Pesquisar neste blog e nos da lista

domingo, maio 09, 2010

Da boca de quem sabe

lula_o_mentiroso

Ontem fui com Dona Chica a um show do Guilherme Arantes. Não aguentando tranquilo o calor no salão e a demora em começar o espetáculo, dei uma saidinha pra fumar. Lá fora encontro um dos maiores empresários da região, homem riquíssimo, dono de postos de gasolina e fazendas de café. Eu sei quem ele é e ele sabe quem sou, embora jamais tenhamos sido apresentados ou sequer trocado um cumprimento.

Na solidariedade tácita entre fumantes, os párias da sociedade moderna politicamente correta, engendramos um papo sobre política.

De cara ele já foi vomitando seu ódio contra o atual presidente e sua política econômica mais de propaganda do que de resultados. O empresário havia acabado de assistir ao Jornal Nacional e ainda não havia deglutido a oferta de Lula a mandar ajuda econõmica para a Grécia.

Como mandaríamos U$ 200 milhões – confesso que não vi qualquer alusão a essa quantia, mas foi a que ele citou – para um país com quem temos insignificantes relações comerciais, políticas ou culturais, quando o país tem carência em toda a infraestrutura e sempre alega falta de recursos? O homem estava indignado a tal ponto que minha indignação parecia birra de menino mimado.

A prosa, sabe-se lá por que liame, logo emendou com uma reunião que havia acontecido entre produtores rurais e a equipe do governador, Jaques Wagner, mais um petista que escuda-se mais no fiosologismo sindicalista-peista do que na competência administrativa. Nada tinha a ver com o fato do governador fazer o maior carnaval com sua vinda a Porto Seguro para entregar 30 casas num município que tem carência de algumas centenas de moradias, mas com a conversa que tivera com o deputado federal Sérgio Carneiro, filho do senador pedetista João Durval e do prefeito de Salvador, também pedetista, João Henrique. Sérgio, numa das espertezas das oligarquias familiares, é petista. a família usa a velha tática dos peemedebistas que se dividem para ganhar sempre.

Além dos dois, fazia parte da rodinha um fazendeiro paulista, vizinho de fundos de uma fazenda do lulinha, o filho pródigo de Lula, que consegue fazer fortuna em tempo recorde, mesmo nunca tendo batido prego num mamão. O paulista dizia, sem saber quem é Sérgio Carneiro, que Lulinha estava comprando todas as fazendas que faziam fronteira com a sua e que a sua era a próxima a ser comprada, segundo lhe mostrara num mapa, um dos assessores do lulinha, filho daquele mentiroso compulsivo que, por vinte anos, pregava publicamente, contra os latifúndios.

o fazendeiro paulista, porém, afirmava que não venderia suas terras por qualquer preço e sob qualquer ameaça ou chantagem, táticas que, segundo ele, foram usadas por Lulinha para convencer os demais vizinhos a lhe venderem suas terras.

Sérgio Carneiro, na cegueira típica dos sectários venais, partiu em defesa do “primeiro filho”, que o rapaz era de boa índole e não tinha essas fazendas todas. Como resposta recebeu um cala a boca pela frente. Teria dito o paulista, “o senhor não sabe de nada, deputado. Pode entender das fazendas que o sen hor e sua família tem em Feira de Santana, mas nunca foi à fazenda do Lulinha em qualquer um daqueles aviões e helicópteros que aterrissam diariamente por lá”. O deputado saiu de fininho ao perceber que não estava falando com bêbados de um boteco, mas com empresários que conhecem o país e é quem, de fato, constroi o país, negando a empáfia de Lula que é seu governo quem leva o Brasil pra frente, mesmo havendo governo desse naipe.

O último tópico da nossa conversa foi sobre a geração de empregos e o cafeicultor terminou me dando razão no que venho dizendo há meses.

O governo se vangloria do fato de ter gerado 12 milhões de empregos, o que de fato não aconteceu. aliás, pode até ter acontecido, mas aí vem uma questão de semântica para contrariar as estatísticas oficiais. Precisa-se diferenciar emprego de ocupação temporária.

Mesmo os empregos que Lula e sua gang distribuíram entre os amigos despreparados e sindicalistas – o que quase significa a mesma coisa – na máquina governamental, mas que poderão ser devolvidos no próximo governo, os números não são verdadeiros e isso pode ser comprovado pelo número crescente de pedidos de seguro-desemprego. Esse número, aliás, não é divulgado e nem a imprensa vai atrás para revelar a verdade.

Meu interlocutor dizia, “só nessa semana eu assinei 350 carteiras de trabalho e devo assinar mais 350 nas duas próximas semanas, mas é só para a colheita do café. daqui a dois meses esse povo todo vai estar desempregado de novo, mas essas estatísticas o governo não revela”. E é justamente isso que sempre digo.

Se o governo contrata duzentos homens para construir 30 casas populares, como as que o governo da Bahia entregou em Porto seguro, esses mesmo duzentos homens estarão novamente desempregados findada a construção. Assim é na lavoura, na construção civil, no comércio em épocas festivas como os 8 dias das mães, oito dias dos pais, sete Natais, oito carnavais, quinze férias escolares e em várias outras atividades sazonais.

Numa coisa esse governo é deveras campeão, na propaganda. Mesmo sem provas que corroborem seus milagres econõmicos e sociais, o governo Lula consegue emplacar todas suas mentiras como se palavras divinas fossem.

segunda-feira, maio 03, 2010

Post chupado

Este post foi lançado pelo Joe Brazuca em sua página no Facebook. Tentei compartilhá-lo no Twitter, mas nem todos os leitores que me acompanham tem conta no site e, por isso mesmo, não conseguiram acessá-lo. Confesso que não chequei as informações, mas como já havia ouvido histórias como esta, resolvi publicar aqui sem a licença do Joe, mas sei que ele compreenderá.

 

ACREDITÁVEL !!!

Hoje às 16:30

E...POR FALAR EM "FICHA LIMPA" O QUE ACHAM DISSO ? :
ACREDITÁVEL!!
Vejam o que aconteceu no Ceará,
quando tentaram empregar algumas costureiras......
Curso para 500 mulheres
Como o setor têxtil é de vital importância para a economia do Ceará, a demanda por mão de obra na indústria têxtil é imensa e precisa ser constantemente formada e preparada.
Diante disso, o Sinditêxtil fechou um acordo com o Governo para coordenar um curso de formação de costureiras.
O governo exigiu que o curso deveria atender a um grupo de 500 mulheres que recebem o Bolsa Família.
De novo: só para aquelas que recebem o Bolsa Família.
O importante acordo foi fechado dentro das seguintes atribuições: o Governo entrou com o recurso; o Senai com a formação das costureiras, através de um curso de 120 horas/aula; e o Sinditêxtil, com o compromisso de enviar o cadastro das formandas às inúmeras indústrias do setor, que dariam emprego às novas costureiras.
Pela carência de mão obra, a idéia não poderia ser melhor.
Pois bem.
O curso foi concluído recentemente e, com isso, os cadastros das costureiras formadas foram enviados para as empresas, que se prontificaram em fazer as contratações.
E foi nessa hora que a porca torceu o rabo, gente. Anotem aí: o número de contratações foi ZERO. Entenderam bem? ZERO!
Enquanto ouvia o relato, até imaginei que o número poderia ser baixo, mas o fato é que não houve uma contratação sequer. ZERO.
Sem qualquer exagero.
O motivo?
Simples, embora triste e muito lamentável, como afirma com dó, o diretor do Sinditêxtil: todas as costureiras, por estarem incluídas no Bolsa Família, se negaram a trabalhar com carteira assinada.. Para todas as 500 costureiras que fizeram o curso, o Bolsa Família é um benefício que não pode ser perdido.
É para sempre.
Nenhuma admite perder o subsídio
SEM NEGÓCIO.
Repito: de forma uníssona, a condição imposta pelas 500 formandas é de que não se negocia a perda do Bolsa Família.
Para trabalhar como costureira, só recebendo por fora, na informalidade.
Como as empresas se negaram, nenhuma costureira foi aproveitada.
Casos idênticos do mesmo horror estão se multiplicando em vários setores.
É O LULA CRIANDO ELEITORES DE CABRESTO, COMPRADOS ATÉ EM SUA DIGNIDADE, RECUSANDO-SE A TRABALHAR PELO SEU SUSTENTO !!!

domingo, maio 02, 2010

Wilma ensina marketing

Colagem

Tendemos a ver os defeitos de nossos adversários para esquecermos dos nossos e de nossos aliados, o que no popular equivale a “macaco senta no próprio rabo para falar do rabo dos outros”. Longe de querer escrever um textozinho de auto-ajuda num arremedo de Paulo Coelho ou do canastrão Içami Tiba, quero mesmo é dar um freio de arrumação para ver o que ambos os lados estão fazendo nessa campanha que já começou.

Aliás, hipocrisia por hipocrisia, em se tratando de campanha política, a Justiça Eleitoral da o primeiro passo. Com a máxima de que a Justiça só atua depois de provocada por terceiro, ela se exime de tomar a iniciativa de coibir abusos, desmandos e crimes, mesmo que estes aconteçam diante de seus olhos, não à toa, vendados. Não só na área eleitoral, mas em todas.

As campanhas estão nas ruas, os candidatos estão peregrinando em busca de apoios, popularização, coligações e, consequentemente, votos. Por que negar isso?

Aí o presidente sobe num palanque, do qual anda ausente desde que assumiu a presidência, na tal festa do trabalhador, transformando aquilo num comício em prol de sua candidata e a oposição resolve interpelá-lo judicialmente por campanha extemporânea. Também é uma hipocrisia. O Serra não está fazendo muito diferente. Suas peregrinações insistentes ao Nordeste e a Minas, locais que decidirão a eleição e nos quais ele, a princípio, está mais fraco que a candidata situacionista, têm o único propósito eleitoral. Não nos façamos de bobos ao negar isso. Sejamos partidários, torcedores, agentes atuantes nas campanhas, formadores de opinião, mas não neguemos o óbvio para não corrermos o risco de nos mostrarmos mentirosos, sectários e injustos.

Paralelamente às atuações dos candidatos, seus cabos eleitorais oficiais também agem a todo vapor. A governadora Wilma de Faria, do Rio Grande do Norte, por exemplo, fez no Twitter mais do que o assalariado Marcelo Branco e os caciques do PT fizeram até agora, em termos de ataque a Serra. Ao comparar sua ficha como parlamentar constituinte com a do candidato tucano, avaliação esta feita pelo DIAP, Wilma mostra uma média de 9,75 pontos contra 3,75 de Serra.

Para um eleitor pouco esclarecido, mal informado sobre os meandros da política ou encabrestado no voto, essa diferença absurda entre as duas avaliações poderia significar que Wilma é muito mais capacitada do que Serra para presidir a nação. Algo muitíssimo longe da realidade e do bom senso.

Para putas velhas em política e para os curiosos e pesquisadores, o DIAP, Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, como o próprio nome diz, é um organismo ligado a sindicatos, por isso mesmo tendencioso, o que torna suas avaliações suspeitas de tendenciosidade e a certeza dessa tendenciosidade quando se avaliam os critérios.

As ditas notas são dadas dentro de uma agenda socialista montada pelas lideranças sindicais, esse é o primeiro ponto. Seria equivalente oposto a uma avaliação do mesmo tipo feita pelos dirigentes da Fiesp ou de outra feita pela CNBB. Não se pode esperar que a serpente dê nota 10 ao sapo pela agressividade do batráquio e vice-versa.

Além dessa avaliação cega como a Justiça, muito mais reveladores seriam pesquisas aos artigos de jornais da época da Assembléia Nacional Constituinte e aos anais do Congresso Nacional.

Se comparados os números de sugestões de artigos e leis apresentadas por Serra e por Wilma, a lavada do tucano sobre a governadora será acachapante; se levar-se em conta a influência como negociadores e legisladores, Wilma sumirá a trás da montanha que Serra se revelará. Em suma, não há como se comparar uma senhora que sobrevive politicamente às custas de uma oligarquia secular com um homem com o histórico de combate, realizações e história produtiva para a cidade de São Paulo, o estado de São Paulo e, óbvio, para o país, seja como parlamentar, seja como o histórico ministro da saúde que surpreendeu o mundo.

Mas a política é a arte do ilusionismo pelas palavras, Wilma não precisou distorcer as palavras, mostrou as duas fichas apenas e deixou seus leitores fazerem a comparação. Sub-reptícia e inteligente manobra eleitoreira, dando um banho nos marqueteiros muito bem pagos e nos tuiteiros assalariados e acéfalos, como Marcelo Branco. E que as campanhas continuem à revelia da Justiça Eleitoral que mais atrapalha do que ajuda, em certos casos.

 

©Marcos Pontes

segunda-feira, abril 26, 2010

Campanha dos 7 erros


Já que o TSE demorou a acordar – como é praxe em se tratando da Justiça brasileira -, as campanhas presidenciais saíram às ruas, rádios e tevês fantasiadas de pré-candidaturas. Hora de acabar com a hipocrisia e liberar geral, acho eu.
Os parlamentares que, legislatura após outra, prometem reforma política-eleitoral, depois voltam pras suas tocas à espera de determinações do presidente, aquele que legisla, executa e tenta julgar. Os presidentes, obviamente, nadando de costas em seu rio cheio de piranhas banguelas – os ditos parlamentares que arrotam autoridade, mas não mandam nem na casinha de cachorro que escondem em algum imóvel funcional – não se interessa em reforma política, afinal de contas, foi eleito com a legislação em voga. Pra quê mexer em time em que ELE está ganhando?
Depois de eleitos, logo começam a campanha da eleição que ocorrerá em dois anos, mesmo não sendo candidatos. Não existem mandatos de dois anos. Mas não podem perder o status quo e as benesses que uma eleição lhes dá. Hora de dar uma forcinha aos coligados, aos cabos eleitorais, aos financiadores de campanha, aos caciques dos respectivos partidos e, lógico, ganhar um “faça-me rir” em troca de apoio a quem pagar mais.
Nem era sobre isso que eu me propunha falar ao começar esse texto, mas sobre os presidenciáveis já em ação, mas aí o papo foi ficando bom...
Dando rumo à prosa.
Dia desses assisti “de ouvido” a entrevista que a candidata do presidente deu à Rede Bandeirantes, no programa do Datena. Confesso que sou parcial ao se tratar dessa senhora e do grupelho a que representa, mas tentava dar algum crédito ao que ela falava, ou tentava falar.
Definitivamente, ela me deixou a impressão que é péssima oradora, má vendedora (não sabe vender seu peixe) e a pior candidata que o dono do seu partido poderia arranjar. Já me perguntava e a pergunta ficou apenas mais teimosa: De onde o presidente desenterrou essa senhora, apagada a vida inteira, até mesmo como guerrilheira, passado esse só revelado depois que tornou-se candidata? O que há por trás dessa carta tirada da algibeira diante de toda uma nação abobalhada? Por que, entre tantos petistas históricos, Lula resolveu apostar tanto numa senhora desconhecida, sem histórico político-partidário, ex-PDT e petista de última hora? Se a intenção (não creio que foi essa, apenas a ventilo por falta de teoria melhor) era lançar uma mulher fortalecendo o discurso segregacionista do qual Lula é mestre, e lançar uma mulher poderia ser um mote forte a ser explorado, quantas petistas históricas existem, mais conhecidas, com serviços – mesmo maus – prestados à nação, aos seus estados ou, pelo menos aos seus municípios, ou a uma causa específica, poderiam ser lançadas?
Vejamos, por exemplo, as deputadas federais petistas em atuação nessa legislatura: Ângela Portela (PR), Cida Diogo (RJ), Dalva Figueiredo (AP), Emília Fernandes (RS), Fátima Bezerra (RN), Iriny Lopes (ES), Janete Pietá (SP), Maria do Rosário (RS) e Maria do Carmo (MG)(Licenciada). Nenhuma delas, que, pelo menos, já encararam processo eleitoral como candidatas, poderia ser a escolhida pelo rei?
Mas não foi esse o motivo, tanto que o discurso que não votar na sua candidata é uma manifestação machista, o presidente abortou. Viu que não colou esse apelo sexista e desistiu dele. Aliás, desistir é típico dos partidários do presidente e do próprio.
Não são poucas as vezes em que um petista diz uma coisa (o melhor exemplo é o “irrevogável” do Capachão marcadante) para, logo em seguida, voltar aos microfones e câmeras e desdizer-se ou ser desdito por um companheiro hierarquicamente superior na agremiação. A própria candidata já teve que se desdizer ou ter seu discurso corrigido por algum aspone.
O último, mais grave e já clássico exemplo foi a exibição de uma foto da atriz Norma Bengel, a caloteira indenizada, como se fosse da candidata. Com um bunker montado para as agressivas inserções campaniais internéticas, marqueteiro do Obama na folha de pagamento e um venal Marcelo Branco encabeçando o exército de atacantes on-line, a campanha da Terrorista já vem se destacando pelos insistentes erros de estratégia, de linguagem, de temas, de enfoques, de parcerias, de argumentação e de candidata propriamente dita. Uma campanha que já pode ser batizada de “campanha dos sete erros”.

©Marcos Pontes



MyFreeCopyright.com Registered & Protected

segunda-feira, abril 12, 2010

Porque não voto em Dilma

dilma_lulada_silva_2

 

Me contaram uma historinha que não sei se é verdadeira ou se apenas uma alegoria. Ei-la:

Um fazendeiro, dono de muitas terras e empregador de vasta mão de obra, mandou a filha única para São Paulo, onde a menina cursaria História na USP.

Ao final do primeiro semestre a filha voltou para passar as férias na fazenda. Depois dos carinhos de boas vindas, a menina pôs-se a contar as novidades. Logo o pai percebeu as mudanças acontecidas na maneira da filha ver as coisas, uma visão mais socialista do mundo, jargões do tipo “mais valia”, capital ao invés de “fazenda”, “companheiros” no lugar de empregados e por aí adiante.

No meio desse palavreado “modernizado”, propôs ao pai:

- Por que o senhor não divide seu latifúndio com os companheiros campesinos, lhes ajuda nos custos de produção e, depois, como o senhor, a princípio, é o mantenedor, fica com 60% da produção e divide o restante com os parceiros? No ano seguinte eles próprios manterão a produção e assim seu percentual passa a ser proporcional ao total de produtores?

O pai, macaco velho nas negociações com sindicatos, bancos, produtores e todo o universo de pessoas e entidades que envolvem a produção do país, apenas escutava, tentando aparentar algum interesse, mas enfadado por dentro.

- Tá, filha, boa idéia. Vou pensar com carinho. Mas enquanto isso, me diga como vão as coisas na faculdade.

- Ah, está tudo ótimo, só tiro dez, me adaptei fácil, os professores gostam de mim. Mas não foi sem esforço. Normalmente eu estudo até duas, três da manhã, estou sempre na biblioteca, participo dos seminários, faço parte de grupos de estudos. É duro, mas compensa no final do semestre. Passei direto em tudo.

- Ótimo! Parabéns. E como está se saindo a Raimundinha, filha do Deodoro, que foi com você?

- Aquela ali, pai, não quer nada com nada. Não perde uma balada, namora todo mundo, fica na farra até de madrugada todos os dias e só tira zero.

- E por que você não a ajuda?

- Ajudar como, pai, se ela não se esforça, não quer estudar, prefere a bagunça?

- Ora, simples. Como você só tira dez e ela só tira zero, você poderia dar cinco pontos dos seus pra ela e ambas passariam com média cinco.

Com olhos esbugalhados, ofendida, descrente do que ouvia, a garota estourou.

- O senhor tá louco? Eu me esforço, uso da minha capacidade intelectual, suo, perco horas de sono, me dedico pra depois dividir o que consegui a duras penas com quem não bate prego no mamão? Nem pensar!

- Ah, bom, entende agora porque não divido o que venho amealhando há anos a custa de suor, noites sem sono, negociações duríssimas com bancos, governo, fornecedores, Receita Federal e tudo o mais com quem trabalha sem compromisso com nada a não ser com seus horários e com o salário no final do mês?

A mentalidade do governo de Lula é comparável ao raciocínio da filha universitária. A classe média sua para produzir em troca de salários nem sempre justos para depois ver seus impostos serem usados para bancar as benesses das “elites” que o governo diz odiar, mas não deixa de abraçar e acarinhar a cada nova proposta de mudança econômica. Não bastasse bancar os ganhos e benesses dos mandatários, ainda banca as bolsas, cotas e esmolas das classes menos favorecidas, como se fosse dela, a classe média, a culpa de todas as mazelas sociais que herdou e que se multi´plicam desde o Brasil Colônia.

Votar na Dilma é dar continuidade a essa política distorcida, injusta com quem produz, que deixou a meritocracia mofando num armário trancado. Sem falar na política externa que nos levou à proximidade do submundo do Terceiro Mundo, nos afastando mais e mais dos países desenvolvidos.

Não é rompendo com quem desenvolve o mundo que mudaremos o que há de errado. Se o sistema de produção está ultrapassado, primeiro demos o exemplo de um novo sistema justo, progressivo de fato e não somente de propaganda, para podermos dar o exemplo e mudar o mundo.

Não fizemos isso e nem ensaiamos sequer nos aproximarmos disso. Maquiamos com marketing o modelo secular e universal, continuamos a privilegiar o capital, mesmo num governo que se diz socialista.

Não bastasse a necessidade de alternância de poder, são muitos os motivos para eu não votar em Dilma, até porque nem mesmo o carisma para mentir e enganar enquanto é aplaudido, que Lula tem, a ex-terrorista tem.

 

©Marcos Pontes