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sábado, dezembro 11, 2010

Nossos medinhos e Gramsci

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Em que se diferenciam as ditaduras vermelhas idealizadas pelo russo Lênin e o italiano Gramsci? Se bem que a idealizada por Lênin também foi implantada, enquanto que a de Gramsci nasceu em seus anos de cadeia. O brutamontes Mussolini deu a ele lápis, caneta, comida e todo o tempo do mundo para maquinar suas idéias. Entre tantas, talvez essa seja a maior burrice de Mussolini uma vez que a obra do Gramsci perdura ao passo que os malfeitos de Il Duce já se perdem no fog da história.
A principal diferença entre os dois modelos é o tipo de medo. Lênin impôs o medo palpável, o medo real das armas, da brutalidade dos agentes do estado, da KGB, do MVD, do Exército Vermelho, do seqüestro, da Sibéria; já Gramsci, bem mais sutil e paciente, investiu no medo de assombração, aquele medinho escondido sem se saber exatamente do quê. O medo do desconhecido, das maquinações maquiavélicas, do preconceito no verdadeiro sentido, de coisa pré concebida e que, por isso mesmo, deveria ser evitada, desmontada e negada.
Ao ver o movimento gay, por exemplo, negar o modelo de família predominante como sendo uma coisa ultrapassada, percebe-se nas entrelinhas a revolução gramsciana, gritando em surdina que tudo o que já existia deve ser negado. Dos bancos das universidades, principalmente as de ciências humanas, às cartilhas da pré-escola a revolução gramsciana mostra suas garras encobertas por veludo. Temos que reaprender a ler para percebermos no subtexto o pretexto da revolução embutido.
Sabendo que quem faz a cabeça do povaréu brasileiro são as novelas e o Jornal Nacional, aí a mente revolucionária investiu seus esforços sob o manto do politicamente correto, criando tabus modernos. Se antes da revolução feminista era tabu mulher “séria” sair de casa de calça comprida ou cantar o cara que lhe agradasse, depois da queima de sutiãs passou a ser feio discriminar as que tomassem a iniciativa, o mesmo acontece hoje em relação à erotização infantil, o homossexualismo, o aquecimento global, o consumo de carne vermelha, o consumo de supérfluos e por aí a fora.
Depois que criaram Xuxa, menina alguma quis mais ser Marie Curie. Pensar dói, mais fácil balançar a bundinha do que tentar interpretar um livro cheio de letras e palavras impossíveis; depois que inventaram Bruno Cateaubriand, nenhum menino sonhou em ser Garrincha. Pra quê suar, trabalhar pesado pra ganhar uns caraminguás e morrer de cirrose hepática se pode viver à champagne, morar na Zona Sul e aparecer cheio de glamour em qualquer programinha de celebridade?
Inverter os valores e criar medinhos contra o que está estabelecido é a tática gramsciana e na ponta de lança desse exército estão os gays que escrevem novelas e os jornalistas que fazem os jornais nacionais, não apenas o Jornal Nacional, por meio de releases enviados pelos todos poderosos assessores de imprensa. Jornalistas não precisam mais pensar, transformaram-se em copiadores que publicam o que as empresas, políticos, editoras e agências de notícias enviam. Não há sequer a necessidade de checar informações, já que suas fontes são as próprias personagens da notícia.
Não é à toa que Franklin Martins, um gramsciano profissional, foi alçado à condição de Göebbels particular de Lula nesses quase oito anos. Como poucos esse jornalista sabe manipular os medos coletivos. Por anos ele foi um dos editores dos jornais da Globo, conhece como pouquíssimos o inconsciente coletivo e sabe usar dos nossos medinhos em favor da causa revolucionária petista como nem o Maquiavel redivivo, Zé Dirceu, saberia fazê-lo. Dirceu é um executivo do mal, enquanto que Martins é um intelectual, portanto muito mais perigoso.
A propósito, se levantarmos todos os assessores de imprensa e dirigentes da área de comunicação social dos repetidos governos, desde Figueiredo, perceberemos que quase todos saíram dos quadros da Globo. Alexandre Garcia (Figueiredo), Antônio Brito (Tancredo/Sarney), Tereza Cruvinel (TV Brasil), Hélio Costa (Lula/Ministério das Comunicações), Franklin Martins e sabe-se lá quantos outros mais. Não entro no quartel dos que condenam a Globo, o Papa e a Coca-Cola por todos os males do país, isso também é hipocrisia coletiva, mas a Globo nos deve muito Porter formado esses mentores da revolução vermelha silenciosa que se instala aos pouquinhos e sem doer.

©Marcos Pontes

14 comentários:

Beatriz disse...

Parabéns pelo texto.
A revolução gramsciana está pro leninismo assim como a sedução está pro estupro (Thomas Redneck, pseudônimo).
E a cartilha gramsciana segue operante nos kits que serão entregues ano que vem nas escolas públicas, promovendo o holocausto das nossas crianças.
é caso pra tribunais internacionais.

Anônimo disse...

Sem doer ??? Dói sim ! Em mim!

Adao Braga disse...

E, o que causa medo neste povo MP? Pessoas livres, sem medo dos medinhos que eles querem impor. Pessoas que sabem identificá-los e que conhece suas técnicas, modos e meios de ação.

Bluesette disse...

Excelente texto. Parabéns.

@MyrianDauer disse...

Me dói mt ler isso, pois é a constatação de uma realidade.
O que mais quero é que minhas filhas vão embora do Brasil, pq este país vai passar por tempos terríveis, e não as quero aqui para ver.
Sem contar que aqui o trabalho honesto é em vão. Vc trabalha uma vida inteira e não consegue nada e acaba vivendo de uma pensãozinha do INPS…

Paulo Drummond disse...

Tristes verdades. Talvez mereçamos, talvez não. O maior desafio, a meu ver é a criação de uma contraposição palpável, algo que mesmo o povaréu do Jornal Nacional e das novelas possa escolher. O desafio não é pequeno.

A maior virtude do tempo é que, não sendo finito (pelo menos até agora) nos permite pensar num adiante e trabalhar, usando-o inteligentemente. Falta-nos massa crítica para a crítica fundada. Falar por falar, ainda que acreditemos em nossas verdades como boas, e até melhores que a "dos outros", não basta.

Temos Gramsci ou Lenin principalmente porque não houve nada a lhes opor. Éramos analfabetos culturais, deslumbrados com tais pensadores "diferentes". Tivéssemos tido algo a contrapor, numa discussão mais aprofundada, poderia ter sido diferente. Por que não tivemos mais Lloyd, Molina, Malthus, Locke e Hardin? Creio que por que sempre houve um abismo social entra a aristocracia de plantão e o resto. Um papel carbono amassado e latinoamericano adaptado. Éramos barões ou meros "plantadores", nobres falidos ou operários. Assim ficou fácil ler e curvar-se (ajoelhando-se até) diante do utópico perigosamente realizável. A Educação universalizada no Brasil não tem um século; nossa primeira Universidade é de 1934!

Da mesma forma que se dá cartilhas já gramscianamente digeridas às crianças brasileiras (triste realidade), há que se dar também aos pequenos a oportunidade de pensar criticamente, por contrapontos. Até que isso aconteça, o fosso continua e continuaremos formando mais patetas, que formarão mais patetas...

Já dizia um velhinho chinês: "aprender sem pensar é trabalho perdido; pensar sem aprender pode ser muito perigoso."

abraço

Aparecido disse...

Não tenho medinho não... tenho raiva!

Raiva de perceber isso tudo, e faz tempo, e de gritar mas não ser ouvido; nem pelo poucos que, mesmo estando ao lado, preferem acreditar nos sub-liminarismos, principalmente nos da telinha reluzente, da Globo.

Basta um plim, plim para largarem tudo que estão fazendo e em transe mediúnico incorporarem-se num ser de um planeta que ninguém sabe em que constelação está.

blog do dr marco sobreira disse...

Belo texto Marcos, tem razão, estamos num processo lento e progressivo da revolução Gramsciana,e o Franklin Martins é o grande mentor dessa ideologia. Esse kit a ser introduzido nas escolas do país é o maior absurdo que já vi, precisamos estar atentos ao PLC 122. Nossa democracia está em risco e é hora de unirmos forças. Parabéns.

TonMoura disse...

realmente impressionante o texto. Finalmente alguém que não fala em tom religioso se pronuncioando (ainda que como argumento) sobre a revolução gay. O engraçado é que os petistas radicais, os tais do povão que brigam e jogam pedras de verdade, atacam a Rede Globo como se ela fosse inimiga do partido, mas não perdem as novelas, os BBBs, as Grandes Famílias, nem os Fantásticos.
Gramsci, coitado, era um gênio que teve que se formatar ao poder do mal, e parece que acabou gostando. O Poder realmente corrompe.

EntregaCorisco disse...

Só hoje consegui ler seu texto. Muito bom, gostei muito.

Um abraço,

Corisco

FLÁVIO BOLSONARO disse...

Parabéns pelo excelente texto, Marcos!
Procuro fazer minha parte contra essa ditadura do politicamente correto, que alimenta os discursos hipócritas dos meus "colegas" na política e, pior, tem direcionado as principais políticas públicas em nosso país.
Não sei onde vamos parar com governos esdrúxulos que alimentam, com interesse de manutenção deles no poder, a segregação da sociedade em raças, a degradação da família, a interferência cada vez maior do Estado dentro de nossos lares, etc.

FLÁVIO BOLSONARO
Deputado Estadual RJ

Maucir disse...

Genial. Estava sentindo falta desses influenciadores ocultos da história

Laguardia disse...

Feliz Natal e um abençoada Ano de 2012 para você e todos os seus leitores

Alcinéa Cavalcante disse...

Já te desejei feliz Natal no twitter, mas como gosto tanto e tanto de ti, vim aqui pra desejar de novo.
Feliz Natal!