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domingo, maio 23, 2010

Emprego para dona Marisa Letícia

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Uma das práticas mais comuns nos quadros dos Poderes Executivos municipais, estaduais e federal, desde sabe-se lá quando, é a nomeação da primeira dama (a quase totalidade dos mandatários ainda é masculina) para a pasta de assistência social. É uma prática nepotista, mas, pelo menos, tirava da mulher a figura decorativa da primeira dama dondoca. No atual governo federal a primeira dama nos fez regredir, não abre a boca (e isso é muito bom) e lambuza-se com as benesses do cartão corporativo. Não foi nomeada ministra, não ocupa cargo oficial, mas tem salário sem fundo e benefícios mil.

O nepotismo deu lugar às despesas secretas, tratadas como de “segurança nacional” (uma elevação no status estratégico do Botox, do colorante capilar e mais um estoque de cosméticos e horda de cosmetólogos que a deixa com a mesma aparência das primeiras damas dos generais e qualquer outro governante brega da república desde Getúlio. Tirando dona Tereza Goulart que, além de jovem, era lindíssima e autêntica.

Dona Marisa Letícia, se não fosse semianalfabeta como o marido, poderia cuidar dos programas sociais federais, algo que qualquer Márcia Helena Carvalho Lopes é capaz de gerir a partir do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, um nome pomposo e quilométrico, bem do jeitinho petista de se propagandear.

A dona Marisa poderia ter feito o Fome Zero, que morreu no nascedouro e transformou-se num conjunto de ações, tivesse resistido à mortalidade infantil que o vitimou. Diz o Ministério que o FZ tem por objetivo dar acesso aos alimentos, fortalecimento da agricultura familiar, geração de renda e articulação, mobilização e controle social. E assim tem sido feito, embora jamais tenha prestado contas do dinheiro arrecadado em doações, com grana, obras de arte, artefatos de celebridades a serem leiloados... Já o fortalecimento da agricultura familiar tornou-se uma mentira – mais uma – que vai desde a falta de assistência técnica às famílias agricultoras, passando pela burocracia proibitiva para se conseguir crédito, dificuldade de escoamento da produção. Enfim, tudo como dantes no quartel de Abrantes. Com esses empecilhos que se mostraram intransponíveis, a geração de renda fica por conta do plantador e não do auxílio oficial.

Por outro lado, existe a bolsa Família, carro chefe da assistência social, que dona Marisa também poderia administrar com facilidade. A coisa é muito simples, desde o cadastramento das famílias a partir do CadÚnico, que é um sistema centralizado de cadastro da situação sócio-econômica das famílias até a retirada da grana na boca do caixa de uma lotérica pertinho de você. Não há fiscalização (daí as constantes denúncias em quase todos os municípios de gente que recebe o benefício sem ter direito ao mesmo e à evasão escolar das crianças beneficiadas, mas não fiscalizadas). A contrapartida não é vigiada, por isso a primeira dama estaria apta a verificar a aplicação e prestação de contas.

Junto com o ministro Lupi, do Trabalho, dona Marisa poderia dirigir o programa Primeiro Emprego, que prometia isentar de 1% do Imposto de Renda a empresa que desse o primeiro emprego a jovens de 18 anos. Este programa, se não me engano, ocupa a cova ao lado da do que prometia um lap top por aluno de escola pública. No caso do primeiro, os empresários fizeram as contas: sairia mais caro contratar jovens sem formação técnica do que pagar 1% dos impostos. Já o segundo foi abortado depois de se provar que os devaneios do presidente em produzir computadores a manivela, literalmente, além de caro geraria monstrengos ciberneticamente inúteis e ultrapassados. A indústria entrou em guerra pela concessão, mas desistiram ao perceber a inaplicabilidade da tarefa.

Mas não seja eu tão pessimista. Ainda resta emprego para dona Marisa, mui digníssima agraciada com a Ordem do Rio Branco, comenda máxima do Ministério das Relações Exteriores, historicamente conhecido pela pomposo alcunha Itamaraty, por seus préstimos incomparáveis na política externa brasileira (cá pra nós, deve ser a conselheira de confiança do ministro Celso Amorim).

Dona Marida poderia, fácil, fácil, administrar a política de cotas nas universidades e escolas técnicas federais. Em nome da igualdade e justiça social, o governo adotou a política da discriminação oficial pela cor da pele, condição física e/ou social. Os jovens pobres, pretos e deficientes não precisam mais se preocupar com acesso á universidade ou cobrar a melhoria da qualidade do ensino das escolas públicas. Estudando um pouquinho só a mais que seus colegas também pretos, pobres e deficientes físicos, seu acesso á universidade federal está garantido. Quanto ao emprego, não se preocupe. Pode fazer como as 500 costureiras que o governo do ceará treinou, mas que se recusaram a serem empregadas pela indústria para não perderem o direito à já citada bolsa Família. Pegue seu diploma, faça um monte de filhos e fique na rede ganhando seu sustento às custas dos filhos que não podem trabalhar, graças ao PETI – Programa de Erradicação do trabalho Infantil -, mas lhe dão dinheiro oficial em nome de justiça social.

Aliás, o PETI foi um grande avanço social, mas radicalmente severo. Erradicar o trabalho infantil é uma coisa, mas ele chega a ponto de proibir o pai, um sapateiro, por exemplo, de contar com a ajuda de seu filho como auxiliar em sua oficina. Se o PETI existisse desde os anos 50, Antônio Ermírio e Lauro Setúbal não teriam feito a fortuna que fizeram, Silvio Santos seria camelô até hoje e diversas outras fortunas não teriam se formado, além dos milhões de empregos e dólares que elas geraram para o país.

Fico agora em dúvida sobre o que é pior, o nepotismo em que são empregados incompetentes pelas mãos de padrinhos desonestos ou a ociosidade remunerada de parentes despreparados que sugam o erário em nome da segurança nacional e sua pseudo-beleza.

 

©Marcos Pontes

sábado, maio 22, 2010

Mudança de tática urgente!

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O PT é famoso, desde sua criação, pelo poder de mobilização de seus seguidores durante campanhas eleitorais.

Com o passar dos anos o sectarismo se infiltrou tão profundamente na alma dos petistas que a capacidade de discernimento e autocrítica foi para o espaço. Se a liderança do partido disser uma coisa, logo aparece uma horda vermelha repetindo o que foi dito. Isso às vezes, ou muitas vezes, cria situações hilariantes quando, por exemplo, o presidente fala uma coisa e um outro cacique fala o inverso e aí ficam duas correntes do partido falando coisas diferentes sobre o mesmo tema, numa clara demonstração se acompanhamento cego das palavras dos capitães do comando central.

Se essa postura da militância é nociva ao debate político, uma vez que evita-se o debate racional quando este se fixa na repetição das palavras que “o mestre mandou”, como numa brincadeira de boca-de-forno, por outro lado tem sido ela a maior responsável pelo crescimento eleitoral do PT. Por décadas repetindo a postura de papagaio analfabeto, que fala, fala, fala, sem saber exatamente sobre e o que está falando, a militância petista vem arrebanhando outros seguidores da lei do menor esforço, o eleitor que não questiona, que não se esforça em conhecer o Brasil e seus problemas, que perdeu o poder de vigilância e cobrança de seus representantes. E assim vem elegendo mais e mais gente.

Desde que assumiu o comando do talão de cheques, a coisa tem ficado mais fácil para o PT e seus caciques. Se não arregimentam pelo convencimento, o fazem pelo poder da grana. A imprensa é o mais cobiçado representante da sociedade civil organizada. Depois que a lei eleitoral proibiu os showmícios, os artistas foram alijados do processo eleitoral de convencimento, dando lugar aos jornalistas. Não foi à toa que o governo federal ampliou em mais de 2000% a verba de veiculação de propaganda, com mais e mais veículos transmitindo as cascatas de Brasília. Rádios, Jornais e televisões, além de sites internéticos, são mais e mais cooptados pelo poder da grana, seja o legal do PT, seja o do erário expropriado pelos marqueteiros do partido/governo, que terminaram se fundindo, confundindo a coisa pública com as posses milionárias do PT e seus chefes, ou donos, como preferirem.

“A força da grana que ergue e destrói coisas belas” ajuda a calar bocas e mudar consciências. Troca o lay out e a postura da candidata do PT à presidência, ensina-lhe a sorrir, a vestir-se, a tentar parecer mais simpática e eleva seu índice de popularidade eleitoral. Enquanto isso a oposição e sua militância dispersa perde mais tempo em espinafrar os institutos de pesquisa do que em elevar seus candidatos.

Está na hora de aprendermos com os petistas a nos mobilizarmos uníssonos, a batermos sem ouvir as vaias da torcida, em focarmos em questões deveras importantes, além da aparência física da adversária. A verdade nem sempre importa ao eleitor, que não tem saco em pesquisar se o que ouviu é ou não verdade, produto de uma educação em que a pesquisa sempre foi relegada a uma postura de copia-cola. Talvez devêssemos copiar a postura petista de apenas repetir o que diz o candidato sem questionarmos demais se ele tem ou não razão, se fala a verdade ou divaga, se suas idéias são viáveis ou delírio de louco. Chega de falar mal das pesquisas e trabalhar sério para reverter esse crescimento da candidatura pseudo-vermelha petista.

Não precisamos mentir, roubar, comprar votos e consciências, como tornou-se prática do PT, uma reprodução da política de seus líderes Lênin, Stálin e Mao, mas podemos aprender a falar a língua do eleitor que não lê jornal e nem conhece seu país além do campo da visão.

©Marcos Pontes

segunda-feira, maio 17, 2010

Acordo ou teatro?

IRAN-TURKEY-BRAZIL-NUCLEAR-POLITICS 

Turquia e Brasil se regozijam – pelo menos seus governos – de terem convencido o Déspota, Mahmoud Ahmadinejad, a aceitar a proposta da ONU de trocarem seu urânio enriquecido em país que permita a transação. Parece tudo muito bonitinho e seria se:

a. O presidentes Lula e o primeiro ministro  Recep Tayyip Erdogan, não propalassem aos quatro ventos que o plano é deles, quando, na verdade, apenas trocaram o local da troca. A ONU havia proposto França ou Alemanha;

b. O Irã não continuasse disposto, e o fará, a enriquecer urânio a 20%, embora o medo ocidental é que o país já domine tecnologia para enriquecer a uma porcentagem maior, a ponto de poder tornar-se combustível de uma bomba;

c. Não houvesse por trás da “boa ação” turca um dedinho de Moscou, que, no dia seguinte à divulgação do acordo Irã-Brasil-Turquia, anunciou que havia acordado com a Turquia a construção da primeira usina nuclear em território turco;

d. Nós, pobres e invisíveis mortais soubéssemos exatamente o que foi discutido e firmado nesse acordo. O fato de Estados Unidos e Israel não sentirem firmeza no aperto de mãos entra Ahmadinejad, Erdogan e Lula não significa que eles não estejam do lado certo da força. Era de se esperar que ambos se opusessem ou ficassem com a pulga atrás da orelha em se tratando de acordo entre seu arquiinimigo (no caso dos EUA, ex-aliado), o Irã, e um que acha que tudo que é contrário aos interesses ianques é bom para o mundo, o Brasil, mas o fato é que só saberíamos o que realmente ocorre nos bastidores e na cabeça do Déspota iraniano se aparecer um telepata que soubesse árabe.

e. O Irã não fosse famoso por descumprir acordos internacionais. Aliás, Ahmadinejad nem esperou secar a tinta das assinaturas no acordo para revelar que Irã continuará o enriquecimento de urânio a 20%.

Não vou ser o urubu a torcer que o acordo seja inócuo, que a tensão nuclear continue no Oriente Médio e, de quebra, no resto do mundo, já que Rússia coloca-se de um lado da briga e os Estados Unidos no lado oposto, enquanto a China faz de conta que apenas assiste (algo difícil de acreditar. As negociações e espionagens por baixo dos panos são muito mais ricas e severas do que as estampadas nos jornais). Embora as questões étnicas naquela região remontem da dissolução da prole de Salomão e as guerras entre as 12 Tribos de Judá, as questões modernas relativas à abundância de petróleo e escassez de água na região alimentam o surgimento de uma nova guerra fria, dessa vez com os antigos personagem “apenas” manipulando os títeres, nos quais o brasil se coloca de intruso e arrotando a grande participação como protagonista desse teatro.

Gostaria muito que a paz nascesse no Oriente Médio e persistisse pelo menos o mesmo tempo em que ocorrem as guerras, mas é difícil de acreditar nisso, levando-se em conta os personagens em cena.

Se o Amorim e o lula estiverem certos, darei o braço a torcer e esperar que eles, em mais um esforço internacional, salvem as vidas dos prisioneiros políticos da Venezuela e Cuba, países governados por ditadores travestidos de democratas muito amiguinhos do ocupante atual do Palácio da Alvorada e cercanias.

 

©Marcos Pontes

Poema para um Beócio

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Se enganas inteira nação

Fingindo bom moço ser,

Messias das causas perdidas,

Da moral e ética guardião,

Aquele que a leva a crescer

Salvador de todas as vidas

 

Se mentes sem medo ou rubor,

Falcatruas te enriquecem, Barrabás,

E aos crápulas dás total proteção;

Se aos bons só destinas furor,

Aos honestos passas para trás,

Ratos e cobras formam teu brasão

 

Compras consciências, votos e sins

Às custas de moedas do erário

Calas opositores com censura e dobrões,

Empregas a ralé, te alias aos ruins,

Assalarias o corrupto, o ímpio e o falsário

Que, por precaução, não nomeio ladrões

 

Causas dó aos desavisados

Contando do miserável que foste

E vitimizas aos porcos que guias

Gastando todos os nossos dobrados

Na tentativa de elegeres teu poste

Deixando-o terminar o mal que farias

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, maio 12, 2010

E-mail ao Jucá

Jucá

E-mail que enviei ao senardor Romero Jucá. Você pode fazer algo do tipo não só para o Jucá (romero.juca@senador.gov.br), como para qualquer outro. Os endereços de e-mail deles está na página do Senado: http://www.senado.gov.br/sf/senadores/senadores_atual.asp?o=1&u=*&p=*

 

Excelentíssimo senhor senador, por favor, resista à tentação de apadrinhar seus pares que respondem a processos na Justiça e os que já têm condenação em segunda instância e pense nos 4 milhões de brasileiros que assinaram o projeto de lei popular dos Fichas Limpas.

Não deixe seu partido em situação pior do que a já se encontra diante da opinião pública que dá 80% de aprovação para o presidente e a metade disso para o partido. Não nos deixe com a certeza de que o Partido dos Trabalhadores é uma agremiação que apadrinha os malfeitores da República, de sindicalistas que jamais fizeram qualquer esforço pelo crescimento do país, mantendo-se alimentados, tanto no sentido real quanto no figurado, que seria uma referência ao enriquecimento sem esforço ou mérito (caso do próprio presidente da República a políticos profissionais, como os senhores José Dirceu e Genoíno, que engana a nação e continuam locupletando-se com desvios do erário.

Senador, não ache o senhor que remendando o projeto popular, abrindo brechas para que os bandidos continuem se elegendo e reelegendo, ou mesmo evitando que ele vá a votação, o senhor estará fazendo um favor aos bandidos de colarinho branco. Não se pode mais se esconder da força popular. Seu nome e os do que a não aprovação do projeto beneficiária, teoricamente, cairão em massa na boca do povo através da internet ou de impressos Brasil a dentro e a tentativa de apadrinhar bandidos apenas os exporá ainda mais. São, pelo menos, 4 milhões de brasileiros vigiando a tramitação do projeto e cada um dos parlamentares.

Faça seu papel de representante dos eleitores e faça aquilo que os eleitores desejam, senador: não ponha-se contra a aprovação da vontade popular, isso seria um tiro que poderia sair pela culatra.

Não crie empecilhos e nem faça manobras imorais, mesmo que legais, para nos deixar a ver navios. Agilize a aprovação, senador Jucá, não menospreze a força do cidadão apenas pelo fato de manipular nossa vontade com o auxílio de outros como o senhor. Lembre-se do Diretas Já, que o senhor e seus partidários se orgulham tanto de terem defendido, até mesmo alguns posicionam-se como se fosse o PT o único partido a lutar pelas eleições diretas. Mas isso é outra história.

Pois bem, evitaram as eleições diretas o quanto puderam, mas chegou o momento em que tornou-se inevitável sua aprovação. Assim é o Ficha Limpa. Não adianta fugir. Os senhores podem até adiar, mas não podem evitar sua aprovação, então por que adiar o inevitável?

Salve os seus colegas não condenados, senador, e jogue os crápulas condenados às ações da Justiça. Não traia a vontade de um povo inteiro para acobertar alguns salafrários. Honre seu mandato, seu nome, seu cargo, sua liderança, seu Estado. Honre o Senado Federal, colocando os anseios populares à frente do corporativismo partidário. Ainda há tempo de sair como um herói da moralidade, mesmo isso não sendo 100% verdade, ao invés de entrar para a história como um acoitador de desonestos.

Mesmo discordando diametralmente da linha política de seu partido e de sua postura coronelesca, arrogante e truculenta, espero poder admirar sua coragem em trair os interesses amorais de políticos Fichas Sujas.

 

©Marcos Pontes