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quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Eu sou você amanhã

CUT

 

Pelego era um termo muito usado pela esquerda, antes de ascender ao trono, para referir-se aos trabalhadores e/ou empresários que concordavam com as medidas governamentais e o sistema corrente;

Idealismo era a virtude que as esquerdas se vangloriavam de ter por “lutarem pelos trabalhadores, pelas classes menos favorecidas, contra os governos e os empresários, usuários da mais valia em detrimento dos direitos das classes proletárias”. Aqui cabe uma pequena observação: a esquerda sempre refere-se a classes, grupos, comunidades... Jamais refere-se ao indivíduo, como se fôssemos todos apenas grãos a serem moídos para gerar uma paçoca homogênea. A velha tática leninista de integrar todos às medidas de um poder central, maneira de gerar um sentimento de inclusão naqueles que sempre viveram na periferia da história.

Quem é o pelego hoje? Onde foi parar o idealismo da esquerda de ontem?

Se a história é contada pelos vencedores, essa corja que hoje comanda o país e vence qualquer eleição, apaga o passado, photoshopa suas antigas e amarelecidas foto nos altos dos palanques e esbravejando contra aqueles em que se transformariam no futuro. Lembra daquela propaganda de vodka em que o cara, na maior ressaca, fala para si próprio “eu sou você amanhã”? A nova esquerda que pichava pelegos e rasgou seus ideais é a ressaca de vodka. Aqueles que cometiam pecados esconjurados pela esquerda foram substituídos pelos seus críticos que repetem os mesmos comportamentos.

O coletivo ficou no discurso, todos os líderes fizeram fortuna com pecados capitalistas e as tais classes oprimidas transformaram-se em classes de suporte. A consubstanciação do dito popular, o suprassumo do egoísmo, o tal “farinha pouca, meu pirão primeiro” é o idealismo da nova esquerda.

Onde difere a construção de milionários estádios e bilionário trem bala em detrimento da geração de emprego e renda, não de ocupação temporária, da esquerda no poder do “Brasil Grande” dos generais que ela condenava?

De onde difere o discurso de Collor, condenado pelos seguidores cegos, surdos e mudos de Lula, que avisava a população que se Lula fosse eleito confiscaria a poupança, e, depois de vencer o PT, o próprio Collor fez o confisco, do discurso de campanha da Dilma que alertava para o cancelamento de concursos públicos caso Serra fosse eleito e agora, depois de eleita, uma de suas primeiras medidas foi cancelar os concursos?

Que diferença há entre os odiados pelegos do passado das centrais sindicais e sindicatos que hoje apóiam o governo federal na sua decisão férrea de reajustar o salário mínimo no menor índice entre todos os apresentados? Nem os sindicatos patronais fizeram proposta de reajuste mais baixo do que o defendido pelo governo, PT, PMDB e asseclas. Quem é o pelego, agora?

Quem é o reacionário, a direita que comanda o capital gerando empregos, criando empresas, construindo uma infraestrutura aos trancos e barrancos ou a esquerda que tenta, a todo custo, impor ao país um regime nascido em 1917 e falecido quando o mundo abriu os olhos em 1988 ao perceber que tal regime não levou ao progresso nenhum país onde ele se instalou?

Quem são os ditadores, a direita que comandou o país por 21 anos e o devolveu aos civis em eleições ou a nova esquerda que tem um projeto de poder, não de governo, de 50 anos e usa o erário para comprar consciências, p0olíticos e miseráveis para dar uma aparência democrática à sua ditadura redesenhada?

Ao criar o discurso de que o mundo não está mais polarizado entre direita e esquerda, gramscianamente a esquerda decretou, unilateralmente, a morte da direita, já que a esquerda tomou conta do mundo, escamoteando sua ideologia sem moral, ética ou idealismo social. Um discurso perigoso que se vê repetido em todos os cantos como se fosse uma verdade absoluta. Ela, a nova e perigosa esquerda, dá as cartas em todos os setores e nos afoga em discursos bem ensaiados, fantasiados de “coisa do bem”.

 

Tentei juntar os temas sugeridos por @Michel_BT , @jordannaduart , @MaraLu_ e @KekoWos

 

©Marcos Pontes

8 comentários:

Beatriz disse...

É a nova ordem mundial, Marcos, deselegante em sua roupa new-age. O pocho e conga de ontem nem com terno Armani tem jeito. A ideologia da nova era, esse xarope politicamente correto, não convence qualquer pessoa com um mínimo de intrução . Pore´m, quem hoje tem menos de 50 anos - salvo algumas raríssimas pessoas como vc;) - já vem com rótulo de qualidade desconstrucionista e as idéias são confusas, grudentas.
E sabe de uma coisa? Quem lê você? quem pensa mais ou menos como você. Ou seja, caímos num gueto.

Sonia disse...

Parabéns, Marcos. Mais um texto brilhante, com uma abordagem lúcida e bem crua do nosso momento político.
Infelizmente, para nós, é que essa ressaca tende a se espalhar e prolongar por mais 4 longos e dolorosos anos. Tempo que nos é dado pra tentar reverter a massificação de idéias e a falsa sensação de liberdade que hoje paira no país.

Ajuricaba disse...

Esse seu ótimo texto se materializou hoje pela primeira de uma séria de vezes nesse próximos 4anos. As "centrais sindicais" que invadiam a esplanadas e os prédios públicos em épocas de votação do SM,hoje apareceram em tão pouca quantidade nas galerias que nem empolgaram os câmeras a mostrarem. Outrora "combativos líderes operários" hoje se quedavam genuflexos ante à torrente de ordens dos censores signatários das nomeações e liberação de verbas. Vai ser muito sapo prá engulir. Dolorido.

Rosa Maria disse...

Texto maravilhoso como tudo o que você escreve!Parabéns!Esse é o nosso país!Aguenta povo

Dri Falavigna disse...

Texto precioso, relemebrando o antes e o depois. A história parece ser relegada ao obscurantismo quando não é mais conveniente. A equerda se refestela nos prazeres do capitalismo, sem nenhum tipo de pudor, nem vergonha própria ou alheia. A república sindicalista recolhe as contribuições que lhe são de direito, sem nenhum TCU bater à porta, enquanto os verdadeiros capitalistas, aqueles que produzem e fazem, como bem o texto aponta, o país funcionar, mesmo com a burocracia e tudo contra, são penalizados com tributos, multas e sim, discursos raivosos.
Mas são os discursos dos vitoriosos, e sem oposição para um tom a mais, ficarem aqui, quem sabe a pedir um túnel do tempo?

Marineide Dan Ribeiro disse...

Eu sempre disse que a indignação e as críticas do PT eram apenas INVEJA!!!!

... disse...

Pois é. O que mais os iMundos dizem é que o dualismo direita e esquerda não existe e só se faz esse debate para atrapalhar discussões para o bem do povo. Isso é de uma ignorância sem precedentes, até naqueles que se dizem politizados.
A esquerda ( PT, PPS, PSOL, PSTU, PSDB, PCO et caterva) não cansa de pregar por aí que a direita só pensa no rico, no dono dos "modo de produção capitalista", expressão estúpida inventada - ou roubada, já que Marx roubou várias idéias de outros pensadores. Grande mentira que fez com que nossa democracia ficasse essa porcaria que é: não há um partido que se assuma de direita no Brasil. Péssimo para - como já disse - democracia.
Outro erro é dizer que a direita é formada por empresários. Ledo engano que até postei no blog do Coronel. Ser de direita é respeitar, acima de tudo, o indivíduo. Fazer valer as leis. Por exemplo, respeitada a CF, em específico os Art. 3º e 5º, leis truculentas como Lei Maria da Penha, Lei de Combate ao Racismo etc não precisariam ser editadas. Simples, como disse, só respeitar o que está na CF.
continua...

... disse...

(parte 2)
Mas isso não acontece. Ninguém mais respeita a CF como antigamente. posso começar a falar do Regime Militar que muitos ignorantes chamam de "golpe de 64". Pior, não só golpe, mas de "golpe militar". Ora, como poderia ser um "golpe militar" se foi o Parlamento que derrubou Jango e nomeou Mazzilli como governo provisório? E é assim que a esquerda iMunda omite fatos e doutrina os incautos. Jango caiu porque feriu a CF, assim como Lulla o fez - eu contei por 3 vezes - e nada aconteceu com ele.
Pois bem, ser de direita é respeitar a CF, valorizar o indivíduo, primar pelos direitos e deveres do cidadão e entender que o Estado nos serve e nao o contrário como quer a social democracia, socialismo, fascismo, nazismo ( todos com base no socialismo).
E ser de extrema direita é ser um ferrenho , agressivo e assertivo defensor desses direitos, qualquer coisa contrária é ir para o coletivismo ( nazismo, socialismo, fascismo, social democracia) .