Gravura de William Blake representando a Europa apoiada na África e na América, 1796.
Muita gente mais lida e mais capacitada que eu já descerrou sobre o assunto, mas, ousado, me permito dar meu pitaco sobre a política externa do governo Lula.
Diz um ditado norteamericano “cuidado com o que deseja que isso pode tornar-se realidade”, assim posso me penitenciar por ter desejado tanto uma mudança nos ritmos do Itamaraty. Eu vivia reclamando do pragmatismo de nossos chanceleres, do faz de conta que não é conosco o que acontece no mundo. Reclamava da passividade dos nossos embaixadores, nem todos tão simpáticos e próximos do cidadão comum e seus anseios, como Vinícius de Moraes era. Tanto desejei mudanças, que deu no que deu.
Tá legal, eu não tenho nada a ver com isso e nem os rumos da política externa seguem os desejos do meu umbigo, mas que mudou, mudou e, no que vale realmente a pena, para pior.
Por exemplo, na briguinha milenar entre judeus e palestinos, o Brasil adotava uma postura de pacificação, mas apenas com discursos e conselhos iguais para ambas as partes, mais ou menos como fazem os papas, que todos ouvem e comentam, mas ninguém segue ou obedece. Deixamos para EUA, URSS, depois Rússia, e o Conselho de Segurança da ONU a resolução do problema, algo que nunca foi feito, embora muita gente tenha ganhado Nobel da Paz por conta disso: Anwar Al-Sadat, Jimmy Carter, Menachen Begin, Bill Clinton, Elie Wiesel... Na minha ignorância de idealista, esperava que o Brasil tomasse posição mais firme, que desse sugestões plausíveis para gerar paz. E o que aconteceu? Na contra-mão, Celso Amorim, a mando do Lula, analfabeto histórico e emprenhado pelos ouvidos, declarou apoio unilateral aos palestinos. Besteira grande que ainda não gerou contratempos, mas está, sem dúvida, na cadernetinha dos judeus e poderemos ser cobrados por isso no futuro.
Ainda no Oriente Médio, o Brasil enfrenta todo o Primeiro Mundo (ainda se usa essa terminologia? Vou usá-la, sou do tempo dos Três Mundos) e põe-se “incondicionalmente” do lado do “democrático” Mahmoud Ahmadinejad e seu “libertário” estado teocrático mulçumano fundamentalista. Todo o mundo sabe que, por baixo dos panos, o governo iraniano compra tecnologia e componentes para enriquecimento de urânio e fabricação de armamentos nucleares de cientistas russos que passam perrengues financeiros desde o fim da União Soviética. Por questões de segurança mundial, para não criar um clima de guerra fria com Rússia e China, a diplomacia americana faz de tudo para evitar a entrada do Irã no “clube atômico”, mas Lula, um ignorante confesso e incorrigível, parte para a política de seus assessores “antiimperialistas”, Franklin Martins, Zé Dirceu, Greenhalgh, Unger (que, paradoxalmente, trabalha e mora nos EUA), Marco Aurélio “rei do tártaro” Garcia e, lógico, Celso Amorim (que tem um filho cineasta ganhando grana no cinema estadunidense) e declara o Brasil amigo e apoiador do programa nuclear iraniano.
Ora, se nem nós podemos fabricar armas atômicas para nos defendermos de superpotências terroristas, como a Bolívia de Morales e a Venezuela de El Loco Chávez, por que diabos apoiamos a decisão do Irã? Porque criamos uma escola diplomática irresponsável e revanchista, para a qual tudo o que é anti-ianque é bom para nós.Posso até entender isso, porque é assim mesmo que me relaciono com o governo lulo-petista: se é bom pra eles, é ruim pra mim ou, pelo menos, motivo de desconfiança e análise.
Não temos mais uma política externa responsável e consequente, mas uma maquininha de dar dor de cabeça ao Tio Sam e tirar seu sono. É uma politiquinha tão tacanha que éramos parceiros e amiguinhos do odiado George W. Bush e nos tornamos adversários do queridinho mundial Barak Obama. Vai entender...
A bobagem e o desacerto são tão grandes que, após Ahmadinejad anunciar que ordenara o enriquecimento a 20%, Celso Freitas foi aos jornais anunciar que Mahmudizinho estava blefando. Com que autoridade Amorim pode fazer uma declaração dessas? Por um acaso as plantas atômicas iranianas foram abertas para a vistoria de cientistas brasileiros? Celso Amorim, além de defensor de ditadores (Chávez, Fidel, Ahmadineja, Mugabe,...) virou seu porta-voz e ministros de relações exteriores?
A historiazinha de bomba atômica para nos defendermos da Bolívia e da Venezuela foi apenas uma ironia, afinal de contas somos irmãos siameses, ao invés de separados após o parto, colados depois de velhos, desses dois países cujos os presidentes, outros dois irresponsáveis e despreparados administradores, como têm provado nos últimos anos, são coparticipantes do Foro de São Paulo, subscreveram os compromissos “bolivarianos” (o pobre Bolívar, que defendia a alternância no poder, deve tremer na tumba a cada vez que alguém pronuncia essa aberração: bolivarianismo).
São muitos os exemplos de medidas mal tomadas e amplamente rechaçadas pela população brasileira e mundial, embora os diplomatas itamaratianos, cúmplices das sandices da dupla Lula-Amorim, façam de conta que nada aconteceu e que não houve uma grita geral: a expulsão dos boxeadores cubanos, a defesa do terrorista Battisti, a pretensão de sermos mais fortes que os EUA no socorro e reconstrução do Haiti, a defesa frustrada de Zelaya, a defesa da louca brasileira que se autoflagelou na Suíça, a frustração de Doha no encontro do G20, a geurra comercial que se prepara contra os EUA, a escolha iminente dos caças franceses,...
O lado positivo, embora questionável, é o de ter colocado o Brasil em foco, tê-lo tornado agente participativo nas grandes questões mundiais, embora quase sempre do lado errado. Mas isso não é gratuito, faz parte do projeto forjado por Zé Dirceu e crido pelos demais megalômanos do governo, inclusive e principalmente o maior deles, Lula, de dar ao presidente o desmoralizado Prêmio Nobel da Paz.
@Marcos Pontes
3 comentários:
O pior é ter o Marco Aurélio Garcia na parada. Ele é o fiel da balança. Cara nojento, retrógrado e portavoz da pior palavra de ordem: não importam os meios e sim os fins. e nessas o Amorim se atrapalhou todo. Pena. Excelente texto. PoDbre Brasil
Eita Marcos, você bota para quebrar. Excelente texto.
Vc conhece os judeus... Vão ficar com esse negócio engasgado na goela.
Excelente texto
Para quem não entende, você me deu uma aula (o que já é comum).
"Nobel da paz"? Não duvido nada.
Afinal, ele, o Luiz Inácio é "o cara", não? O cara de pau.
beijos
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