Pesquisar neste blog e nos da lista

sábado, junho 25, 2011

Guerra Fria e fria guerra

guerra-fria

Em 1989, com a queda do muro de Berlim, a imprensa caiu no conto de que a Guerra Fria acabava-se, o mundo seria pacífico. Para a tristeza dos comunistas desavisados, a derrota fora decretada, o satânico e degradante capitalismo vencera. O conto do vigário fora lançado e os patos compraram as pules vencidas.

De fato acabava a primeira fase da Guerra Fria, a fase ostensiva, das manchetes. De fato, o comunismo levava uma sova. Nenhum dos países que partira por aquele caminho dava bons resultados econômicos, sociais ou humanistas. Tornaram-se ditaduras sanguinárias, comandadas por oligarquias hereditárias, deixavam de investir em saúde, infraestrutua, moradia e educação para investir em propaganda e armamentos.

Os jornais deram-se conta disso? Não. Jornais já não faziam jornalismo, iniciara-se a era da preguiça intelectual. Jornais já estavam entregues aos relações públicas de governos e empresas, cabendo-lhes apenas o trabalho de reproduzirem os releases a si enviados. Jornalista de opinião virava analista, especialista, articulista, os figurões dos veículos. No Brasil foram criados monstros intocáveis como Gilberto Dimenstein, Luís Nassiff, Franklin Martins, Mino Carta, Carlos Castelo Branco, Heitor Cony, Ricardo Noblat, Reinaldo Azevedo e tantos outros, a maioria mais opinante do que conhecedora e, quase todos, fosse de esquerda, direita ou de quem pagasse mais, com viseiras unidirecionais.

Usando essa mão de obra barata e facilmente manipulável, complementando-se o exército com os já citados professores, sociólogos, assistentes sociais, políticos e, ah!, o magnífico ego!, artistas, iniciava-se a fase dois, a fria guerra.

Esta, essencialmente ideológica, avança sorrateira por entre as pernas e invade, lenta e paulatinamente, os cérebros. A lavagem cerebral violenta de que ouvíamos falar, aqueles com hoje mais de quarenta, retratada em filmes de espionagem ou livros de tramas políticas, assumiam sua faceta dissimulada, sem violência física. Os comunistas passaram trinta, quarenta anos deglutindo as teorias de Gramsci, testando aqui e acolá para ver se eram deveras aplicáveis ou apenas devaneios de um louco. No Brasil, país que se orgulha de ser pacífico, embora morram mais de 40 mil por ano em atos de violência, encontraram um laboratório ideal.

Com a educação idiotizante massificada, crianças que desejavam mais tornarem-se Ronaldinho e Xuxa do que Santos Dumont ou Bertha Lutz; Sabrina Sato e Neymar do que Zilda Arns; a idealização da fama em detrimento do conhecimento, as novelas mais importantes que os clássicos da literatura, a aceitação de idéias mastigadas contra a dificuldade de estudar a analisar, criaram no Brasil ambiente propício para a divulgação dos “ideais progressistas”, com meia dúzia de idiotas úteis com fácil penetração nas massas e a simpatia dos intelectualóides que endeusam tudo o que vem das camadas sociais inferiores como “lindo”, “peculiar”, “de raiz”, “autêntico”, “sábio”” e sabe-se lá quantos outros adjetivos vazios de conteúdo, a fria guerra das idéias foi tornando os neo-comunistas, aqueles que primeiro enchem seus bolsos com o discurso de paladinos dos pobres e oprimidos para depois, se restar tempo e vontade, trabalhar deveras para o bem comum, em herois nacionais.

País atrasado em tudo, mas com o arroto de ponta de lança, ficamos para trás. As idéias esquerdizantes, depois de comprovada a revolução silenciosa, a fria guerra, no Terceiro Mundo, ainda não percebemos que a destruição econômica da Europa, a bancarrota americana são apenas a vingança bolchevique. Nossa economia, para o deleite dos gorilas vermelhos que batem no peito como sumidades na área, ainda respira, mas não por sermos bons, apenas porque ainda não chegou nossa vez, além do fato de estarmos fazendo direitinho, do jeito que os cardeais da nova ordem mundial desejam. Bancamos a fria e silenciosa guerra com recordes de impostos, juros achaquantes e com a agressão constante àqueles que venceram a Guerra Fria.

Somos a bola da vez. Fragilizado o capitalismo dos grandes capitalistas, nós, os auto-aclamados futuros donos do mundo, seremos o alvo dos neo-revolucionários.

 

©Marcos Pontes

quinta-feira, junho 23, 2011

Casa Civil e o DNA nacional

Presidente_clube_militar

    O affaire Battisti foi o réquiem para o STF, que de há muito vinha bambeando as pernas e, subordinando – se, totalmente ao imperial executivo.

     Aquela subordinação pode ser uma decorrência de pelo menos três hipóteses:

    - a submissão de muitos de seus togados ao poderoso executivo por terem assumido o vistoso cargo por indicação daquele;

    - por declarada falta de compreensão de que representam um dos três Poderes da República, alicerces dos princípios democráticos, e canhestramente, abrem mão da altivez e da grandeza que simbolizam, para subordinar - se aos ditames de outro poder;

  - finalmente, por convicção ideológica. Neste caso, apesar de terem votado pela manutenção da Lei da Anistia, o fizeram a contra - gosto; pois não extraditando o Battisti, optaram pelo caminho da decisão ideológica. Ou seja, pelo STF, o Battisti foi anistiado.

     É gritante a constatação de que o Poder Executivo é o lúgubre Senhor dos Anéis, que manda e desmanda, que trapaceia e embroma, e que o Poder Legislativo é a sua massa de manobra; sobraria incólume o Poder Judiciário, que lamentavelmente, a cada decisão suprema transpira o fétido odor de total submissão ao Executivo.

     Diante de atos e fatos tão explícitos, quando é patente que os nossos doutos cidadãos, sejam do judiciário ou não, endossam que a anistia é válida somente para os terroristas como o Battisti, é licito supor - se que a benfazeja Comissão da Verdade, nascerá impregnada e orientada segundo esta convicção, e sacramentará tudo o que os lamuriosos e indenizados terroristas nacionais alegarem.

     A parcialidade dos propósitos da Comissão inicia - se a partir das premissas para a sua composição, buscar a verdade numa das partes, a que primava suas ações pela quebra da lei e da ordem.

     Seria cômico se não fosse verdade. O desgoverno monta um palco para buscar a verdade, e propõe - se a vasculhar a indigesta verdade, nas declarações daqueles que eram os criminosos.

     A situação é tragicômica, inverossímil, entretanto, ante os acontecimentos que pululam o entorno do desgoverno, tudo é possível.

     Se na casa Civil, onde transita a mais pura essência da excelência nacional (?), onde indivíduos escolhidos a dedo comandam, apontam, confabulam e decidem os destinos nacionais, é esta Casa, na verdade, um reluzente valhacouto e covil de corruptos.

     Cumpre indagar, o retrato do Brasil é a Casa Civil da Presidência da República?

     Pode não ser, mas o seu DNA é comprometedor.

    Hoje, basta a retirada de uma gota do lamacento sangue da Casa Civil, para sabermos qual é o DNA do desgoverno petista.

     Se, pela “amostra” do DNA o resultado é tenebroso, o restante é de causar justificado pavor.

Brasília, DF, 16 de junho de 2011

 

General de Brigada Reformado Valmir Fonseca Azevedo Pereira

segunda-feira, junho 20, 2011

Proibido proibir virou política de estado

marcha-em-brasilia-11

Gramática é difícil de se entender? Que se extinga o ensino da Gramática nas escolas, jogue-se a norma culta à lixeira e que cada um comunique-se da maneira que lhe convier, sem certo ou errado. A máxima de Camões “minha pátria é minha língua” passe a ser apenas uma licença poética condenada a jamais ser compreendida pelas novas e futuras gerações, afinal de contas, para que perder tempo com velharias?

Combater o plantio, tráfico e uso de drogas tem-se mostrado inócuo no passar das gerações e décadas? Que se legalizem o plantio, o tráfico e o consumo de drogas. Que se faça a vontade daqueles que alegam ser de seu livre arbítrio o consumo, mesmo que essa liberalização leve mais e mais jovens ao consumo e ao negócio, mesmo que mais e mais famílias sofram com seus adictos sem tratamento eficaz dado pelo poder público. Aliás, para que tratamento bancado pelo erário se o consumo foi de livre vontade do usuário?

Licitações públicas não evitam desvios de verbas, negociatas, comissões ou taxas de sucessos, seja lá qual seja o neologismo para essa tramóia, e a fiscalização é cara, trabalhosa e inócua? Que se abolam a obrigatoriedade das licitações ou “flexibilize-se” a obrigatoriedade. Para não afligir os pobres contribuintes, que se mantenham secretos os orçamentos, os contratos, as empresas contratadas. A população não tem que meter o bedelho nos negócios do Estado, para isso elegeu seus representantes, pois que a eles sejam dados os poderes ilimitados.

As prisões são frágeis, os carcereiros são despreparados, mal treinados, mal remunerados e mal equipados? As prisões estão superlotadas? O cidadão não pode oferecer provas que o autoincriminem? Ora, que se mantenha no Código Penal o direito dos custodiados pela polícia a fugirem sem que isso lhe acrescente agravante na eventual pena, que se permita ao bêbado motorista negar-se a fazer o teste do bafômetro.

O Estado não consegue julgar todos os réus dentro do prazo estabelecido em lei e não tem presídios para todos os condenados? Pois que se flexibilizem mais essas leis e criem-se penas alternativas, afinal de contas, assaltantes, estupradores, pedófilos, corruptos, assassinos e qualquer outro tipo de “suspeitos” não são gente má, apenas vítimas da sociedade, que tem, por obrigação moral, recompensá-los pelos males que fizeram às suas psiques.

Os alunos de Direito não conseguem aprovação nas provas da OAB? Ora, coitados, a culpa não é deles, mas das escolas em que cursaram. Que se acabem com os exames de admissão na Ordem, que todos os bacharéis tornem-se doutores-advogados e os potenciais clientes leigos (palavra que boa parte dos advogados gostam de usar quando querem defender-se numa discussão com algum cidadão que não seja da área jurídica) façam a seleção por competência.

Seguindo esta postura em relação aos bacharéis de Direito, baseado na máxima constitucional da isonomia, pode-se estudar também o fim da residência para os concludentes de Medicina. Depois de seis anos de faculdade o pobre jovem não teria sido suficientemente punido a ponto de merecer o título de doutor-médico?

Caetano tinha razão quando cantou, lá pelos 1967, que “é proibido proibir”. Os nossos consecutivos governos comuno/socialistas/inconseqüentes interpretaram à sua maneira a vontade do compositor e, desde a promulgação da maldita “constituição cidadã”, que a mesma esquerda recusou-se a assinar, interpretaram à sua maneira, abolindo, paulatinamente, todas as regras sociais, éticas, sociais e morais já estabelecidas, proibindo qualquer censura ao que antes era errado e decretando que só é permitido proibir atos, palavras e, quiçá, pensamentos daqueles que não aderiram às colunas vermelhas que avançam enquanto engrossam, sobre as massas dispersas de opositores. Ou melhor, golpistas, como eles, eternas vítimas, gostam de nos chamar.

 

©Marcos Pontes

domingo, junho 19, 2011

O verdadeiro Che

che-comandante-asesino

O texto abaixo é grande demais para um post de blog, uma vez que pouca gente o leria/lerá. Para ser lido, textos devem ser curtos e diretos. Mas nesse caso, por não ser de minha autoria, não ouso cortar qualquer coisa, além do mais, não é apenas um texto opinativo, mas uma aula de história, sociologia e política.

O autor do dito cujo seria Constantino Rodrigo, mas mo foi enviado por um general da reserva do Exército a quem não identificarei por não ter sua autorização.

Raros são as vezes que faço uso de textos alheios, só o faço quando vale a pena. Pois dessa vez vale, mesmo que leve muito tempo para degustá-lo:

A partir dum levantamento minucioso de fatos históricos/testemunhas diretas do período revolucionário, o livro O Verdadeiro Che Guevara desmistifica a imagem dum dos ícones políticos mais controversos do século XX.
O Verdadeiro Che Guevara poderia ser facilmente enquadrado como um livro polêmico.
Afinal, ele mostra-nos 1 face desconhecida do famoso herói revolucionário :
- 1 médico fracassado/1 incompetente estrategista militar/1 cruel assassino.
Contudo, todas essas acusações que num 1º instante soam como meramente ofensivas, são evidenciadas por Fontoura com 1 volume inédito de fatos históricos/testemunhos de participantes diretos da Revolução Cubana, tanto de membros da revolução como de seus refugiados.
Com isso o autor vai muito além do que já foi publicado sobre Che.
Grande parte das publicações sobre a vida de Ernesto Guevara foram amparadas apenas de 2 fontes :
- 1
biografia escrita por 1 membro do partido comunista do México ; e
- os arquivos da Revolução Cubana, que incluem os diários de Che, ambos em poder do Departamento Propaganda Cuba/controlados diretamente por F.Castro-Aída Guevara, sua viúva .
Acrescente-se a essa revolução na versão oficial da vida de Guevara, o estilo irônico/sagaz do autor, desnudando por completo 1 dos maiores ícones do século XX.
VERDADEIRO CHE GUEVARA, O
Assunto: POLÍTICA / Editora: E REALIZACOES / Ano edição: 09 / Páginas: 288 / Chê, o mito-1 crápula-1assassino da 'justiça social'-o ideal delle era o de ser poderoso a custa da miséria alheia .

Assista e saiba quem foi Che :

http://www.youtube.com/watch?v=0LfHxFvqYb4

Che Guevara - Revista VEJA

Finalmente a verdadeira HISTÓRIA começa a ser reescrita, pela Revista VEJA, pois os jovens, incluindo meus filhos, foram enganados, durante anos, nas escolas, pelos falsos padres "progressistas"/professores enganadores/ideólogos/políticos não patriotas/militantes, presentes na Literatura-mídia paga, a serviço da esquerda hipócrita/falsa/prepotente, as quais intitulavam-se donos da verdade/ética/moral, quando na verdade queriam/querem

somente abocanhar o "bolso da esquerda", cuja mostra apareceu em recentes escândalos de corrupção.
É uma EDIÇÃO HISTÓRICA que derruba, junto com (minúsculos mesmo) lênin/trotsky/mao/

stalin/f.castro/comuno-socialistas-anarquistas/outros istas, FALSOS MITOS ASSASSINOS

QUE, pra manter uma causa fraudada, tiveram que matar mais de 100.000.000 de pobres inocentes no mundo inteiro, jogando-os no seu verdadeiro lugar :

-
O LIXO DA HISTÓRIA.

Especial VEJA - Ed 39/07 - Última edição
Che
Há 40 anos morria o Homem/nascia a farsa
"Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto"
Há 40 anos, no dia 08 Out 67, essa frase foi gritada por um guerrilheiro maltrapilho/sujo metido numa grota nos confins da Bolívia.
Nunca mais foi lembrada.
Seu esquecimento deve-se ao fato de que o pedido de misericórdia/apelo desesperado pela própria vida/reconhecimento sem disfarce da derrota não combinam com a aura mitológica criada em torno de tudo que refere-se à vida/morte de Ernesto Guevara Lynch de la Serna, argentino de Rosário, o Che, que antes, pros companheiros, era apenas "el chancho", o porco, porque não gostava de banho e "tinha cheiro de rim fervido".
Exceto na revolução cubana, sua vida foi uma seqüência de fracassos.
Como guerrilheiro, foi derrotado no Congo/Bolívia.
Essa é a realidade esquecida.
No mito, sempre lembrado, ecoam as palavras ditas ao tenenete boliviano Mário Terán, encarregado de sua execução, e que parecia hesitar em apertar o gatilho

"Você vai matar um Homem"
Essas, sim, servem de corolário perfeito a um guerreiro disposto ao sacrifício em nome de ideais que valem mais que a própria vida.
Ambas as frases foram relatadas por várias testemunhas e meticulosamente anotadas pelo capitão Gary Prado Salmón, do Exército boliviano, responsável pela captura de Che.
Provenientes das mesmas fontes, merecem, portanto, idêntica credibilidade.
O esquecimento duma frase/perpetuação doutra resumem o sucesso da máquina de propaganda marxista na elaboração de seu maior/intocado mito.
Che tem um apelo que beira a lenda entre os jovens dos 5 continentes.
Como Homem de carne/osso, com suas fraquezas/maníaca necessidade matar pessoas/

crença inabalável violência política/busca incessante morte gloriosa, foi um ser desprezível.
"Ele era adepto do totalitarismo até o último pêlo do corpo"...
...escreveu sobre ele o jornalista francês Régis Debray, que por alguns meses conviveu com Che na Bolívia.
Por suas convicções ideológicas, Che tem seu lugar assegurado na mesma lata de lixo onde a história já arremessou há tempos outros teóricos/práticos do comunismo, como Lenin/

Stalin/Trotsky/Mao/F.Castro.
Entre a captura/execução de Che na Bolívia, passaram-se 24h.
Nesse período, o governo boliviano/americanos CIA que ajudaram na operação decidiram entre si o destino de Guevara.
Execução sumária... não pros padrões de Che...
Centenas Homens que ele fuzilou em Cuba tiveram sua sorte selada em ritos sumários cujas deliberações muitas x não passavam de 10min.
VEJA conversou com historiadores/biógrafos/antigos companheiros Che guerrilha-governo cubano na tentativa de entender como o rosto dum apologista da violência/voluntarioso/autoritário, foi parar no biquíni de G.Bündchen/braço de Maradona/barriga de M.Tyson/em pôsteres-camisetas. 
Seu retrato clássico - feito pelo fotógrafo cubano A.Korda 60 - é a fotografia mais reproduzida de todos os tempos.
O mito é particularmente enganoso por sustentar-se no avesso do que o Homem foi, pensou/

realizou durante sua existência.
Incapaz de compreender a vida numa sociedade aberta e sempre disposto a eliminar a tiros os adversários - mesmo os que vestiam a mesma farda que elle - Che é, paradoxalmente, visto como um símbolo da luta pela liberdade.
Guevara é responsável direto pela morte de 49 jovens inexperientes recrutas que faziam o serviço militar obrigatório na Bolívia.
Eles foram mobilizados pra defender soberania pátria/expulsar invasores cubanos, sob cujo fogo pereceram.
Tendo ajudado a estabelecer um sistema de penúria em Cuba, Che agora é apresentado como um símbolo de justiça social.
Politicamente dogmático, aferrado com unhas/dentes à rigidez do marxismo-leninismo em sua vertente mais totalitária, passa por livre-pensador.
O regime policialesco de F.Castro não permite que aqueles que conviveram com Che e permanecem em Cuba possam ir além da cinzenta ladainha oficial.
Por isso, apesar do rancor que pode apimentar suas lembranças, os exilados cubanos são vozes de maior credibilidade.
O movimento derrubou ditador F.Batista, 59, não foi uma ação de comunistas, como pretende F.Castro.
Boa parte da liderança revolucionária/cmt guerrilheiros tinha por objetivo a instauração da democracia em Cuba.
Mas, foram surpreendidos por um golpe comunista dentro da revolução.
Acabaram presos/fuzilados/deportados.
Desde o início, Che representou a linha dura pró-soviética, ao lado do Irmão de Fidel, Raul Castro.
Na versão mitológica, Che era dono dum talento militar excepcional.
Seus ex-companheiros, no entanto, lembram-se delle como um comandante imprudente/irascível/

rápido em ordenar execuções-liderar seus camaradas pra morte, em guerras sem futuro no Congo/Bolívia.
H. Matos, que lutou sob as ordens do argentino em Cuba, falou a VEJA sobre o fracasso de Che como comandante :

"A luta foi difícil na primavera 58. A frente de comportamento mais desastroso foi a de Che. Mas, isso não afetou-o porque era o favorito de Fidel que impedia-nos de discutir abertamente o trabalho pífio de seu protegido como guerrilheiro"
Pouco depois do triunfo da guerrilha, ao perceber os 1os sinais de tirania, H.Matos renunciou a seu posto no governo revolucionário/informou que voltaria a ser professor.
Preso 2 dias depois, passou 20 anos na cadeia.
Vive hoje em Miami.
À moda soviética, sua imagem foi removida das fotos feitas durante a entrada solene em Havana, em que aparecia ao lado de Fidel/C. Cienfuegos, outro comandante não comunista desaparecido em circunstâncias misteriosas nos primórdios da revolução.
Nomeado comandante da fortaleza La Cabaña, para onde eram levados presos políticos, Che Guevara

converteu-a em campo de extermínio.
Nos 6 meses sob seu comando, 200-e-poucos desafetos foram fuzilados, sendo que apenas uma minoria era formada por torturadores/agentes violentos regime de Batista.
A maioria era apenas gente incômoda. 
N.Vilaboa, membro do Movimento 26 Jul e assessor de Che em La Cabaña, conta agora ter levado ao gabinete do chefe um detido chamado J.Castaño, oficial de inteligência do Exército de Batista.
Sobre Castaño não pesava nenhuma acusação que pudesse produzir uma sentença de morte.
Fidel chegou a ligar pra Che pra depor a favor de Castaño.
Tarde demais.
Enquanto dava voltas em torno de sua mesa/cadeira onde estava o militar, Che sacou a pistola 45 e matou-o ali mesmo com balaços na cabeça. Em outra ocasião, Che foi procurado por uma mãe desesperada, que implorou pela soltura do filho, um menino de 15 anos preso por pichar muros  com inscrições contra Fidel.
Um sd informou a Che que o jovem seria fuzilado dali a alguns dias.
O cmt, então, ordenou que fosse executado imediatamente, "pra que a senhora não passasse pela angústia duma espera mais longa". 
Em seu diário da campanha em Sierra Maestra, Che antecipa o seu comportamento em La Cabaña.
Elle descreve com naturalidade como executou E.Guerra, um rebelde acusado de colaborar com os sd de Batista :

"Acabei com o problema dando-lhe um tiro com uma pistola calibre 32 no lado direito do crânio, com o orifício de saída no lobo temporal direito. Ele arquejou um pouco/estava morto. Seus bens agora pertenciam-me"
Em outro momento, Che decidiu executar 2 guerrilheiros acusados de ser informantes de Batista.
Ele disse :
"Essa gente, como é colaboradora da ditadura, tem de ser castigada com a morte"
Como não havia provas contra a dupla, os outros rebeldes presentes opuseram-se à decisão de Che.
Sem dar-lhes ouvidos, elle executou os 2 com a própria pistola.
Essa frieza/crueldade sumiram atrás da moldura romântica que emprestaram-lhe, construída pelos mesmos ideólogos que atribuíram a elle a frase famosa - "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás".
Frase criada pela propaganda esquerdista.
Como o jovem aventureiro que excursionou de motocicleta pelas Américas tornou-se um assassino cruel e maníaco... o jornalista americano Jon Lee Anderson, autor da mais completa biografia de Che, escreveu que elle era um fatalista - e esse fatalismo aguçou-se depois que juntou-se aos guerrilheiros cubanos.
"Prelle, a realidade era apenas uma questão de preto/branco. Despertava toda manhã com a perspectiva de matar/morrer pela causa"...
...afirma Anderson.
Ernesto Guevara Lynch de la Serna nasceu em 14 Mai 28, numa família de esquerdistas ricos na Argentina.
Sofreu de asma a vida inteira.
Antes de formar-se em medicina, profissão que nunca exerceu de fato, viajou pela América doSul durante 8 meses.
Depois de terminada a faculdade, saiu da Argentina pra nunca mais voltar.
Encontrou-se com Fidel Castro no México, 55, onde aprendeu técnicas de guerrilha.
No ano seguinte, participou do desembarque em Cuba do pequeno contingente de revolucionários.
Depois de 2 anos de combates na Sierra Maestra, Fidel tomou o poder em Havana.
Che ocupou-se 1º dos fuzilamentos e, depois, da economia, assunto do qual nada entendia.
José Illan, que foi vice-ministro de Finanças antes de fugir de Cuba, contou a VEJA que o argentino "desprezava os técnicos e tratava a nós, os jovens cubanos, com prepotência".
No comando do Banco Central e depois do Ministério da Indústria, Che começou a nacionalizar a indústria e foi o principal defensor do controle estatal das fábricas.
"Che era um utópico que acreditava que as coisas podiam ser feitas usando-se apenas a força de vontade"...
...diz o historiador Pedro Corzo, do Instituto da Memória Histórica Cubana, em Miami.
Como resultado de sua "força de vontade", a produção agrícola caiu pela metade e a indústria açucareira, o principal produto de exportação de Cuba, entrou em colapso.
Em 63, em estado de penúria, a ilha passou a viver da mesada enviada pela então U.Soviética.
Não havia mais o que Che pudesse fazer em Cuba.
Era ministro da Indústria, mas divergia de Fidel em questões relativas ao desenvolvimento econômico.
De maneira simplista, elle acreditava que incentivos morais tinham maiores probabilidades de estimular o trabalho.
Che também tornou-se crítico feroz da U.Soviética, da qual o regime cubano dependia pra sobreviver.
Não por discordar do Kremlin, mas porque julgava os soviéticos tímidos na promoção da revolução armada no 3º Mundo.
Pra livrar-se dele, Fidel mandou-o como delegado à Assembléia-Geral ONU 64.
Em 65, Che foi secretamente combater no Congo, à frente de sd cubanos.
Ali, paralisado por incompreensíveis rivalidades tribais, derrotado no campo de batalha/

abatido pela diarréia, Che propôs a seus comandados lutar até a morte.
Mas, foi demovido do propósito pela soldadesca, que não aceitou o sacrifício numa guerra sem sentido.
Daí em diante o argentino tornou-se uma figura patética.
Em Havana, Fidel divulgara a carta em que elle renunciava à cidadania cubana/anunciava

disposição levar guerra revolucionária a outras plagas.

Pego de surpresa pela leitura prematura do documento, Che ficou no limbo sem ter pronde voltar.
"Sua vida foi uma seqüência de fracassos"...
...disse a VEJA o historiador cubano Jaime Suchlicki, da Universidade de Miami.
"Como médico, nunca exerceu a profissão. Como ministro/embaixador, não conseguiu o que queria.Como guerrilheiro, foi eficiente apenas em matar por causas sem futuro"
Na falta de opções, Che escolheu a Bolívia pra sua nova aventura guerrilheira.
Elle lutaria em território montanhoso/inóspito/imerso selva/sem falar dialeto indígena dos camponeses bolivianos.
O plano original era adentrar, pela fronteira, a província argentina de Salta.
Mas, um contingente exploratório foi aniquilado rapidamente pelo exército daquele país.
A missão boliviana era, de todos os pontos de vista, suicida.
Ainda assim, Fidel apoiou-a, a ponto de designar alguns soldado de seu exército pro destacamento guerrilheiro.
O ditador cubano também equipou/financiou a expedição, com a qual manteve contato até que seu fracasso tornou-se evidente. 
Além da falta de apoio do povo boliviano, que tratou os cubanos chefiados por Che como um bando de salteadores, a expedição fracassou também pela traição do Partido Comunista Boliviano.
VEJA perguntou a um de seus mais altos dirigentes dos anos 60, JC Quiroga :
"O PCB traiu Che Guevara...".
Resposta de Quiroga : "Sim". A explicação... "Nosso partido era afinado com Moscou, onde a estratégia de abrir focos de guerrilha como a de Che estava há muito desacreditada".
Quiroga era amigo pessoal do então ministro da Defesa da Bolívia e conseguiu que as mãos do cadáver de Che Guevara fossem decepadas/mantidas em formol/entregues a ele.
"Por anos guardei as mãos de Che debaixo da minha cama num grande pote de vidro. Um dia meu filho deparou com aquilo e quase entrou em pânico"...
...conta Quiroga.
Anos mais tarde, coube a Quiroga a missão de entregar o lúgubre pote com as mãos de Guevara à Embaixada de Cuba em Moscou.
A morte de Che foi central pra estabilização do regime cubano nos anos 60, de acordo com o polonês naturalizado americano Tad Szulc, na sua celebrada biografia de Fidel.
O fim do guerrilheiro argentino ajudou o ditador a pacificar suas relações com Moscou e ainda forneceu-lhe um ícone de aceitação mais ampla que a própria revolução.
O esforço de construção do mito foi facilitado por vários fatores.
Quando morreu, Che era uma celebridade internacional.
Boa-pinta/saía ótimo nas fotografias.
A foto do pôster que enfeita quartos de milhões de jovens foi tirada num funeral em Havana, ao qual compareceram o filósofo francês Jean-Paul Sartre - que exaltou Che como "o mais completo ser humano de nossa era" - e sua Mulher, a escritora Simone de Beauvoir.
A foto 60 só ganhou divulgação mundial 7 anos depois, nas páginas da revista Paris Match.
2 meses mais tarde, Che foi morto na selva boliviana e Fidel fez um comício à frente duma enorme reprodução da imagem, que preenchia toda
a fachada dum prédio público cubano.
Nascia o poster.
3 fatos ajudaram a consolidar o mito.
) Foi a morte prematura de Che, que eternizou sua imagem jovem.
      Aos 39 anos, elle estava longe de ser um adolescente quando foi abatido, mas a pinta de galã garantia-lhe um aspecto juvenil.
      O fim precoce também salvou-o de ser associado à agonia do comunismo. 
A decadência física/política de F.Castro, desmoralizado pela responsabilidade no isolamento-atraso econômico que afligem o povo
cubano, dá uma ideia do que poderia ter acontecido com Che, que era apenas 2 anos mais jovem que o ditador. 
) A ajuda involuntária de seus algozes.
      Preocupados em reunir provas convincentes de que o guerrilheiro célebre estava morto, os militares
bolivianos mandaram lavar o corpo/aparar-pentear sua barba e cabelo.
      Também resolveram trocar sua roupa imunda.
      Tudo isso pra poder tirar fotos em que elle fosse facilmente identificado.
      O resultado é um retrato com espantosa semelhança com as pinturas barrocas do Cristo morto de expressão beatificada.
) Veio do contexto histórico. 
      Che morreu às vésperas dos grandes protestos em defesa dos direitos civis/agitação movimentos estudantis/revolução costumes  contracultura - turbulências que marcaram 68.
      Era um personagem perfeito pra ser símbolo da juventude de então, que definia-se pela "determinação exacerbada/narcisista conseguir tudo
aqui-e-agora", como escreveu o mexicano J.Castañeda, em sua biografia de Che.
A história, no entanto, mostra que o Homem era muito diferente do mito.
Mas, quem resiste...
...neste mês, nos EUA, o cubano G.Villoldo, chefe da equipe da CIA que participou da captura do guerrilheiro, vai leiloar uma mecha de cabelo de Che.
Se houve um ganhador da Guerra Fria, foi Che Guevara.
Ele morreu e foi santificado antes que seu narcisismo suicida/crimes que decorreram delle pudessem ser julgados com distanciamento, sob uma luz mais civilizada, que faria aflorar sua brutalidade com nitidez .
Pobre F.Castro.
Enquanto Che foi cristalizado na foto hipnótica de A.Korda, ele próprio, o supremo comandante, aparece cada dia mais roto/macilento/caduco, enquanto desmancha-se lentamente dentro dum ridículo agasalho esportivo diante das lentes  câmeras TV estatal cubana.
O método de luta política que Guevara adotou já era errado em seu tempo.
No rastro de suas concepções de revolução pela revolução, a A.Latina foi lançada num banho sangue/onda destruição ainda não inteiramente avaliada e, pior, não totalmente assentada.
O mito em torno de Che constitui-se numa muralha que impediu até agora a correta observação de alguns dos mais desastrosos eventos da história contemporânea das Américas.
Está passando da hora de essa muralha cair.
A FRASE MAIS FAMOSA ATRIBUÍDA A GUEVARA É...
"Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura"
...OUTRAS MENOS CONHECIDAS REVELAM SUA REAL PERSONALIDADE :
"Estou na selva cubana, vivo e sedento de sangue" >>> Carta à esposa, Hilda Gadea, em Jan 57
"Fuzilamos/seguiremos fuzilando enquanto for necessário. Nossa luta é uma luta até a morte"
"O ódio intransigente ao inimigo (...) converte (o combatente) numa efetiva/seletiva/fria máquina de matar. Nossos sd têm de ser assim" 
O mundo tomou outro rumo_
CUBA_
Apesar de tentar exportar sua revolução, a ilha tornou-se a vitrine de seu fracasso.
Sem liberdade política/econômica, o país é um museu de prédios/carros/dirigentes decrépitos, onde comida-combustíveis-energia são
racionados.
BOLÍVIA_
O foco guerrilheiro de Guevara foi derrotado pela população pobre da Bolívia, que negou ajuda e ainda delatou o grupo.
CONGO_
Guevara e um contingente de cubanos lutaram ao lado do chefe tribal Laurent Kabila contra o coronel Mobutu.
Em 97 Kabila finalmente derrubou Mobuto,  mas foi assassinado 01.
Em seu curto governo, 3.000.000 pessoas foram mortas em guerras tribais.
CHINA_
A ideologia de Mao Tsé-tung, que Guevara citava como modelo de comunismo,  foi sepultada pelos chineses.
COMUNISMO_
Depois da queda do Muro de Berlim, a ideologia será lembrada sobretudo como a responsável pela morte de 100.000.000 pessoas.
VIETNÃ_
Na frase famosa, Guevara propôs criar "2/3/muitos Vietnãs".
Acertou.
A globalização economia está criando Vietnãs pelo mundo - países adeptos economia

mercado, com rápido crescimento econômico/aliados EUA.
O ÚLTIMO DIA DO GUERRILHEIRO
"A ordem de execução veio pelo rádio"
Maltrapilho/sujo, Guevara posa com os soldados que o capturaram na vila de La Higuera, onde seria morto.
A seu lado, assinalado, está o agente da CIA F.Rodríguez .
F.Rodríguez foi uma das últimas pessoas a conversar com Che Guevara.
Mais do que isso, foi ele quem recebeu/transmitiu a ordem pra que o guerrilheiro fosse executado.
Cubano exilado EUA, ele era o operador de rádio enviado à Bolívia pela CIA pra auxiliar na caçada e, também, pra ajudar a identificar Guevara. Veterano da fracassada invasão da Baía dos Porcos, 61, Rodríguez vive hoje em Miami, aos 66 anos.
Ele falou ao repórter D.Teixeira.
COMO CHEGOU A ORDEM PRA MATAR CHE...
As instruções que recebi nos EUA eram pra poupar sua vida.
A CIA sabia da divergência de ideias entre Che/Fidel e acreditava que, a longo prazo, elle poderia cooperar com a agência.
A ordem pra sua execução veio por rádio, duma alta autoridade boliviana.
Era uma mensagem em código :

"500, 600"...
...o primeiro nº, 500, significava Guevara. O segundo, que elle deveria ser morto.
Tentei em vão convencer os militares bolivianos a permitir que elle fosse levado pra ser interrogado no Panamá.
Eles negaram meu pedido e deram-me um prazo.
Eu deveria entregar o corpo de Guevara até as 2h da tarde.
Perto das 11:30h, uma senhora aproximou-se de mim e perguntou quando iríamos matá-lo, pois ouvira no rádio que Che havia morrido em combate.
Naquele momento compreendi que a decisão de executá-lo era irrevogável.
COMO FOI SUA ÚLTIMA CONVERSA COM elle...
Fui até o local de seu cativeiro e disse a ele que lamentava, mas eram ordens superiores.
Che ficou branco como um papel.
"É melhor assim. Eu nunca deveria ter sido capturado vivo"...
...falou.
Tirou o cachimbo da boca e pediu-me pra que o desse a um dos soldado.
Ofereci-me pra transmitir mensagens à sua família.
"Diga a Fidel que esse fracasso não significa o fim da revolução, que logo ella triunfará em alguma parte da A.Latina"...
...elle falou em tom sarcástico.
Aí lembrou da esposa.
"Diga a minha senhora que case-se outra vez e trate de ser feliz"...
...foram suas últimas palavras.
Apertou a minha mão/deu-me um abraço, como se pensasse que eu seria o carrasco.
Saí dali/avisei a um tenente armado com uma carabina M2, automática, que a ordem já tinha sido dada.
Recomendei a ele que atirasse da barba pra baixo, porque supunha-se que Che havia morrido em combate.
Eram 13:10h quando escutei o barulho de tiros.
Che Guevara tinha sido morto.
COMO FOI O SEU 1º CONTATO COM CHE GUEVARA...
Cheguei a La Higuera de helicóptero em 09 Out, um dia depois da captura de Che Guevara.
Eu encontrei-o com os pés/mãos amarrados, ao lado dos corpos de 2 cubanos.
Sangrava duma ferida na perna.
Era um Homem  totalmente arrasado.
Parecia um mendigo.
COMO FORAM SUAS CONVERSAS COM CHE...
Nós nos tratamos com respeito.
Eu chamava-o de comandante.
Falamos de Cuba/outras coisas, mas elle permanecia calado quando as perguntas eram de interesse estratégico.
Houve momentos em que não consegui prestar atenção ao que elle dizia.
Ao olhar aquele Homem derrotado, vinha-me à mente sua imagem no passado, sempre altiva/arrogante.
COMO FORAM AS RELAÇÕES DE CHE COM A POPULAÇÃO NA BOLÍVIA...
Pra sobreviver, é essencial que uma força guerrilheira conte com o apoio da população local.
A aventura de Che na Bolívia foi um caso único em que uma guerrilha não conseguiu recrutar um único morador da área onde atuou.
Só um agricultor ganhou a confiança dos guerrilheiros, e mesmo esse acabou por passar informações que permitiram ao Exército armar uma emboscada.
Os poucos bolivianos que participaram da guerrilha eram dissidentes do Partido Comunista.
Nenhum camponês.
POR QUE O SENHOR FOI ENVIADO À BOLÍVIA...
O Exército boliviano estava totalmente despreparado pra enfrentar uma guerrilha.
A maior parte dos sd trabalhava na construção de estradas/ provavelmente jamais deram 1 tiro de fuzil.
Nos 1os embates, os guerrilheiros aprisionavam os soldados/tiravam suas roupas e soltavam-nos.
Foi então que o governo boliviano pediu ajuda aos EUA. 
No dia de sua morte, amarrado ao esqui dum helicóptero militar, Che Guevara foi levado do local da execução prum vilarejo chamado Vallegrande.
A brasileira H.Alves, repórter, e o fotógrafo A.Moura, então trabalhando pro Diário da Noite,

SP, viram a chegada do corpo, que foi levado pra lavanderia do hospital local.
Ali, Moura foi o único jornalista a fotografar o corpo de Guevara ainda sujo/vestido de trapos/

calçado botina artesanal couro.
Moura conseguiu fotografar o corpo antes da limpeza/arrumação.
"Che usava um calço num dos calcanhares, provavelmente pra corrigir uma diferença de tamanho entre 1 perna/outra"...
...lembra Helle.
Ela contou pelo menos 10 marcas de tiro no corpo do argentino.
"Os moradores tinham raiva delle e invadiram a lavanderia, mas, quando viram o corpo, passaram a dizer que elle parecia J.Cristo"...
...começara o mito. 

1 _

Marxismo - A Burrice Vermelha.
por Huascar Terra do Valle, Advogado/Escritor.

Por incrível que pareça, existem, principalmente em universidades, milhares intelectuais que confessam-se marxistas.
Ou seja, eles interpretam mundo/história sob ótica dum demente paranóico com incrível

capacidade distorcer fatos/apresentar maiores bobagens disfarçadas em profundas verdades.
Os postulados de Marx, apesar exibirem pomposo nome de "materialismo histórico", são tão ingênuos/absurdos que só podem ser entendidos como um efeito da fé, ou seja, duma

religião secular, pois, quando alguém começa a crer, pára de pensar.
Por exemplo, a badalada "luta de classes".

Marx afirma, solenemente que, por toda história, houve conflitos de classes, o que não passa duma obviedade infantil.
No entanto, desta premissa simplória ele conclui que maiores males da humanidade advêm da "luta" entre empresários/empregados e que o caminho, pruma "sociedade justa/solidária", seria operários cortarem garganta patrões, e, assumirem direção das empresas.
Ora, no século passado esta "solução" foi tentada dezena x, e, nunca deu certo.
Pra que insistir...
O grande erro de Marx é que, historicamente, a luta de classes mais importante tem sido entre cobradores/pagadores impostos.
No Brasil, por exemplo, a quadrilha dominante surrupia quase metade que produzem os cidadãos, e, o fruto desta roubalheira é principalmente distribuída entre as elites do poder, sob forma de altos proventos, sem falar na corrupção que, aqui, atinge proporções ciclópicas.
Suspeita-se do comércio de liminares/sentenças, até em tribunais superiores (quando os culpados são "punidos" com aposentadorias milionárias).
Chamar de exploradores aos empresários é duma burrice assustadora.
São eles que criam riqueza, que é distribuída por toda a sociedade, inclusive por meio de

salários pagos aos empregados.
São eles também que pagam impostos que sustentam GF.
Afirmar, como fazem comunistas-marxistas, que empregado apropria-se da "mais valia" de

empregado é outra idiotice.
É mais lógico supor que são os empregados que beneficiam-se da criatividade/coragem

assumir riscos dos empresários.
Tanto assim que países como URSS tentaram acabar com empresários e só conseguiram fazer com que operários trabalhassem instituindo regimes terror/campos de trabalhos

forçados (gulags).
No capitalismo, ao contrário, vigora o regime de recompensa, com melhores resultados/sem

necessidade exterminar milhões cidadãos, como ocorreu nos países comunistas.
Outra sandice comunista é o uso da palavra "imperialismo".
Os EUA venceram 2 GM e não apropriaram-se de nem um m2 território, enquanto a URSS

após II GM anexou dezenas de países e manteve-os subjugados a poder fuzis/tanques, como Hungria/Checoslováquia/Alemanha Oriental.
No entanto, comunas de todo mundo referem-se EUA como país imperialista e esquecem-se

da URSS, esta sim, a nação mais imperialista todos os tempos, que chegou a atingir

21.000.000km2.
Nota-se que os comunas vivem no mundo da lua, e, não cultivam menor compromisso

com realidade/coerência.
De fato, eles só desejam o poder, pra usar/abusar.
Outra mega-burrice vermelha consiste em não tirar proveito lições da História.
A experiência comunista, em essência, concentração de poderes num grupo dirigente

(exatamente o contrário da democracia) sempre colheu resultados pavorosos, como :

- criação duma nova aristocracia privilegiada (Nomenklatura) ;
- o genocídio milhões pessoas inocentes ;
- a instituição regimes policiais usam terror como instrumento social/político ;
- o espírito bélico que resulta sempre em guerras, com milhões mortos/destruição cidades ; e
- o fracasso econômico, chegando causar mortes aos milhões, por fome.
Na C.Norte governo chegou estimular população comer capim (apesar substancial ajuda

financeira China ex-comunista, hoje praticando 
capitalismo selvagem/pirataria econômica, além verdadeiro regime escravidão - operários

trabalhando 15h/dia, sem domingos nem feriados).

Em Cuba ocorrem muitas mortes por inanição, pois rações fornecidas governo são ridículas.
No entanto, é proibido médicos diagnosticar "inanição", sob pena irem parar em 1.000 e

poucas penitenciárias existentes.
Antes comunismo, o ditador F.Baptista mantinha apenas 6 penitenciárias, sem horrorosas merdácias de hoje, onde certos presos são punidos com banhos diários excrementos

humanos.
Mesmo assim, comunistas disfarçados de petistas nutrem sonho transformar Brasil numa

gigantesca Cuba.
Um comunista fanático como O.Niemeyer declarou que "o regime cubano é o que serve ao

Brasil".
Como não podemos considerar burro o grande arquiteto, temos que admitir que sofre de

demência parcial, quando trata-se de assuntos políticos.
O comunismo, uma verdadeira religião, baseada na fé, paralisa a razão, até mesmo de

sumidades como Niemeyer.
A verdade é que comunistas sabem fracasso comunismo, no entanto elles sempre imaginam-se fazendo parte Nomenklatura privilegiada.
Ninguém quer ser operário países comunistas, onde, pra começar, sindicatos são proibidos.
Em regimes coletivistas, como comunismo, sempre existe busca comunista perfeito.
No Camboja, Pol Pot, à procura comunista perfeito (ignorante/obediente) exterminou cerca

1/3 população, em seus campos de reeducação política.
Enquanto isso, fez gigantesca coleção crânios.
O caso Camboja lembra Inquisição, também torturou/matou barbaramente milhões supostos hereges/bruxas, em busca católico perfeito.
Os expurgos Stálin vitimaram cerca 60.000.000 soviéticos.
O holocausto nazista é outro exemplo busca purificação raça.
Todos regimes coletivistas, concentração poder, sempre levam tipo qualquer genocídio.
Os comunas sabem disto, no entanto, desejam ardentemente genocídio/tortura, pois

comunismo é religião do mal, derivado satanismo praticado Marx/Engels, alunos satanista

Moses Hess.
Como declarou pastor Wurmbrand, comunismo não passa fachada pro satanismo, onde ideal não é o bem, mas o mal.
Não à toa comunistas adoram badernas/"justiçamentos"/seqüestros/assaltos/guerrilhas/

invasões/revoluções/guerras.
Sempre pregam violência como arma política.
Em BêH, um prefeito comunista até erigiu altar a Satan, estátua do demo, em plena via

pública, sugerindo existência algum pacto demoníaco.
Triste é constatar que, no Brasil que tem presidência comunista tendo Cuba como modelo

ideal, consideráveis avanços têm sido feitos sentido  comunização País, sem que grande

maioria população/mídia percebam este desastre.
O MST (terroristas rurais protegidos GF) é um bom exemplo.
Como disse John Philpot Curran :

"O preço da liberdade é a eterna vigilância"
Além de burros, os comuno-petistas-socialistas-social-democratas são também

absolutamente cretinos.
Pra constatar basta ver propaganda do PT.
Com maior cara-de-pau seduzem eleitorado prometendo "liberdade"/"democracia",

quando intenção delles é instaurar tirania/Estado policial-terrorista, conforme fizeram todos

países.
Ou alguém acredita que elles vão mudar...
Hugo Chávez que o diga...

quinta-feira, junho 16, 2011

Lei para roubar

petrobras_superfaturamento

Em meu último post falei da dificuldade que é encontrar algumas informações dos órgãos oficiais. A simples relação das comendas ofertadas pelo governo federal e seus ministérios é cuidada como segredo de estado. Pois agora eis que os parlamentares irresponsáveis, mais comprometidos em ajoelhar-se diante do trono fincado no Palácio do Planalto do que questionarem se as propostas por eles votadas, oriundas do Poder Executivo, são potencialmente lesivas aos cofres públicos e aos interesses populares, aprovam a lei que permite obras para a Copa do Mundo e para a Olimpíada com flexibilização das licitações.

“Flexibilizar” as licitações, por mais estúpida que possa parecer, e é, não é o mais grave na malfadada lei. Escondidinho no texto está a garantia de “segredo sobre o orçamento”. Será esta coisa também questão de segurança nacional do mesmo modo que são, alegadamente, os gastos com os cartões corporativos da presidente?

As licitações, que existem desde os primórdios da República, têm como finalidades: 1. Permitir que o poder público compre produtos e serviços pelo menor preço; 2. Incentivar a livre iniciativa, de modo que cada fornecedor dite o preço que acha justo e o Estado contrate o que for menos dispendioso, mantendo-se a qualidade desejada; 3. Transparência no processo de compras. Lançado o edital e recebidas as propostas, os envelopes são abertos na presença de todos os interessados, sendo eles próprios fiscais oficiosos das transações. Sem licitações esses três princípios são apagados da moralidade oficial.

E se ouvem protestos roucos, seja da oposição, seja da sociedade civil, seja de autoridades de setores outros, mas nenhuma atitude séria, apenas larilari de comadres despeitadas. Deixamo-nos lesar com um sorriso subserviente pendurado na cara e a carteira nas mãos para jogarmos mais dinheiro aos porcos.

Fechado o processo licitatório, cabe ao órgão contratante prestar contas ao público das despesas. O segredo injustificado desses orçamentos, que são e serão bilionários, complementa o abuso que será feito com a dinheirama que será despejada no oba-oba desses eventos.

Nos Jogos Panamericanos do Rio o orçamento oficial foi sobrevalorizado em mais de 5000%, sem qualquer punição ou investigação profunda, e agora, que sequer sabemos qual e o orçamento, em quanto montará o rombo?

Com todo o processo literal e pouco real de fiscalização existente o roubo é a regra, como acreditar que haverá lisura com tantas obras e contratos em execução, sem fiscalização, sem publicação no Diário Oficial da União, sem prestação de contas, sem transparência?

A Itália pode não boicotar a Copa de ’14, assim como a população lesada e sorridente também não o fará, mas deveria boicotar qualquer negócio feito por esse governo abarrotado de desonestos e sustentado no apoio de fichas-sujas.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, junho 15, 2011

Política pública é esconder do público

Ordem Rio BRanco

Definitivamente, público só serve para dar votos, pagar impostos e ser lesado por aqueles a quem elegeu e, se bobear, pelos não eleitos também. Servir a esse público é apenas retórica de discurso eleitoreiro e mise-em-scène de quem assumiu cargo público, seja por votos, por concurso ou pela janela.

É lei o direito do cidadão de requerer informações sobre o andamento dos despachos administrativos, os destinos dados aos nossos impostos, atos dos ministérios, prefeituras, secretarias municipais, estaduais ou federais, órgãos oficiais, enfim, da máquina que nos move movida por nosso dinheiro suado e extorquido. É verdade que muitos desses atos e medidas, por motivo alegado de segurança ou segredo de estado são vetados para o conhecimento público.

Requerer, porém, é muito distante de ter seus requerimentos atendidos.

Já há algumas semanas venho desejando escrever artigo sobre as condecorações oficiais ofertadas pelo governo federal, seja pela Presidência da República, seja pelos ministérios. Foi dado início às pesquisas por sites. Não é nada fácil encontrar dados sólidos em jornais, enciclopédias ou sites ordinários. Assei a pesquisar diretamente nos sites dos ministérios. Surpreendentemente, nada consta, nem mesmo no Itamaraty, detentor das decisões sobre a entrega das principais condecorações nacionais, a Ordem de Rio Branco e a Ordem do Cruzeiro do Sul.

Passei a enviar e-mail – outra missão árdua – para as Secretarias de Comunicação Social desses sites, solicitando informações sobre qual as comendas oferecidas e uma lista dos condecorados, se não todos, pelo menos dos últimos anos.

Me respondeu o Ministério da Cultura:

Acusamos o recebimento de sua mensagem.
A qualquer momento é possível complementar/alterar os dados pessoais registrados, como também consultar a mensagem, acessando o endereço eletrônico:
http://fale.cultura.gov.br/sisouvidor/autoatendimento/consulta/formularioConsultaMensagem.jsp
Para a sua segurança, solicitamos informar:
(vem um número de protocolo e senha).

A informação solicitada, propriamente dita, nem pensar.

O Ministério de Minas e Energia mandou uma mensagem tão irritante que a deletei, mas seu conteúdo resumia-se e pedir-me cargo ou função, se ativo ou aposentado, e outros dados cadastrais, como se fosse eu um funcionário daquela casa, para, depois de analisar meus dados, me responder. Devo deduzir que só pode ter direito a uma resposta quem for funcionário da casa e amiguinhos “dos homens”?

A melhor veio do Ministério das Relações Exteriores, o centenário Itamaraty. Me enviaram o seguinte e-mail:

Em 13 de junho de 2011 16:15, Paula Cristina Pereira Gomes <paula.gomes@itamaraty.gov.br<mailto:paula.gomes@itamaraty.gov.br>> escreveu:

Prezado Senhor (a),
O Ministério das Relações Exteriores condecora autoridades e personalidades por meio de duas ordens honoríficas: a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul (ONCS) e a Ordem de Rio Branco (ORB). Seguem, abaixo, links para as páginas de cada uma das Ordens, nas quais o (a) Senhor (a) poderá encontrar as informações que busca.
Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul: http://www2.mre.gov.br/cerimonial/CruzeirodoSul/Home-CS.htm
Ordem de Rio Branco: http://www2.mre.gov.br/cerimonial/RioBranco/Home-RB.htm
Atenciosamente,
Secretária Paula Cristina Pereira Gomes
Cerimonial - Coordenação-Geral de Protocolo
Tel  55 61 3411-8047
Fax 55 61 3411-6420

Por faltar a listagem dos homenageados, retornei o e-mail solicitando esta relação e eis que recebo:

Prezado Senhor Marcos,
Informo de que a lista de agraciados com a ONCS e com a ORB é bastante extensa e que, por tratar-se de informação para uso interno, não podemos enviá-la para o Senhor. Podemos, no entanto, pesquisar se alguma pessoa específica foi condecorada. Para isso, apenas precisaria que o Senhor nos enviasse o nome a ser pesquisado.


Atenciosamente,
Secretária Paula Cristina Pereira Gomes
Cerimonial - Coordenação-Geral de Protocolo
Tel  55 61 3411-8047
Fax 55 61 3411-6420

Ah, bom, é muito trabalho anexar a um e-mail a lista por ela ser extensa, como se ainda estivéssemos nos tempos pré-informáticos em que um bedel teria que escarafunchar milhares de gavetinhas de arquivos, caneta na mão e bloquinho de papel na outra. Não bastasse, ainda vem o complemento: por tratar-se de informação para uso interno, não podemos enviá-la para o Senhor. O pessoal do Itamaraty não sabe que: 1. O ministério é um órgão público e ao público merece satisfação? 2. As condecorações não são ofertadas pelo Itamaraty, mas pelo “povo brasileiro”, sendo o órgão oficial apenas o intermediário que leva ao agraciado o reconhecimento da nação em forma de medalha?

Dos demais ministérios, nenhuma resposta, principalmente do Ministério da Defesa, aquele que acaba de condecorar o ex-terrorista que se borrou antes de levar uma bifa do Coronel Curió, José Genoíno.

Pedir muito? Achei que seria mais fácil. Mas, depois fiquei matutando com meus botões e fecho-eclairs, se está sendo tão difícil descobrir quais são nossas comendas oficiais e a quem elas foram ofertadas, deve ser praticamente impossível saber em que são gastos os créditos dos cartões corporativos da presidência da República, da vice-presidência e de seus assessores de segurança.

Para completar, Sarney ordenou e o rebutalho parlamentar aderiu: aos brasileiros não cabe o direito de conhecer sua história, documentos secretos deverão ficar secretos para todo o sempre.

Quanto às medalhas, me resta apelar para o IPHAN e à Biblioteca Nacional, embora sem muita esperança já que esses dois órgãos estão infestados de vermelhinhos acostumados a esconder.

 

©Marcos Pontes

terça-feira, junho 14, 2011

Dilma e Lula, um final à vista

sponholz-lua-de-mel

Politicamente sou apenas meio burro, de vez em quando aprendo alguma coisa, mesmo que empiricamente. Entre as poucas coisas que aprendi foi que, quanto mais próximo do cume da pirâmide eleitoral o sujeito se encontra, menos fala espontaneamente, torna-se porta voz de seus financiadores de campanha, dos seus assessores mais poderosos, dos cardeais do seu partido e, mais enfiado na moita do que calango tímido, do seu marqueteiro.

A Dilma, a bola da vez em quem devo descarregar minha espingarda de sal, daquelas que não matam, e nem prego isso, mas ardem um bocado quando atingem a bunda, desde o início de seu mandato vem contrariando alguns discursos repetitivos de seu ancestral, o ex-graçasaDeus-presidente. Se não, vejamos: Não ficou com o megalômano Celso Amorim no Itamaraty, mesmo sob constante insistência de Lula, preferiu um ministro também sonhador vermelho, mas mais low-profile; depois de uma campanha em que o ex lançou o mote das privatizações tucanas como um malefício para o país, ela partiu para a privatização dos aeroportos – pelo menos a parte externa do negócio -, algo que nem o mais liberal dos tucanos havia desejado publicamente; mais recentemente, mesmo todo mundo sabendo que houve p dedo mindinho da mão direita de Lula na demissão de Palocci, ela, através de seus luas pardas, como Vaccarezza, Suplicy e a Globo News, fez questão de espalhar que ela havia decidido sozinha a troca da chefia da Casa Civil e que agora tomava de vez as rédeas do governo. É mentirinha, mas com auxílio da imprensa canina a mentirinha colou.

Dou-me a ousadia de discordar das análises de Reinaldo Azevedo, grande mestre da análise política crítica e oposicionista, ídolo de nove em cada grupo de oito opositores, segundo minhas pesquisas à guisa de Vox Populi. Prefiro ficar com o Nivaldo Cordeiro, com algumas discordâncias, que vê mais claramente o distanciamento entre a atual e o ex, propositadamente. Nivaldo vê Dilma distanciando-se, mas sem força de encarar Lula em sua volta em 2014, candidatura esta já lançada por idiotas (desculpem a grosseria, mas não encontro outro adjetivo mais propício), como Ciro Gomes, o eterno candidato a coisa nenhuma e continua ganhando nada. Nivaldo não vê qualquer petista capaz de fazer sombra a Lula e vencê-lo, já eu prefiro ficar com um pé atrás e de olho nas manobras do marqueteiro João da Couves que vem orientando Dilma e seu staff. Nivaldo parece esquecer que ninguém acreditava que ela se elegesse, nem mesmo ele cria, e até duvidava que o próprio Lula cresse. Chamaram-na de “poste” – eu também quase chamei -, louvaram sua incompetência administrativa, suas mentiras contumazes, sua inexperiência eleitoral... E deu no que deu.

Uma outra coisa que aprendi é que o dono do cheque jamais perde uma eleição, a não ser que tenha pisado em muitos calos que poderiam ser amigos antes da eleição. Este pecado Dilma pode cometer, e espero que cometa, mas ela tem o cheque agora, dinheiro que pagamos durante cinco meses de trabalho, para ela comprar votos, amigos, base parlamentar, cabos eleitorais famosos como apresentadoras de televisão, pobres famintos – que ela e seu ex insistem em dizer que acabaram, mas continua fazendo campanha para acabá-los – e celebridades, sejam as mais duradouras, como Bono Aproveitador Vox, sejam as nescafé, que são efêmeras e já vem prontas da fábrica. O que lhe falta é o que o marqueteiro vem orientando-a a fazer: distanciar-se da sombra de Lula, de preferência contrariando-o de vez em quando e ela não tem perdido a oportunidade.

Aproveitando-se dos 80 anos de FHC ela escreveu a carta-homenagem onde afirma, do alto de seu troninho de presidente, coisas que Lula sempre negou admitir, sequer para amigos em boteco (se bem que está longe o tempo em que ele freqüentava botecos menos chiques que os Fasano da vida). São trechos da dita carta:

“O acadêmico inovador, o político habilidoso, o ministro-arquiteto de um plano duradouro de saída da hiperinflação e o presidente que contribuiu decisivamente para a consolidação da estabilidade econômica.”(...)”O espírito do jovem que lutou pelos seus ideais, que perduram até os dias de hoje"(...)"Esse espírito, no homem público, traduziu-se na crença do diálogo como força motriz da política e foi essencial para a consolidação da democracia brasileira em seus oito anos de mandato"(...)"Não escondo que nos últimos anos tivemos e mantemos opiniões diferentes, mas, justamente por isso, maior é minha admiração por sua abertura ao confronto franco e respeitoso de ideias. Querido presidente (grifo meu), meus parabéns e um afetuoso abraço.

Se é bom ou ruim, nem preciso dizer, quem me conhece sabe que tenho asco ao PT e qualquer coisa que venha dele, mas para mim é bem claro que ela, com apenas seis meses de mandato, está sempre dando uma afastadinha em Lula. Ele e o João das Couves devem pensar “já foi construída do nada uma vez, quem sabe não dá outra zebra e puxa o tapete do coronel?”. E só por ela poder passar-lhe a rasteira, e espero que sem reeleger-se, porque aí seria demais para meu fígado, já é uma boa coisa.

 

©Marcos Pontes

quinta-feira, junho 09, 2011

Um assassino mora ao lado

Battisti

Como era de se esperar, lá vem retaliação por conta da decisão de Lula em dar “asilo político” ao terrorista julgado e condenado a prisão perpétua em seu país, o italiano Cesare Battisti.

Os advogados da Itália anunciaram que recorrerão ao tribunal Internacional de Haia solicitando a anulação do veredito do Supremo Tribunal Federal, que, resumidamente, segundo o entendimento deste leigo, sustenta que o presidente da República é autônomo na decisão de abrigar o estrangeiro que pedir asilo político e que a Itália, em nome de nossa autonomia, não pode endereçar recurso à nossa primeira corte.

Primeiro, Battisti não foi julgado por crime político, mas por assassinato. Por mais que as motivações tenham sido políticas, e ao que parece não o foram – li as decisões da corte italiana e o processo refere-se a vingança e crime por razões financeiras, como as causas dos quatro assassinatos – o assassinato não pode ser impune. Segundo, em nome de nossa autonomia ferimos gravemente a autonomia da Itália, país democrático que, com advogado, promotor, jurados, testemunhas e transparência, julgou e condenou o assassino. Se foi à sua revelia foi porque o réu encontrava-se foragido. Nossa legislação não permite o julgamento à revelia, mas a italiana, sim. E quem somos nós para condenarmos essa peculiaridade se nosso direito é uma imitação do direito romano?

Político, ao que tudo parece, foi o julgamento no Brasil, não o italiano. Nossos juízes, em sua maioria indicados para a suprema corte pelo presidente petista, com a mentalidade esquerdista libertou o bandido.

Os casos são bem diferentes, mas impossível não fazer o paralelo entre os casos Battisti e Cacciola. O bandido brasileiro refugiou-se na Itália por ter dupla cidadania e por esse mesmo motivo não foi repatriado, como solicitaram nossas autoridades. Me lembro da fúria dos governistas, da oposição de então, capitaneada pelo PT, e da imprensa. Como a Itália ousava dar guarida a um bandido julgado e condenado no Brasil? Todos nós furiosos com a negativa de mandar de volta aquele a quem condenáramos. Este caso é diferente. Battisti é italiano, não tem qualquer vínculo ancestral com o Brasil e só correu para cá porque sempre fomos acoitadores de bandidos. Ronald Biggs, Joseph Mengele, Strossner, e sabe-se lá quantos outros bandidos judeus, árabes e nazistas se esconderam e se escondem em nossas matas, fazendas e selvas de pedra?

Não bastasse nossas fronteiras estarem sempre abertas para os bandidos amigos, contamos também com um supremo tribunal conivente com criminosos vermelhos, como se precisássemos de mais assassinos do que os tupiniquins que já temos.

Além de recorrer a Haia, que dizem os especialistas não terá sucesso devido à bendita autonomia brasileira, a Itália já disse que não estamos preparados para sermos uma potência e já tem movimentos populares pedindo o boicote à Copa do Mundo a ser promovida porcamente pelo Brasil.

Nessa queda de braço, se a Comunidade Europeia tomar as dores de um dos seus mais importantes componente, quem perderá? Se a Itália resolver fazer pente fino e deportar os turistas brasileiros como faz a Espanha com muita constância, quem perderá? Se a Itália resolver boicotar, além da Copa, os produtos brasileiros, quem perderá? Se a França, tão amiguinha dos nossos comunistas milionários, for pressionada pela Itália e tomar suas dores, quem perderá?

Já perdemos muito maculando nossa imagem ao recebermos de asas abertas Battisti, deixando sinal verde para que outros “criminosos políticos” europeus procurem os mesmos privilégios por aqui.

Se o presidente dos EUA ainda fosse Bush filho, provavelmente seríamos incluídos no Eixo do Mal, por sorte é um socialista quem comanda a maior potência da Terra.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, junho 08, 2011

Os bastidores da demissão de Palocci

dilma_palocci_pepino_charge
A desfaçatez é assustadoramente enojante. Quem acompanha a política mais pelas entrelinhas das notícias do que pelas manchetes já sabia que a queda de Palocci era inevitável, o nó estava em como fazer isso maculando o mínimo possível a imagem já não muito alva da presidente e de seu governo além do que já se previa. E aí é que abriu-se o balcão de negócios.
A imprensa, cheia de especialistas, fontes nos palácios e analistas renomados, se limita a reproduzir as informações oficiais. Raros são aqueles que contam, embora por alto, o que rolava nos corredores, linhas telefônicas e cantinhos escuros dos gabinetes dos envolvidos direta ou indiretamente na crise. Enganar as massas é missão dos políticos, ajudar nessa missão é papel investido pela imprensa conivente e covarde.
Insustentável, ocupante da segunda cadeira mais importante e desejada dessa República, Palocci tornou-se alvo dos oposicionistas oficiais, oposicionistas entre aliados e a opinião pública – a que se informa, pelo menos. Entre os aliados pró-forma o desejo não era descobrir seus mal feitos, as fontes de sua riqueza meteórica, mas o cargo de primeiro-ministro, também conhecido como ministro chefe da Casa Civil.
Dilma precisava substituí-lo por alguém de sua confiança e pouco sujo publicamente; Lula queria continuar mandando, exercendo seu terceiro mandato, por isso alguém do seu quartel general do que do da Dilma; Temer tinha o desejo, mais do que esperança, de emplacar um espião da sala ao lado (na verdade, acima) da da presidente; por fora corriam Força Sindical, PDT, free lancers, financiadores da campanha, lobistas e mais uma infinidade de gente que tenha ou deseje ter negócios com o governo federal.
Lula e Dilma marcaram uma reunião secreta entre si, em Brasília, que deveria ocorrer no domingo, mas a notícia vazou. Ficaram, então, pendurados ao telefone, cada um ouvindo suas luas pardas; Entre propostas, contra propostas e sugestões e imposições, tentavam chegar a uma definição de agrado mútuo e que, de quebra, não amassasse o acordo que o PT/governo tem com seu principal aliado, o PMDB.
Não se sabe de quem foi a idéia de colocar a Procuradoria Geral da República no circuito. Provavelmente de Lula, generalzinho que conhece bem os caminhos e descaminhos, que tem o procurador na algibeira do colete. Talvez o próprio Palocci, que de bobo não tem nada, e participou ativamente de toda a armação. Ele sabia que sairia, apenas queria sair sem quebrar pratos.
Na véspera do anúncio da demissão, na segunda-feira, sai o comunicado que a PGR não investigaria o ministro e sua suspeitíssima riqueza instantânea. A senha estava dada. Com a garantia de que não ficaria na ponta da faca do governo, poderia sair como se fosse vontade sua. Chama-se Vaccarezza e combina-se o discurso a ser repetido por todos, inclusive pela futura ministra, também já definida, consultada e aceitada. Palocci teria demitido-se para defender-se de acusações de cunho político. Aliás, bandido político nunca é perseguido por crime, mas por inveja da oposição.
E por que a Gleisi?
Não são poucos os motivos: 1. Ela conhece todo mundo no Congresso, onde trabalhou como assessora parlamentar; 2. É petista desde 89; 3. Trabalhou na coordenação política das campanhas de Lula e de Dilma; 3. Seu suplente no Senado é peemedebista, o que seria um agrado para o partido aliado; 4. Não tem podres revelados na imprensa; 5. Já foi assessora de Zeca do PT, quando este governava o Mato Grosso do Sul; 6. Já foi diretora de Itaipu, quando o ministro era o Silas Rondeau, que entrou em desgraça por receber R$ 100 mil de propina da Gautama, porém a titica não espirrou nela; 7. Por ser mulher, o que engrossaria o coro de sexismo que o governo assumiu desde a campanha; 8. É casada com Paulo Bernardo, hoje ministro da comunicações e cãozinho fiel do Lula, assim como ela, e carreirista profissional, assim como ela; 9. Tem toda a confiança de Lula e não conta com desconfiança explícita de Dilma. Outras razões devem existir, mas essas já me satisfazem para entender.
Quanto a Palocci? Bom, este saiu ganhando. Não vai ser investigado, não será sabatinado pelos colegas deputados, voltará à sua consultoria ainda contando com informações cocheira e deverá multiplicar sua fortuna vinte vezes nos próximos quatro anos. Logo, logo poderá estar tão rico quanto Lula ou Zé Dirceu.
O Brasil ganhou com sua saída? Não necessariamente. Põe-se um pano quente no escândalo, a imprensa muda de foco, a nova ministra agradará à imprensa canina e todos faremos de conta que tudo voltou à normalidade, como se a política nesse país e, principalmente no PT, algum dia foi norma.

©Marcos Pontes

segunda-feira, junho 06, 2011

O ministro 20 vezes, 20 saídas

tio_palocci

Que há algo de podre no Reino da Dilmamarca, tanto ou mais quanto havia no Reino de Lulamarca, não é novidade a não ser para os apaniguados que negam mesmo quando pegos com as mãos atoladas na botija e seus cúmplices alienados, dignitários das ditas bolsas sociais e sem nem mesmo a cartilha de aritmética capenga ou livros antididáticos que assassinam a concordância verbo-nominal, muito menos jornais e revistas, mesmo as minimamente informativas e que assistem a um ou outro telejornal e dizem-se bem informados.

O país mal parado por conta de um ministro do tipo palocciano, desculpe, palaciano de quatro costados que, pela segunda vez no mesmo cargo, pela segunda vez se encalacra. Na primeira por ter questionado cinqüenta mil reais que um caseiro de salário mínimo tinha em sua conta. Para desacreditar a testemunha, o caseiro, que afirmara o então ministro de estar em constantes reuniões na “mansão do lobby”, Palocci não se fez de rogado. Mandou ordem para o presidente da Caixa Econômica Federal para que este lhe enviasse o extrato da caderneta de poupança do pobre caseiro.

O Beócio, desculpe-me, presidente Lula até que se esforçou em fazer pouco caso do crime cometido pelo seu braço direito, mas não deu pra segurar. O demitiu, mas o manteve sob suas asas, prestigiado no partido, aquele mesmo partidinho que fez de conta que expulsou o tesoureiro mensalista, Delúbio, para, esfriadas as águas que o escaldaram, o readmitir com honras, pompas e circunstâncias. Deixaram Palocci mergulhado um pouquinho para logo em seguida o alçarem à deputadaria federal. Lá estava o amigo do Beócio, desculpem-me de novo, é o vício, o amigo do presidente nas esferas oficiais do poder.

Paralelamente às condições de deputado, assumia a carreira empresarial de lobista, consultor e palestrante, e coordenador político da campanha da candidata do Be..., ops!, presidente. O PT, Lula e os cardeais petistas mostravam, como mostraram quando do afastamento do antecessor de Palocci, o também lobistas, consultor econômico e palestrante José Dirceu, que seus quadros enlameados só são assim vistos pelos golpistas. Aliás, aqui cabe um parênteses: o PT é o único partido que não tem oposição, mas golpistas. Todos os que fazem alguma crítica às medidas governamentais merecem esse título, desde o cachaceiro do boteco da esquina até os mais renomados veículos de comunicação de massa, todos golpistas.

A cadeira de chefe da Casa Civil é maldita? Não, não existem maldições e Brasília é uma cidade muito nova para ter castelos assombrados. A maldição paira sobre a cabeça dos ocupantes desse cargo nos últimos oito anos e meio. José Dirceu, Palocci, Erenice e Palocci de novo. Até deu um refresco para a própria Dilma, aquela mais grossa do que papel de enrolar prego, como a define Cláudio Humberto. Dilma foi mantida na cadeira, a despeito de suas trapalhadas e mentiras, como o doutorado falsificado, o passado terrorista com especialização em explosivos bancado pelo feudo castrista caribenho, as traições aos companheiros de luta armada e ao marido-amélia que a endeusa ainda hoje, cicatriz de chifre à mostra na testa enrugada.

Ao ler nos jornais que a OAB, a mais populista-elitista entidade de classe nacional, os partidos de oposição e alguns da base assalariada, desculpem-me de novo, quis dizer base aliada do governo e, pasmem, até a Força Sindical, traduzida por Força Pelega de Associação de Sindicatos Venais, pedem a saída do ministro, fora o populacho, no qual me incluo, e a presidente fazendo de conta que não o conhece, deixando a pendenga se espalhar por semanas sem tomar uma atitude, me ponho a crer que Lula é mais macho que Dilma, embora as aparências não demonstrem.

Conhecendo a esquerda como conheço, ainda mais de braços dados com partidecos de meia tigela, como o PMDB do vice, o temerário Temer, imagino a pressão que Dilma sofre. Não para demitir Palocci. Uma coisa são as câmeras e microfones, utilizados para demonstrarem coesão entre os amiguinhos do cetro, outra bem diferente são as conversas e gritarias de bastidores.

Aliás, o temerário Temer e o próprio Palocci andaram batendo boca, quando o ministro exigiu que Temer obrigasse seus miquinhos amestrados, os deputados peemedebistas, a votarem contra o relatório de Aldo Rebelo sobre o Código Florestal, ou demitiria todos os ministros do partido de Temer. Quando que Temer, um highlander da política nacional, pendurado em qualquer palanque vencedor, deixar-se-ia dobrar por um sujeito que deixa o rabo à mostra cada vez que se mete numa falcatrua?

Temer deve não só pedir a cabeça de Palocci todas as manhãs em suas orações e todas as tardes em seus telefonemas para Dilma, como também aspirar poder indicar um homem seu para o lugar. Mataria muitos coelhos com uma porrada só: empregaria um amigo, teria um espião na antessala da presidente, ganharia reforço de cabos eleitorais na carona do ministro emplacado, aumentaria em alguns metros o balcão de negócios que é o governo federal e a Congresso... Enfim, presidiria mais do que Lula está presidindo.

Sabendo disso, o próprio Lula não perdeu a vigilância. Lembrem-se, leitores, que nos últimos dias de mandato ele falou que levaria a faixa residencial para casa. Levou. Não fisicamente, não de fato, mas de direito, em se tratando de assuntos políticos, a presidência ainda é dele. Na área econômica e estrutural nacional, não. Ele não comandava essas áreas nem quando era rei posto, por incompetência, inaptidão e desinteresse. Apenas reproduzia em seus discursos improvisados e desconexos os que os assessores e os presidentes de fato (Dulci, Dirceu, Berzoini, Greenhalgh, Ünger e alguns outros poucos sabidos por todos) lhe assopraram a respeito do que estavam fazendo com o país.

Quem Lula quer emplacar? A cada dia os jornais apresentam mais nomes: Gilberto Carvalho, Paulo Renato, Miriam Belchior, Padilha... e o próprio Palocci, claro. Como disse, sua podridão de caráter não assusta petistas, apenas enojam a oposição golpista.

Quem parece não ter qualquer candidato para o lugar é Dilma. A presidente não gosta de Palocci, mas teve que o engolir na cota de Lula, junto com Padilha, Paulo Renato, Lobão (num conluio entre Lula e Sarney) a Miriam Belchior e mais uns dois ou três. A saída dele seria um alívio para ela, mas ela não emplacaria um nome seu sem a aquiescência de Lula que, sabido, cantado e decantado, não abre mão de seu coronelismo.

Além de Temer e Lula, muito mais gente, com menos força e expressão, também tenta colar um nome nessa cadeira, mas nesse saco de gatos que é o governo, muito mais incompreensível e desarticulado do que o anterior, tudo é possível, inclusive nada. As fichas estão na mesa, mas as apostas ainda não se encerraram. A única certeza é que Palocci cai. Ou não.

Nem mesmo escândalos o governo/PT conseguiu produzir para fazer cortina de fumaça para esconder esse escândalo que para o país, o governo e o Congresso, sinal de que a substituição ou manutenção de Palocci é o que deveras interessa no momento. O resto é apenas cenário.

 

©Marcos Pontes

domingo, junho 05, 2011

O Analfabetismo Gera Pobreza II

analfabetismo

Este texto foi originalmente publicado em 18 de abril de 2008, mas, devido aos últimos relatos das batatadas cometidas pelo ministro da educação e seu staff de incompetentes, senti a necessidade de republicá-lo.

Que Educação é a base do desenvolvimento do cidadão e, por conseguinte, de toda a sociedade em que ele está incluído é discurso conhecido até mesmo pelo mais imbecil dos imbecis, inclusive pelo mais notório dos imbecis, o ex-presidente semianalfabeto, mas daí a ser combatido eficazmente e não apenas de cima dos palanques eleitorais e eleitoreiros – e esses dois conceitos têm ficado cada vez mais próximos já quase havendo uma fusão deles – é uma realidade utópica, tão ou mais do que a concretização desses socialismo defendido pelos gestores federais.

Não basta criar um piso salarial para os professores, construir escolas e não aparelhá-las corretamente, dar alimentação escolar de boa qualidade se não for cobrada a contrapartida dos regentes de sala e a qualificação adequada dos administradores escolares, a começar pelo próprio ministro da educação e seus assessores. Não adianta pagar bem – se bem que está longe o dia em que a média dos professores ganhe bem – aos professores se eles continuam mal preparados, pouco motivados e totalmente descompromissados com a qualidade, o que é mais do que a média dos componentes da categoria. Aumentar salário sem cobrar a qualidade de volta é premiar a incompetência. Se bem que premiar a incompetência como forma de comprar votos dos mesmos incompetentes é a práxis imutável de governos da esquerda.

Não bastassem os fiascos no ENEM, ENADE e concursos públicos e o deplorável kit gay, aparecessem agora os escândalos dos livros didáticos. A aceitação de material didático cheio de erros faz-nos pensar que o lobby das editoras, provavelmente pegando comissões aos técnicos responsáveis pela aprovação desse material, está acima da preocupação em melhorar o ensino do país, mesmo que isso continue a nos empurrar para o fim da lista das avaliações internacionais sobre a qualidade do ensino.

Vamos ao texto:

 

O Analfabetismo Gera Pobreza

Mais do que eternizar a pobreza, o analfabetismo gera a dita cuja. Ela impede a promoção social de famílias inteiras e, dependendo da região, de toda uma comunidade.

O Nordeste tem o dobro de analfabetismo por grupo de mil cidadãos do que a média nacional. Isso explica, em parte, porque é uma região tão pobre.

No governo de FHC fez-se uma campanha monstruosa para se colocar 90% das crianças nas escolas, mas se isso fosse conquistado, seria em boa parte por conta de fatores outros que não a qualidade do ensino. Alimentação escolar, bolsa-escola e uma campanha maciça na mídia seriam alguns desses fatores.

A qualificação dos profissionais de educação é secundário, ou terciário. Fica atrás, inclusive, das campanhas políticas em que a educação é sempre um carro-chefe.

Brasil a dentro é comum vermos professores com quarta, quinta série, ensinando em salas multisseriadas, escolas caindo aos pedaços, salários aviltantes, condições sanitárias e de iluminação criminosas, transporte escolar sofrível e algumas localidades sequer com ele.

A Lei Darcy Ribeiro tinha a boa intenção de fazer uma reforma profunda nesse quadro com a criação de fundos para a educação básica, exigência de graduação dos professores, o estabelecimento de um piso salarial e mais um monte de coisas novas, infelizmente muitos prefeitos maquiam as estatísticas e não adaptam seus municípios à nova realidade. Fora aqueles que maquiam a contabilidade, pouco se importando se isso dá cadeia ou não. A impunidade ainda impera e as leis punitivas não avançaram junto com as leis educacionais. Alguém aí conhece algum gestor que continue preso por ter roubado dinheiro da alimentação escolar, do transporte ou da construção e reforma de escolas? Ou algum que tenha devolvido o dinheiro desviado? Se sim, por favor, me diga quem e onde.

Essa quantificação que serve para fazer bonito nas estatísticas internacionais gerou e gera a ampliação do analfabetismo funcional, tão nocivo quanto o analfabetismo elementar. O sujeito mal, mal, aprende a escrever o próprio nome e a ler uma placa de trânsito e é dado como alfabetizado pelos órgãos oficiais, mas não consegue redigir um texto com o mínimo de complexidade ou entender uma notícia lida em um jornal. Lendo, ele apenas deduz o que o texto quer dizer, dentro de seu universo pequeno de conhecimentos.

As escolas formais não ajudam a superar essa deficiência. Nelas as disciplinas são tratadas como estanques, uma nada tem a ver com a outra. Assim, uma criança não consegue traduzir o enunciado de uma questão de ciências ou um problema simples de aritmética. Os professores dessas disciplinas, assim como das demais, não conseguem perceber que a dificuldade do aluno não está exatamente na matemática ou na geografia, mas na leitura, interpretação e elaboração de textos.

Já recebi alunos na oitava série ou mesmo no ensino médio que não conseguem traduzir um texto de duas linhas. Aí fica a pergunta, como é que chegaram a essas séries? Também por conta dos programas de aceleração de aprendizagem ou das cobranças de diretorias de escolas que não querem ficar mal diante de suas secretarias de educação ou atendem à pressão para que as estatísticas estaduais. E isso acontece em todas as unidades da federação. Fatos assim já me ocorreram com estudantes de vários estados que se mudam para cá. Até para preservá-los, não cabe aqui dar maiores detalhes.

Aí o jovem sai da escola com seu canudinho, mas não consegue um bom emprego, sente-se enganado já que ouviu, desde criança, que a educação é imprescindível para uma boa colocação no mercado. Muitas vezes ele não tem noção de que o engano que sofreu foi na escola.

As estatísticas já mostram que empregos sobram no Brasil, nas mais diversas áreas, falta gente capacitada para a admissão. E os governos fazem de conta que não é deles o problema, viram as costas e esperam que os empregadores sanem a questão. Ou talvez, mais que bem intencionados, sejam incompetentes para resolvê-lo com o dinheiro de impostos que recebem justamente para fazerem cumprir a Constituição que prega o direito à educação de qualidade para todos os cidadãos.

Gosto de contar para meus alunos o caso de um garoto, filho de analfabetos roceiros, que apareceu na minha escola pedindo uma bolsa, queria porque queria ser piloto da FAB. A muito custo o convencemos a retroagir uma série, sua base de conhecimentos era arenosa, não conseguiria sustentar o castelo que ele queria erguer. Aos poucos esse garoto foi ficando uma “fera”. No primeiro ano do Ensino Médio, começou a defender uns trocados dando aulas particulares para colegas do terceiro ano. Mas ainda não estava preparado para a FAB. Foi uma outra trabalheira dissuadi-lo da idéia. Nos acusava de não confiarmos em seu potencial.

Concluído o ensino médio, teimou e fez o concurso para a Força Aérea. Não conseguiu a aprovação, em compensação passou no vestibular em engenharia em três universidades federais. Em dezembro último, depois de ter feito um curso, a convite, numa universidade em Paris, devido ao seu desempenho na UFES, graduou-se em engenharia mecânica.

Esse é um exemplo que pode ser seguido. O mérito maior, lógico, é dele que se esforçou, comeu livros, passou perrengue, sacrificou as noites enquanto os colegas estavam em festas, mas uma escola que sabe acompanhar as deficiências individuais, que tem um compromisso com o futuro dos seus jovens e preocupação com o aprimoramento da sociedade como um todo, ajuda bastante. E isso está em falta. Mais fácil estabelecer cotas para aqueles que vêm de escolas menos preparadas do que prepará-las.

 

©Marcos Pontes