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quinta-feira, novembro 29, 2007



  • Piadinha número 1: Brasil faz parte do grupo de países com alto índice de desenvolvimento humano. A conclusão é que o mundo está uma lixeira.

  • Piadinha 2: Bush promove conferência pela paz em Israel. É como colocar a Ku Klux Klan pra tomar conta de quilombo.

  • Ontem um navio petroleiro pegou fogo na Bacia de Campos. Deve ser a deixa para o governo federal anunciar a descoberta de uma nova jazida gigantesca.

  • Só nas duas últimas semanas foram noticiadas as mortes de quatro turistas no Brasil. A bandidagem deve estar fazendo curso de atualização para a Copa de 2014.

  • Difícil elogiar alguma coisa de Lula, mas gostei dele dizer que a greve de fome do bispo que se opõe à transposição do São Francisco é problema dele. Lula já cedeu uma vez à chantagem do bispo. Sem querer entrar no mérito da questão, programas de governo não podem parar por causa de um sujeito. Gostaria que ele tomasse atitudes semelhantes em relação aos marginais dos ditos "movimentos sociais", como o MST, mas aí deve ser pedir muito.

  • O PT assumiu o governo da Bahia, mas nada mudou. No caso da educação, por exemplo, continua a mesma bagunça. O calendário escolar criado pela Secretaria da Educação e que deveria ser cumprido por todas as escolas, previa o fim das aulas em janeiro de 2007. No decorrer do ano fez-se uma greve de quase dois meses, os professores não compensaram as aulas perdidas, não tiveram desconto nos contra-cheques e as aulas terminarão no início de dezembro. Educação de qualidade é balela de palanque, na hora da verdade a zona é a mesma. Depois vem um monte de gente defender cotas para oriundos de escolas públicas nas universidades federais. Palhaçada!

  • Por falar em educação, uma orientadora educacional de uma escola particular de Niterói foi à delegacia prestar queixa contra uma menina de 12 anos. A criança teria entrado no site da escola e, na sessão "fale conosco" teria chamado a orientadora de vagabunda. Uma criança dessas deve dar ordens aos pais.

  • Pesquisa da Fundação Perseu Abramo afirma que 91% dos petistas acreditam que o partido não superou a crise. Pior é saber que 100% dos brasileiros ainda não superaram o PT.

  • Aho que vou ter que passar um ano saindo de casa somente para ir ao trabalho. Cada vez que saio, encontro algum canddato pedindo minha ajuda em sua campanha, meu voto, meu compromisso. Já não aguentando mais esse assédio, estou sendo curto e grosso, o que significa que devo perder alguns amigos até a eleição de 2008. Ontem estava à num restaurante, quase todas as mesas ocupadas, quando aparece um médico candidato a prefeito e amigo de longa data, embora nada íntimo. Acompanhado da mulher, me cumprimenta, senta-se à minha mesa e blá-blá-blá, confirma sua candidatura e pede que eu o ajude na campanha. Pombas! Eram trinta mesas, cheia de gente importante na cidade, por que justo eu o escolhido? Por mais de três horas ficamos nesse papo de política e eu lhe falando todas as minhas verdades sobre políticos, sua postura como cidadão e médico, suas chances, como deveria proceder para ter alguma esperança de sair eleito. Eu não resisto, falar de política é um prazer, mas, no máximo, ficar como lua parda, nada de comprometimento direto, não por covardia, mas por descrença total no ser candidato. Depois de alguns chopps vou ao banheiro. No caminho sou chamado a uma mesa. Lá estão o doutor advogado, sua esposa professora e ex-gerente regional de educação, sua irmã professora porra-louca e um negrão grandão. Adivinhem que eles queriam? Que eu paticipasse da campanha da esposa para a vereança. "Tem tempo, a gente conversa. Mas vou logo avisando, eu não escolho candidato por amizade ou tapinhas nas costas, eu quero plataforma". O negrão é o marqueteiro da professora e já me convida para fazer partena elaboração dessa plataforma. nunca havia visto o sujeito antes, mas me encheu de elogios e blá-blá-blá 2. Ué, ele querem me convencer ou querem que eu monte seu projeto? Se eu monto um projeto, ele é meu, não há qualquer garantia que ela o siga se eleita. Em outras palavras, pura prosopopéia flácida para bovino adormecer.

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terça-feira, novembro 27, 2007

Desilusão Havaiana


Teobaldo nutria por Ziluê um amor inexplicável. Nunca haviam conversado, não sabia o telefone um do outro ou sequer sabiam seus gostos, mas o frio na coluna e o embrulho na boca do estômago eram constantes è simples lembrança dela.

Tinham como amigos comum um casal que se casaria em fevereiro, vésperas do carnaval. Adevardo, o noivo, prático e farrista, idealizara a festa de recepção aos convidados como um baile de carnaval: decoração havaiana com cenário de papelão e plástico, vodca a rodo, bebidas tropicais a base de frutas e com sombrinhas de bambu, petiscos à vontade. Ambiente propício para o embebedamento geral.

Durante toda a festa Teobaldo vigiava Ziluê à distância. Via o alvo dos seus suspiros emborcar as taças e saracotear pelo salão. A moça nem percebia um assédio ou outro de algum solitário, sua festa resumia-se às bebidas e à dança, mais desenvolta e espalhafatosa depois de cada drinque. Não se passaram muitas as horas, mas as doses, sim, e suas passadas já não conseguiam ser retilíneas, o que fez o zeloso Teobaldo aproximar-se para o socorro que se fizesse necessário. E não demorou.

Ziluê entonteceu, ficou pálida, ensaiou um desmaio no meio do passe de uma música de axé. Antes que fosse ao chão teve o amparo dos braços do admirador, que a levou para um banco do jardim, abanou-a com uma folha de bananeira retirada da decoração, assistiu a seu vômito sem cara de nojo, trouxe uma garrafinha de água mineral para que ela deglutisse o gosto ruim e ouviu suas lamúrias de bêbada.

A moça falava o quão era infeliz, que se apaixonara pelo profesor de química da faculdade, mas não era correspondida; que para fazer ciúmes ao mestre tomara Caléfolas como namorado, justamente o mais feio, mais burro e sem graça colega da turma; que Caléfolas era feio e burro, mas tinha uma cantada infalível; que perdera sua pureza para Caléfolas; que depois de empanturrar-se, lamber os dedos e passar língua nos lábios, Caléfolas a abandonara; que engravidara; que fora expulsa de casa pelo pai, velho e conservador bedel da prefeitura; que, desempregada e sem poupança, fizera um aborto para não colocar no mundo uma criança sem pai e sem futuro; que morava num quartinho de pensão e vendia pules do jogo do bicho para manter-se; que gastava tudo em roupas para causar uma boa impressão e talvez ser beliscada pela sorte de um bom marido ou de um bom emprego, o que viesse primeiro estaria bem.

Teobaldo a levou em casa e prometeu-se nunca mais beber.


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Este conto também não está no livro De Depois De Já, que, por sua vez, já está quase encerrado (pontes.mr@gmail.com).

segunda-feira, novembro 26, 2007


Novaes, Jornal do Brasil, RJ


  • Eis a capa do livro do Valter Ferraz que acabo de receber. Mais um pra minha lista de livros de blogueiros a ler nessas férias. Por falar em livro de blogueiros, restam apenas 20 exemplares do meu, quem quiser o seu, adiante-se (pontes.mr@gmail.com). Gus, Letícia, Marlene e Chimene, os seus já estão a caminho. Heber, continuo aguardando seu endereço.

  • Dados da Datanalisis: 44,6% dos venezuelanos são contra as reformas que iriam a plebiscito no próximo dia 2; 30,8% são a favor. Apenas 29,4% da população se diz chavista. Talvez ainda possamos ter alguma esperança na sanidade de nossos irmãos do noroeste.

  • O beiçudo Chávez fez beicinho porque o presidente colombiano o afastou das negociações com as Farc. Diz-se ofendido, o coitadinho. Ora, ora, ora, quer dizer que o presidente de um país autônomo tem que confiar num ególatra apenas porque esse se ofereceu pra ajudar? Cá pra nós, ajuda desse camarada a gente não deve aceitar nem pra desatolar o carro. Mais cedo ou mais tarde ele vai cobrar, e com juros.

  • O maluco-mor da América Latrina, ou melhor, Latina, pensando com a cabeça do dedão do pé esquerdo, é capaz de querer vingar-se ajudando a armar as Farc. Se ele fizer isso, estará cavando uma cova muito funda para si mesmo. Pai Marquinhos de Ogum está prevendo cheiro de carbureto no ar, muito em breve.

  • Um vestibulando teve sua prova no concurso da UFRJ porque seu telefonecelular tocou. Vamos por partes: 1. O bobo não sabe que não pode entrar com celular no local da prova e, se for inevitável, esse deve ser desligado e entregue a um fiscal? Marcou bobeira e agora só lhe resta chorar; 2. Seria caro para o fiscal ter um pouquinho de bom senso, recolher o celular, dar um pito no estudante descuidado e devolver o aparelho após o final da prova? Tem gente que vira Nero com um pouquinho só de autoridade.

  • Ciúme e inveja são sentimentos naturais, mas exitem para serem negados. Ninguém admite que os tem impunemente.

  • O PT negou premptoriamente a existência de mensalão, Lula disse que nada sabia, Zé Dirceu foi defenestrado e continua clamando inocência. O partido, antes tão combativo, agora está totalmente sem moral para cobrar apuração e punição do mensalão mineiro que envolve seu pior adversário, o PSDB. Mais uma moeda de troca para a aprovação da CPMF. A existência do mesalão mineiro, que ninguém mais duvida que existiu, nem a Velhinha de Taubaté, é, por extensão, a comprovação de que houve um mensalão federal.

  • Foi só falar em Copa e os maus presságios já começaram. Com a tragédia da Fonte Nova dá pra imaginar como estão os demais estádios mais antigos do país em se tratando de conservação.

sábado, novembro 24, 2007

Eu


Horse, de Slowinski, daqui.


Sou aquele que passeia entre as nuvens em sentido contrário ao do vento. Sou o que molha os pés no rio e os cabelos na chuva. Sou o que coleciona amigos e descarta os inimigos. Sou o que trata olho nos olhos e destrata com o dedo na cara. Sou mais um que mente por amor e fala verdades dolorosas, se não as absolutas, as minhas. Não coleciono dinheiro e, muito menos, dívidas. Leio o que não me interessa e jogo fora o que me faria crescer. Não sou Peter Pan, mas também não sou Capitão Gancho ou Sininho. Gosto de flores, mas não tenho jardim, nada que exija meus cuidados me interessa. Eu disse nada e não ninguém. Egoísta talvez; talvez indisciplinado consciente. Posso tomar sopa de pedra com prazer e torcer o nariz para finas iguarias. Cortas os cabelos, aparar as unhas e escanhoar a barba são torturas; tomar banho, um prazer. Sei quando é hora de falar e quando devo calar, por isso faço o contrário. Transgrido para viver. Calor, fome, barulho e burrice me irritam, assim explico porque não vou à praia. Música me agrada; amontoado de notas musicais, não. Poesia me agrada; amontoado de versos desconexos, não. Inclusive os meus. Gosto de crianças, mas jamais teria filhos. Filmes de terror são como um prato à base de peixe: se não for muito bem feito, é horrível, sem meio termo. Não sou solitário, vivo em minha péssima companhia e isso me agrada. Antes mal acompanhado do que só. Jamais me suicidaria, não por amor à vida, mas pela curiosidade no futuro. Se só existem o certo e o errado, teimo em providenciar o talvez. Posso ser leal até o fim ou um traidor inescrupuloso. Sou movido a Sol, mas prefiro a Lua, Não escrevo por gostar ou por achar que tenho talento, apenas por ser menos chato do que praticar esporte.

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quinta-feira, novembro 22, 2007


Dálcio, Correio Popular, SP


  • A propaganda gratuita feita pelos amigos nos sites locais está surtindo efeito, pelo menos aparentemente. As pessoas estão me parabenizando na rua pelo lançamento do livro e algumas dizem que comprarão seu exemplar. Se eu não fosse péssimo vendedor e tímido para essas coisas, andaria com alguns volumes embaixo de braço e tentaria vendê-los a todos que me abordam, mas como não sei vender banana pra macaco faminto, fico esperando que cumpram a promessa. Na verdade as vendas estão indo bem, a despeito da minha falta de esforços, mas já decidi nãofazer uma segunda edição. Quando acabar, acabou e ponto.

  • ACM Neto é contra a entrada da Venezuela no Mercosul? Então sou a favor. Fica fácil decidir uma posição desse jeito.

  • Tenho percebido tantos, mas tantos absurdos nos comerciais de televisão brasileiros a ponto de me irritar. Tem a dentista que "tinha sensibilidade nos dentes", que, se não é um erro de português é uma tremenda ignorância em anatomia; tem o iogurte que promete seu dinheiro de volta caso seus intestinos não se regularizem (imagina o cara chegar no supermercado com os potinhos vazios pedindo o dinheiro de volta porque continua com prisão de ventre); e a última é do tenor do Estadão cantando "vai na banca buscar o Estadão!". O correto não seria "vá à banca buscar o Estadão!"? Mas não é só nos comerciais que as aberrações aparecem. Os jornalistas de todas as emissoras teimam em falar nas Olimpíadas de Pequim em 2008. Cacete! Quantas Olimpíadas se realizarão por lá no próximo ano? Ao que me consta, só uma, então o correto seria Olimpíada de Pequim, no singular. Contraditoriamente a Globo mostra o Sérgio Grossman ensinando a falar correto, durante os intervalos, e se gaba de manter a TV Futura; a Record News faz campanha pela melhoria da educação e por aí vai.

  • Como eu previa ontem, hoje o deputado federal José Múcio, do PTB-PE, disse que a reforma política só será discutida em 2008. Analisemos juntos, crianças: 2008 será ano eleitoral, o que significa dizer que o Congresso só funcionará até maio, quando começam as campanhas políticas autorizadas peli TSE. Qualquer reforma mais profunda só poderá acontecer a partir do ano seguinte, ou aqueles que se julgarem prejudicados pelas posíveis mudanças poderão entrar com ações de inconstitucionalidade no SRF e aí a coisa desanda de vez. Trocando em miúdos, tudo continuará na mesma até 2010, quando novamente alguém voltará a falar em reforma política e assim, de dois em dois anos, ad eternum.

  • A presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Margarida Presspurger, lamentou pelos eleitores que votaram no deputado estadual Marcos Abrahão, do PSL, por conta dos comentários que essa anta envergando autoridade chamou de veadinho e bicha o relator da ONU Philip Alston depois que este criticou a polícia fluminense e a política de segurança pública do estado. Minha cara Margarida, eu lamento por todos os eleitores brasileiros que são obrigados a votarem em calhordas como o tal Abrahão por total falta de opção, uma vez que homens e mulheres sérios e bem intencionados ficam distantes dos paridos políticos e de candidaturas, só a corja se candidata, slvo raríííííssimas excessões.

  • Olha o nome europeu, mais precisamente germânicos das figuras: Rui Barbosa, Aurilene Peres da Cunha e Rodrigo Alves Carvalho. Se bobear, essas crianças devem ser "pardas" ou negras e de cabelo sarará. Sabe quem são essas figurinhas lindas? Três babacas que foram presos pela polícia do Distrito Federal por divulgares mensagens nazistas e terem um arsenal em casa, além de propaganda impressa, camisetas e bandeiras de exaltação a essa calhordice. Além disso, são suspeitos de três assassinatos. A babaquice e a estupidez proliferam mais que ratos e puxa-sacos de políticos.

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