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domingo, agosto 14, 2011

Dizer não é autopreservação

Quem é o responsavel_01

Lá pelos treze, quatorze anos li um daqueles aforismos geniais do Millôr Fernandes e perdi meu medo de pensar: “o livre pensar é só pensar”, e expor o que eu pensava, independentemente de meu pensamento ser contrário ao senso comum, vez por outra.

Talvez um pouco antes, talvez um pouco depois, li a dispensa de Groucho Marx à oferta de um clube para ele tornar-se sócio: “jamais aceitaria ser sócio de um clube que me aceitasse como sócio”.

Esses dois “conselhos” tornaram-se meu norte intelectual. Jamais me deixaria prender ao pensamento alheio e nem me furtaria de dizer o que penso sobre os diversos temas ou se não consigo pensar, evitando sempre a aglomeração em torno de uma idéia, embora às vezes isso pareça ser inevitável, como no caso da campanha pelas “diretas já” ou pelo pedido de impeachment de Collor. Mas aí já não cabem apenas opiniões pessoais, mas a postura cidadã de pedido por justiça, o que deveria ser uma unanimidade inteligente, mesmo que o conceito de justiça seja diferente de um para outro e de ética seja nulo para muitos.

Hoje ouço e leio Olavo de Carvalho, uma das mentes mais lúcidas do pensamento conservador, honesto o suficiente para admitir que mesmo entre seus pares existe uma desonestidade intelectual criminosa, venalidade e distorção de fatos para não dar o braço a torcer quando sua argumentação mostra-se falha. Mas, seguindo o conselho do Millôr, ponho-me à vontade para discordar do mestre Olavo quando acho conspiracionista demais algumas de suas teorias, sem, porém, admirar sua liberdade de pensamento, sem prender-se nas regras pré estabelecidas pela grande fábrica de pensamentos únicos que lança idéias únicas, análise rasas e um sentimento universal de vaquinha de presépio ao redor do globo. Pior, com viés francamente esquerdista fantasiado de corretismo.

Quem lê o mundo por outra cartilha que não a do pensamento único ocidental tornou-se um pária, um leproso intelectual, um “reacionário” (talvez o melhor e mais cruel xingamento de que faz uso a esquerda quando surge alguém que contrarie as ordens do politburo vermelho). Estamos todos tacitamente obrigados a condenar o tabaco e defender a maconha; em achar que pobre é lindo e rico é bandido; a acreditar que pretos, índios, mulheres, homossexuais e latinos são coitadinhos explorados e brancos, homens e hétero são os vilões que massacram o verdadeiro povo; que pichar paredes é liberdade de expressão; a crer que a desonestidade de seus pares é relativa e a corrupção de seus adversários políticos é absoluta; a achar que o multiculturalismo é a nova cultural global, mesmo crente que a globalização é invenção nociva dos imperialistas capitalistas; a pregar que ler a Veja é atestado de burrice e desinformar-se, já que a verdadeira e isenta informação está na Carta Capital; a criticar as instituições seculares e estabelecidas, como as forças armadas, a igreja, a escola conteudista, a família, o Estado e a autoridade por serem conceitos ultrapassados e o correto é a liberdade de fazer o que lhe vier à telha, desrespeitando as regras, sem perceber que isso é apenas uma manipulação para anular as atuais normas sociais para, depois da anarquia instalada, impor novas regras, essencialmente esquerdistas, para se evitar o caos.

O politicamente correto usa da imbecilidade massiva, atrela à sua carroça os idiotas úteis. Com o auxílio de imprensa, novelas e músicas popularescas e seus artistas com sorriso de plástico para se impor em todos os cantinhos, penetrando nas frestas como a água e o ar, natural e silenciosamente, sem deixar o populacho perceber que está se afogando paulatinamente.

Continuo defendendo que grupos tolhem o livre pensamento, mas não vejo outra saída se não a oposição franca e uníssona contra essa lavagem cerebral coletiva e idiotizante. Desarmar as consciências é tão ou mais grave do que desarmar as mãos. É maneira pacífica de tornar zumbis os cidadãos, fazer deles seus soldados para massacrar as novas minorias, aqueles que se recusam a ceder à uniformização de pensamentos e crenças. Dizer basta, diariamente, a essa massificação da idiotice é autopreservação, é forma de manter-se vivo nesse mar de fezes e mal cheiro que teima em nos afogar.

 

©Marcos Pontes

sábado, agosto 13, 2011

As muitas caras da mesma nota

celso amorim

O megalômano Amorim e seu sonho de consumo

Recebi o e-mail abaixo de um general reformado. Como não citava a fonte, fui em busca do autor e descobri que havia sido, em parte, publicado no Estadão, no dia 5 de agosto. Por outro lado, havia sido republicado em outros sites.

O e-mail, além da notícia curta, foi enxertado com mais alguns dados, já no site Vermelho, cujo nome já diz tudo, o último parágrafo publicado no Estadão foi suprimido, com o claro propósito de evitar citar o nome do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a paixão secreta e inconfessável de Lula e, por extensão, inveja fantasiada de ódio dos seguidores do líder petista. Aliás, líder é bem uma palavra que os vermelhos adoram para dirigirem-se aos seus eternos comandantes. Foi assim com Stalin, Lênin, Mao, Pol Pot e é assim com Lula, Chávez, Castro, Kim Jong-il.

Ao que a direita não tenha seus líderes, a diferença está na eternização de seus líderes pela esquerda, sua quase canonização e assim seria se a esquerda tivesse religião além do endeusamento de seus comandantes.

Vamos ao texto:

EXCLUSIVO ! LULA ATACA E AMEAÇA OS MILITARES

Diante da reação negativa dos militares à escolha de Celso Amorim para comandar o Ministério da Defesa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou os militares descontentes com a nomeação. “Eu não sei se cabe a esses militares gostarem ou não gostarem”, disse Lula, que está na Colômbia. “Ela (a presidente Dilma Rousseff) é a chefe suprema das Forças Armadas, indicou o ministro e acabou, não se discute. Estou c… e andando para esses caras(os militares) . No meu governo, tiveram que me aguentar e viviam me enchendo o saco pedindo migalhas de reajuste. Pediam uma coisa, eu enrolava e nunca dava o que eles pediam;  depois dava uma esmola qualquer e não me sacaneavam mais. Não tenho medo deles; nunca tive.”

Lula acrescentou que as pessoas precisam entender que, uma vez nomeado, um novo ministro precisa assumir e começar a trabalhar “para ver se vai fazer ou não vai fazer o que precisa ser feito”. Para Lula, a presidente escolheu bem, não há nome  melhor  e, quanto à competência de Amorim, “ é o homem ideal , no cargo certo. Ele vai dar um jeito naquele troço(MD). “Amorim estará qualificado para ocupar qualquer pasta.”

O embaixador Celso Amorim toma posse oficialmente hoje à frente do Ministério da Defesa em meio a uma insatisfação das Forças Armadas com o orçamento destinado à área.

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Ed Ferreira/AE

Primeira vez. No sábado, Amorim esteve com cúpula militar

Ontem, em Brasília, um grupo de esposas de militares e integrantes da reserva protestou durante solenidade da troca da bandeira nacional na praça dos Três Poderes. Eles pediram melhores salários e criticaram o que chamam de sucateamento das Forças. A manifestação foi feita na presença do comandante-geral do Exército, general Enzo Peri.

Os problemas orçamentários da Defesa, que sofreu pesado corte no início do ano por ordem da presidente Dilma Rousseff, foram apontados como motivo de insatisfação de Nelson Jobim, que acabou deixando o cargo depois de uma sequência de declarações polêmicas.

As reivindicações salariais são mais fortes na base da carreira. Taifeiros, soldados, cabos e sargentos, segundo os familiares, recebem soldo incompatível com o trabalho que exercem, se comparado com os rendimentos de profissionais da Polícia Militar e de bombeiros do Distrito Federal. “Nosso salário é terrível”, resume Genilvaldo da Silva, presidente da Associação dos Militares da Ativa, da Reserva e Pensionistas (Amarp).

“Há uma defasagem salarial de 135%”, diz a presidente da União Nacional das Esposas de Militares das Forças Armadas (Unemfa), Ivone Luzardo. Ela destaca que mesmo um reajuste de 28,68% para a carreira – fruto de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) – está com seu trâmite paralisado. Outra reclamação é que as Forças Armadas têm limitado a promoção de quem começa a carreira na base.

Existe clara insatisfação, ainda, com a falta de investimento em equipamentos. Ivone Luzardo lembrou que, na semana passada, um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) caiu em Santa Catarina matando oito pessoas – e atribuiu o acidente ao sucateamento. “Todo ano tem corte no Orçamento e os militares hoje são obrigados a lidar com equipamentos obsoletos, colocando suas vidas em risco”.

Logo após o Planalto ter anunciado, Amorim como ministro da Defesa, na quinta-feira, chefes militares manifestaram reservadamente descontentamento com a indicação. Eles temem uma revisão da Lei da Anistia.


Agora, comparem as versões entre diversos sites:

O Original do Estadão

Vermelho

Blog do Silva, seja lá quem for esse Silva, também com a metade da notícia

El Comandante, blog de oposição. Um pouquinho a mais que o original

Enfim, o texto foi reproduzido dezenas de vezes, mais uma aqui, e o que se pode constatar é que os sites e blog de oposição acrescentaram análises, enquanto que os favoráveis à camarilha vermelha cortaram a notícia, reproduzindo apenas a parte que poderia ser favorável ao ex-graçasadeus-presidente, como se pode-se considerar algo favorável essa sua empáfia de continuar emitindo seus excrementos orais como se ainda fosse o comandante da nação, algo que fez como se estivesse apenas liderando seus seguidores partidários.

©Marcos Pontes

quinta-feira, agosto 11, 2011

Quem ganha?

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Nos sete meses de governo, dona Dilma ainda não conseguiu governar. Tirando a equipe econômica, que entre erros e acertos não fica parada ou é amassada pelo trem da crise mundial, as demais estão mais preocupadas em esconder sua podridão. Como conseqüência, a presidente não preside, antes faz papel de bombeiro.

Pela primeira vez em meses, a Polícia Federal se antecipa à imprensa e desmonta uma gang que agia escondidinha desde os tempos em que a ministra do Turismo era a boquirrota e hoje assustada Marta Suplicy Favre. E o caos se instala nas bases governistas, a ideológica, a comercial e a assalariada, as três fundidas em base política.

O PR já se rebelou, fez beicinho, ameaçou votar contra os projetos do governo e recolheu-se à sua insignificância barulhenta. Jucá já ameaçou “fuder” (palavra dele) com o Temer se esse esculachasse com o irmão de Jucá, que, contrariado com a perda de poder no Ministério da Agricultura. Uma guerrinha particular dentro da guerra tácita entre PT e PMDB. Com medo de que haja uma ruptura entre governo, leia-se PT, e seu partido, leia-se PMDB, Renan Calheiros minimiza a prisão de seus copartidários, mesmo entre eles estar apadrinhados seus e de José Sarney, que se silencia diante da descoberta de mais uma falcatrua. Jobim, aquele que tem aspirações à presidência, mas que, na prepotência viciosa de magistrado, não consegue segurar a língua dentro da boca, despede-se do ministério e Dilma, numa demonstração de que está deixando passar por entre os dedos sua autoridade, chama o fiel escudeiro de lula em se segundo mandato, Celso Amorim, talvez o mais megalômano dos 80 ministros dos dois últimos governos, desagradando os militares. Estes, mudos e passivos, reclamando pelos cantos como a criança que levou palmada do pai, mas não tem coragem de se declarar abertamente ofendido.

Nesse ninho de ratos, quem se beneficia e quem sai perdendo?

Dilma poderia beneficiar-se, e talvez fosse essa sua intenção, ao demonstrar que, ao contrário de Lua, que demorava para demitir bandidos descobertos ou não os demitia e continuava defendendo-os, demite quem faz errado e deixa o rabo à mostra. Aprendeu quando cevou 32 dias para demitir Palocci e queimou-se por isso. Numa futura disputa interna sobre quem seria o candidato a seu sucessor, levaria uma vantagem sobre Lula no campo moral. Não está sabendo ou querendo usar esta arma ainda, principalmente porque Lula faz questão de manter-se nas manchetes, dando ordens a ela, dando pitacos na atuação dos ministros, recorrendo aos parlamentares amigos e impondo ministros.

Poderia ganhar Lula que pode alegar que o atual ministério, mesmo sendo responsável pela indicação de mais da metade dele, existem mais atos ímprobos em sete meses do que houve em seus 96 meses de mandato, mesmo sabendo que isso não é verdade. A roubalheira de agora é apenas a continuação das iniciadas em seu governo. Conhecendo sua falta de escrúpulos e sua vaidade exacerbada, além da infinita sede de poder, não será de estranhar que ele use essa bateria futuramente.

Poderia ganhar a Polícia Federal, que deu um golpe no ministro da Justiça e na própria presidente, só os avisando que seriam feitas as prisões depois de emitidos os mandatos judiciais. Dessa maneira evitou que ministro e presidente livrassem a cara dos amigos, o que quase aconteceu. Ao saber da Operação Voucher, Cardozo telefonou para alertar os amiguinhos, mas não deu tempo; Dilma perguntou ao delegado se não havia como livrar a cara de Moyses, o petista apadrinhado por Marta e filiado ao PT, recebendo como resposta um “não” convicto.

A PF não sairá ganhando porque, do alto da ditadura petista, Cardozo já mexe os pauzinhos para desmoralizá-la e arrumar algum argumento técnico para anular a operação. Não interessa para essa gente se há crime ou não, desde que seus companheiros fiquem livres.

Poderia ganhar a oposição, se tivéssemos uma atuante. Veem-se um ou outro parlamentar discursando, dando entrevistas ou tuitando moralidade, mas não se vê uma ação coordenada pela moralidade na política e pela punição dos gângsteres flagrados.

Poderiam ganhar os analistas políticos se esses não se acovardassem diante das constantes ameaças de se calar a imprensa. Estes prendem-se em reler notícias ou, de preferência, releases dos políticos, mas sem analisarem. Análises, afinal de contas, são interpretações pessoais e esses senhores não querem correr o risco de serem calados, por isso não analisam.

No final das contas, não se sabe quem sai ganhando, mas fica muito claro quem sai perdendo: a moral, a lisura, a honestidade, o erário e a população que paga para ser roubada constantemente.

 

©Marcos Pontes

domingo, agosto 07, 2011

Praxis lulensis: primeiro faz-se, depois analisa-se

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Posso estar errado? Sim, claro. Aliás, quase sempre eu acho que estou errado, mas não basta achar, espero as provas. Se eu não consigo provar que estou errado, que outro o faça, mas não na base do “eu acho”, quero provas e argumentos convincentes.

Politicamente me coloco mais à direita a cada dia, não por ser um direitista convicto, mas por não aprovar o esquerdismo puramente ideológico, sem a comprovação de que seria a melhor maneira de se governar o mundo. Não vou ficar repetindo ad aeternum que todos os países socialistas pioraram a vida de seus cidadãos, isso já é sabido, batido e rebatido, somente os cegos pelo ideologismo emocional não conseguem ver ou, se vêem, se deixar convencer ou admitir a derrota.

O comunismo pode ser a melhor forma de se administrar o planeta? Talvez o seja, até me permito pensar nessa possibilidade, mas antes ele teria que ser totalmente reformulado. Os atuais modelos socialistas e aqueles já reprovados pela história, definitivamente não trariam a melhoria global. Em seu relativismo, os esquerdistas argumentarão que o capitalismo também não provou ser o ideal, ainda mais agora nessa quebradeira generalizada. Também admito a possibilidade de achar o capitalismo falido e necessitando de reajustes sérios, sintonia fina entre os meios de produção e as aspirações sociais, a readaptação aos meios modernos de se viver. Quais seriam as mudanças? Não sei, deixo isso para os mais estudiosos e conhecedores do mundo, aos analistas científicos e aos globetrotters além do turismo de prazer, apenas posso afirmar que o socialismo marxista, stalinista, maoísta leninista, castrista, chavista ou petista não são a alternativa, simplesmente por se basearem na truculência, na mentira infinitamente repetida, na maquiagem de números e índices sociais, na lavagem cerebral gramscita, no apadrinhamento dos amigos do partido a despeito de sua competência questionável ou sua mais absoluta ignorância.

Esta semana leu-se muito sobre o descontentamento de Álvaro Uribe, ex-presidente colombiano, com a política externa lulista, sua incoerência, sua desfaçatez, sua megalomania alimentada por seres desprezíveis como Celso Amorim. E eis que Amorim volta ao ministério, embora em outra pasta, depois de oito anos dando conselhos estapafúrdios ao então presidente, aproximando o Brasil de regimes totalitários e ditaduras de décadas, desta feita na pasta da defesa, gerando descontentamentos dos militares, os mesmos a quem ele sempre agrediu, na velha postura rancorosa da esquerda que pegou em armas, mas condena as Forças Armadas por também terem pegado em armas. Aliás, depois de José Genoíno, outro sem caráter que combateu o Exército com arma em punho, ser agraciado com a Ordem do Mérito Militar.

Para a insatisfação dos generais, bem ao seu estilo, Lula, que deveriam não mandar mais em nada já que não tem cargo ou mesmo função oficial, tem a resposta nada conciliatória, o que deveria ser esperado de um sujeito que passou oito anos pregando a cisão nacional, escondido atrás da faixa residencial que ele disse que tinha vontade de levar para casa, e deve ter levado junto com o crucifixo do gabinete presidencial que furtou: "Não cabe aos militares gostar ou não gostar de uma indicação da presidente da República. Temos que aprender a trabalhar para depois ver se vai dar certo ou não".

Ora, quer dizer que na esquerda primeiro aprovam-se as medidas, fazem-se leis, indicam-se ocupantes de cargos para só depois analisar para ver se as medidas tomadas foram as corretas? Essa gente nunca ouviu falar em planejamento, análise, levantamento de custos e riscos? Nem ele, nem a presidente, nem o staff petistas pararam para pensar em perguntar aos generais quais seriam os bons nomes para presidir a pasta, par depois decidirem pelo melhor. Do ato da empáfia esquerdista, preferem impor um nome político, sabidamente despreparado emocional e ideologicamente para comandar as Forças Armadas e todo o sistema de defesa nacional.

Talvez por esse despreparo, esta cegueira ideológica, que tenham caído tantos ministros em oito meses de governo. Primeiro empossam-se os amigos, para depois perceberem que os nomes eram péssimos, mas aí o estrago está feito. Se isso traz ônus para a nação e desgaste para a imagem da presidente, pouco importa. O que conta é que eles detêm o poder, seu primeiro objetivo logo seguido pela riqueza. Povo, nação, gastos, roubos, falcatruas, justiça... Essas coisinhas são apenas percalços facilmente transponíveis pela máquina vermelha.

©Marcos Pontes

segunda-feira, agosto 01, 2011

Socialismo, filho da inveja

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O desejo de posse é inerente à condição humana, tentar mudar isso é, antes de política partidária, uma violência generalizada contra a espécie.

Deixando o primeiro assassinato bíblico de lado para evitar atrito desnecessário com os pseudo-historiadores que não vêem nO Livro um documento histórico (uma aberração na formação de nossos professores, o que deixa clara a intenção obscura dessa revolução cultural que nos cerca silenciosa e que poucos percebem), mas tentando ater-me na antropologia, os primeiros desentendimentos surgidos entre humanos não foram meramente territoriais, o que por si já seria uma demonstração da sensação de posse de uma área geográfica, mas por sobrevivência.

O líder da tribo sabia que naquela área havia alimento e seu grupo se apossava dali, expulsando ou matando quem invadisse em busca de comida. Esgotados os mantimentos, fosse pela extração abusiva, pela própria escassez ou por razões climáticas, a tribo se mudava e, volta e meia, entrava em conflito com outro grupo que havia ocupado terras adiante.

Depois que aprendeu que podia plantar e criar animais, nada mais natural que se sentisse proprietário da terra que trabalhara e dos frutos que plantara e se armava contra quem quisesse levar sua criação. Os conflitos agrários são mais antigos que os títulos agrários. Estes criação dos Estados, encarnados pelos poderosos que mantinham exércitos para defenderem os rincões tomador para si, muitos e muitos anos depois.

Alguns grupos aprenderam a plantar e tornavam-se donos de seus frutos, outros a domesticar animais e tornavam-se donos do leite, da carne e das peles, mais uns a represar rios e se apoderavam dos peixes que recolhiam. Os que continuavam extrativistas e caçadores nômades que não haviam descoberto tais ciências, prenhes de inveja tal qual Caim, para não morrerem à míngua, saqueavam. Hoje seriam os socialistas.

Pregar a divisão equitativa das produções, um mundo sem fronteiras, a não ser as naturais como rios, montanhas e oceanos, o pluriculturalismo, são ocupações de quem não aprendeu a produzir, que não consegue desenvolver seus próprios territórios e, por isso, vestem-se de vítimas históricas, taxando de algozes aqueles que investiram séculos e séculos em ciência, pesquisa, produção e ascensões sociais.

Respeitar as culturas alheias e uma coisa, aceitar calado que essas culturas alienígenas lhe sejam impostas goela abaixo, destruindo seus próprios valores e costumes e conivir com o crime de que se é vítima, enquanto é pichado de algoz, é covardia.

Os países socialistas não deram certo porque não souberam produzir para todos, uma contradição à própria definição de socialismo. Foram utilizados artifícios mil na enrolação e quando esses artifícios não surtiam efeito, que se aplicasse a força bruta, o argumento da baioneta. Propagandas, maquiagem de índices sociais e econômicos, inchaço da máquina pública e empregos artificiais onde deveria haver trabalho que gerasse renda. Riqueza e bem estar era apenas para as elites políticas, como as dachas, carros com chofer e viagens ao exterior, como tinham os líderes soviéticos, por exemplo.

Para manterem seu status social, mentiam do alto de seu status político. Tinham despensa suprida enquanto seus concidadãos entravam em filas por batats e papel higiênico, ou por leite, como ocorre hoje em Cuba.

O capitalismo surgiu quando o homem tomou posse daquilo que produzia; o socialismo, quando um incompetente preguiçoso achou que tinha direito a apossar-se da produção alheia. Isso bem antes de Karl Marx mamar nas tetas de Engels.

 

©Marcos Pontes