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segunda-feira, janeiro 14, 2008

clayton

  • O ministro da Justiça, Tarso Genro afirmou que quem decidirá o candidato do governo em 2010 será Lula. Cá pra nós, nunca Lula definiu essas coisas. Isso faz parte da estratégia petista, desde há muito, de manter a vaidade de Lula e mexer os pauzinhos por baixo dos panos. Foi assim que Genuíno, Dirceu, o próprio Tarso, Delúbio e todos os outros da corrente mandaram e desmandaram, fizeram e desfizeram. Mantém Lula como boi de piranha, e ele adora os holofotes, e nos conchavos e negociatas decidem os rumos do partido, do governo e de tudo o mais. Quando a bomba estoura, Lula, que é quem tem mais credibilidade dentre todos diante do povão, arruma uma desculpa esfarrapada e fica tudo como dantes no reino de Abrantes. Lula é um fantoche por vontade própria, boi de piranha.

 

  • Os jornais, tanto da net quanto televisivos divulgaram nesse final de semana uma grande descoberta da ciência: o Sol faz bem à saúde e é o responsável pela sintetização da vitamina D no organismo. Até agora estou encafifado tentando descobrir que interesse existe por trás disso. Explico porque: que nenhum alimento contém vitamina D e que os raios solares, incidindo sobre a pele, é que faz a sintetização dela, eu já sabia desde a minha quinta série e não é porque sou um gênio, mas por constar nos livros didáticos de ciências. As mães são aconselhadas, há séculos, a levarem seus bebês a pegarem um solzinho no início da manhã não é à toa. Será que a indústria de cosméticos, filtros solares, bronzeadores e que tais, sentindo a repercussão negativa dos noticiários sobre aumento no buraco na camada de ozônio, aquecimento global e mudanças climáticas está dando sinais de diminuição nas vendas?

 

  • Uma amiga petista me mandou um e-mail otimista com o projeto de lei que prevê a criação da bolsa-aborto. Esse benefício, de um salário mínimo, seria ofertado para a mulher que ficar grávida depois de um estupro até que a criança faça dezoito anos. Os autores do projeto, que ela não cita no e-mail, justificam a medida por acharem que ela é bem mais benéfica que o aborto. Quer dizer, um bandido estupra, a vítima engravida e todo brasileiro se torna mantenedor da criança? Hoje descubro mais um projeto de bolsa: o bolsa-prenha. Toda menor de idade grávida terá direito a uma bolsa de 50 reais, podendo ser majorada para 100 reais se a pequena prenha comprovar que está matriculada e estudando. Esse projeto é da deputada federal Jusmari Oliveira, do PR-PA. Quer dizer, essa jovem pode ter pai e mãe que não lhe dão orientação sexual, dá uma trepadinha escorada nos muros da escola depois da aula, emprenha e todo cidadão brasileiro se torna mantenedor de sua cria mal criada? O que vejo de comum entre os dois projetos, além do assistencialismo oficial, é a punição a qualquer cidadão que caia na besteira de nascer no Brasil. O estuprador e o pai irresponsável podem ficar tranqüilos, não terão que pagar pensão, o brasileiro idiota está aqui para sustentar seus filhos, independentemente de ele próprio, o contribuinte, ter dez filhos famintos em casa. O pior é que esses dois projetos podem ser aprovados, para a danação geral da nação. E olha que nem falei nas fraudes que poderão acontecer.

topdesk

A Luma me passou essa meme (a cada dia inventam uma nova...). "Como está sua área de serviço?". Taí. Uma foto que tirei do nascer do Sol na Costa Dourada no final de 2007 e os ícones "meus documentos", "meu computador", "meus locais de rede", "lixeira", "internet explorer", "Adobe Reader 8", "Avast! Antivírus", "Google Updater" (que estou conhecendo e tentando descobrir suas vantagens), "Picasa 2", "Windos Live Mail" que é a ferramenta que estou usando agora para postar no blog, simples e com recursos suficientes para um manicaca como eu, "atalho para Skype", "Aulete digital" um dicionário, se não excelente, muito bom que o G1, portal de notícias da Globo, está ofertando de graça e, como eu costumo escrever com um dicionário ao lado, esse Aulete é uma mão na roda, "CCleaner", "eMule Plus", "Flock" que é um filho do Fire Fox que tenho usado bastante, "Irfan View" o meu manipulador de imagens preferido, "Velox", "Windows Live Mail" que é meu e-mail para os chatos e pouco íntimos, o oficial e predileto é o Gmail, e "WLinstaler". Missão cumprida, Luma, mas não passarei adiante. Quem quiser, dê continuidade.

sábado, janeiro 12, 2008

Vodu

blood-voodoo

O Mata Azul era um daqueles milhares de restaurantes de beira de estrada que proliferam Brasil a dentro. De ninguém sabe onde uma povoação foi-se formando ao seu redor. Atraídos pelos caminhões e, aos poucos, os carros de passeio, começaram a brotar do chão borracheiros, mecânicos, vendedores ambulantes que seguem os ônibus onde quer que eles vão, mascates... O casario brotava de madeira, depois o de tijolos sem engenheiro ou arquiteto, apenas argamassa e suor.
Uma das primeiras edificações foi de um negro calado, cabelos já grisalhos e que pouco falava o português. Por não conseguirem entender seu nome, Toussaint Dessalines, não demorou a receber o apelido de Tutu. Os poucos e depois muitos moradores chamavam-no de gringo, uns diziam que era “americano” (para os poucos letrados, todo estrangeiro é “americano” ou, simplesmente “gringo), outros mais “estudados”, talvez por terem concluído o primário, identificavam o sotaque alemão ou argentino. Não desconfiavam que Tutu era haitiano, fugido de seu país para não acabar no paredão de Papa Doc, não por questões políticas, mas porque combatia o vodu que o ditador utilizava para aterrorizar os adversários, que Tutu chamava de “vodu negro”, praticando o “vodu branco”.
Toussaint fazia os despachos para qualquer cidadão que o procurasse, desde que não tivesse a intenção de ferir outras pessoas e gratuita e prazerosamente quando era para desfazer um feitiço ou uma praga rogada por Papa Doc ou seus feiticeiros particulares.
Tendo sua cabeça colocada a prêmio, embarcou clandestino num navio que partia para a Colômbia. Mas era perto demais de seu país, os braços longos do déspota o alcançariam com facilidade naquele litoral. Embrenhou-se na mata, caminhou dias, comeu raízes e carne de macacos, cobras e aves, qualquer ave. O muito dinheiro que levava no embornal, economias angariadas por anos, de nada serviam naquele inferno de insetos, umidade e calor. Atravessou rios, subiu e desceu montanhas, abriu picada no peito e na força do facão cego do qual não se separava e hoje se encontrava pendurado na parede da sala como um troféu.
Sem relógio ou calendário, perdendo a conta dos dias há muito, não sabe por quanto andou e nadou sem ver viva alma humana. As animais que pôde, separou do corpo e comeu a carne. Um dia, já quase entregando os pontos e se deixando morrer, deu-se naquela estrada. Amolou o facão numa pedra e com ela raspou a barba e cortou a cabeleira já enorme e cheia de nós. Precisava estar o mínimo apresentável quando encontrasse civilização. E tudo o que viu parecido com civilização foi aquele restaurante de paredes de madeira recém pintadas de azul.
Ressabiado, entrou e pediu um copo com água em seu francês acreoulado.
- Eau, s’il vou plaît.
- Coméqueé?, Radovânio levaria o resto da vida contando para os amigos como aquele homem havia aparecido por ali com a língua enrolada e falando “ou, sivuplé”.
Também não entendendo a interrogação do balconista, Toussaint fez-se entender por gestos.
- Água? Tu tá querendo água?, esforçava-se para entender e atender o visitante.
- Oui! Água!, foi a primeira palavra em português aprendida pelo haitiano.
Tomada a água, meteu a mão no bolso, onde havia tomado o cuidado de separar algumas cédulas de gourde.
- Ê, moço, esse dinheiro não serve aqui, não.
Enquanto falava, Radovânio gesticulava abanando as mãos em negativa e empurrava a cédula de volta ao dono. Sem entender as palavras, mas compreendendo a negativa dos gestos e a cara desgostosa do homem que o atendia, Toussaint retirou o restante das muitas cédulas da bolsa mostrando-as para o vendedor, deixando claro que só tinha iguais àquela que apresentara.
- Não vou cobrar a água, não, moço. Falava e gesticulava Radovânio. A palma da mão voltada para baixo e os dedos abanando de dentro para fora, como se enxotam os animais, indicava a porta.
Sem arredar pé, Toussaint alisava a barriga e apontava para a boca, o mundialmente conhecido sinal de que tinha fome.
- E vai pagar com o quê? Esse dinheiro não paga nada aqui. Nem sei que dinheiro é esse.
A necessidade ensina o sapo a pular. Percebendo a rejeição de Radovânio, o negro correu para uma vassoura e fez arremedos de que varria o salão, que limpava a mesa, arrumava a cadeira... O dono do restaurante compreendeu. O visitante se propunha a trabalhar para pagar a comida com trabalho. Como se encontrava sem ajudante e a mulher o deixara, de jeito nenhuma iria para aquele lugar nenhum, viver no meio do mato por conta de um restaurante que sequer sabia se teria clientela, a troca foi aceita.
Por muito tempo o escambo era a relação entre os dois. Nas horas vagas Radovânio ensinava o português necessário para o ajudante: arroz, feijão, água, prato, copo, talher... E lhe dava almoço e janta, o que sobrasse dos clientes ocasionais. Por sua vez, Touissaint varria, lavava a louça, limpava os banheiros, atendia a freguesia, cozinhava aprendendo a usar os temperos locais, com menos pimenta do que era hábito em seu país.
Nas horas vagas o haitiano usava as ferramentas do patrão e derrubava mata e serrava tábuas, aos poucos ia construindo sua casinha. Depois da casa levantada, ocupou-se da horta. Cercou o terreiro e aproveitava as sementes que sobravam na cozinha do restaurante. Tomate, cebolinha, coentro, mamão, pimentão... Não demorou muito para tornar-se fornecedor de vegetais para Radovânio.
Ia se independendo até o dia em que deixou de vez trabalho de faz-tudo. Já haviam outras casas e comércios instalados. Tutu aumentou seu quintal e sua horta, passava a ser fornecedor verduras e legumes para todas as casas. Já não precisava mais caçar e colher para comer. O tempo, porém, era pouco para cozinhar. Agora quem precisava de auxiliar era ele. Roçar, adubar, semear, regar, tratar dos besouros e lagartas, tudo aquilo tomava muito seu tempo. Passou a comer no Mata Azul.
Todo dia sentava-se à mesma mesa, comia, descansava uns minutinhos, pagava pelo prato e voltava para a lida.
A população aumentava dia a dia. Crianças nasciam, homens envelheciam e todos, vez por outra, adoeciam. Relembrando seus tempos de curandeiro, passou a encomendar ervas aos caminhoneiros, passava a ser o médico. Por isso admirado e respeitado.
Anos e anos na roça, recebendo a visita dos doentes e sentando-se à mesma mesa para as refeições.
O negócio de Radovânio também crescia. O povoado e os passantes lotavam o lugar.
Um dia, casa cheia, Toussaint encontrou sua mesa ocupada, assim como as demais. Escorou-se no balcão e esperou. Vagou a mesa. Quando se dirigia a ela, Radovânio o impediu.
- Espera aí, Tutu, tem cliente na sua frente.
Tutu sabia que não era verdade. Tentou argumentar, mas foi ignorado pelo ex-patrão que o empurrou com a mão no peito e, cheio de mesuras, levou para a mesa dois caminhoneiros recém chegados.
O haitiano não discutiu, não reclamou, nenhuma reação. Saiu do restaurante e limpou os pés no carpete da entrada, ciscando para dentro da casa, coisa que normalmente se faz ao entrar, não ao sair. Ao mesmo tempo que ciscava, retirava um pozinho marrom do bolso da calça e o jogava no tapete, atirando-o depois para o lado de dentro com os pés.
Da rua, quem passava pela porta de sua casa o ouvia cantando uma música esquisita em língua desconhecida.
No dia seguinte houve um acidente com a cozinheira do Mata Azul, queimadura grave. No segundo dia um cliente contraiu uma infecção intestinal após almoçar e morreu mesmo após tomar um chá feito por Tutu. No terceiro dia o novo ajudante de Radovânio tropeçou nas próprias pernas derrubando toda a refeição no peito de um matador que estava de passagem para fazer um servicinho numa cidade próxima. O pobre rapaz foi assassinado com um tiro na testa. No dia seguinte, uma pernamanca do teto arrebentou e parte do telhado despencou sobre uma das mesas, ocupada por uma família que se dirigia para uma pescaria, nenhuma vítima fatal, mas um tremendo prejuízo para o dono que teve que pagar as despesas médicas da família machucada. No quinto dia o restaurante não abriu, não havia dado tempo para se consertar o telhado. No sexto dia, novo incêndio. O fogão a lenha rachou e as brasas se espalharam pelo chão de madeira já seca depois de anos de uso. Não deu tempo sequer para que os baldes de água que todos os vizinhos traziam afobados fossem jogados nas chamas. O fogo espalhou-se como se num palito de fósforos.
De sua varanda, sentado na cadeira de balanço, Toussaint olhava a cena de desespero com um sorriso leve nos lábios ocupados com um cachimbo fumegante.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

AUTO_dalcio

  • Edison Lobão nas Minas e Energia? Isso está a cara do Sarney, de quem Lobão sempre foi fiel escudeiro. Qualquer partido mais responsável, se é que isso existe, exitaria em pegar esse ministério às vésperas de um apagão anunciado e negado, mas com a cara-de-pau dos peemedebistas, o que vale é o cargo e as verbas. O povo é apenas um detalhe.

 

  • Por incompetência, falta de profissionalismo e de criatividade, já estão discutindo uma nova CPMF. Aí vem a pergunta inevitável: se o imposto for criado, os impostos e taxas que foram reajustados para compensar a perda da antiga CPMF recuarão? Algo me diz que não. Esse governo é o mais guloso que a república já conheceu e o mais perdulário também.

 

  • As contas energia elétrica deverão sofrer um reajuste alto. A justificativa é o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas. E as ditas tarifas sociais, também aumentarão? Lógico que não, afinalde contas são as classes mais pobres que bancam o governo nos votos. Isso significa que a classe média, mais uma vez sustentará as ditas políticas sociais, que eu prefiro chmar de assistencialismo oficializado.

 

  • Olha só as entidades e intelectuais que assinaram o manifesto apoiando os aumentos de impostos: D. Tomás Balduíno, da Comissão Pastoral da Terra; D. Demétrio Valentim, da Comissão de Justiça e Paz da CNBB; João Pedro Stédile, do MST; Plínio de Arruda Sampaio; Fernando Morais; Marcelo Crivella... Mais seis motivos para eu ser contra.

 

  • Sarckozy já está com um aumento enorme em sua impopularidade, na França. O pior é que nem é por causa de sua linha política, mas por causa da namorada. Os franceses não têm aceitado bem o fato do presidente namorar uma italiana. Estão nacionalizando o amor. Agora, cá pra nós, essa Carla Bruni deve ser o que as revistas de fofoca chamariam de maria-holofote. A mulher namorou o Eric Clapton, em quem deu um chifre para ficar com Mick Jagger que teve seu casamento de 21 anos com Jerry Hall acabado por causa da escapadela. Depois ela namorou Donald Trump, Kevin Costner, também divorciado depois da traição... Pelo visto, ela agora promoverá o divórcio de Sarckozy com seu país. Mulher perigosa.

 

  • Ponto para Chávez! Até Bush, mesmo contrariado, teve que aplaudir el loco. Depois daquele carnaval que acabou em frustração, em dezembro, dessa vez, na surdina Chávez conseguiu o regate de duas reféns das Farc. E Oliver Stone nessa parada? Nas imagens divulgadas, não vi o sanguessuga. Foi triste ver a cara do diplomata brasileiro tentar diminuir o mérito chavista diante das câmeras. Meu medo é que a troca dos reféns tenha sido por armas ou algo do gênero. Chávez é capaz de tudo.

 

  • Que São Paulo é uma cidade muito rica, todo mundo sabe, mas o Estudo potencial Econômico da Cidade de São Paulo, encomendado e divulgado pela Fecomercio-SP, é surpreendente. O estudo compara que se a cidade, não o Estado, basta a cidade, fosse um país, seria o 47º mais rico do mundo, o 6º mais rico da América Latina, ao lado do Chile. A cidade tem PIB superior a 94% de todas a Região Nordeste. São números impressionantes.

quinta-feira, janeiro 10, 2008

lane

  • Impossível jogar fiado na loteria, certo? Nada de financiamento pra fazer uma fezinha, correto? Você paga sua aposta em cash, pá! Pum! Por que cargas d'água o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) propões que os prêmios ganhos sejam pagos em prestações? O cara-de-pau argumenta que a maioria dos ganhadores de grandes prêmios não tem preparo para administrar as fortunas ganhas do dia para a noite. E daí? O que ele tem a ver com isso? Esse sujeito não tem coisa melhor sobre o que legislar, não? Se não tiver, basta dizer que eu lhe enumero um monte de coisas que precisam ser seriamente avaliadas pelos políticos. Até parece proposta de petista, de tão esdrúxula.

 

  • O Rio de Janeiro vai ficar sem governador e sem vice por alguns dias. Ambos viajarão para a Suíça a fim de fazer campanha para que a Olimpíada (no singular, senhores jornalistas, por favor!) de 2016 seja realizada na cidade do Rio. Duas coisas me chamam a atenção aí: a primeira, Cabral já esteve na Suíça há poucos meses para ouvir o anúncio oficial de que a Copa de 2014 seria no Brasil. Ora, ora, ora, não havia concorrente, todos já sabiam que a Copa seria aqui, então para quê fazer lobby? Segunda, o Tribunal de Contas da União ainda não fez as contas da dinheirama derramada no PAN de 2007, hiper valorizada e que muito pouco deixou para a cidade e para a União e Carlos Artur Nuzman já está de olho em multiplicar a sua fortuna, da esposa Márcia Peltier e dos amiguinhos mais próximos. Não vou entrar no discurso pessimista que o Brasil não sabe organizar um empreendimento desse tamanho, que a violência que grassa no Rio desde Brizola será um grande risco para estrangeiros e coisas que tais. O que me preocupa é o roubo descarado que se faz nos cofres públicos nessas oportunidades.

 

  • O ministro falou que não corremos risco de apagão. Leia-se: comprem suas velas, fifós e lampiões. A coisa vai ficar escura muito brevemente.

 

  • O outro ministro falou que não há risco de epidemia de febre amarela. Leia-se: vacinem-se que o trem tá feio.

 

  • Por falar em febre amarela, qual será a próxima epidemia? Não vou ficar nem um pouco surpreso se for de varíola ou tuberculose. Às vezes me sinto vivendo no século 19.

 

  • Olha a inflação aí, gente! A bichinha está voltando e nem um pouco tímida. É uma boa desculpa para ser usada por Mantega e sua gang para aumentar impostos: diminuir o consumo para reter o crescimento da inflação. Não estranhem se ouvirem um deles falando isso nos jornais logo, logo.

 

  • Adivinha quem saiu na frente na nova distribuição de cargos do governo federal? O PMDB, lógico! O ministro Geddel Vieira Lima já conseguiu emplacar os apadrinhados na SUDAM, a mesma que bancou um ranário milhonário de Jader, foi sacrificada e ressuscitou para gerar um enorme cabide de empregos. Dá ou não ná a impressão de que estamos vivendo no século 19? A propósito, o ranário de Jader não deu rã, mas vacas, milhares delas. Na época um amigo meu trabalhava na receita estadual do Pará e dava expediente no posto fical na fronteira com o Maranhão. Ele me contava que passavam comboios de caminhões caregados de gado, todos com guia de isenção de impostos.

quarta-feira, janeiro 09, 2008

AUTO_myrria

  • O STF tem tentado dar mostras de que está mais sério, mais preocupado com os valores éticos e morais e tal e coisa e coisa e tal. Como gato escaldado tem medo até de saliva, fico desconfiado... A Ministra Ellen Gracie deu dez dias de prazo para Lula explicar os reajustes tributários. Na prática, isso significa que Mantega e seus advogados dirão ao Tribunal o que quiserem dizer, os juízes dirão que é uma prerrogativa do Executivo reajustar taxas e impostos, tudo será considerado constitucional e legal e a oposição que morda a bunda. Aí ocorrerá, depois do carnaval, segundo o Garibaldo, uma briga de foice cega no escuro dentro do parlamento pela aprovação ou não do aumento da CSSL. Ai, ai, a política e a justiça brasileira são tão previsíveis que estão perdendo a graça.

 

  • Um amigo meu criou há quatro meses um site de notícias. Ele até tem se esforçado para manter um bom padrão. Pra começar, não fecha contrato com órgãos públicos, coisa rara em cidades do inteior, assim mantém uma independência de opinião. Ontem ele teve seu primeiro momento de glória, embora por causa de um desastre. Um helicóptero com turistas caiu e pegou fogo numa barraca em Porto Seguro (não houve vítimas fatais, ainda bem, e estão todos bem) e um fotógrafo do site registrou tudo na hora. Um furo! O Hugo, o dono do site, passou o dia recebendo telefonemas dos principais órgãos de imprensa televisiva e internética do país. Ja falei demais, vejam o lance do Radar 64.

 

  • Mas nem tudo são flores para meus amigos da imprensa. Recebi ontem o e-mail abaixo de uma amiga minha que trabalha num jornal de Belém:

Meus caros,
Não posso me queixar do início animadíssimo deste 2008. E eis que, depois de dançar "coladinho" com mr. Billy Paul, no reveillon do Hangar, descubro que essa história de jornalista ameaçado não acontece só fora daqui. A atual vítima fui eu.
Tudo começou quando o Amazônia publicou, no sábado, 29, uma matéria sobre a prisão em flagrante de um vereador do município de Breves, na ilha do Marajó, chamado Mário Adolfo Furtado Rabelo Júnior, preso com a "boca na botija", extorquindo dinheiro de um analista de sistema, ao lado de um investigador da Polícia Civil, de nome Roberto. Os dois foram presos e transferidos, o vereador para o Corpo de Bombeiros, e o policial para o PEM 3, em Americano.
Na sexta-feira, 4, chegaram três homens na redação do Amazônia/ O Liberal, solicitando um "direito de resposta" em relação a matéria publicada.
Quando li o que estava, falei ao homem (que não se identificou pra mim) que não poderia publicar da forma que ele havia escrito já que no documento ele chamava alguém de "doido" e "desequilibrado mental", ao que perguntei se ele (o cara) era médico ou se tinha laudo para afirmar isso. Ele ficou puto e nervoso. Pedi que ele se identificasse e ele me mostrou uma espécie de crachá e o tirou da minha mão antes que eu lesse. Então eu disse que não tinha mais nada a falar com ele e o mandei se retirar e ainda recomendei para que se ele voltasse à redação, viesse sem os guarda-costas que o acompanhavam. Só aí, toda a redação veio me avisar que o armário, capanga do cara, estava AR-MA-DO (isso mesmo, o segurança tinha um trabuco na cintura sobre o qual não deixou de passar a mão nenhum segundo). Toda essa movimentação foi registrada pelo circuito interno de tevê da redação.
Na hora, liguei para o meu amigo Walrimar Santos (assesor de imprensa da Polícia Civil) e pedi para ele descobrir se o cara era o policial. Diante da afirmação de que o IPC Roberto continua em Americano, restou o vereadorzinho (e era ele).
Logo, Emanoel Villaça, também da assessoria da PC, me ligou e pediu para eu ir na Delegacia Geral fazer uma queixa formal do caso e falar com o delegado-geral Justiniano Alves, o que fiz durante a tarde inteira da sexta-feira.
Bem, como percebem, minha vida está animadíssima. Por isso quero dividir isso com vocês, com algumas consideração (para não perder o costume):
1º) vocês podem imaginar o quanto é "seguro" o local onde trabalho (qualquer entra e ninguém é incomodado).
2º) na hora da confusão, todo mundo falou e arrebentou, mas hoje (8) quando chegaram as intimações para as testemunhas prestarem esclarecimentos na DG, já apareceu neguinho "muito ocupado" e com "uma viagem inadiável para fazer".
3º) muitos na redação consideram que eu ter botado para quebrar para cima do vereador "não era pra tanto", já que "as imagens não mostram que o cara estava armado". DETALHE; eu não falei isso, nunca, mesmo porque não vi. O que me incomodou foi o fato dele (o segurança) ficar me cercando na minha mesa. Se isso não é intimidação, alguém aí me dê um nome pra isso.
4º) Estou me sentido ameaçada, sim, senhor. A família desse vereador tem muita grana e é dona de metade de Breves. O fato é que ele foi preso na madrugada do sábado, 29, e às 13h, do mesmo dia, estava em liberdade. Se não correu grana aí, quero também um nome para isso.
5º) quero deixar bem claro que se algo estranho acontecer comigo (acidente, assalto, agressão, qualquer coisa...), esse vereador DEVE ser procurado.
6º) o caso virou um inquérito na Delegacia de Crimes Funcionais (Decrif), sob a responsabilidade do delegado Antônio Benone. O delegado-geral está a par de tudo (me recebeu e prestou solidariedade), o governo do Estado também, assim como a Polícia Federal. O setor industrial da Delta Publicidade (dona dos jornais) está ciente de tudo, assim como o setor jurídico da empresa. A segurança mudou seus modos de abordagem a visitantes, mas ainda não é o ideal. O prédio da redação é muito, muito vulnerável. Não é de hoje que doidos, das mais diversas espécies, batem em nossas mesas de trabalho.
7º) quero deixar minha eterna gratidão ao Walrimar (foi o ombro mais amigo que encontrei naquela na tarde daquela sexta-feira), ao Villaça que articulou tudo na DG pra mim; ao delegado Antônio Benone (que ainda conseguiu me fazer rir na hora da confusão), à corregedora da PC (que agora não me recordo o nome); à dra. Lívia (advogada da empresa que acompanhou o meu depoimento); aos delegados Fernando Sérgio e Uálame Machado, da PF, que me orientaram a como agir nesse caso; a Elísia, a motora do jornal que me levou para todos os lugares; aos blogs do Juvêncio Arruda e do Paulo Bemerguy, que publicaram notas sobre o assunto; e aos poucos que souberam avaliar, realmente, a gravidade desse caso.
8º) até esta presente data, o meu querido "sindicato" (que me leva mensalmente 60 paus) não se manifestou sobre o assunto. Muito menos a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj).
9º) portanto, se alguém tiver alguma opinião sobre como esse caso pode ser melhor apurado, se tiver algo que eu posso fazer judicialmente (alô! dr. Guilherme Zagalo), please, mandem ver. Agradeço muitíssimo.
No mais é isso, "bola para o mato, que o jogo é de campeonato".
Grande beijo,
Dedé

Mais eu teria a falar, porém o post já está quilométrico.