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sábado, julho 31, 2010

O sorriso da coroa

 

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Migezim de Princesa

I

Quem viu Dilma no congresso
Do PT toda contente,
Trocando muitos abraços,
Sorrindo, mostrando os dentes,
Saiu dali com uma certeza:
O poder é uma beleza,
É coisa que alegra a gente.


II
Era grande o entusiasmo
Naquela festa petista:
Tinha esquerda, tinha direita,
E até oportunista.
Na bancada da Bahia,
Vi uma turma que servia
À oligarquia carlista.


III
Dilma disse preferir
Crítica e contestação
À mudez da ditadura,
Esse regime do cão.
Porém, pelo que vi lá,
Quase ninguém vai sobrar
Pra fazer oposição.


IV
Dilminha paz e amor
Apresentou-se tão boa,
Tão alegre e tão gentil,
Parecia outra pessoa,
Que, ao invés de dar porrada,
Ficou foi dando risada
Ao ser chamada coroa.


V
"Coisa boa é ser coroa"
Disse ela bem faceira,
"Porque a pessoa jovem
Só pensa em fazer besteira.
Com rebeldia apressada
Vive a pregar luta armada,
Nem que seja de peixeira.


VI
Coroa pensa duas vezes
Antes de qualquer ação:
Em vez de assaltar bancos
E fazer revolução,
Faz é emprestar dinheiro
Para o pobre do banqueiro
Que vai salvar a Nação.


VII
Em lugar de dar emprego
Para o povo trabalhar,
O coroa é mais esperto,
Sabe a coisa organizar:
Pra ter eleitor cativo,
Dá bolsa a morto e a vivo,
Deixa no mesmo lugar.

VIII
O jovem é muito apressado
E vive com a bolsa lisa,
Caminhando em passeata,
Empesteando a camisa
De poeira e de suor
Na ladainha do PSOL
De Babá e Heloísa.


IX
Coroa sabe perdoar,
O jovem é muito tungão.
Agora mesmo nas ruas
Só se vê a confusão,
Na Federal , na Papuda,
De jovens malhando Arruda
Por causa do Demsalão?


X
Com pinta de candidata,
Dilminha se apresentou:
A boca cheia de batom,
Jeito de paz e amor,
E quase se banha em pranto
Quando viu ali num canto
Um seu antigo assessor.


XI
Mandou um beijo pra ele
E ele também chorou,
Queria se ajoelhar,
Mas alguém o segurou,
Na mesma hora esqueceu
Os gritos que ela lhe de
E a carreira que levou.


XII
Dilma a todos conquistou,
Digo com toda certeza:
De Zé Dirceu a Geddel,
Do plebeu à realeza.
E, para a coisa melhorar,
Só falta ela conquistar
O Miguezim de Princesa!

 

©Marcos Pontes

sábado, julho 24, 2010

Palmada é política de Estado

Anistia Comunista

 

Não consigo deixar de pensar no PT/governo de hoje com o PT/oposição de ontem, da minha adolescência, do meu tempo de esquerdista. É, crianças, já fui bem mais idiota do que sou hoje.

Me lembro, por exemplo, do discurso, não só do PT, mas de outras coisas também chamadas esquerdistas, como o MDB, que era o PMDB despiorado, de Tancredo, Teotônio e Ulysses, em que se dizia que o Estado era muito intrometido na vida do cidadão, que não cabia a ele, o Estado, decidir os gostos e vontades do homem, que só cabia a ele dar condições para que o sujeito sob sua tutela, decidisse os rumos a tomar.

Parece absurdo ouvir isso da esquerda de hoje, mas era o que ouvíamos nos 80. E, pior, acreditávamos nesse discurso liberal.

Leonel Brizola, um dos ícones do esquerdismo nacional, até criou o tal “socialismo moreno” como forma de justificar o novo discurso, tão diferente da prática esquerdista soviética, chinesa ou albanesa, sem falar em Cuba e todos os outros. Brizola mostrava um discurso liberal, da livre iniciativa (provavelmente por perceber que o modelo soviético era inaplicável por essas bandas sub-equatorianas, talvez porque a tinta da democracia ainda estava fresca e ele não quisesse despertar a fúria dos milicos que ainda hesitavam em voltar à caserna) e o Lula, a nova estrela dos vermelhos, não tinha a mínima noção teórica do socialismo, talvez sequer tivesse ouvido falar de Marx, era um trabalhador de linha de montagem que se via descontente com as más condições de trabalho e que logo passou a ser a marionete dos socialistas mais “estudados”, aquela gangue que participava dos partidos proscritos, que recebiam orientação e recursos internacionais para a “subversão”.

Lula, desde cedo um notório ególatra, tornou-se o porta bandeiras e abre-alas dos comunistas que mexiam os cordões de seus gestos grosseiros. Reparem nos discursos antigos do então líder sindical em ascenção. Não vamos encontrar jargões fáceis da época como “mais valia”, “movimento”, “revolução”, e tantos outros criados pelos esquerdistas de laboratório, os vermelhinhos do banco universitário. A palavra popularizada por Lula foi “pelego”, repetido à exaustão, bastava o sujeito dizer que estava satisfeito com a empresa em que trabalhava.

O discurso começou a ficar com cara intelectualizada quando os manipuladores começaram a escrevê-lo, mas essa é outra história.

Quando a esquerda, já livre da mira dos fuzis, começou a eleger-se para o legislativo, passou a pregar, entre outras liberalidades, o orçamento participativo. Você deve lembrar, caro leitor, de como a esquerda reclamava das políticas impostas de cima para baixo, de como exigia que o cidadão participasse mais efetivamente e tivesse sua voz ouvida, e como a direita centralizava as decisões e blá-blá-blá de mesmo teor. Lembra? Eu lembro.

Aí a gente vai ficando velha, os questionamentos começam a responder-se e darem espaço a novos questionamentos, respostas até sem pergunta vão aparecendo, o que era aceitado pelo cérebro desde que entrasse pelo ouvido já não fazia tanto sentido sem a compreensão histórica e a busca profunda de razões. A história passava a ser percebida melhor depois de passada e vivida.

Quando a Dilma, ainda ministra, mas já candidata, disse que acabaria com o “estado mínimo”, percebi que a esquerda brasileira não era desigual das totalitárias do leste europeu. Percebi que o socialismo moreno foi apenas uma viagem de Brizola depois de ter dado um tapa na erva da Neuzinha. Percebi que a esquerda, mormente o PT, não sofre influências horizontais, muito menos verticais de baixo para cima, muito pelo contrário, toda a linha de atuação do partido é vertical de cima para baixo. Um grupelho, ou melhor, uma camarilha da corrente majoritária do partido, não mais de uma das facções formadoras que se acotovelavam pelo controle, como Libelu, Luta Operária, MR-8, Colina... Mas os milionários, os mandatários coligados (Zé Dirceu, Mangabeira, Lula, Mercadante, Berzoini, Dutra, Palocci, Genoíno, Marta...) era quem determinava o que os cegos militantes, soldadinhos de papel e acéfalos, deveriam gritar, que idéias deveriam defender, a quem agredir, que política defender, quais projetos de leis deveria ressaltar e louvar, que figuras deveria endeusar e tudo o mais.

A direita aceita sugestões e interferências horizontais, muito ao contrário da esquerda, que segue os ditames do comitê central.

A lei da palmadinha, crianças, não tem nada a ver com palmadinhas, é apenas mais uma maneira do Estado saber se pode entrar na sua casa e determinar o que você e sua família devem ou não fazer sem contestação. Não demorará o dia em que o Estado resolver lhe dizer o que deve ou não vestir, deve ou não comer, deve ou não falar e pensar será terminantemente proibido. “Pode deixar, cidadão, que nós pensamos por você. A você cabe apenas obedecer. Deitado!”

©Marcos Pontes

quinta-feira, julho 22, 2010

Lula X Rondon

verde

 

Uma das características mais marcantes e mais sub-reptícias do atual governo, foi a desagregação social, territorial e classista nacional. Contrariando a obrigação primordial de qualquer governo, a de defender, promover e fortalecer a unidade nacional, Lula e seus assessores (também os chefes) não perderam qualquer oportunidade de impulsionar a separação.

O lema de Cândido Rondon, em suas incursões pela Amazônia, época de aproximação da cultura “branca” com os indígenas embrenhadas no “inferno verde”, era “integrar para não entregar”. Sabia o Marechal Rondon que a reunião de todos os brasileiros em torno de mesmos objetivos de crescimento, ordem e progresso, era essencial para o desenvolvimento nacional; se houvesse um rompimento da unidade, abertas estariam as portas para que ideologias, interesses comerciais, extrativistas ou, simplesmente, ocupacionais estratégicos militares de nações mais poderosas nos invadissem, principalmente a Amazônia desprotegida, e dividissem o Brasil.

Lula andou no sentido contrário. Pregou a dissociação para apoderar-se do todo, para amealhar os cacos com discursos diferentes para públicos diferentes e pintando-se de herói de cada agrupamento diferente.

Não é difícil lembrar de seu apoio à então ministra Matilde Ribeiro justificando a violência de um preto contra um branco como justiça histórica, por outro lado, um branco agredir um negro seria crime. O próprio Lula, antes de perceber que a elite do país é quem o comanda e ele é o comandante máximo da nação, embora por trás dele há comando mais forte, pregava a insurgência dos pobres contra os ricos num tal resgate histórico.

“Esquecendo-se” – quando ele não ignora, esquece-se do que não lhe interessa lembrar – que foi em São Paulo que tornou-se ídolo nacional do rebutalho vermelho, defendia uma revolta do resto do país contra os acadêmicos paulistas, culpados, segundo ele, pelos nossos 500 anos de servidão.

Para a “alegria” dos pais de jovens em idade escolar, gaba-se de não ter estudo e ser mais esperto que um sociólogo da estatura de FHC, fazendo-se de exemplo a ser seguido. Através de esmolas sociais, diz aos mais pobres, justamente quem recebe seu cabresto, que a escolaridade é inútil. Para pouca escolaridade existe a aprovação continuada que não permite que qualquer estudante de escola pública seja reprovado, mesmo que só vá à escola pra lanchar de graça.

São inúmeros os discursos, exemplos, atos e frases do presidente em que fica evidente sua intenção de fragmentar a unidade nacional para promover-se como o sabidão que juntou os cacos. Ele é analfabeto, mas, reconheço, muito esperto, na pior acepção do termo.

Mais uma vez ele, por meio de seu partidozinho de criação e seus miquinhos vermelhos amestrados, prega a divisão, o confronto entre brasileiros.

A oposição propõe que todos os brasileiros contrários à política desonesta do PT se vista de verde e amarelo nos dias 13 de agosto e 13 de setembro. Atitude legítima como foi a da imprensa nos tempos de Collor insuflando os estudantes a pintarem a cara de verde-amarelo.

O partido de Lula, numa atitude bem chavista, a cara do Foro de São Paulo, contra ataca e propões que todos vistam vermelho. O PSDB propõe o protesto, o PT propõe o confronto.

Resta a esperança que ocorra com o PT o que ocorreu com o mesmo Collor que, para enfrentar os cara-pintadas, pediu que todos saíssem de verde e amarelo para apoiá-lo e a população vestiu-se de preto. Eu, inclusive.

Como brasileiro é um bicho torcedor, que torce por política com a paixão com que torce por seu time, se esse confronto vier a dar merda, o PT far-se-á de coitadinho e culpará a oposição de provocar. Escrevam o que digo e rezemos para que tal confronto não ocorra, que seja apenas divagação minha. Mas rezemos forte.

©Marcos Pontes

segunda-feira, julho 19, 2010

Um PAC com Dilma

Da obra do poeta popular Miguezim de Princesa, paraibano radicado em Brasília, o cordel abaixo:

Migue

                    Miguezim de Princesa


Quando vi Dilma Roussef
Sair na televisão
Com o rosto renovado
Após uma operação,
Senti que o poder transforma:
Avestruz vira pavão.

De repente ela virou
Namorada do Brasil:
Os políticos, quando a vêem,
Começam a soltar psiu,
Pensando em 2010
E nos bilhões que ela pariu.


A mulher, que era emburrada,
Anda agora sorridente,
Acenando para o povo,
Alegre, mostrando o dente,
E os baba-ovos gritando:
É Dilma pra presidente!


Mas eu sei que o olho grande
É na montanha de bilhões
Que Lula botou no PAC
Pensando nas eleições
E mandou Dilma gastar,
Sobretudo nos grotões.

Senadores garanhões,
Sedutores de donzelas,
E deputados gulosos,
Caçadores de gazelas,
Enjoaram das modelos,
Só querem casar com ela.


Eu também quero uma lasquinha
Uma filepa de poder
Quero olhar nos olhos dela
E, ternamente, dizer
Que mais bonita que ela
Mulher nenhuma há de ser.


Eu já vi um deputado
Dizendo no Cariri
Que Dilma é linda e charmosa,
Igual não existe aqui,
E é capaz de ser mais bela
Que Angelina Jolie.


Dilma pisa devagar
Com seu jeito angelical,
Nunca deu grito em ninguém
Nem fez assédio moral
Ou correu atrás de gente
Com um pedaço de pau.


Dilma superpoderosa:
8 bilhões pra gastar
Do jeito que ela quiser,
Da forma que ela mandar,
Sem contar com o milhão
Do cofre do Adhemar


Estou com ela e não abro:
Viro abridor de cancela,
Topo matar jararaca,
Apagar fogo na goela,
Para no ano vindouro
Fazer um PAC com ela....

 

Descaradamentee chupinhada do Facebook do meu irmão Little Joe.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, julho 14, 2010

Peña Esclusa e a ditadura bolivariana

Alejandro Pena esclusa

 

De antemão já alerto que esse é um dos mais difíceis textos que já escrevi para este blog. O assunto em si já é por demais espinhoso e revoltante, acrescente-se a isso os fatos ocorridos, os que ainda ocorrem e os que correm o risco de virem a ocorrer são tantos e tão assustadores que é difícil escrever a respeito sem cair na armadilha da comparação entre o atual regime ditatorial chavista e outros mais notórios num passado recente, como, por exemplo, a era stalinista ou o reich de Hitler.

O processo ditatorial venezuelano vem instalando-se aos pouquinhos no que o Reinaldo Azevedo chamou de “golpe em câmera lenta”. Após perder o plebiscito que permitiria que se elegesse indefinidamente, Chávez partiu para práticas menos incisivas e continuou a mascarar sua tática com camuflagem democrática, contudo, fortalecendo as bases de sua ditadura como medidas que dificilmente poderão ser removidas por um improvável governo opositor.

O homem coopta jovens jornalistas e militares ou ameaça e prende empresários e opositores. Criou a milícia bolivariana, nos moldes dos comunistas após a revolução bolchevique, dando e cobrando de cada cidadão o dever de entregar os vizinhos que se opusessem ao novo regime. O mesmo fizeram outros regimes totalitários ao redor do mundo e da história, da Espanha franquista à Alemanha nazista, de Pol Pot a Papa Doc. Insuflando concidadãos contra concidadãos, conterrâneos contra conterrâneos, enaltecendo o ego dos que estão do seu lado e vilanizando quem quer que pronuncie palavra contra si ou seu governo, Chávez instaura um regime policialesco seriíssimo, amedrontador.

Com a economia do país caindo pelas tabelas, El Loco cria cortinas de fumaça desde a crítica ao biocombustível brasileiro (coincidentemente (?), depois da crítica de Chávez, Lula deixou da falar no assunto, esqueceu a promessa de que o Brasil sustentaria o mundo com combustível renovável) à carestia dos supermercados locais. Da exploração de petróleo estadunidense às bolsas de valores venezuelanas. Privatizou supermercados, incitou a população a vigiar os preços numa reedição castellana, ou bolivariana, do Plano Sarney, aquele mesmo que elevou a inflação a 50% ao mês, lembram? Arrepia só em citar.

Paralelamente aos programas econômicos talhados a facão mais para enganar os cidadãos do que para obter resultados eficazes contra o desabastecimento, a carestia e à inflação – ou seja, a bancarrota total -, as ações policialescas foram se fortalecendo. As milícias armadas bolivarianas, são uma garantia de sustentação caso os militares resolvam retomar sua lucidez e destituir o reizinho maluco de seu trono milionário.

Aliás, aí está outra contradição da esquerda sul-americana. Todos, sem medo de errar reafirmo, TODOS os líderes esquerdistas do continente são milionários. De Lugo a Lula, de Morales a Chávez, inclusive seus conselheiros e assessores mais próximos, todos têm fortunas consideráveis. Em nome do combate às desigualdades sociais, do combate à fome e à miséria, eles amealham milhões e os pobretões seus eleitores ficam com sorrisos de admiração em sua bocas banguelas porque agora compram dois quilos de arroz por mês quando antes só compravam um. Na Venezuela a coisa é ainda pior, já que o desabastecimento de gêneros de primeiras necessidades tornou-se ameaça constante.

O número de presos políticos vem aumentando constantemente e as fraudes policiais para justificar essas prisões são as mais absurdas. Como quem vem sustentando Cuba, que perdeu 20% de seu já diminuto PIB no furacão de 2008, é a Venezuela a relação entre os dois governos é siamesa e Castro, seja Fidel o su hermanito Raul, já mete o dedo nas prisões venezuelanas.

O caso mais recente e que não tem repercutido internacionalmente como deveria, foi o encarceramento de Peña Esclusa, empresário e ex-candidato à presidência e diretor das ONG UnoAmérica e Fuerza Solidária, preso em sua casa, diante de suas filhas menores, pela gestapo chavista, acusado de manter relações com o salvadorenho Franciscos Chávez Abarca, também preso em Caracas há duas semanas e imediatamente deportado para Havana, onde é acusado de terrorismo a bomba, em ações de 1999.

A mulher de Peña, Indira, nega veementemente, que houvesse qualquer explosivo em sua casa, principalmente no guarda roupa de suas filhas menores, mas ninguém parece se importar.

Por conta da deposição de Zelaya, em Honduras, ou do apoio de Lula ao armamentismo nuclear do Irã, o barulho internacional foi muito maior do que a prisão, ao que tudo indica, arbitrária de Esclusa. Nada se encontra nos sites da Anistia Internacional, da OEA, Human Rights Watch ou da ONU. A imprensa brasileira deu apenas pequenas notas reproduzindo o press release da Agência Bolivariana de Informação, a polícia secreta do Chávez. O governo brasileiro, como era de se esperar, cala-se. O mesmo governo que abominava essas práticas violentas de policiamento contra brasileiros há alguns poucos anos.

O mundo cega-se propositadamente e sabe-se lá por quais propósitos às sérias agressões aos direitos dos humanos direitos que se opõem ao ditador slow motion. Os Estados Unidos, autodesignado xerife do mundo, da liberdade e da democracia, emudece.

O caso de Peña Esclusa é apenas o último, mas são muitos os prisioneiros políticos na Venezuela, um número não determinado pelo governo que, aliás, dá caráter de crimes policiais ao caso de cada opositor preso.

Até o momento sequer foi revelado em que local Esclusa encontra-se preso. Não há outras manifestações oficiais e parece que nada de anormal acontece aos olhos e ouvidos do mundo.

Como dizia o próprio Esclusa em vídeos que foram devidamente retirados da internet, a ditadura bolivariana venezuelana é apenas pequena parte de um projeto latinoamericano. Ao nos calarmos, permitimos que essa ditadura introduza ainda mais seus tentáculos no Brasil, em câmera lenta, como vem demonstrando há sete anos ser a intenção.

As várias tentativas do governo Lula em calar a imprensa e opositores ainda não se firmou por conta de vozes de gente atenta que abre o berreiro a cada ação do gênero, mas se depender do cidadão comum, o estrago já estaria feito. Fiquemos alertas e gritemos contra a violência estatal chavista antes que tenhamos que engolir o mesmo veneno dlmista.

©Marcos Pontes