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domingo, março 06, 2011

A defesa capenga

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O @jensenbrazil sugeriu que eu escrevesse sobre a defesa do governo que o jornalista Luis Nassiff fez em seu blog. A missão não é difícil, a princípio, uma vez que o jornalista, em sua função remunerada de porta-voz oficioso do PT e seus governos, distorceu os dados e números para dar credibilidade e sustentação às muitas mentiras divulgadas pela assessoria de imprensa da Presidência e de seus ministérios.

O senhor Nassiff leva tão a sério sua função de defensor do indefensável que chega ao ponto de expor os nomes, endereços e dados pessoais daqueles que dele discordam, como aconteceu comigo há alguns meses, mas entendendo que as questões nacionais são mais importantes e urgentes que a vida dos cidadãos, guardadas as devidas proporções e interesses, aceitei a sugestão, mesmo que isso possa levar a mais uma agressão, algo que duvide que sua covardia o leve a isso, uma vez que sequer deu-se ao trabalho de responder ao meu post, devidamente enviado a ele.

Rebater ponto por ponto do texto por ele escrito me levaria a escrever demais e valorizar o que não tem qualquer valor, por outro lado, não posso me furtar à culpa de ficar calado diante de tantas fantasias.

Nassif começa seu texto queixando-se do “pensamento único da blogopauta”, como se todos os blogs fossem oposicionistas, contrariando sua oração imediatamente anterior em que fala dos “blogs progressistas”, numa referência aos aliados do governo e do petismo. Aliás, não são poucos os que têm essa posição, alguns remunerados como o de Le próprio, o do Paulo Henrique Amorim, o do Luís Favre e o “da Dilma” e outros tantos de amiguinhos, tendo inclusive blogs que, por falta de dinheiro oficial que os sustentem, partiram para campanha de arrecadação de fundo através de doação de seus leitores, demonstrando ser deveras petistas, do tipo que usa a ideologia apenas para arrebanhar recursos de leitores incautos.

Passa então a desfiar interpretações oportunistas e benévolas ao jeito incompetente, desonesto petista de ser.

Em contraponto aos ditos “progressistas”, entre os quais se inclui, Nassiff usa o velho, desgastado e vazio conceito do P.I.G., mesmo não havendo registro de qualquer golpe dado contra o governo e seus projetos miraculosos. A não ser, segundo palavras do próprio Emir Sader, a queda do próprio Sader de uma assessoria já tida como fechada, que daria à “autista” Ana Hollanda, na definição do filósofo que, além de professor titular da UFRJ, ainda ganhará uma graninha extra no Instituto Lula, depois de descartado pela ministra da Cultura.

Ao dizer que “o poder dificilmente muda de mãos”, em parte eu concordo, uma vez que a maioria das autoridades políticas nacionais são as mesmas de 30 anos atrás ou seus descendentes diretos, mas vejo, conhecendo o PT e seu projeto de poder, que é um canto velado de vitória. O jornalista fala de mudanças futuras. Em outras palavras, dificilmente “deixaremos o poder” nos próximos 50 anos, sonho do probo e ético Zé Dirceu, a maior eminência parda do petismo moderno.

Saiamos das análises das personalidades e entremos nas desculpas esfarrapadas para as mentiras, contradições e incompetência do governo capitaneado pela senhora Roussef.

1. Injustificável o aumento de juros, principalmente vindo de um partido/governo que criticava essa prática ortodoxa nos tempos em que era oposição. Se a intenção é conter o consumo e conseqüente inflação, por outro lado é contradizer o que disse o próprio governo ao incentivar a população a se endividar a longo prazo. Manter os mais altos juros do planeta e, ainda por cima, aumentá-lo é assumir que não sabe o que fazer para mudar o já estabelecido e por isso mantém a velha política que odiava. E ainda tem o cinismo de dizer que ouvia a então candidata prometer que baixaria os juros a índices internacionais, mas não a ouviu dizer que seria em 2011. Quando será, então? No último dia de 2014? Sem falar que não é o governo federal quem decide a taxa de juros, mas o Banco Central, que tem autonomia para isso;

2. Como jornalista de economia, algo que foi durante muito tempo antes de tornar-se porta-voz do PT, Nassiff esquece-se de explicar que a valorização do real dá-se apenas em parte pela política econômica do governo, embora esta seja mais pautada na fabricação de números do que em índices reais, mas também pela crise por que passam estados Unidos e Europa, mercados muito voláteis nos últimos tempos. E que os ditos investimentos internacionais são mais especulativos que reais. Dinheiro que pode sumir no tempo de um suspiro, bastando um espirro do Mantega;

3. Apresenta um contraponto àquilo que ele demonstra ser positivo, a queda real de juros (algo que quem vive a vida real e não a dos papéis manipulados pelo governo sabem que não é verdadeira): a queda no rendimento da poupança. Pior, ele arrisca o palpite de que os rendimentos serão negativos em 2011. Para três governos seguidos que arvoram-se de governar para os pobres, tornar negativo o único investimento financeiro da população pobre é mais um estelionato petista. Depois do rombo no caixa deixado pelo último governo, na ânsia de cobrir o buraco, não basta aumentar os impostos e criar novos, como a CPMF que promete voltar raivosa, já que a política econômica corre para ser decidida por decreto (outra prática condenada pelo antigo PT) e que o governo conta com o Congresso e o queijo nas mãos, retira-se dinheiro dos baixo assalariados para fomentar os falsos investimentos federais e mentiras oficiais como o PAC, natimorto ou moribundo desde o nascimento.

As fantasias mal intencionadas de Luís Nassiff justificam-se pela grana que ele recebe da Petrobrás, sem declaração pública que esse esse gasto por parte da empresa com um blog lido apenas pelos companheiros. Além disso, resumem-se às taxas de juros e suas razões, mas confesso que gostaria que ele tentasse explicar também os cortes no orçamento e aumento na Bolsa Família, a descontinuidade da compra dos caças franceses, a declarada privatização dos aeroportos (aliás, privatização era outra coisa que causava irritação, urticária e campanhas petistas), a exportação de matéria-prima e importação de bens manufaturados ao feitio do Brasil Colônia, a caixa preta de sua financiadora Petrobrás, o engavetamento do projeto do etanol como combustível mundial, a manutenção do Haddad na Educação mesmo depois dele ter desmoralizado o ministérios e suas ações, a maldita “autoridade olímpica” que dá carta branca aos agregados para mandarem e desmandarem nos fundos e decisões para a organização da Olimpíada e da Copa do Mundo... Enfim, muito mais mentiras o jornalista poderia tecer para justificar, ou defender, como ele prefere, as trapalhadas de governo tão jovem. Quanto mais histórias ele inventar, melhor para nós oposicionistas, que estamos de olho e não nos deixamos enganar tão facilmente.

 

@Marcos Pontes

5 comentários:

Adao Braga disse...

Ouvi meu pai dizer uma frase quando eu tinha mais ou menos uns nove anos, e só entendi mais tarde com o amadurecimento:

- Se você chutar o saco "de fulano", você vai acertar a boca de cicrano.

É de dá nojo o comportamento da pelegagem petista. Como é que esse povo vive da maneira que vive? É que os preceitos, valores, e muitos principios para eles é de baixo valor!

José Ribamar Marques disse...

""e desde quando os conhecimentos econômicos e técnicos do Nassif, potos a serviço do chefe, merece alguma credibilidade.""

Aparecido disse...

Há muitos anos atrás, lá no começo dos anos 90, numa viagem à POA, tive a felicidade, de sentar-me ao lado do Nassif, num voo que escalou em Curitiba e Floripa.
Ele tinha e usava barba, ainda negra, e carregava nas mãos sua pasta preta de trabalho.
Fui fazendo perguntas e comentários, sobre suas colocações num programa de radio, que assiduamente ouvia. Ele, ainda não tão famoso, didaticamente ouvia e respondia, sem muitas frescuras.

Ele, como eu, dependíamos de nossos empregos para viver e sobreviver e a politica ecônomica do governo, juros altos e restrições ao consumo foram os temas e criticas da viagem.

Passados pouco mais de 20 anos daquela viagem, continuo com as mesmas opiniões e críticas da época; controlar a inflação, restringindo e quase proibindo o consumo, até minha avó sabe fazer...

O Nassif, não sei que estudos andou fazendo, sei que não depende mais de seu emprego como antes, tenho certeza que se sentarmos lado a lado novamente, não mais me ouvirá; virou personalidade e redirecionou sua opinião; antes contra, agora a favor do governo.

Zinha_09 disse...

Mas a fama do "Nassifra" é justamente por ser ele um jornalista a soldo do PT...Triste fama por sinal!

Como ele não fez seu nome como um jornalista probo,torna-se até patética sua defesa dos descalabros do desgoverno do Lullinácio et caterva!

Fusca disse...

Concordo plenamente com sua análise, Marcos. Tem ainda o 'milagre' do PIB sendo divulgado sem nenhuma objeção por qualquer economista do país:
Não estaria na hora de esclarecer a farsa da reedição da batida fórmula do "Milagre Econômico" operado nos anos 70 pela varinha de condão de Delfim Netto?

O crescimento anual do PIB é a variação do valor nominal de todos os bens e serviços produzidos (e estimados) entre 31 de dezembro de 2009 e 31 de dezembro de 2010. Se descontarmos a inflação (real) de 11,32% (IGPM da ainda isenta FGV), teremos o crescimento REAL pífio da ordem de 2,28%.
Ora, se deflacionarmos essa mesma variação nominal do PIB pela inflação "oficial" de apenas 5,92% (do aparelhado IBGE), teremos um FANTÁSTICO, IMAGINÁRIO e FALSO crescimento "recorde" de 7,5%.

Por que será que a Selic foi ajustada para 11,75%? Foi para não ficar abaixo da inflação real, que é aquela medida pelo IGPM da FGV.

Portanto, como nos tempos de "milagre" dos anos 70, o governo está-nos vendendo inflação como sendo crescimento econômico.