universidades, sindicatos, entidades classistas e até no meio empresarial, usando o capital do capitalismo para minar seu desenvolvimento. Não são poucos, inclusive no Brasil, que capitães de empresa e grandes industriais que defendem práticas e governos socialistas, até mesmo bancando seu crescimento apenas para continuarem fazendo negócios e manterem seu status quo.

A bem da verdade, comunismo não é tão bem visto, por isso todos os comunistas, inclusive os da corrente governista há mais de dezesseis anos no poder preferem ser chamados de socialistas, uma versão mais light do comunismo. Mesmo os mais intelectualizados fecham os olhos para o massacre de mais de 100 milhões de pessoas praticado pelos comunistas mundo a fora desde 1917 e que continua matando e oprimindo que ousar contradizer suas regras.

Estima-se que o nazismo de Hitler foi responsável pela morte de um quinto disso, algo em torno de 20 milhões de pessoas, dos quais 6 milhões judeus.

Se esses números estão corretos, o comunismo/socialismo é cinco vezes mais anticristo do que o nazismo e como este também deveria ser proibido, excomungado, negado e vigiado sob leis duras.

Sugiro que assistam aos seis vídeos do documentário The Soviet History, em espanhol, e confirmem a crença de que essa gente pode não ser o Diabo personalizado, mas é bem pior que ele. Mas, aviso, tem que ter estômago forte.

 

Este texto nasceu de um bate papo com o tuiteiro @_LeandroRS .

 

©Marcos Pontes

domingo, fevereiro 06, 2011

Partido Militar? Sei não…

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Os militares só voltaram a ter direito a voto em eleições partidárias com a promulgação da Constituição de 88. Até então não podiam sequer filiar-se a um partido ou participar, mesmo que passivamente, de atividades dessas agremiações.

A proibição, provavelmente – não posso afirmar com certeza, apenas deduzo -, por conta de atuações de militares como Lamarca e Prestes que, conhecedores das táticas, armas e planejamento militar, utilizaram esses conhecimentos dados pelas Forças Armadas para treinarem guerrilheiros e lutarem contra as mesmas Forças Armadas.

Com o fim da ditadura, militares pediam licença ou iam para a reserva, filiaram-se a partidos e candidataram-se. O mais conhecido desses nomes é Jair Bolsonaro, talvez o único representante declarado da direita conservadora que milita na política nacional. Pelo menos o mais proeminente e corajoso.

Agora cria-se o Partido Militar Brasileiro, registrado na Justiça Eleitoral pela senhora ANDRÉA FRANÇA COELHO ROSA, esposa do Capitão Augusto, primeiro suplente de Deputado Federal pelo PV.

Aí já começam minhas desconfianças. O Partido Verde é essencialmente de esquerda, portanto o capitão Augusto, das duas uma, ou é um vermelhinho de farda ou um daqueles que filiam-se ao primeiro partido que oferece vaga, sem preocupar-se com a ideologia, mostrando-se apenas mais um coliga-se com Deus e o Diabo para dar-se bem na vida político partidária. Pode ser que haja uma terceira explicação, mas essa fica além de minha compreensão.

A própria idéia de um partido de militares me deixa desconfortável. Político é político, militar é militar, jogar militares na mesma toca dos políticos é temerário. Não me interessa qualquer argumentação do tipo “gays podem fazer um partido, por que militares não podem?”, “produtores rurais podem fazer um partido, por que militares não podem?”, “militares são cidadãos brasileiros, por isso têm os mesmos direitos de qualquer outro para militarem na política”. Todos esses argumentos são corretos, militares podem e devem agir na política, mas não sei se concordo com a prática de se usar os nomes das Forças Armadas, aquelas que deveriam ser o último bastião de moralidade e legalidade, para fazerem frente às sacanagens que os partidos estabelecidos costumam praticar.

Além do mais, já existem partidos à mancheia, a maioria apenas fachada para negócios de compra e venda de votos e apoios aos partidos grandes, principalmente aos prenhes de falcatruas como PT e PMDB.

A meu ver, seria mais correto fortalecer um partido já existente e dar-lhe a devida roupagem e prática direitista. Há que se montar uma frente organizada contra esse esquerdismo galopante que toma conta do país, da América Latina e do mundo. Até o presidente da única superpotência existente, os Estados Unidos, tem fortes características socialistas, fantasiadas de politicamente correto, o que era de se esperar, já que ele foi eleito por ser um representante das ditas minorias – há quem desconfie que nem estadunidense ele é – e não por sua competência de gerente da coisa pública.

Fazendo a primeira leitura do dito Estatuto no partido já me ficou uma má impressão. O excesso de erros de português, as falhas de digitação e as idéias inicialmente mal explicadas me dão a impressão que o partido está sendo criado numa garagem, como os adolescentes criam suas bandinhas de rock ou pagode. Já demonstra uma assustadora desorganização; mostra-se o partido de um homem só ou, talvez, de um casal só.

Que há a necessidade urgente de organizar-se a direita no Brasil não há dúvida, mas o propósito e os meios hão de ser mais bem discutidos do que embarcar de cara na idéia de um casal desconhecido e com propósitos ainda não esclarecidos.

O tuiteiro amigo @ivomarcelino me apresentou o estatuto e sugeriu que eu falasse a respeito. Imagino que não era bem isso que ele esperava de mim, mas a primeira impressão já não foi tão boa a ponto de destrinçar os artigos do estatuto antes de discutir as intenções.

 

©Marcos Pontes

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Canhão para matar baratas

conexao-de-internet

Como surgiram os caras pintadas? O que levou aquela multidão de jovens se reunir em praças de todo o país, faixas verdes e amarelas nas faces? Tendo o movimento surgido nas universidades depois da “sugestão” dos meios de comunicação, fica fácil entender que a UNE era o grande promotor. As informações eram passadas de diretório acadêmico a diretório acadêmico numa corrente crescente.

Não fosse a UNE uma instituição explicitamente de esquerda o movimento teria repetido-se, pelo menos, em duas ocasiões nos últimos oito anos. A primeira durante o escândalo do mensalão e a segunda, durante as discussões no Congresso sobre a Lei dos Fichas Limpas.

Os telefones das universidades públicas nem precisariam ser usados uma vez que as redes sociais são tão ou mais utilizadas que os telefones fixos. Ainda mais com a rapidez e alcance dos e-mail e da telefonia celular.

A eleição de Obama e as atuais manifestações egípcias, sem falar na onda de protestos em países mulçumanos do Oriente Médio, mostram claramente a força que a internet temp para informar e mobilizar e mobilizar as massas. Twitter e Facebook tornaram-se as mais novas e eficazes ferramentas de mobilização popular. O grau de insatisfação da população com um ou outro nome do poder público ou com as medidas tomadas pelos governos, além da característica local de inconformismo de um povo levam as manifestações públicas ao sucesso ou ao redundante fracasso e consequente frustração.

Nos últimos meses os governos europeus vêm tomando medidas impopulares, embora prementes para o equilíbrio de suas finanças, mormente no tocante à previdência social, e a convocação de jovens por meio da internet tem sido crucial para que os cidadãos irem às ruas em grande número, inclusive levando à queda de governo, como na Tunísia.

França, Inglaterra, Turquia, Grécia e Holanda, esta em menor intensidade, provaram o sabor amargo da força de aglutinação que as redes sociais têm.

No Brasil, país criado na máxima que o governo tudo sabe, tudo pode e resolve todos os problemas, a mobilização faz-se apenas pelas fibras ópticas, não levando o povaréu às ruas. Nossa passividade  não casou-se com os protestos internéticos contras os desmandos, desvios morais e financeiros, viés autoritário dos nossos governantes.

O movimento “Fora Sarney”, por exemplo, não saiu das telas dos computadores para a praça e o senhor feudal dos reinos de Maranhão e Amapá continua dando as cartas na jogatina de Brasília; Fichas-Sujas – só na Câmara Federal  são 59 na atual Legislatura – continuam candidatando-se, elegendo-se e tomando posse, mesmo contra os gritos de basta! do populacho internético; rouba-se aos milhões, como nos Correios, em Furnas, na Petrobrás e na CEF, gritamos em negrito e em caixa alta, mas nossos gritos não saem da garganta. Mesmo com a mais poderosa arma de protestos da atualidade, continuamos usando as redes sociais para sermos sociáveis, não sabemos fazer delas uso mais efetivo contra o caos em que se transformou a administração pública em todas as esferas.

Tenho a satisfação de ter provocado uma passeata de 10 mil pessoas contra a violência em minha cidade (aqui e aqui) usando apenas um artigo num site local, constatação de que muito poderia ser feito pelo país, em grande escala, a partir do uso da rede, mas nossa vocação para vaquinhas de presépio politicamente corretas não nos permite a exposição contra quem nos aflige.

 

O tema desse post foi sugerido pela amiga Ana Morandi (@morandiani)

 

©Marcos Pontes

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Mudam os porcos, mas a lama…

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Começou a 54a Legislatura, e daí? Pois é, e daí?

Algo vai mudar? Provavelmente, sim, mas mudar não significa melhorar.

Desde os tempos da ARENA, o partido de sustentação à ditadura militar, 64 a 85, que o governo federal contava com tão sólido apoio do Congresso. Os militares, na sua fase mais dura pós AI5, quando se via contrariado cassava os mandados dos opositores. Pelo medo fez maioria.

No mesmo caminho, mas sem cassações, o PT coloca em prática seu projeto de poder de 50 anos. Seguindo os ensinamentos gramscianos, já falados aqui em outros posts, muito bem lecionado por Franklin Martins a seus pares petistas, o PT solidifica seu poderia de partido único por força da cooptação dos mandatários, ao invés da burrada marxista de Lênin-Stálin, que preferiram atacar o populacho, criando insatisfação velada, pronta para mostrar as unhas à primeira oportunidade.

O Judiciário, com sua retórica pragmática e apelando para a ignorância popular no tocante às leis, ajuda o PT e o “governo central” (já explico o porquê dessas aspas) ao permitir que 59 fichas-sujas se candidatassem, se elegessem, fossem diplomados e tomado posse. São 59 processados que tomaram posse na Câmara Federal sob as vistas grossas e não cegas do STF.

Um artigo do G1 mostra o que disseram esses crápulas em sua defesa. A propósito, ao chamá-los de crápulas apenas exerço meu direito de livre opinião, mesmo que os veículos oficiais, oficiosos e amarelões de comunicação social os tratem como “suspeitos”. Para mim, são culpados até que provem o contrário.

Me abisma perceber que a principal justificativa dessa para os muitos processos que respondem é que são vítimas de perseguição política, a velha e batida desculpa usada há séculos por políticos em todo o mundo. O ex-residente, pelo menos, tem a seu favor a originalidade da desculpa: “eu não sabia. Fui traído pelos aloprados. Ninguém me disse nada a respeito”. Essa foi sua ladainha escapatória que colou por oito anos e até copiada por muitos de seus pares.

Até comparar-se a Madre Teresa de Calcutá teve deputado com tamanha insensatez.

Por essa gente que se apossou hoje de boa parte do erário e montou seus balcões de negócios legalizados para venderem seus votos e pareceres ao PT e ao governo federal, não podemos esperar mudanças positivas. Os políticos brasileiros, apoiados pela ignorância política e o pouco caso dos eleitores e os beneplácitos da Justiça Eleitoral conseguem, eleição após eleição, piorar o que já era ruim.

Se não me engano foi o Fausto Wolf quem cunhou este chiste: “estamos no fundo do poço e cavando”. Assim sinto a política nacional. Desmoralizada e inventando imoralidades a cada dia.

Este Congresso venal, de Tiriricas e Romários, aprovará qualquer coisa que a presidente e seus asseclas enviarem para a Câmara e nós, 44%, aqui, chupando dedo, pregando no deserto e sendo ignorados por aqueles que dizem nos representar.

A respeito das aspas postadas nos extremos de “governo central” é apenas uma curiosidade que me assola. Até há dois anos, todos se referiam ao governo federal como governo federal. De lá para cá, a Globo, Globo News e o Jornal O Globo têm-se referido ao governo central, me remetendo aos jornalísticos das ditaduras bolcheviques que usavam esses termos para referirem-se ao governo de partido único. O que fez as Organizações Globo a voltarem a usar essa terminologia ao referir-se ao governo brasileiro? Para mim, sintomático e temerário aviso.

 

©Marcos Pontes