Sou aquele que passeia entre as nuvens em sentido contrário ao do vento. Sou o que molha os pés no rio e os cabelos na chuva. Sou o que coleciona amigos e descarta os inimigos. Sou o que trata olho nos olhos e destrata com o dedo na cara. Sou mais um que mente por amor e fala verdades dolorosas, se não as absolutas, as minhas. Não coleciono dinheiro e, muito menos, dívidas. Leio o que não me interessa e jogo fora o que me faria crescer. Não sou Peter Pan, mas também não sou Capitão Gancho ou Sininho. Gosto de flores, mas não tenho jardim, nada que exija meus cuidados me interessa. Eu disse nada e não ninguém. Egoísta talvez; talvez indisciplinado consciente. Posso tomar sopa de pedra com prazer e torcer o nariz para finas iguarias. Cortas os cabelos, aparar as unhas e escanhoar a barba são torturas; tomar banho, um prazer. Sei quando é hora de falar e quando devo calar, por isso faço o contrário. Transgrido para viver. Calor, fome, barulho e burrice me irritam, assim explico porque não vou à praia. Música me agrada; amontoado de notas musicais, não. Poesia me agrada; amontoado de versos desconexos, não. Inclusive os meus. Gosto de crianças, mas jamais teria filhos. Filmes de terror são como um prato à base de peixe: se não for muito bem feito, é horrível, sem meio termo. Não sou solitário, vivo em minha péssima companhia e isso me agrada. Antes mal acompanhado do que só. Jamais me suicidaria, não por amor à vida, mas pela curiosidade no futuro. Se só existem o certo e o errado, teimo em providenciar o talvez. Posso ser leal até o fim ou um traidor inescrupuloso. Sou movido a Sol, mas prefiro a Lua, Não escrevo por gostar ou por achar que tenho talento, apenas por ser menos chato do que praticar esporte.
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