Pesquisar neste blog e nos da lista

quinta-feira, outubro 05, 2006

Zope

Antes que alguém veja alguma parcialidade no fato de eu postar essa charge, melhor explicar. Anteontem eu falei justamente da falta de charges mostrando o Alckimin de saltos altos, reflexo de sua confiança renovada, como fizeram dezenas de vezes com Lula. Para queimar minha pena, o Zope saiu com essa hoje.

Santiago, Jornal do Comércio, RS

Pra completar, o Santiago termina de ilustrar meu penúltimo post, por conta da bronca que tenho com a imprensa parcial que tenta se passar por veículo de informação, apenas. Até parece que os chargistas lêem esse blog... Quem dera o fizessem.

Na verdade fiquei até bem impressionado com algumas das charges apresentadas no Charge On Line hoje. Tem desenhos lulistas, desenhos alckimistas e desenhos neutros. Há tempo não via isso. Vale a pena conferir.



Os homens-bomba contam com a recepção de 70 virgens no Paraíso. E aqueles que se explodem e não matam ninguém, como são recepcionados? deveriam levar 70 bifas na orelha para deixarem de ser incompetentes.



O casal Garotinho faz caca até quando não quer. O buchicho que está dando esse apoio deles ao candidato tucano não é pouca coisa.
A juíza Denise Bossal, ou melhor, Frossard, disse que votaria nulo ontem, mas hoje já voltou atrás, disse que não anulará o voto, mas ainda não aderiu a nenhuma candidatura. Pronto, depois de Brizola, César Maia e os Garotinhos, o Rio de Janeiro criou mais uma política chegada a criar factóides. Tudo bem, o Brizola não é carioca, mas sua ressurreição depois do exílio ocorreu ali.



45% de renovação do Congresso é um número razoável, mas, em compensação, cada sujeito que arrumaram... Hilariante, para não se chorar, a entrevista de Clodovil.
Repórter: O que o senhor pretende fazer na Câmara dos Deputados?
Clodovil: Sei lá!
E aposto que seus eleitores nem se arrependeram.



Uma coisa é de se admirar na imprensa estadunidense, ela defende seus cidadãos a todo custo.
O jornalista que estava a bordo do Legacy bombardeou o controle de tráfego aéreo do Brasil. Não se deu sequer ao trabalho de ver as estatísticas. Na América Latina há 3,1 acidentes em 1000 acidentes, no Brasil esse índice é de 0,8. Ou seja, estamos 4 vezes melhor que o restante do sub-continente, o que não é pouca coisa.
Hoje vem um jornal os Estados Unidos levantando a suspeita de que os transponder do Legacy, fabricado pela Embraer e não por uma empresa deles, estaria com defeito. Cá pra nós, como uma das empresas líderes mundiais na fabricação de jatos de pequeno porte, exportadora para dezenas de países, não teria testado ítem por ítem, como é norma internacional, do avião antes de entregá-lo aos seus compradores? É possível? É. Mas praticamente improvável. Irresponsabilidade de quem divulga uma notícia dessas sem checar primeiro.
As análises já mostraram que a torre de controle tentou entrar em contato 4 vezes com o jatinho e não obteve resposta. estaria o rádio tambpém com defeito ou não tinha ninguém na cabine para atendê-lo?
Essa imprensa ajuda os cidadãos estadunidenses a criarem repulsa pelos cidadãos dos outros países, não livram nem a cara de aliados europeus ou mesmo o Canadá, e depois dizem não entender porque seu país é tão odiado no exterior.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Poetas y Pintores


Guardanapos de Papel


Na minha cidade tem poetas que chegam sem tambores nem trombetas e sempre aparecem quando menos aguardados, guardados entre livros e sapatos em baús empoeirados. Saem de recônditos lugares, nos ares, onde vivem com seus pares e convivem com fantasmas multicores de cores que te pintam as olheiras e te pedem que não chores.

Suas ilusões são repartidas, partidas entre mortos e feridas, mas existem com palavras confundidadas, fundidas ao seu triste passo lento pelas ruas e avenidas. Não desejam glórias nem medalhas, se contentam com migalhas de canções e brincadeiras, com seus versos dispersos, obcecados pela busca de tesouros submersos. Fazem quatrocentos mil projetos que jamais são alcançados, cansados.

Nada disso importa enquanto eles escrevem o que sabem que não sabem e o que dizem que não devem.

Andam pelas ruas os poetas como se fossem cometas, num estranho céu de estrelas idiotas e outras cujo o brilho sem barulho veste suas caudas tortas.

Na minha cidade tem canetas esvaindo-se em milhares de palavras retorcidas e confusas em delgados guardanapos, feito moscas inconclusas. Andam pelas ruas escrevendo e vendo que eles mesmos vão dizendo, e sendo eles poetas de verdade enquanto espiam e piram, não se cansam de falar o que eles juram que não viram.

Olham para o céu esses poetas como se fossem lunetas lunáticas, lançadas ao espaço e o mundo inteiro fossem vendo pra depois voltarem ao Rio de Janeiro.




Como eu gostaria de ter criado isso... Mas Leo Masliah escreveu primeiro, Milton Nascimento traduziu e gravou no álbum Tambores de Minas. Quem não conhece, não sabe o que perde.

terça-feira, outubro 03, 2006

Bessinha, Charge On Line


  • Já diz o velho ditado, "quem fala o que quer, ouve o que não quer". Sabedor e aplicador disso, não costumo me importar com as opiniões contrárias ao que escrevo aqui. Esse blog é minha boca, extensão da minha voz e o que falo aqui é o mesmo que falo aos meus amigos no trabalho, na mesa de bar, no churrasco de final de semana, seja lá onde for. Se tenho minha opinião, me cabe respeitar a opinão de quem não concorda comigo, e o faço de coração aberto. Se for para discutir, discutiremos até o sol raiar. Uma boa discussão me dá mais ânimo que guaraná em pó.
    Como sei que quem me lê é gente inteligente e bem informada, mesmo aqueles que não gostam de política, como a Gueixa, estou preparado para ler opiniões discordantes da minha. Mais que preparado, acho-as ótimas, quanto mais opiniões e pontos de vista diferentes, melhor poderemos ver a realidade que nos cerca. A Magui, por exemplo, quase sempre discorda de mim e me corrige, certas vezes com fatos, outras tantas com sua opinião pessoal, e nunca reclamei ou achei ruim isso, muito pelo contrário.
    Contudo, algumas coisinhas eu gostaria de deixar bem claro:
  • Desde que Lula assumiu o governo, falei que não gastaria linhas batendo nele ou em seu governo desnecessariamente. Que para muitos isso pareceria partidarismos, mas expliquei que já havia muita gente para massacrá-lo. Gente mais inteligente, informada e ideologicamente contrária ou não. Que eu prefiro criticar os críticos e suas batatadas; prefiro bater nos que se dizem paladinos da justiça, defensores dos reais interesses populares. Prefiro pisar nos calos da imprensa tendenciosa, seja ela de que matiz for, que pinta-se de justiceira e distorce informações a seu bel-prazer e interesses.
  • Se por vezes pareceu que eu pendia, politicamente, para um lado ou para outro, foi por falha nas palavras certas. O único voto que declarei aqui foi para senador, votei em Juca Chaves e justifiquei meu voto. Algumas vezes fiz comentários favoráveis a Lula, ou a Alckimin, ou ao Cristóvam e até mesmo à Heloísa Helena, de quem discordo em quase tudo, e isso, sim, é uma postura declarada. Alguns entenderam isso e recebi elogios certas vezes de leitores que comentavam não ter visto a coisa da maneira que eu vira. Ótimo! Isso paga meu ingresso.

  • A única figura política sobre sempre comentei baixando o tacape foi ACM. Aliás, não foi a única, me referi nos mesmos termos mal educados a todos os que se tornaram vaquinhas de presépio dele. Não gosto desse senhor, não gosto de suas mentiras, não gosto de sua sede imensurável por poder, não gosto de sua praxis política que se utiliza de dossiês que jamais alguém viu, senão os repórteres dos jornais e revistas que o omitem como fonte. Não gosto da chantagem que faz contra prefeitos, governadores, vereadores e parlamentares para conseguir o que quer. Bati palmas e vibrei sozinho, deitado em minha cama, assistindo aos noticiários, quando foi declarada a vitória de Jaques Wagner e João Durval, respectivamente ao governo e ao senado. Não tanto pelas duas figuras vitoriosas, a despeito de conhecer o senador João Durval pessoalmente e ser amigo de muitos de seus familiares, mas pela derrota daquele que se julga dono da Bahia, um dos últimos senhores feudais brasileiros, o manda-chuva da maior oligarquia ainda existente no país.


Isso tudo para dizer que, pela primeira vez, vou justificar um texto por conta de um comentário recebido, aliás, de um dos meus blogueiros prediletos. Ainda estou em dúvida se o identifico, afinal não quero polemizar com ele ou deixar uma idéia errada.

O fato é que seu comentário deu a entender que no texto de ontem, no primeiro tópico, eu propunha que se esquecessem os erros de Lula e de seus partidários. Não foi essa a intenção. O que comentei, agora com outras palavras, é que já que vai haver segundo turno, que os debates sejam em cima de idéias e não apenas de denúncias criminosas, dossiês, lavagem de dinheiro, saguessugas e coisas que tais. Não é mais hora de vermos os denuncismos ocuparem mais espaço que a discussão sadia sobre aquilo que interessa ao total da população, não que os desmandos e prováveis crimes não devam ser apurados, julgados e punidos, caso se comprovem. Não sou eu quem pensa assim, mas o Direito Romano: todos são inocentes até que se prove o contrário. E para investigar, julgar e punir, comprovando-se a culpa, são órgãos capacitados para isso, pelas leis e pelos profissionais responsáveis pela sua aplicação. Não vão ser candidatos, diretamente interessados nos resultados das investigações que o farão.

Nós, eleitores, poderemos nos convencer ou não pelos argumentos apresentados por ambas as partes, mas, depois do voto, excluída uma das partes, o assunto voltará à alçada da Justiça e o vencedor estará com o país nas mãos para governá-lo por quatro anos. Valerá a pena elegê-lo sem ouvir suas propostas? Valerá a pena nos deixarmos governar apenas porque o sujeito era inocente nos episódios escabrosos apresentados, seja qual dos dois for, e não pelas suas idéias?

A imprensa já está, em boa parte, envolvida na campanha direta da oposição, veladamente, fazendo de conta que está prestando o seviço da informação. Tenho dois exemplos para mim bem claros do que estou falando:

Na entrevista coletiva com os diretores da ANAC e o brigadeiro responsável pelo resgate das vítimas do avião da Gol caído no Mato Grosso, uma repórter de um grande jornal de São Paulo perguntou ao presidente da ANAC; "não foi irresponsabilidade do presidente Lula decretar luto de três dias pelos mortos se nem sabemos ainda se há sobreviventes?". A meu ver, pura maldade da jornalista. Mesmo que tivesse morrido apenas uma pessoa, coisa que nem o mais alienado ser humano poderia imaginar, apenas um morto num acidente daquela proporção, já seria motivo mais que suficiente para ser decretado luto. Grave seria se o presidente se omitisse, o que demonstraria que estava fazendo pouco caso, que só tinha olhos para a campanha eleitoral.

O segundo é altamente repetitivo. Há semanas os chargistas de todo o país, salvo raras excessões, têm feito desenhos do presidente Lula de saltos altos, como que menosprezando os adversários. Também acho que a confiança do presidente estava exagerada, mas havia um fundamento inquestionável: todos os institutos de pesquisa apontavam para uma vitória dele no primeiro turno. Do ponto de vista psicológico, isso tem algum efeito sobre o eleitorado ou sobre seus adversários? Claro que sim! Heloísa Helena, mesmo na última semana, quando seus números começaram a cair e, abertas as urnas, no final mostraram ser menores do que os institutos mostravam, demonstrava confiança que iria para o segundo turno. O eleitor quer votar em alguém que lhe transmita confiança. Alckimin mudou de postura, ficou mais agressivo, mais sorridente, mais comunicativo, mostrou-se renovado quando seus números começaram a crescer. Nenhuma charge foi feita com ele sobre saltos altos ou menosprezando qualquer adversário. Essa mensagem dos chargistas é intencional? Não sei. É subliminar? Sem dúvida.

Nunca discuto futebol. Religião e política, adoro discutir, mas nunca o faço com paixão, mas com argumentos, nem sempre fortes, nem sempre aceitos, mas argumentos.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Amorim, Correio do Povo, RS


  • Segundo turno, ótimo! Há meses eu já comentava aqui o descaso que o eleitor está sentindo por aqueles candidatos que pautam sua campanha nas agressões aos adversários. Isso se comprovou. Os agressivos sem argumentos caíram por terra. Que esse segundo turno se baseie nas propostas e projetos. Quem quer ver casos de polícia que ligue na Band ou na Record às seis da tarde. Chega de sanguessugas, dossiês, dólares nas cuecas ou em outros orifícios, de trapalhadas do PT e dos amigos do presidente. Que haja discussão limpa, idéias na mesa e convencimento dentro da ética. E tenho dito!

  • Quércia se ferrou! Maravilha!
    Siqueira Campos se ferrou! Ótimo!
    ACM se deu mal! Fantástico!
    Crivella não vai para o segundo turno! Deus existe!
    Amazonino Mendes e Gilberto Mestrinho levaram chumbo na asa! Há esperança!
    Mas nem tudo são flores. O brasileiro vive pedindo cadeia para os bandidos, mas elegem Maluf como o deputado federal mais votado. De bunda de bebê e cabeça de eleitor a gente sempre sabe o que vai sair, só não sabe quando.

  • Por falar em se dar mal, mais uma vez o Ibope comeu grama em alguns estados, como a Bahia e o Rio Grande do Sul. Aliás, no Rio Grande do Sul é a segunda vez seguida. Acho que a gauchada está sendo mais mineira que os mineiros na hora de revelarem seus votos.

  • Orgasmática a vitória de Jaques Wagner para a governadoria da Bahia. Não tanto pelo próprio Wagner, mas por ter enfiado mais um jiló ao molho de kiwi garganta de ACM a baixo. Depois de César Borges perder a prefeitura de maneira espetacular há dois anos, Paulo Souto teve sua vez. Para fazer barba e bigode, a oposição ainda fez o senador. João Durval, ex-governador, pai do atual prefeito de Salvador, e ex-carlista aplicou uma surra em Rodolfo Tourinho. A bem da verdade, as vitórias de Wagner e Durval consolidou-se em Salvador. No interior ACM e gang ainda tiveram maioria, produto da chantagem que fazem com os prefeitos e funcionários públicos, mas já é alguma coisa.

  • Alagoas perde a senadora extrema-esquerdista HH e ganha um senador extrema-direitista, Collor. Mais maduro, escaldado e depois de pagar sua quarentena de ilegibilidade, 14 anos depois o ex-meio-presidente volta. Não deve mudar seus modos, o exemplo ficou delineado com a prisão do filho do senador ontem, fazendo boca de urna. Espero que Collor tenha realmente aprendido e deixe um pouco seu ego hipertrofiado um pouco de lado e trabalhe sério pelo povo de Alagoas e do país como um todo. Mais uma vez se elegeu por um partido de aluguel, o PRTB, que deverá ser extinto por conta da Cláusula de Barreira. Com quem será que o partidinho se fundirá? O PL? Bem provável.

  • Sensacional a virada de Yeda Crusius no Rio Grande do Sul! Além de dar um a zero nos institutos de pesquisa, ainda deixou o boquirroto Rigoto de fora do segundo turno.

  • Suplicy suou frio. As primeiras urnas paulistas a serem apuradas eram do interior, onde Suplicy não tem grande penetração. Guilherme Afif Domingues, representante da FIESP, dos patrões, portanto, quase deixa um dos três melhores senadores brasileiros de fora do Congresso. Suplicy não costuma fazer campanhas milionárias, sua presença, sua seriedade e seu senso de ética são suficientes para elegê-lo repetidamente, mas, dessa vez, as cagadas do PT respingaram nele. Acredito que o senador será um dos idealizadores do novo PT que necessita surgir para substituir o que está mais nas páginas policiais que nas políticas.

  • 85% dos congressistas sanguessugas dançaram, isso é bom. Só não é ótimo porque ainda sobraram 15%. Quem sabe na próxima...?

  • O crime só não compensa se você não tiver padrinhos políticos fortes. Que o diga Arruda, safadinho e descarado, que depois do escândalo do painel do Senado voltou como deputado federal e agora virou governador do Distrito Federal.

  • Triste conclusão: as mudanças no Congresso Nacional e nas governadorias foram pífias. Os próximo quatro anos serão a repetição dos últimos 506. Nada de relevante acontecerá no legislativo, principalmente. Pena.