Pesquisar neste blog e nos da lista

segunda-feira, abril 26, 2010

Campanha dos 7 erros


Já que o TSE demorou a acordar – como é praxe em se tratando da Justiça brasileira -, as campanhas presidenciais saíram às ruas, rádios e tevês fantasiadas de pré-candidaturas. Hora de acabar com a hipocrisia e liberar geral, acho eu.
Os parlamentares que, legislatura após outra, prometem reforma política-eleitoral, depois voltam pras suas tocas à espera de determinações do presidente, aquele que legisla, executa e tenta julgar. Os presidentes, obviamente, nadando de costas em seu rio cheio de piranhas banguelas – os ditos parlamentares que arrotam autoridade, mas não mandam nem na casinha de cachorro que escondem em algum imóvel funcional – não se interessa em reforma política, afinal de contas, foi eleito com a legislação em voga. Pra quê mexer em time em que ELE está ganhando?
Depois de eleitos, logo começam a campanha da eleição que ocorrerá em dois anos, mesmo não sendo candidatos. Não existem mandatos de dois anos. Mas não podem perder o status quo e as benesses que uma eleição lhes dá. Hora de dar uma forcinha aos coligados, aos cabos eleitorais, aos financiadores de campanha, aos caciques dos respectivos partidos e, lógico, ganhar um “faça-me rir” em troca de apoio a quem pagar mais.
Nem era sobre isso que eu me propunha falar ao começar esse texto, mas sobre os presidenciáveis já em ação, mas aí o papo foi ficando bom...
Dando rumo à prosa.
Dia desses assisti “de ouvido” a entrevista que a candidata do presidente deu à Rede Bandeirantes, no programa do Datena. Confesso que sou parcial ao se tratar dessa senhora e do grupelho a que representa, mas tentava dar algum crédito ao que ela falava, ou tentava falar.
Definitivamente, ela me deixou a impressão que é péssima oradora, má vendedora (não sabe vender seu peixe) e a pior candidata que o dono do seu partido poderia arranjar. Já me perguntava e a pergunta ficou apenas mais teimosa: De onde o presidente desenterrou essa senhora, apagada a vida inteira, até mesmo como guerrilheira, passado esse só revelado depois que tornou-se candidata? O que há por trás dessa carta tirada da algibeira diante de toda uma nação abobalhada? Por que, entre tantos petistas históricos, Lula resolveu apostar tanto numa senhora desconhecida, sem histórico político-partidário, ex-PDT e petista de última hora? Se a intenção (não creio que foi essa, apenas a ventilo por falta de teoria melhor) era lançar uma mulher fortalecendo o discurso segregacionista do qual Lula é mestre, e lançar uma mulher poderia ser um mote forte a ser explorado, quantas petistas históricas existem, mais conhecidas, com serviços – mesmo maus – prestados à nação, aos seus estados ou, pelo menos aos seus municípios, ou a uma causa específica, poderiam ser lançadas?
Vejamos, por exemplo, as deputadas federais petistas em atuação nessa legislatura: Ângela Portela (PR), Cida Diogo (RJ), Dalva Figueiredo (AP), Emília Fernandes (RS), Fátima Bezerra (RN), Iriny Lopes (ES), Janete Pietá (SP), Maria do Rosário (RS) e Maria do Carmo (MG)(Licenciada). Nenhuma delas, que, pelo menos, já encararam processo eleitoral como candidatas, poderia ser a escolhida pelo rei?
Mas não foi esse o motivo, tanto que o discurso que não votar na sua candidata é uma manifestação machista, o presidente abortou. Viu que não colou esse apelo sexista e desistiu dele. Aliás, desistir é típico dos partidários do presidente e do próprio.
Não são poucas as vezes em que um petista diz uma coisa (o melhor exemplo é o “irrevogável” do Capachão marcadante) para, logo em seguida, voltar aos microfones e câmeras e desdizer-se ou ser desdito por um companheiro hierarquicamente superior na agremiação. A própria candidata já teve que se desdizer ou ter seu discurso corrigido por algum aspone.
O último, mais grave e já clássico exemplo foi a exibição de uma foto da atriz Norma Bengel, a caloteira indenizada, como se fosse da candidata. Com um bunker montado para as agressivas inserções campaniais internéticas, marqueteiro do Obama na folha de pagamento e um venal Marcelo Branco encabeçando o exército de atacantes on-line, a campanha da Terrorista já vem se destacando pelos insistentes erros de estratégia, de linguagem, de temas, de enfoques, de parcerias, de argumentação e de candidata propriamente dita. Uma campanha que já pode ser batizada de “campanha dos sete erros”.

©Marcos Pontes



MyFreeCopyright.com Registered & Protected

9 comentários:

Beatriz disse...

Gostei do que escreveu. E eu ainda penso que Lula fez de propósito. Ninguem nuncadantesnestepaispt..pode ser melhor ou conseguir ser presidente da república.

Assim, daqui até 5 anos ele curte a farofa e volta. Presidnete da república pelo PT..somente ele.

Marisa Cruz disse...

Parabens

Você, como sempre, preciso em suas palavras.
A vitória, na cabeça dos Petistas e principalmente de Lulla com sua popularidade, era certa independente de quem fosse o escolhido.
O tiro foi certeiro para o fim de um partido golpista que se utilizou de um marketing para chegar ao poder e encher a burra de dinheiro. Ex: Lulinha, Lurian, Capo e todos os transeuntes dos porões palacianos.
Pagaremos uma conta muita alta por ter permitido a continuidade em 2006 deste desgoverno.

Luiz Lailo disse...

Tudo perfeito; o jogo dos 7 erros encaixa perfeitamente. Só discordo das suas presidenciáveis. Cida Diogo, a Feia? (dito pelo Clodovil), Maria do Rosário, que chamou Bolsonaro de estuprador com um sorriso cínico e que começou a chorar e entrou em parafuso ao ser chamada de vagabunda?

As outras nem conheço.

Regina disse...

Muito bom. Eu só espero que os 7 erros ao final possam ser resumidos a apenas um: o erro colossal de Lula (para ele, claro) ao impingir a Coisa.

Paula Ares disse...

Oi, Marcos só agora pude ver a sua mensagem. Legal o post, e a oportunidade de pensarmos juntos os disparates políticos desse governo.

Mas eu penso que Lula não prega prego sem estopa. Creio que ele sabia o que estava fazendo quando escolheu a candidata. Na sua ignorância acreditou que estava diante de alguém realmente preparado tecnicamente. Ledo engano.

Creio que avaliou também que independente do carisma ele poderia transferir votos e, mais importante, alguém que naquele ninho de cobras não o trairia, tomaria conta do território até a próxima eleição, ou seja, um cão fiel.

Alguém ainda que preservaria do resto do país o desgoverno que ele comandou junto com ela. Afinal, estavam o dois no mesmo barco.

Zé Dirceu, por exemplo, se referiu algumas vezes à administração petista como o 'meu governo'. Ora, para um ególatra como Lula deve ter sido difícil digerir a arrogãncia do outro egolátra.


No mais, Lula sabe que o PT é um ninho de cobras. Como dizia minha avó, é da natureza da cobra trair, ele optou pela fidelidade canina e, se na pior das hipóteses algum dia Dilma decepcionar ele atropela e faz dela picadinho. Dilma não quer isso, Lula também não. Eles formaram e apostaram em uma parceria, parceria tosca, diga-se, mas não são burros nem temerários a ponto de pisarem na bola um com o outro.

Resta agora saber se chegarão lá. Acho que nessa altura do campeonato, ele também duvida.

Ops! falei muito.
Abraços,
Paula

Fábio Mayer disse...

Dilma está tranquila, apesar dos erros desua campanha e dela mesma, não ser boa candidata.

Na ha H, o presidente a carrega nas costas, todos sabemos disso e o povão, pelo menos em parte, vai avalizá-lo.

Por isso que penso que a campanha será acirrada como já está sendo, o que leva a pensar no TSE, cuja lerdeza e incapacidade saltam aos olhos.

A Justiç Eleitoral é uma piada. Cassa políticos por compra de votos depois de 3 anos de mandato (em média), é leniente na cobrança das multas que impõe e deixa acontecer um festival de liminares cassando as próprias ordens que determina.

Num quadro desses, o TSE avaliza a campanha tipo vale tudo.

Paula Ares disse...

Ops! Corrigindo. O correto é que 'é da natureza da cobra dar o bote', mas daí, chegar ao petismo é fácil.

tunico disse...

Marcos, estou de pleno acordo com o comentário que Lula não prega prego em estopa. A escolha de Dilma se deveu ao fato dela ser fiel e vir de fora do partido, não ser uma petista "autêntica". Lula não confia na própria sombra e muito menos nos seus companheiros do PT que por serem parte de um saco de gatos, vivem se degladiando para terem o poder. O erro estratégico de Lula pode ser o fato dele confiar demais no próprio taco ao carregar a candidatura de seu poste nas costas.Isso pode se voltar contra ele, pois caso Serra continue subindo nas pesquisas, em julho ficará difícil virar a mesa. É notória a sua intenção de voltar em 2014 e caso consiga o intento de eleger Dilma, manipular à vontade sua marionete. Muita água correrá até julho. Aguardemos.

Nanda disse...

Tomara que a gente escape disso. Ela consegue ser mais irritante e pedante que a Marta Suplício, se é que isso é possivel.