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quarta-feira, agosto 19, 2009

De passagem



Acordo de madrugada com a festa dos gatos pela casa e o sono não volta. Resolvo aproveitar a insônia para atualizar o blog. Enquanto tento concatenar as idéias, passeio pela internet em busca de novidades e a primeira que recebo não é nada agradável. No jornal local estampada a foto de um ex-aluno assassinado na porta de casa quase à meia noite, enquanto aguardava o carro da empresa que o levaria para o trabalho.

Moramos no centro, eu, ele e sua família. Uma cidade agradável, hospitaleira e em processo de crescimento e organização. Lugar que adotei para viver depois de viver em várias outras e de onde não pretendo sair, que vejo progredir paulatinamente com o início de uma fase de industrialização. Isso traz emprego e renda para os homens e mulheres de bem, mas de carona traz a marginália.

Nada é estanque ou isolado, tudo está correlacionado. A industrialização e o enriquecimento; o enriquecimento e o afluxo de pessoas de outros locais; o aumento da população e o emprego; o emprego e a frustração por não tê-lo conseguido; o desemprego e o despreparo técnico; a falta de educação e a inveja; a inveja e a auto-exclusão do processo de crescimento; a marginalidade social e a marginalidade moral; a falta de escrúpulos e as drogas; a adicção e o crime. Thiago estava na ponta fraca dessa corrente. Assaltado e morto em frente à sua casa por um desqualificado profissional, social e moral; um imbecil que faz um bebê recém nascido ficar condenado a uma vida sem o carinho do pai; que deixa um pai calejado no trabalho de taxista e a mãe professora amputados daquilo que tinham de melhor; os amigos chocados, revoltados e amedrontados de serem as próximas vítimas de calhordas drogados como esse que tira de tanta gente a tranquilidade da vida serena e produtiva.

Não tenho peninha de marginais por opção. Não se qualificaram profissionalmente por falta de opção, de oportunidade ou pela própria opção? Pois que arrumem uma maneira de sobrevivência honesta. Não há vergonha em carregar caixas no supermercado, recolher o lixo da cidade, carpir quintais, lavar carros na rua ou num autoposto... São infinitas as colocações para os que não se prepararam para escalar os degraus da ascenção social. Mas essa corja humana prefere o caminho fácil de tirar de quem sua ao invés de garimpar com as próprias forças. Não satisfeitos em levar os que há de material, levam a própria vida alheia. Substrato humano que não pagará à altura pelos crimes cometidos.

A sociedade perde um trabalhador responsável, jovem e forte; a família perde a própria família que passa a ser um pedaço do que era; os amigos perdem um exemplo de caráter e retidão e os criminosos, se muito, perdem cinco, seis anos de liberdade. Isso não é justiça, isso é escárnio do Estado com os cidadãos de verdade.


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16 comentários:

flávia disse...

É uma pena,há tantos inúteis,e crápulas nessa vida,e se vai um bom moço,com a vida pela frente.
Por que os bons se vão?A vida,definitivamente não é justa.

W.NETO disse...

A política das esquerdas através das ONG's milionárias de Direitos dos Manos, é esta. Eles culpam a "zelite malvada" pela desigualdade social e em suas mentes insanas, o marginal propriamente dito, não é o culpado e sim o sistema. É o nefasto relativismo a serviço da comunalha modista. É uma forma velada de instituir uma "luta de classes".
Um forte abraço!

Blog de um Brasileiro disse...

Muito triste o ralato. Realmente deplorável. É como sempre digo... nós que pagamos impostos, andamos com correção, respeitamos as leis é que estamos completamente vulneráveis à sanha inescrupulosa de invejosos. O mau está dentro do indivíduo, cabe à sociedade por meio da educação e métodos adequados de segurança, conter essa energia.
Por isso que pergunto qual a solução. Seria nos igualarmos a eles, vivendo armados e esperando o momento da tocaia para poder revidar? Ou deveremos ficar calados, quietos, esperando de forma cordata o momento em que vamos ser alvejados.
Realmente é difícil essa resposta.
Meus sinceros sentimentos à você e aos pais desse jovem.

Adao Braga disse...

MP, conheço seu blog a pouco tempo. Não conheço, e nem conheci o moço relatado no texto, mas, pelo seu testemunho e por suas palavras, fico triste em saber que um semelhante teve morte prematura e injusta. Isto é, PESAMES, mesmo sem conhece-lo, e a família dele, isto pesou aqui em mim!

Beatriz disse...

É essa a política do PT. Dá esmola mas não dá o básico: saúde, segurança e educação. A situação nas cidades pequenas como esta está insustentável. Não há lei. Não há combustível pra carros de polícia. O crack tomou conta de tudo aqui.
Esse jovem foi assassinado pertinho de nossa casa. coisa de um quarteirão. E os bandidos seguem matando, as crianças sem escola e o PAC dando esmolas.
Deplorável.
Triste. Horrendo.

Beatriz disse...

Blog de um Brasileiro....eu começo a pensar em ter porte de arma , aprender a atirar. Como irei me defender?

Esyath disse...

MEU GURUUUUUUUUU


estou triste porque quando finalmente consigo voltar aqui... o que fico sabendo!? Fico a par... dessa fatídica notícia... é realmente deprimente que vivamos dias em que não sabemos se nossos filhos, pais, amigos e afins... vão sair de casa após o café-da-manhã sem ter certeza se vão retornar...
Meus mais sinceros pêsames.

Conte com meu apoio mesmo que de longe.

Beijos (Des)conexos!

Cachorro Louco disse...

Marcão : eu sou totalmente a favor da pena de morte para esse tipo de crime.Fica caro para a sociedade sustentar um bosta destes por anos numa cadeia com direito a visitas íntimas ,tv a cabo e uma porçaõ de mordomias que um cidadão comum não pode ter A melhor solução para bandidos é a solução de continuidade.Abraços

Anônimo disse...

Realmente a impunidade nesse país é criminosa e multiplicadora de crimes. É justa a sua indgnação.
Bjos,
Cam

.../.. disse...

Fiquei com muita raiva. Triste e revoltante.

Carlos Emerson Junior disse...

Que coisa triste... e é lamentável que nossas pequenas cidades, para onde fugimos da loucura das capitais, estejam todas vivendo esse processo.
Aqui em Nova Friburgo a bandidagem vem do Rio, veja você, fugindo da repressão.
Repito, fico triste com tudo isso.

Marco disse...

Olá, amigo Marcão
Puxa... Que coisa triste...
A gente vive recebendo notícias como esta. Na segunda-feira, mataram um colega de trabalho nosso, dentro do carro, perto da filha e do neto...
Que Deus abrace a família do rapaz.
Carpe Diem. Aproveite o dia e a vida.

Gustavo disse...

jÁ Se foi a minha época de insônia. Graças.

Carlos Caldas disse...

Ops, falei uma coisinha sobre a relação do PT com a violência, mas, o comentário não apareceu...Ainda bem, pareceria oportunismo meu. Abraços.

Maria Cintia Thome Teixeira Pinto disse...

Muito difícil entender, não consigo, como aqui ficam em maioria criminosos e famílias partidas pelo sofrimento afetivo pelas perdas de pessoas boas e produtivas. E o povo, o 'povinho de Brasília', aquela merda mole e mal cheirosa, de políticos e aceclas, gentália não sabe o que está fazendo com o País, esse chão já um alarve sem tamanho.
Talvez esse povinho da brasilândia seja uma minoria intocável, pensam eles com certeza e nem exercem preocupação com o resto mas 'grande resto' que 'vota' neles, uma obrigação nossa moral.Lamentável esse jogo de ética ou não ética...
Sinto muito Marcos.

abs.
cintia thome

felipediego disse...

triste demais, e muito revoltante! thiago meu amigo, vai em paz!