Fazendo parênteses na série de posts a favor da divisão de Pará, Bahia e Minas para tentar dar uma resposta ao e-mail que está circulando, enumerando aqueles que são a favor, chamando-os de “estrangeiros” – exatamente o pior dos argumentos, como falei no post anterior, que alguém pode usar -, na velha tática esquerdista de desmerecer os adversários antes de defender seus pontos de vista. O relativismo usado pelos mesmos que dizem “ah, mas os outros partidos também roubam”, ou “todo mundo faz, por que não podemos fazer?”.
É fato que alguns dos enumerados no dito e-mail deveras respondem a processos judiciais e outros já foram condenados, mas, utilizando-se das mesmas armas, por que não citam aqueles fichas limpas que também apóiam a divisão?
Pois eu aqui farei uso do mesmo relativismo e tentarei mostrar quem são os “contra” que têm ficha suja ou, pelo menos, práxis política duvidosa.
- Edmilson Rodrigues – Ex-prefeito de Belém, ex-petista, hoje no PSOL, responde a processo por improbidade administrativa quando era prefeito da capital paraense.
- Fafá de Belém – Há alguns anos ela retirou o “de Belém” do nome artístico para que não ficasse eternamente vinculada à cidade em que nasceu. Assim como Edmilson, é de Belém e sem muito contato com o Oeste. Sua argumentação ufanista me faz lembrar da propaganda usada pelos artistas baianos em 1987, quando se falou em dividir a Bahia.
- Augusto Pantoja – Vereador petista de Belém, lógico, defende uma comissão formada por TODAS as câmaras municipais do que vier a ser o Pará, contra a divisão. Isto não é democrático e é utilizar-se da máquina pública pata fazer campanha, como sabemos, nem sempre honesta intelectualmente. Pelo que conhecemos do Brasil, seria feita uma espécie de terrorismo ideológico e material contra os que defenderem a idéia. O vereador é alvo do MP por empregar “companheiros” em cargos comissionados na Câmara em número superior ao de concursados.
- Carlos Bordalo – Deputado estadual do PT, investigado pelo MPF por falta de prestação de contas em sua campanha eleitoral.
- Marinor Brito – Senadora pelo PSOL, nascida em Alenquer, pertinho de Santarém, eleita, porém, com votos de Belém, onde atua politicamente desde 1996, quando foi eleita vereadora. Confirmando minha teoria, boa parte dos políticos contra a divisão assim se colocam por interesses eleitorais, não convicções outras.
- Zenaldo Coutinho – Deputado Federal, PSDB. Também belemita e atual chefe da Casa Civil do governo do estado. Como ele mesmo diz, “belenenses estão contra a divisão”. Ele é o maior articulador contra a secessão. Junto com o governador, Simão Jatene, Coutinho respondeu a processo por “nepotismo cruzado”. Teriam eles nomeado 405 assessores, parentes e amigos de amigos que, por sua vez, nomearam indicados seus em outros órgãos oficiais estaduais. Coutinho é autor do adendo ao PEC 45/1999 que tornaria efetivos os funcionários públicos nomeados sem concurso.
- Celso Sabino – Deputado estadual pelo PR, é um dos cabeça de ponte do movimento integralista. “É alvo de ação de execução fiscal movida pelo município de Belém.”
- Chico da Pesca - Deputado estadual pelo PT, “É alvo de representação movida pelo Ministério Público Eleitoral por captação ilícita de sufrágio.”
- Valdir Ganzer – Deputado estadual pelo PT e secretário de transportes do desastre ambulante chamado Ana Júlia Carepa. Ganzer foi tido como um secretário ausente e ineficaz, além de complacente em sua pasta. Até denúncias de que os carros de sua secretaria eram utilizados em farras alcoólicas de sindicalistas ele enfrentou.
- Edilson Moura – Deputado estadual petista, responde a processo por sonegação de contribuição previdenciária.
- Alessandro Novelino – Deputado estadual, sabe-se lá de que partido. Este jovem político, nascido em 1972, deve estar querendo entrar no Guiness Book como o político que mais trocou de partido em tão pouco tempo. Eleito pelo então PL em 2002, foi reeleito pelo PSC em 2006. Ao longo da legislatura 2007-2011 migrou para o PMDB, retornou ao PSC e por fim filiou-se ao PMN. Dois de seus irmãos foram seqüestrados, mortos e seus corpos lançados na Baía do Guajará. Segundo investigações policiais (das quais, confesso, não sei detalhes maiores), os assassinatos se deram por conta de dívidas com agiotas. Os adversários do então governador Almir Gabriel dizem que tais dívidas foram feitas para bancar parte da campanha eleitoral do governador e que os agiotas eram ricos empresários. Montado na repercussão que os crimes tiveram na imprensa e a comoção popular, Novelino se elegeu. Mas, pelos pulinhos que dá de partido em partido, nota-se que não tem projeto ou linha definida, desde que seja levado ao sucesso pessoal.
- Elcione Barbalho – Deputada Federal, PMDB. Tirando o fato de ser mulher do Jáder, de quem separou-se pró-forma, mas não de fato, portanto, cúmplice, “acusada de apropriação criminosa de dinheiro público junto com seu ex-marido Jader Barbalho. Teriam recebido subsídios públicos para a plantação de seringueiras, que nunca foi realizada (O Liberal, 19.mar.2006).
Acusada de peculato junto com seu ex-marido Jader Barbalho quando este era governador do Pará. Depositavam dinheiro do estado em contas particulares do banco Banpará, retendo os rendimentos (O Estado de S. Paulo, 2.dez.2004).
Utilizava-se de apartamento funcional da Câmara dos Deputados mesmo quando não mais exercia mandato (Folha de S. Paulo, 10.mai.2004).”
- Miriquinho Batista – Deputado Federal, PT. Teve rejeitadas suas contas de campanha de 2002. No que deu isso? Em nada, como sempre.
- PSTU – Precisa explicar?
- PSOL – Idem.
- PT – Vixe!
Não quero, com esta rápida pesquisa, alegar que todos aqueles que são contra a divisão do estado têm ficha suja. Aliás, conheço pessoas de ótimo caráter, algumas amigas pessoais, outras figuras públicas até então impolutas, que são integralistas. Do lado separatista também há gente de todas as índoles. O propósito aqui foi simplesmente rebater o e-mail que dá a entender que todos os separatistas têm rabo preso com a Justiça.
©Marcos Pontes
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