Pesquisar neste blog e nos da lista

quarta-feira, abril 30, 2008

escirba

A Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Bahia é a mais antiga do Brasil, fundada em 1808, completando, portanto 200 anos, porém a qualidade, pelo visto tem diminuído de lá pra cá. No último teste do ENADE a faculdade conseguiu apenas conceito 2, numa escala de 1 a 5. No dia 28 passado o Ministério da Educação divulgou os 17 cursos que serão supervisionados por conta das notasbaixa, entre eles, está incluído o da UFBA.

Procurado pela Folha de São Paulo (infelizmente o link é somente para assinantes da Folha ou do UOL), o coordenador do curso, Antonio Dantas cometeu uma batatada digna de Cesare Lombroso, confirmando aquilo que todo mundo já sabe: diploma não corrige imbecilidade. Não conformado com as asneiras faladas pelo professor doutor, colocarei aqui toda a matéria da Folha, depois comento:

Na BA, coordenador atribui resultado a "baixo QI dos baianos"

Para o coordenador do curso de medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Antonio Dantas, 69, o baixo rendimento dos alunos da faculdade no Enade (Exme Nacional de Desempenho dos Estudantes) se deve ao "baixo QI [quociente de Inteligência] dos baianos".

Para Dantas, que é baiano, o corpo docente da faculdade é qualificado e não seria justificativa para o mau resultado do exame. O coordenador disse que o suposto baixo QI dos baianos é hereditário e verificado "por quem convive [com pessoas nascidas na Bahia]".

"O baiano toca berimbau porque só tem uma corda. Se tivesse mais [cordas], não conseguiria", afirmou, ressalvando que há exceções a uma regra.

Questionado se já foi alvo de críticas, Dantas disse que é "franco" e que "reconhece a limitação dos que o cercam". Ele afirmou que não foi notificado pelo MEC sobre os resultados e que vai analisar os erros dos alunos assim que recebê-los.

A matéria continuam falando da UFAL, UFPA e UFAM, outras federais com baixo rendimento.

Voltando ao senhor Dantas, analisando e rebatendo por parte sua argumentação canhestra:

1. Nem todos os aprovados no vestibular da UFBA são baianos. Por ser um curso tradicional, o afluxo de estudantes de outrros estados é muito grande. Não tenho, óbvio, uma estatística sobre a naturalidade dos cursantes, mas por ter amigos e ex-alunos naquela faculdade, sei de muitos jovens de vários outros estados que lá estudam;

2. Ele, sendo baiano, está na regra ou na exceção? Lógico que se coloca na exceção, assim como todos os seus colegas professores, uma vez que isenta o corpo docente da faculdade dos resultados ruins;

3. A "franqueza" que ele alega ter não passa de um preconceito dos mais ridículos, daqueles jamais esperados de um cientista, muito menos de um médico, que, pelo juramento de Hipócrates que proferiu, deveria tratar todos os homens da mesma forma.

4. É grandeza de um homem assumir suas responsabilidades e não transferi-las para outrem, ainda mais quando esses outros não tenham a mesma força de combate. Negar qualquer responsabilidade aos seus pares e transferir a culpa para os estudantes, antes mesmo de ter acesso aos erros cometidos, é um ato de covardia, indigno de um admnistrador escolar.

Eu adoraria que essa notícia chegasse às mãos dos estudantes e daria tudo para ver sua reação. Gostaria de acreditar que o doutor Dantas estivesse apenas querendo fazer uma gracinha e falou besteira e que tenha a grandeza de se desculpar com todos os baianos, não apenas com aqueles que cursam a faculdade em que milita.

terça-feira, abril 29, 2008

AUTO_simanca

 

  • É, cambada, a aprovação de Lula volta a subir, a candidatura de Dilma subiu no telhado e Lula disse que oito anos são pouco tempo para realizar tudo, juntando os pauzinhos, já dá pra começar a ficar com medo de um terceiro mandato.

 

  • O que você dá de presente a umma pessoa que já tem tudo? Ronaldinho, um desses caras, deu-se uma nova experiência. Agora, sim, não há como duvidar que o sujeito está indo ladeira a baixo.

 

  • Leis no Brasil parecem masturbação, é um vai e volta sem fim. A Justiça manda voltar a proibir avenda de bebidas próximo às rodovias. Os caras não se decidem... Executivo tenta legislar, Judiciário tenta legislar, enquanto isso o Legislativo apenas cuida de negócios.

 

  • Lula disse que o aumento da gasolina é inevitável. Vem cá, alguém me explique, por favor. Os países produtores de petróleo, como a Arábia Saudita e Venezuela, vendem aos seus cidadãos gasolina baratinho, mais barato que um quilo de arroz. O Brasil tornou-se auto-suficiente, mas continua praticando preços internacionais aqui dentro. Das duas uma, ou o pau que bate em Chico não bate em Francisco ou opresidente está querendo emplacar o biocombustível na marra. Alguma outra explicação?

 

  • Mastercard teve lucro mais que dobrado no último ano, o lucro do Bradesco está maior que a popularidade de Lula, o crédito imobiliário cresceu mais de 30 %... Isso é muito bom, o que me assusta são os olhos grandes. Sam Zell, umj bilionário do ramo imobiliário dos EUA, já disse que compraria terras no Brasil. Sabe o que isso significa, amiguinhos? Que quem for fazer um contrato imobiliário deverá ter muito cuidado, analisar direitinho cada item, principalmente as letras pequeninhas. Quando o mercado começa a ser paquerado por esses encorporadores ianques, alguém sairá perdendo e, com certeza, não será ele.

domingo, abril 27, 2008

O Dia da Criação

vin

 

O dia da Criação

I
Hoje é sábado, amanhã é domingo
A vida vem em ondas como o mar
Em bondes andam em cima dos trilhos
E Nosso Senhor Jesus Cristo morreu na cruz para nos salvar.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Não há nada como o tempo para passar
Foi muita bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Mas por vias das dúvidas livrai-nos meu Deus de todo o mal.
Hoje é sábado, amanhã é domingo
Amanhã não gosta de ver ninguem bem
Hoje é que é o dia do presente
O dia é sábado.
Impossível fugir a essa dura realidade
Neste momento todos os bares estão repletos de homens vazios
Todos os namorados estão de mãos entrelaçadas
Todos os maridos estão funcionando regularmente
Todas as mulheres estão atentas
Porque hoje é sábado.
II
Neste momento há um casamento
Porque hoje é sábado
Há um divórcio e um violamento
Porque hoje é sábado
Há um homem rico que se mata
Porque hoje é sábado
Há um incesto e uma regata
Porque hoje é sábado
Há um espetáculo de gala
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que apanha e cala
Porque hoje é sábado
Há um renovar-se de esperanças
Porque hoje é sábado
Há uma profunda discordância
Porque hoje é sábado
Há um sedutor que tomba morto
Porque hoje é sábado
Há um grande espírito de porco
Porque hoje é sábado
Há uma mulher que vira homem
Porque hoje é sábado
Há criançinhas que não comem
Porque hoje é sábado
Há um piquenique de políticos
Porque hoje é sábado
Há um grande acréscimo de sífilis
Porque hoje é sábado
Há um ariano e uma mulata
Porque hoje é sábado
Há uma tensão inusitada
Porque hoje é sábado
Há adolescências seminuas
Porque hoje é sábado
Há um vampiro pelas ruas
Porque hoje é sábado
Há um grande aumento no consumo
Porque hoje é sábado
Há um noivo louco de ciúmes
Porque hoje é sábado
Há um gardem-party na cadeia
Porque hoje é sábado
Há uma impassível lua cheia
Porque hoje é sábado
Há damas de todas as classes
Porque hoje é sábado
Há umas difíceis outras fáceis
Porque hoje é sábado
Há um beber e um dar sem conta
Porque hoje é sábado
Há uma infeliz que vai de tonta
Porque hoje é sábado
Há um padre passeando à paisana
Porque hoje é sábado
Há um frenesi de dar banana
Porque hoje é sábado
Há a sensação angustiante
Porque hoje é sábado
De uma mulher dentro de um homem
Porque hoje é sábado
Há a comemoração fantástica
Porque hoje é sábado
Da primeira cirurgia plástica
Porque hoje é sábado
E dando os trâmites por findos
Porque hoje é sábado
Há a perspectiva de domingo
Porque hoje é sábado
III
Por todas essas razões deverias ter sido riscado do Livro das Origens, ó Sexto Dia da Criação.
De fato, depois da Ouverture do Fiat e da divisão de luzes e trevas
E depois, da separação das águas, e depois da fecundação da terra
E depois, da gênese dos peixes e das aves e dos animais da terra
Melhor fora que o Senhor das Esferas tivesse descansado.
Na verdade o homem não era necessário
Nem tu, mulher, ser vegetal, dona do abismo, que queres com as plantas, imovelmente e nunca saciada
Tu que carregas no meio de ti o vórtice supremo da paixão.
Mal procedeu o Senhor em não descansar durante os dois últimos dias
Trinta séculos lutou a humanidade pela semana inglesa
Descansasse o Senhor e simplesmente não existiríamos
Seríamos talvez pólos infinitamente pequenos de partículas cósmicas em queda invisível na terra.
Não viveríamos da degola dos animais e da esfixia dos peixes
Não seríamos paridos em dor nem suaríamos o pão nosso de cada dia
Não sofreríamos mares de amor nem desejaríamos a mulher do próximo
Não teríamos escola, nem serviço militar, casamento civil, imposto sobre a renda e missa de sétimo dia.
Seria a indizível beleza e harmonia do plano verde das terras e das águas em núpcias
A paz e o poder maior das plantas e dos astros em colóquio
A pureza maior dos instintos dos peixes, das aves e dos animais em cópula.
Ao revés, precisamos ser lógicos, frequentemente dogmáticos
Precisamos encarar o problema das colocações morais e estéticas
Ser sociais, cultivar hábitos, rir sem vontade e até praticar amor sem vontade
Tudo isso porque o Senhor cismou em não descansar no Sexto dia e sim no Sétimo
E para não ficar com as vastas mãos abanando
Resolveu fazer o homem à sua imagem e semelhança
Possivelmente, isto é, muito provavelmente
Porque era sábado.

________________________________

entre_aspas3

 

Atendendo à convocação da Lunna, do David e da Letícia, eis minha colaboração para o post coletivo.

Para completar a postagem, eu deveria falar algo sobre o autor, mas o que posso mais falar de Vinícius, o Poetinha, que alguém ainda não saiba?

Basta falar desse poema. Desde criança que leio poesias. Minha mãe tinha seus cadernos de poesias e pedia para eu passá-los a limpo. Via de regra, eu gostava do que lia, alguns eu não entendia. este poema não fazia parte dos cadernos da dona Luci. Só a conheci alguns poucos anos mais tarde, com meus treze, quatorze anos. Me encantei imediatamente com ele, foi a minha semana de 22.

Lia e relia dezenas de vezes e comecei a imaginar que eu poderia também me tornar um poemeiro e, desde então, tenho tentado. Jamais serei um Vinícius, mas a ele e, particularmente, a esse poema ainda hoje tento.

sexta-feira, abril 25, 2008

anistia_logo

 

Martha Narvaz
ANISTIA INTERNACIONAL
COMUNICADO À IMPRENSA
EMBARGO: Quinta-feira, 17 de abril de 2008 00:01 GMT
Brasil: Mulheres sofrem conseqüências da crise de segurança pública em comunidades marginalizadas
Em relatório divulgado hoje, a Anistia Internacional revelou as histórias não contadas de mulheres forçadas a viver, educar seus filhos e lutar por justiça nas favelas do Brasil.
'A realidade para as moradoras de comunidades carentes é catastrófica. São as vitimas escondidas da violência criminal e policial que tem dominado suas comunidades há décadas,' disse Tim Cahill, pesquisador sobre temas relacionados ao Brasil na Anistia Internacional.
O Estado brasileiro está praticamente ausente nas comunidades marginalizadas e muitas vezes o único contato dos moradores com o governo se dá através de invasões policiais esporádicas e militarizadas.
Apesar de o governo brasileiro ter lançado um novo projeto que promete acabar com décadas de negligência, pouco foi feito para que fossem analisadas e atendidas as necessidades específicas das mulheres que vivem nestas comunidades.
'Longe de protegê-las, muitas vezes a polícia submete mulheres a revistas ilegais feitas por agentes masculinos, utiliza linguagem abusiva e discriminatória e as intimida, especialmente quando elas tentam intervir para proteger um familiar,' disse Tim Cahill.  
Mulheres que lutam por justiça para seus filhos e companheiros acabam na linha de frente, enfrentando ameaças e abusos por parte da polícia.
'Na ausência do Estado, chefes do tráfico e líderes de gangues são a lei na maioria das comunidades carentes. Eles punem e protegem, e usam mulheres como troféus ou instrumentos de barganha', afirmou Tim Cahill.
Usadas como 'mulas' ou como 'iscas' por traficantes de drogas, mulheres são consideradas descartáveis tanto por criminosos quanto policiais.
A Anistia Internacional ouviu histórias de mulheres que tiveram a cabeça raspada quando acusadas de infidelidade e que eram forçadas a ceder favores sexuais como pagamento de dívidas. Além disso, um número cada vez maior de mulheres está indo para o sistema prisional brasileiro, superlotado e com péssimas condições de higiene, onde estão sujeitas a abusos físicos e psicológicos – em alguns casos ate mesmo ao abuso sexual.
Os efeitos do crime e violência ecoam em comunidades inteiras, afetando seriamente serviços básicos, como saúde e educação. Se as clínicas locais estiverem localizadas no território de uma gangue rival, mulheres são forçadas a se deslocar por quilômetros para ir ao médico. Creches e escolas podem ser fechadas durante longos períodos por conta de operações policiais ou da violência criminal. Profissionais das áreas de saúde e educação muitas vezes têm medo de trabalhar em comunidades dominadas pelo tráfico.
Mulheres em comunidades carentes vivem sob constante estresse. Nas palavras de uma delas: 'Eu vivo dopada, tomo remédio de maluco!  Aquele diazepan para dormir. Porque se estou lúcida não consigo dormir, com medo. Dopada, pego minha filha, me jogo no chão, para me proteger do tiroteio e durmo a noite toda. Se minha filha perder a chupeta, ela vai chorar a noite toda, porque deu oito horas da noite eu não saio mais de casa'.
'Os direitos dessas mulheres são violados pelo Estado de três maneiras: este apóia práticas policiais que conduzem a execuções extrajudiciais; perpetua um sistema que torna o acesso à justiça extremamente difícil, senão impossível; e as condena à miséria', disse Tim Cahill.
O Estado brasileiro introduziu algumas iniciativas positivas, como a lei Maria da Penha, que aumenta a proteção às mulheres vítimas de violência doméstica – mas esta ainda precisa ser integralmente implementada.
Políticas amplas e de longo prazo, que objetivem a melhora das condições de vida de mulheres em comunidades marginalizadas, são extremamente necessárias para o fim da violência contra a mulher. Como primeiro passo, a Anistia Internacional urge o governo brasileiro a integrar as necessidades das mulheres no novo plano de segurança pública, o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI).
Contexto
Este relatório foi baseado em entrevistas feitas com mulheres em seis estados - Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul – feitas entre 2006 e 2007.
Uma cópia do relatório 'Por trás do silencio: experiências de mulheres com a violência urbana no Brasil (AMR 19/001/2008) estará disponível a partir de 17 de Abril às 00:01 GMT no web site: www.amnesty. org
Para mais informações, por favor, entre em contato com a assessoria de imprensa da Anistia Internacional em Londres, Reino Unido. Tel. +44 20 7413 5566  Email: press@amnesty. org
Secretariado Internacional, Anistia Internacional, 1 Easton St., London WC1X 0DW, UK
Para mais informações sobre o relatório na região Sul do Brasil contatar a THEMIS - Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero.
Rua dos Andradas, 1137 sala 2205 - Centro - Fone: (51) 3212.0104 - themis@themis. org.br - rubia@themis. org.br
Contato: Rubia Abs da Cruz - Coordenadora Geral

 

________________________

Recebi por e-mail da minha amiga Zeca e resolvi compartilhar com meus seis leitores.

quinta-feira, abril 24, 2008

quinho

  • O Bradesco anunciou que o crédito habitacional dado pelo branco deverá sofrer um aumento de 28% em 2008. Não quero ser profeta do apocalipse, muito contrário, fico feliz que o brasileiro esteja comprando sua casa. O que me preocupa é como esse crédito está sendo dado. Espero que a economia nacional permaneça crescendo e que não seja influenciada pela crise que está se espalhando pelo mundo. Só pra lembrar, a crise atual começou justamente nos créditos imobiliários estadunidenses. Os bancos, a princípio, estão pouco se lixando se os devedores poderão saldar suas dívidas no futuro. Lógico, o ideal é que consigam, mas, se não conseguirem, os bancos tomam os imóveis de volta. estou sendo pessimista? Então, lembrem-se do que aconteceu com o crédito para aposentados.

 

  • Terremoto em São Paulo e uma mini-tsunami no Rio? Se Deus é mesmo brasileiro, deve estar de férias.

 

  • O IBAMA revelou que as multas a madereiras no Pará já chegou a R$ 9,7 milhões. Papel aceita tudo, o difícil é acreditar que essas multas serão pagas. As empresas são multadas, encerradas e os madeireiros abrem uma outra clandestina. Feito nômades, só ficam no lugar até a madeira acabar ou até aparecer uma fiscalização. Foi assim que destruíram a Mata Atlântica no sul da Bahia. Aliás, muitos dos madeireiros sul-paraenses são os mesmo espiritossantenses que saíram daqui. Já vi essa novela antes e o IBAMA também, nos tempos do IBDF.

 

  • A gente tem lido bastante sobre os cortes no orçamento dos ministérios. Em plena crise da saúde, por exemplo, o Ministério da Saúde sofrerá um corte de R$ 2,5 bilhões. O que causa estranheza é que os gastos do governo federal sofrerão um aumento de 12% nesse ano. Em ano eleitoral, está-se retirando da infraestrutura e colocando-se na campanha política. Pelamordedeus! Onde está o Ministério Público Federal nessas horas? Que a oposição está dormindo todo mundo já percebeu há cinco anos, mas a Justiça continuará catatônica?

 

  • Rá! Quércia deu um a zero em Lula e em FHC-Serra-Alckimin e se abraçou a Kassab. Quando esse partidinho de merda faz uma coisa dessas, algo está no ar que nossos narizes ainda não perceberam.

 

  • Ninguém me tira da cabeça que essa tal crise dos alimentos é apenas um movimento especulativo orquestrado pelos produtores ao redor do mundo. No ano passado o Brasil passou por momentos sérios de aumento astronômico nos preços do leite e do feijão. O caso do leite foi agravado por conta da soda cáustica em Minas Gerais, o do feijão foi por conta da falta de chuvas nas áreas produtoras. Mas isso está acontecendo no mundo inteiro? Ah! O culpado são os biocombustíveis... Só que na Europa, os próprios governos estão subsidiando o plantio de sementes para a produção de combustíveis. Para os produtores, no momento é negócio muito mais lucrativo do que plantar alimentos. Pois que esses mesmos governos invertam os incentivos. A África está aí, doidinha pra produzir comida ou etanol, só depende dos países ricos permitirem, seja com verbas, seja com assistência técnica. No Brasil, com um território enorme a ser plantado, o problema está sendo o arroz e o trigo. Nosso pão vai sofrer reajuste logo, logo; a Argentina proibiu a exportação de trigo para nós. Eu ainda acho um crime de lesa-pátria o Brasil importar trigo para a produção de pães. A Embrapa e universidades federais já provaram que a mandioca, que pode ser produzida de Roraima ao Rio Grande do Sul, pode muito bem ser utilizada para esse fim. Sem falar que sua produção não exige lá grandes investimentos em pesticidas, irrigação ou coisas que tais, tanto que quem produz mandioca é o pequeno agricultor.