O PT passou os primeiros dez anos de sua existência evitando coligações. Com seu propósito de destoar da política partidária sempre praticada no Brasil e aplicando a máxima popular “quem com porcos anda, farelo come”, o partido evitava se unir com aqueles a quem combatia para não ser com eles confundido. O PT já era, por si, uma salada de siglas e ideologias.
Formado ainda no período ditatorial, com a anuência dos generais que desejavam a abertura por perceberem que o regime militar estava caducando, juntaram-se esquerdistas da Luta Operária, MR-8, Libelu, Ligas Camponesas, PCB, PCdoB, MNR e mais uma gama de letrinhas vermelhas. Além dessas, porrasloucas sem ideologia definida, que lutavam desordenadamente reivindicando vantagens para suas categorias laborais, entre elas o próprio Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, presidido por um tal Luiz Inácio que jamais havia lido um livro e, provavelmente, nada sabia das biografias de Marx, Lênin, Mao, Stálin ou Luiz Carlos Prestes, o que dava margem à sua manipulação por espertinhos com profundo embasamento político-ideológico de esquerda.
Percebendo que haveria uma guerra interna entre as muitas siglas que compunham o aglomerado PT quando este alcançasse o poder, sonho persistentemente perseguido, suas lideranças pardas começaram a ensaiar coligações tímidas nas eleições do início dos anos 90. Houve uma crise já esperada, portanto, facilmente contornada. Os petistas fundamentalistas, aqueles militantes de viseiras, sectários, que não conseguem ver as vias vicinais, somente a estrada principal, por causa dos antolhos que usam, ensaiaram uma rebelião, a expulsão dos progressistas. Para eles era inadmissível um partido que pregava a ditadura do proletariado, o comunismo mais comunista que pudesse existir, aceitasse sequer negociar com rosadinhos como o PDT de Brizola. E o embate persistiu, cada vez menos fraco e digerido pelos majoritários, se não em número, em poder, grupo em que se encontram os negociadores sem escrúpulos, como Lula, Mercadante, Palocci, Zé Dirceu, Greenhalgh, Mangabeira Unger, Berzoini, Genoíno e outros que tais. Esse grupo aglutinou os demais e quem não estivesse satisfeito que “pedisse as contas”.
Um grupinho, formado pelo paraense Babá, Luciana Genro, Heloísa Helena, Sebastião Nery, João Fontes, foi defenestrado. Babá, Genro, Helena e Fontes foram expulsos por acharem o PT igual aos a quem combatia, com razão, e montaram o PSOL, à imagem e semelhança do velho e vermelho PT. Levaram consigo meia dúzia de petistas insatisfeitos.
Com a expulsão desses companheiros de primeira hora, o PT dava o aviso à arraia miúda: quem manda nesse boteco somos nós, o grupo majoritário e progressista. Quem não se abaixar diante das nossas vontades, podem pular a cerca e por carreira ou nós os mandamos embora. As portas para coligações e negociações estavam escancaradas.
Assim surgiu essa agremiação monstruosa, não apenas no sentido figurado, numa referência ao tamanho a que chegou, mas também no sentido literal. O PT transformou-se numa massa disforme, sem identidade político ideológica, mas com os propósitos de um grande e inescrupuloso empresário que faz negócios, legais ou escusos, com Deus e o Capeta, desde que não perca nem as migalhas que, por ventura, escaparem de seus beiços gulosos. O PT tornou-se um monstro que engole a tudo e todos que se meterem à sua frente, insaciável por dinheiro e poder, capaz de associar-se a quem quer que seja para perpetuar-se no comando do país, mesmo que para isso seja necessário impor-nos uma ditadura disfarçada de democracia, como o bolivariano Hugo Chávez vem ensinando desde a sucursal do Foro de São Paulo instalada em Caracas.
Em nome desse poder e da insaciedade de gang inescrupulosa que comanda o partido do alto de seu pedestal intocável, colocado alguns metros acima da cegueira da Justiça, que o novo PT, sem foice e martelo, mas de gravata, pasta 007 e colarinho branco, consegue juntar ao redor do umbigo de ser líder supremo (pelo menos pró-forma, porque na verdade quem comanda é o grupo que se reúne na inviolabilidade dos escritórios escuros) e de sua candidata à continuidade dos desmandos, nomes tão esdrúxulos, quando juntos como Collor e Calheiros, inimigos mortais nas Alagoas; José Roberto Arruda e Paulo Octávio, as estrelas do DEM, segundo maior opositor do PT nessa legislatura; Paulo Maluf, o homem que, indiretamente, ensinou persistência a Lula, perdendo várias eleições até achar seu devido lugar na Câmara Federal; Ciro Gomes, tão presunçoso quanto Lula, que persiste numa candidatura falida em troca do fortalecimento de seu nome e de um séquito de ovelhas cegas que poderiam angariar algum poder para imporem para si cargos num possível futuro governo petista; Sérgio Cabral, o ignóbil menino amarelo que governa o Rio de Janeiro, estado pródigo em eleger incompetentes populistas como César Maia, seu filho Rodrigo, bispo Crivella e até um rinoceronte chamado Cacareco; José Sarney, o dono de dois estados miseráveis e cada vez mais pobres por conta da fome que a família e seus satélites têm de devorar recursos públicos; e outros tantos menos conhecidos, como Temer, que, segundo o historiador Marco Antonio Villa, “vende até a mãe”.
@Marcos Pontes
6 comentários:
Clap clap clap!
Perfeito.
Abs
pra esse tipo de gente vale a máxima jurássica: o q vale são os fins e não os meios. que se afundem.
bia 9não consigo logar;)))
Parabéns pelo post.
Tomei a liberdade de publicar em meu blog.
um abraço
Grato
Marcos, vi o selo do blogs pela democracia mas não vi seu blog lá. O Coronel ainda não te liberou?
coloquei no FB e repito aqui :
"Dilma com quem andas que (p)te Dirceu quem és"
só pra descontrair...
Mais um artigo excelente, Marcos.
abs
Marcos,
Para esta agremiação monstruosa que já tomou conta do Brasil, todos os fins justificam os meios, já que é tudo pré-determinado"
E pior que depois de engolirmos o " cara" parece que vamos ter e engolir a "coroa"
Esse povinho é medíocre e não sabe votar.
bjs
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