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domingo, agosto 30, 2009

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  • Não é meu hábito copiar artigos alheios, mas gostei da análise do Samuel Celestino no Jornal A Tarde, por isso a reproduzo:

O Pato Manco

O pato manco a quem Lula lançou uma boia de salvamento morreu. Quem preside o Senado Federal é a sombra do ex-poderoso coronel maranhense, oligarca do seu feudo  e do feudo grilado, o Amapá, onde instalou um falso domicílio eleitoral para chegar ao Senado, já que não poderia sê-lo por seu Estado. Isso aconteceu ao deixar a Presidência da República, com o maior índice de inflação de que se tem notícia.

O pato manco do Senado é um vulto que atravessa agora os corredores do Congresso, e anda sem ser perturbado pelo Senado, sem ter atrás (como acontece com todos os presidentes) uma romaria de jornalistas, repórteres fotográficos e cinegrafistas. Embora não seja essa a razão, deve-se à imprensa dar um crédito especial por deixar-lhe em paz.

É bom que Sarney consulte a si próprio e sinta que não valeu a troca da sua cadeira pela promessa de apoio à candidatura Dilma, representando o fisiológico PT nacional. Vocês acham que resta a José Sarney poder para afiançar uma aliança? O PT e o PMDB estão bem, vivem uma aliança em plano nacional aos tropeços porque as legendas tropeçam e se desencontram nas políticas estaduais.

Em diversas unidades da Federação os partidos se bicam na corrida para os governos estaduais, a exemplo daqui, onde Jaques Wagner dança uma valsa e Geddel Vieira Lima, um xaxado. Ou vice-versa, porque não sei o gosto que têm de música e ritmos. Na Bahia, no entanto, há uma diferença: tanto Wagner como o PMDB de Geddel apoiam Dilma. Mas a razão, translúcida, clara, está no fato de Geddel ser ministro. E aí está a resposta para os petistas que enxergam com viseira, o que não conseguem numa visão de 180 graus, quando pedem a saída dele do ministério: o fato de Geddel ser ministro nada tem a ver com a Bahia e, sim, com a sucessão presidencial.

O PMDB é picotado em interesses. Tem duas correntes marcantes: em uma está, ou estaria, a força do pato manco Sarney; na outra, o agrupamento do presidente da Câmara dos deputados, Michel Temer, da qual Geddel Vieira Lima é integrante. Daí porque o governador Wagner ter dito que o acordo para Vieira Lima ser ministro não foi feito com ele, e, sim, pelo presidente Lula com Michel Temer.

O que foi então que o PT, o presidente Lula e a pré-candidata Dilma ganharam com a luta que empreenderam para mantê-lo na cadeira? Nada, absolutamente nada. Ao contrário, perderam e muito, por estarem agora em tertúlias com o que há de pior na instituição. Lula deve se arrepender de ter falado, um dia, da existência de 300 picaretas no Congresso. Ou lembrar, nostálgico, de outros tempos em que era um visionário de ética e da República limpa, honesta, federalista. O tempo é mesmo implacável: melhora ou piora até determinar o fim de um ciclo. De coisas e de pessoas.

Agora, Sarney tem de ficar mesmo é “sentadinho na cadeira” (lembra-me outro episódio registrado no Senado) como ficou provado na segunda-feira. Aproveitou um plenário vazio, ou propositadamente vazio, com apenas sete senadores, para fazer um discurso sobre o centenário da morte de Euclides da Cunha, autor de Os Sertões, que viveu entre a gçória e a tragédia.

Era um discurso para ficar apenas na sua biografia, corroída pelas traças, política, intelectual que é. Não deu importância que lá, num cantinho, estava o senador petista Eduardo Suplicy, que, em aparte, o questionou sobre a crise e as embrulhadas administrativas da instituição. Sarney respondeu falando em “educação”. Ora, educação de Suplicy. O que o petista queria saber do pato manco era sobre ética, a tentativa de alardear a crise não passou, porque jamais passará. Pelo contrário, ficará registrada na história do Senado como um dos seus momentos mais tristes e inglórios.

Agora, José Sarney fica a entender que lhe é proibido falar da tribuna. Ficar sentado na cadeira da presidência é a pena que lhe é imposta. Porque é possível que toda vez que ele quiser discursar, o fará sabendo que a qualquer momento poderá ser aparteado por um dos senadores. Se tiver a coragem de subir à tribuna, estará tr~emulo, inseguro, patinando nas palavras.

Porque se pato já anda feio, imagine um pato manco, expressão cunhada pelos americanos para rotular políticos que caíram em desgraça e perderam o respeito e a confiança.

 

©Marcos Pontes

4 comentários:

Beatriz disse...

Desrest, sinceramente ando pensando com essa o Lula detonou geral com o resto de empenho em alguma representação, não?
Não vejo Sarney mancando. Ao contrário vejo-o rindo de todos nós. E dos outros Senadores. ele sabe muita coisa. E mostrou seu poder. sorry! Agora o que ele sabe de Lula ou de alguém da quadrilha é que eu gostaria de saber.

Anônimo disse...

a grande maioria dos políticos, principalmente aqueles do congresso são patos mancos,aliás muitos já perderam até as patas

Joe_Brazuca disse...

olha , meu povo querido...

Estou começando a redefinir "democracia" como um sitema ( ou qq coisa que o valha)que e onde podemos falar e espernear o quanto quisermos, pra absolutamente ninguem dar a mínima atenção e/ou importãncia !...
Porque, a não ser que eu esteja tomado de alguma entidade, ou sofrendo de alguma psicopatia grave e alienante, não estou vendo absolutamente nada surtir os efeitos desejados...
Vide este almentável deplorável, assintoso, ilegal, criminoso e devastador episódio ocorrido nesta lide entre Sarney e asseclas, contra toda uma oposição e uma NACÃO !...
Não vi, a não ser que esteja muito enganado tb, NEHUMA MANIFESTAÇÃO para, por exemplo, instaurar-se um ação popular real e forte, que fizesse chacoalhar de verdade o "status cuo", desse e de outros desmandos DIÁRIOS qeu vem assolando o país !
Alguns senandores, após o nojento episódio da seção da "começão de ética", onde em MENOS de 30 minuots, estavam arquivados todo e qualquer indício de justiça, resolveram entrar com mandado de segurança, o que seria NO MÍNIMO, e dentro de perspectivas legais, o naturalamente masi cabível,para que o sapo engolido, AO MENOS, fosse destrinchado, à não engolir-se ele por inteiro...Vejamos o que vai dar, uma vez qeu o supremo tb se encontra "ná voz do mercado", parafraseando a novela da moda...
Agora, é claro que se calar seria o pior do pior, absolutamente não proponho isso...Seria absurdo !...
Infelizmente, apesar dos riscos de exessões e quetais que poderiam insurgir-se, acho cá com os meus botões ( e não sou só eu, viu ?...todos sabemos que a comoção é genèrica...) que se faz urgente uma ação, MUITO MAIS, digamos " "contundente", para que enfim, "eles", os donos do "pudê", os detentores das verbas astronômicas, de fundos de pensão, de isntitutos bilhardários, coisa e tal, FOSSEM CHACOALHADOS A ACORDAR, deste sonho insano, coronelista, ultrapassado e criminoso de manipular às suas revelias, os destinos de 200 milhoes de almas(quase), como se fossemos produtos de seus intestinos...
Qual seriam essas "ações" ?...bem...isso fica à crago de cada cidadão escolher...

Lastimável Brasil, sem passado, sempresente e muito menos sem futuro...

abraço

Joe

Nanda disse...

Ele tá mais pra 'urubu' manco, isso sim!rs