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domingo, abril 17, 2011

O povo não existe

1-o-povo-aguarda-a-palavra-de-ordem

Povo: 1 Conjunto de pessoas que vivem num mesmo país e que estão sujeitas às mesmas leis (povo brasileiro).

          2 Os habitantes de uma localidade ou região

           3 Conjunto de pessoas que não necessariamente habitam o mesmo país ou região mas que são ligadas por laços culturais, línguísticos etc. (povo cigano).

           4 Grande número de pessoas

           5 O conjunto de pessoas que pertencem à classe mais pobre.

           6 Fig. O conjunto de pessoas que pertencem à mesma família ou à mesma casa

           7 Pop. Grupo de pessoas, gente, turma

Proletariado: 1 A classe dos proletários.

                      2 Conjunto dos proletários de uma cidade, uma região, um país etc.

 

Proletariado tornou-se uma palavra velha, imediatamente associada ao comunismo, tanto foram repetidos seus jargões em que trabalhadores, populares ou qualquer outro substantivo que se refira a um profissional ou a um ajuntamento de indivíduos, eram repetidos à exaustão numa referência à ditadura dos trabalhadores em detrimento dos empresários e industriais, revolução esta que jamais se deu, graças a Deus.

Bem alerta o Padre Paulo Ricardo em suas palestras e cursos de teologia, direito canônico e filosofia on line, que o tal proletariado ou os “trabalhadores”, heróis por trabalharem, foram substituídos pelo “povo” nos discursos mal intencionados ou nos discursos de marias-vão-com-as-outras que não analisam o que falam e deixam-se manobrar, ajudando a popularizar o novo termo que engloba toda a massa de manobra popular, ávida por um salvador de suas pobres almas calejadas pelo trabalho.

Para Marx fazia sentido ver um trabalhador como herói, uma vez que o próprio Marx jamais deu-se ao trabalho de bater o ponto numa repartição ou encarregar-se oito horas – se bem que naquele tempo não haviam leis trabalhistas e neguinho trabalhava até o patrão liberá-lo.

Eis aí mais uma contradição do comuno-socialismo: como se deixar convencer que o trabalhador deve se insurgir contra o patrão se a lição vem de quem viveu de mamatas e de patrocínio de amigos? Mas essa é outra questão.

Vitimizou-se tanto a figura do trabalhador no decorrer dos séculos que no Brasil, terra do jeitinho, da esperteza e da preguiça, é comum ouvir um funcionário de qualquer escalão, salário ou emprego referir-se ao seu ofício como “a batalha”, “a luta”, “a guerra”, dando-se de uma só tacada as vestes de sacrificado, vítima e herói, como se ele, um sujeito do povo, levasse sozinho a nação nas costas.

Ora, o povo não é ninguém! O povo é o rebanho que, bem ao gosto dos socialistas, anula a vontade, anseios e sonhos individuais em nome de um bem comum. E aquele que refere-se ao povo como um ser só, e não um conjunto de indivíduos, é justamente assim que o vê: um bicho acéfalo que pode ser tangido de um lado para o outro ao bel prazer de sue pastor.

O povo, para esses pastores, só pode ter uma vontade: a vontade do próprio pastor; só pode trilhar um caminho: aquele que seu pastor determinar; só pode ter uma aspiração: a que seu pastor escolheu.

Quando um ministro recém empossado no STF, como o senhor Fux, diz que o povo não soube votar no plebiscito de 2005 em que a proposta de desarmamento foi reprovada por 64% da população, ele age como o pastor que viu seu rebanhou estourar, fugir do seu controle. E o que faz o bom pastor nessas horas? Compra novos cães, reagrupa o rebanho e o toca na direção que El, o pastor, determinou previamente.

O exemplo do senhor Fux, um empregado contratado pelos comunistas de plantão para lhes dar legitimidade, voz, apoio e diretrizes no alto escalão do Judiciário, é apenas um. Que fiquemos alertas cada vez que um pastor ou candidato a referir-se ao povo. Ou o dito cujo é um que ainda não entendeu que “o povo” não existe ou um espertalhão que sabe que “o povo” existe e é manobrável como uma manada que deseja apenas pasto, água fresca, ar e sombra.

 

Obrigado @BeatrizMMoura pelo mote.

 

©Marcos Pontes

11 comentários:

Beatriz disse...

Dei o mote e você escreve essa beleza de texto cristalino. Sim, os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz. Resta esperarmos, atônitos,o povo hipnotizado pelos flautistas de Hamelin serem afogados pela única classe que faz luta de classe : a dos "intelequituais da fefeléchi" abarrotada de lixo desde sempre.
Muito bom, muito bom.

Beatriz disse...

Dei o mote e você escreve essa beleza de texto cristalino. Sim, os filhos das trevas são mais espertos do que os filhos da luz. Resta esperarmos, atônitos,o povo hipnotizado pelos "flautistas de Hamelin" ser afogado no caldo ideológico cuspido pela única classe que faz luta de classe: a classe dos "intelequituais da fefeléchi" abarrotada de lixo desde sempre.
Muito bom, muito bom.

Ajuricaba disse...

Como sempre, põe o dedo na ferida. Por que essa corja ficou tantos anos trabalhando no submundo prá quando assumisse o poder botar prá quebrar?
Estrutura de guerrilheiros e organização. Coisas que TEMOS que aprender.
A humildade que falta aos partidos de oposição(???)

Nadiavida disse...

Perfeito.... Não sei que pozinho mágico usam pra ludibriar a mente do "povo"... hj lendo sobre o "dr fux" fiquei pensando q não a toa a (in)justiça tá como tá.... Isso sem contar que estão querendo ganhar 30 mil.... Sabe o que acho? que estão querendo outro plebiscito pra "fatiar" os 300 milhões que dizem é o que custará se for realizado...

Amigo, ainda não degluti.... Abraços e feliz semana!!

decicote disse...

Caro amigo
Realmente uma beleza de texto. Limpo, claro, que repões as coisas em seu devido lugar; ..."Ou o dito cujo é um que ainda não entendeu que “o povo” não existe ou um espertalhão que sabe que “o povo” existe e é manobrável como uma manada que deseja apenas pasto, água fresca, ar e sombra."

Anônimo disse...

Povo pode ser aquele grupinho lá no boteco da esquina ou no restaurante Fasano.
Povo não identifica ninguém, a não ser que se deixe bem claro a que universo pertencem.
No caso em questão, o texto de FHC, me parece que o universo povo se restringe aos sindicalistas e ongueiros, intelektualóides (mamadores do Tesouro) e seus seguidores.

Dri Falavigna disse...

Grande texto. Povo, proletariado, e, se tivesse ido mais um pouco além, na seara juridica, teria entrado naquilo que o Ministro Fiuz e tantos outros entendem como povo e trabalhador: hipossuficiente.
Ou seja, é aquele lado fraco na relação sempre, não importa qual contexto. Estamos no Século XXI, muita coisa mudou desde a Revolução Industrial e o Manifesto Comunista, mas o tratamento dado ao povo como rebanho, como coitado que não tem como pensar por si só e precisa de tutela do Estrado todo poderoso continua aqui.
O empregado é de fato um herói, sendo a empresa ou o empresário a personificação da maldade ou da sede liberal-burgesa (relembrando, a evolução dos séculos parece não ter chegado aqui).
Desvalidar o resultado do plebiscito pelo voto dos hipossuficientes é um passo simples para desvalidar uma eleição majoritária, caso o resultado não seja o esperado. E só a hipótese de algum agente entrar na nossa casa, já é o suficiente para ligar o botão amarelo, mas...aonde?

Sergio Nogueira disse...

Marco,
Este text me faz lembrar da fábula da Caça aos Porcos Selvagens: "um dia milho e uma patrte da cerca, outro dia mais milho e outra pedaço de cerca, até que os porcos não conseguem mais achar a saída e sse entregam sem resistência aos caçadores. Parece que é assim que, infelizmente, nosso povo vem sendo conduzido.

Zinha_09 disse...

Excelente texto,amigo! Parabéns!

O pior é que é isso aí mesmo! Sem tirar nem por!

Mas, vc notou que parece que o Marx também não gostava e "garrar" muito no trabalho?

Será que como o Apedeuta, eles danam a pregar "ideias revolucionarias" só para fazer bonito e não terem que fazer força mesmo no trabalho? rsrsrs

Sei lá, me passou um filme na cabeça, e vi um ao lado do outro, e só na pregação!rsrs "Garrá" que é bom,...Nada! rsrs

Joe_Brazuca disse...

fico com URTICÁRIA, quando ouço, ultimamente, a palavra COLETIVO, que não signifique UNICAMENTE um tipo de condução...rsrs

trodia lí um treco mais ou menos assim, ó ( num bate boca num site...):

"...os momentos de luta foram bons, mas a sua atitude individualista ( do fulano...)é eufemismo, pq nao condiz com os principios do coletivismo nem seus ideiais...bla bla bla... "
(?????...rsrs)

Nem continuei...papo furadaço !...a mesma velha cantilena ultrapassada que ja conehcemos ha séculos...

meu velho pai diz : "Sabe pq metade da população do mundo é de espertinhos ?...Pq a OUTRA metade, é de trouxas..."

data vênia, ele ( o meu velho) tá certo !...rs

fux fux, baby !...rsrs

( hoje to de bom humor...)

Mujahdin Cucaracha disse...

Me parece mais preocupante quando aparece um "pastor do rebanho" apregoando, sobre a questão do desarmamento, que o governo deveria invadir logo a casa das pessoas e tomar as armas delas. E pensar que uma pessoa dessas ocupa um cargo de defensor da execução dos direitos previstos na Constituição do País.