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terça-feira, junho 16, 2009

Desculpa de marido adúltero


  • O Jânio de Freitas, na Folha, só para assinantes, pergunta onde está Pedro Simon, admirado por todo o Brasil e exemplo de dignidade e respeitabilidade, nesse momento em que o Senado apresenta mais uma rachadura. Pois chego em casa agora e vejo Simon discutindo contra os atos secretos, ou caixa dois legislativa, ou diário oficial paralelo. Assim como o Jânio, também admiro o Simon, mas não vejo nele, um dos mais antigos, se não o mais antigo senador do PMDB, uma voz deveras respeitada dentro de seu partido ou do Parlamento. Isentar-se de qualquer responsabilidade sobre os episódios ocorridos é, no mínimo, a meu ver, um ato covarde de lavar as mãos. Simon fala muito sobre retidão, mas apenas fala, não aje contra Calheiros ou Sarney nos momentos em que eles estão notoriamente na contra mão da honradez. Simon faz seu nome como político sobre discursos corretos e ações pífias.

  • "É ininteligível: não há ninguém no Senado capaz da iniciativa de propor, digamos, uma corrente, uma frente de resistência à manobra, que progride depressa, que transforma todos os abusos, as improbidades, o peculato em meros deslizes administrativos? ", pergunta Jânio em sua coluna. A pergunta dele é a mesma minha e de muita gente e não adianta perguntarmos a eles, os senadores, ou mesmo os deputados, por e-mail, carta ou outro modo, que eles não nos darão respostas satisfatórias. A imprensa tem perguntado e agora Papaleo, PSDB-AP - neste exato momento -, logo depois de Inácio Arruda, PCdoB-CE, critíca a imprensa por veicular os desmandos do Senado. O tal Papaleo, na maior cara de pau, fala na tribuna que não existe qualquer ato secreto, mas apenas deslize de algum funcionário. Os caras tentam tapar o sol com paneiro (Papaleo sabe o que é um paneiro).

  • Só pergunto a esse senadorzinho, qual o interesse de um funcionário em nomear um parente de parlamentar no gabinete do outro? Em que se beneficiaria Agaciel Maia ou qualquer outro servidor em dar emprego de presente a alguém sem que o parlamentar parente desse alguém soubesse? Tudo bem, somos idiotas em votar nessa corja, mas não somos imbecis em acreditar em suas desculpas.

  • E o Sarney, indignadíssimo, diz que a crise é do Senado, não dele, Sarney. O bigode desse cara deve ser de serragem, tão grande sua cara de pau. A crise desse momento - cada semana há uma crise nova - só ocorreu por conta da descoberta de que todos os seus parentes, com exceção da Dona Marli, de três gerações, estão pendurados em cabides dos gabinetes de seus colegas. Se fossem parentes de qualquer outro senador, seria um escândalo, mas em se tratando de parentes de Sarney, é muito mais significativo. É crise! Sarney está há anos naquela casa, preside o Senado, é ex-presidente da república, um dos mais antigos e fortes oligarcas (coronéis) do país, conselheiro direto de Lula e sua gang. Se há crise, é porque ele a deflagrou com sua falta de moral.

  • Marolinha que mete o bedelho no Congresso cada vez que lhe interessa, como para barrar a CPI da Petrobrás, fica caladinho nesse momento, fazendo pose para fotos e falando bobagens para os jornais do outro lado do mundo. Aliás, não estranharia nada se a crise atual, sabendo que senador nenhum seria punido, foi uma manobra da base assalariada do governo para desviar da não instalação da CPI. Criam-se factóides para funcionarem como cortina de fumaça. Discute-se a moral inexistente de Sarney esfriando a discussão sobre a CPI. Agaciel já foi demitido, está respondendo a outros processos, não será chamado a depor por conta dos atos secretos e ficam todos os parlamentares livres para continuarem fazendo suas aprontações.


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domingo, junho 14, 2009

Ficar calado é pior

migueljc

Miguel, Jornal do Commércio, PE

A Dona Chica tem dado muitas informações para meus posts, mas hoje vai ser todo meu, só pra seu deleite.

  • Logo no início do mandato, quando a base “assalariada” do governo, capitaneada por Zé Göebels Dirceu foi flagrada com o mensalão, o ingênuo presidente veio às câmeras alegando não saber de nada, que nem mesmo uma dona de casa sabe tudo o que ocorre nos seus domínios, como esperar que o presidente de um país tão grande soubesse? O chororô estapafúrdio colou e fez escola. Agora com o mais novo escândalo dos político$ nacionais, o Diário Oficial Paralelo, vulgo “atos secretos”, os presidentes do Senado, o ex Garibaldi Alves e o atual Zél Bigodon Sarney, repetem as desculpas de Lula e esperam que também cole.

 

  • Sarney e Garibaldi culpam os ex-diretores, principalmente Agaciel Maia, já demitidos e respondendo processo. Eles devem ter pensado “já que o Agaciel foi flagrado, não custa nada imputar a ele todas as culpas”. Só tem um porém: quem assina os documentos admitindo gente, demitindo gente, aprovando licitações, regulando receita e despesas…? O presidente da Casa, confere? Como, raposas velhas como Garibaldi e Sarney, assinariam qualquer documento sem lerem e sem se informarem de seu conteúdo, destinação, legalidade e consequências? Prosopopéia flácida pra boi dormir!

 

  • Em se tratando de corrupção, os políticos brasileiros são um poço sem fundo de criatividade e fome. Quem, em qualquer país do mundo, imaginaria um Diário Oficial Pirata, Caixa Dois Legislativa, Administração Paralela, Crime Organizado Com Respaldo Legal? Somente nossos parlamentares. Isso daria slogan de propaganda: Nossos parlamentares são mais criativos que os outros. Corja!

 

  • E nessa ciranda, o gasparzinho Sarney foi descoberto, demitido, mas é tão burrinho que não sabe nem mentir. O Estadão só precisou de dois telefonemas para descobrir que o moleque jamais havia pisado no gabinete de Edson Lobão, seu padrinho ectoplasmático. Não bastasse isso, Delcídio Fagundes Amaral, petista de dois costados, empregou a mãe do gasparzinho (me digam aí o nome de uma fantasma famosa pra eu batizar essa sujeita). Perái, Zél Bigodon, com nora e neto empregados fantasmagoricamente em gabinetes vizinhos ao seu, o senhor não sabia de nada? Que chefezinho de família relaxado, o senhor. Aliás, se não sabe o que sua família faz, como pode querer dirigir o Senado Federal? Pede pra sair!

 

  • Agaciel, já completamente espinafrado e milhonário, não cedeu. Revelou à imprensa que os senadores sabiam das falcatruas dos quinhentos mil diretores da casa. A bem da verdade, ele não precisava afirmar nada, é óbvio que sabiam.

 

  • Mas nem tudo é tristeza. Em plena crise dos atos secretos, CPI da Petrobrás que não avança um milímetro, o senador Heráclito Fortes, do DEM-PI, arrumou um tempinho para fazer uma cirurgia de redução de estômago. Poderia aproveitar e retirar três quilos de beiço e implantar alguns neurônios.

 

  • E Zé Göebels Dirceu, o homem sem mandato, mas ainda presidente escondidinho do país, com mais poder do que quando era ministro, faz negociatas por baixo do pano para azeitar as coligações do PT em dezesseis estados, visando as eleições do próximo ano. Está explicado, amiguinhos, porque Zé Göebels Dirceu não ficou zangado com Lula, com o PT, com o Jeferson ou qualquer um por ter perdido os direitos políticos? Assim ele ficaria mais livre e longe dos holofotes para fazer suas tramóias, bom pra todos eles.

 

©Marcos Pontes

sexta-feira, junho 12, 2009

PM em vagabundo é bom!

amarildo

Amarildo, A Gazeta, ES

duke

Duke, O Tempo, MG

É que o Charge On Line está tão bom hoje que fica impossível pegar só uma.

Como eu já disse no título, PM em vagabundo é bom, ainda mais quando vagabundo está usando dinheiro público pra manipular alunos de universidade pública que poderiam ser estudantes, se estudassem. Quem quiser que me apedreje, mas a alunada de humanas da USP é sempre quem puxa as greves inócuas, ocupam os prédios – prioritariamente da Reitoria –, emporcalham tudo, fazem festinhas na madrugada banhada a álcool e com pizzas que ficam impregnadas nas paredes, móveis e espalhadas pelo chão, demonstrando bem o nível de intelectualidade, civismo, educação, higiene e respeito pelo bem público de que não são portadores.

Para quem se opõe a índio ocupar prédio de Funai e ser tratado a pão de ló; “agricultor” invadir hidrelétrica e fazer chantagem e ser atendido; bispo chantagear presidente da república com grevizinha de fome para evitar transposição de rio que pode salvar milhões de vidas e outros absurdos contra o Estado com a conivência desse próprio Estado, o ato do governador José Serra em mandar a polícia garantir a reintegração de posse, com mandado judicial nas mãos, é digno de aplausos. Desde os tempos de Mário Covas que não vejo um homem público com culhões para botar baderneiros em seus devidos lugares.

O Reinaldo Azevedo destrincha o movimento, mostra quem são os cabeças da falsa greve e deixa claro que a alunada é massa de manobra, boi de piranha, bem ao estilo dos autoritários que posam de paladinos das causas populares.

Em contrapartida, são muitos os blogueiros, jornais, chargitas e outros que criticam o mau uso da coisa pública que agora se vestem de cordeirinhos espancados e agridem a Polícia Militar do Estado de São Paulo, o governador, a Justiça e quem quer que apoie a evacuação do prédio.

Não sou contra protestos legítimos, pelo contrário, não costumo ficar calado contra desmandos – basta ver os mais de 900 posts desse blog –, fui estudante ativo nas reivindicações, sou adulto participativo, mas me orgulho do meu senso crítico. Não entro numa briga para salvar um amigo se esse amigo provocou a briga sem razão. Do mesmo modo, não vou ficar com peninha dos alunos da Fefeleche e seus manipuladores ( Marilena Chauí, Olgária Matos, Tia Deni… A turma que elegeu Lula e mama de caroninha há 500 anos), uma massa de grã-fininhos de bolsa tiracolo, sandálias de couro de bode, cabelos e barbas compridos e desgrenhados como se ainda estivessem nos 70.

A propriedade pública tem que ser respeitada não só por quem trabalha nela, mas por todos e cada um, inclusive pelos estudantes, professores e funcionários da USP que não são donos das instalações e mobiliário, são apenas co-proprietários como todos os paulistas. Se nossos representantes não dão o exemplo dilapidando o erário, de vez em quando é bom ver alguém nadando contra essa maré permissiva e politicamente correta que trata estudantes maiores de idade que já bebem, fumam, dormem fora de casa, trepam e abortam, como se fossem criancinhas indefesas que necessitam de proteção cega. São adultos responsáveis, mesmo em sua irresponsabilidade e por ela devem responder.

©Marcos Pontes

quarta-feira, junho 10, 2009

Curtas e nem tão grossas

AUTO_lute

Lute, Hoje Em Dia, MG

  • O André Wernner, no comentário do meu último post e no seu próprio blog matou a charada: Fazer obras de infraestrutura nada mais é que obrigação de qualquer governo, é para isso também que pagamos impostos. A criação do PAC foi apenas uma jogada de marketing da turma do Zé Göebels Dirceu para que o PT/governo/Lula capitalizasse politicamente o que fizesse por obrigação. Por enquanto a coisa não está dando muito certo, uma vez que apenas 3% das obras foram concluídas e várias inaugurações foram de coisa alguma, mas em 2010, com a campanha da terrorista nas ruas, pode ser que haja uma aceleração. Daí uma notícia boa e uma ruim: a boa é que poderá ser feita aguma coisa no país em que infraestrutura é apenas para discurso eleitoral; a ruim é que qualquer inauguração será creditada à terrorista.

 

  • Por que os soldados trocaram tiros na Granja do Torto? Um deles deve ter falado bem de Lula e Jobim.

 

  • Recessão técnica, seja lá que eufemismo seja esse, e inflação de alimentos triplicada em maio. O boçal ainda vai dizer que é só marolinha?

 

  • O gerente de uma agência do Bradesco em Medeiros Neto, Extremo Sul baiano, sofreu um acidente grave e está em coma com traumatismo craniano e pulmão perfurado. Encontra-se hospitalizado num hospital de Eunápolis que não conta com recursos mais avançados. A família requereu ao Saúde Bradesco a remoção do senhor por UTI aérea para receber atendimento em centro mais avançado. Surpresa! O seguro não autorizou a remoção. É revoltante! Os caras cobram altos juros e taxas, ganham fortunas, o rapaz trabalha com seriedade a ponto de ser promovido a gerente e na hora que precisa de ajuda, esta é negada. Revoltante!

 

  • O município de Santa Cruz Cabrália, onde Cabral aportou, é pequeno, tem apenas 33 escolas municipais. Nessas 33 escolas existem apenas dois professores graduados em matemática. Por exigência legal, o município fez convênio com o Ministério da Educação e montou um curso de formação de professores. Foi formada uma equipe com um dos professores graduados – restando apenas uma em sala de aula –, pedagogo, técnico, tudo certinho. Para essa equipe foi disponibilizada sala, um computador e salários dignos. Tudo bonitinho. No papel. O computador quebrou e não foi reposto há três meses, os professores a serem capacitados não têm horário diferenciado para assistirem às aulas, não há incentivo por parte da Secretária Municipal de Educação para a realização do curso. Enfim, nada acontece. A equipe passa o dia olhando o mar da janela da sala, batendo papo, estudando para outros fins, lendo, discutindo futebol… Pelo menos os salários são honrados em dia.

 

  • Quer saber? Serra está certíssimo. Se o governo federal inibisse as invasões de sem terra, funcionários, índios ou quem quer que seja em propriedades públicas do mesmo modo que Serra inibiu o vandalismo de alunos (estudantes é coisa mais séria) na USP, talvez o país não fosse essa chacota que é.

 

©Marcos Pontes

terça-feira, junho 09, 2009

Terça, enfim

zope 

Zope, Charge On Line

  • Há uma esperança em Minc-leão—do-colete-dourado antes que seja fritado de vez. Ontem ele prometeu pedir a Marolinha o veto aos artigos da MP 458 que permitia a titularidade de terras por pessoas jurídicas. Lógico que isso não evita os laranjas, mas já é alguma coisa.

 

  • Em menos de seis meses é a segunda vez que São Paulo passa perrengue com pane em celulares e fixos da Telefônica. Quando essas coisas começam a acontecer, para macaco velho desconfiado como eu, as primeiras perguntas que surgem são “qual é a jogada? Quem vai lucrar com isso?”. Logo, logo descobriremos, é só ficar de olho.

 

  • Em contrapartida ao blog da Petrobrás, que na verdade é dos mais de mil jornalistas lotados na empresa e dos sindicalistas que adoram pregar o pânico, ainda mais que se pelam de cagaço que a empresa seja privatizada e eles percam a boquinha, foi lançado o blog Fatos e Dados. A briga promete ser boa, embora o blog do Gabrielli tenha apoio financeiro da estatal, ou seja, de cada um de nós.

 

  • E o safado-mor vem com a cara lisa dizer que a queda de 0,8% do PIB foi maior do que a que ele esperava. Ora, mas não foi ele mesmo quem disse que não havia crise? Que nós sentiríamos apenas uma marolinha? O safado e sua gang vão continuar negando o que alguns jornais mais corajosos já publicaram, que o país está em recessão? Há meses eu e alguns analistas muito mais abalisados vimos dizendo, por conta do desemprego cada vez maior, que o Brasil estava em sério risco, mas Lula, Mantega e seus cupinchas adestrados negavam com cara de susto, mas palavras tranquilas. Paralelamente a isso, o governo já estuda a criação de novo imposto para salvar os municípios que não sabem administrar seus recursos ou não têm recursos para administrar. Uma forma de rasgar a Lei de Responsabilidade Fiscal e premiar a incompetência de prefeitos da curriola. Estamos na contra-mão de outros países. A Alemanha de Merkel, por exemplo, já começou a reduzir seus impostos. A presidenta deu a receita que o Brasil não seguirá: para sair da crise tem que desonerar as empresas para que elas tenham recursos para investir. No Brasil e no terceiro mundo é que as autoridades econômicas tratam o país como uma empresa com fins lucrativos. Talvez porque boa parte vai para os bolsos de sua base aliada.

 

  • Previsão de Pai Marquinhos de Ogun: Todas as obras atrasadas do PAC serão inauguradas a toque de caixa em 2010 durante a campanha eleitoral da terrorista. Aceito apostas e pago 10 pra 1.

 

  • Cotas, inclusão social, igualdade e blá-blá-blá. Onde está a igualdade quando o Estado de São Paulo inaugura, com o dinheiro de cidadãos hétero, homo, bi ou multissexuais, uma clínica ambulatorial só para homossexuais, travestis e transexuais? Inclusão de uns, no Brasil, é feita com a exclusão de todos os outros.

 

©Marcos Pontes