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terça-feira, julho 06, 2010

bolsa mentira

bolsa_familia_charge

O Ery Roberto me manda, via Twitter a seguinte notícia do web jornal O Paraense:

Cenas de terrorismo eleitoral explícitas...
Agência lotérica da Caixa Econômica Federal (CEF) no município de Juruti, oeste do Pará, hoje, 05 de julho, às 11:30 horas.
Uma senhora, aparentando ter pouco mais de 50, foi receber o auxílio Bolsa-Família de seus dois filhos.
Travou-se, então, o seguinte diálogo com o (..) gerente da agência da CEF:
Gerente: - Olhe, aproveite bem esses últimos meses de Bolsa-Família...
Cliente: - Como assim?
Gerente: - A partir de janeiro do ano que vem a gente não sabe se a Bolsa-Família vai continuar...
Cliente: - Quem quer acabar com a nossa bolsa, meu senhor?
Gerente: - O José Serra, minha senhora. Por isso fale para todo mundo na sua casa votar na Dilma, a candidata do Lula.
A conversa foi gravada.
Imagine o impacto nacional de um terrorismo eleitoral como esse se todos os funcionários da Caixa Econômica Federal espalhados por esse Brasil afora reproduzirem a mesma conversa perante 12 milhões de famílias beneficiadas com a Bolsa-famÍlia?
Tadinho do Serra!

Não posso atestar a veracidade da nota, já que a dita gravação não foi mostrada e nem os nomes dos personagens foram listados, mas não duvido em nada do fato.

O próprio diretório do PT espalhou a notícia de que Serra acabaria com a Bolsa Família, notícia negada veementemente por Serra, embora o estrago já estivesse feito. A negativa do tucano serviu apenas para amenizar os danos e para munir seus eleitores e os partidários a argumentarem em seu nome quando a mentira fosse repetida por um adversário ou por um incauto cidadão.

Já é por demais sabido que foram os tucanos, durante a administração de Fernando Henrique Cardoso, quem instituiu as ditas bolsas sociais: Bolsa Escola, Bolsa Gás e sabe-se lá quantas outras. Coube ao governo Lula unificá-las, medida que contou com a aprovação e elogios, embora tímidos, dos tucanos. Lembra-se disso, caro leitor? Mas não precisa lembrar, basta uma pesquisadazinha via Google. Não seria, portanto, sequer lógico que o tucano Serra, o mais comemorado ministro de FHC, se opusesse agora, às vésperas de uma eleição polarizada, à continuidade do programa. Muito pelo contrário, Serra prometeu ampliar o Bolsa Família. É capaz até de virar Bolsa Família, Vizinhos, Agregados e Puxadinho.

A bem da verdade, eu continuo achando essa Bolsa Qualquer Coisa uma afronta à condição do brasileiro de estudar, trabalhar, produzir, ser digno de sustentar a si e à sua família com seu suor. Há alguns anos comparei esse tal programa social com a letra da música Vozes da Seca, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, no seu trecho “Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”. Há uma peculiaridade, porém, que diferencia completamente a letra da realidade da Bolsa Família e seus agraciados.

Os versos anteriores a esse acima citados dizem “Seu doutô os nordestino têm muita gratidão pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão”. O pobre sertanejo agradecia aos irmãos do Sul que enviaram ajuda aos nordestinos flagelados pela seca, mas preferia que ele próprio e “metade do Brasil”, como diz outro trecho da letra, pudessem produzir seu alimento, desde que houvesse vontade política dos “home pur nóis iscuido para as rédia du pudê”.

Lula, antes de assumir a presidência, tinha razão ao condenar a Bolsa Família, uma esmola que compra votos, como ele definia o programa naquele já famoso vídeo facilmente encontrado no You Tube, infelizmente, como é regra nesse país, após eleito o discurso mudou. E hoje os cabos eleitorais da sua candidata usam dessa esmola perpetuada como maneira de encurralar o eleitor que não lê jornal – boa parte dos que vivem dessa espórtula sequer sabe ler – e prefere acreditar no dotô do banco do que no dotô candidato.

Já o dito economiário, assim como milhares de outros iguais, muito provavelmente é leniente funcionário público que tem medo de que outra mentira vermelha torne-se realidade: a privatização dos bancos oficiais, principalmente CEF e Banco do Brasil, o que o obrigaria a ser célere, competente, pontual e trabalhador, algo que boa parte dessa gente sequer sabe o que significa.

©Marcos Pontes

Um comentário:

felipediego disse...

mas na campanha de 2002, vi muita história de gente falando q o lula iria acabar com os genéricos e o até então bolsa escola...

boato de internet, emails e coisas e tal, carente de fontes e provas tb..