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sábado, junho 25, 2011

Guerra Fria e fria guerra

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Em 1989, com a queda do muro de Berlim, a imprensa caiu no conto de que a Guerra Fria acabava-se, o mundo seria pacífico. Para a tristeza dos comunistas desavisados, a derrota fora decretada, o satânico e degradante capitalismo vencera. O conto do vigário fora lançado e os patos compraram as pules vencidas.

De fato acabava a primeira fase da Guerra Fria, a fase ostensiva, das manchetes. De fato, o comunismo levava uma sova. Nenhum dos países que partira por aquele caminho dava bons resultados econômicos, sociais ou humanistas. Tornaram-se ditaduras sanguinárias, comandadas por oligarquias hereditárias, deixavam de investir em saúde, infraestrutua, moradia e educação para investir em propaganda e armamentos.

Os jornais deram-se conta disso? Não. Jornais já não faziam jornalismo, iniciara-se a era da preguiça intelectual. Jornais já estavam entregues aos relações públicas de governos e empresas, cabendo-lhes apenas o trabalho de reproduzirem os releases a si enviados. Jornalista de opinião virava analista, especialista, articulista, os figurões dos veículos. No Brasil foram criados monstros intocáveis como Gilberto Dimenstein, Luís Nassiff, Franklin Martins, Mino Carta, Carlos Castelo Branco, Heitor Cony, Ricardo Noblat, Reinaldo Azevedo e tantos outros, a maioria mais opinante do que conhecedora e, quase todos, fosse de esquerda, direita ou de quem pagasse mais, com viseiras unidirecionais.

Usando essa mão de obra barata e facilmente manipulável, complementando-se o exército com os já citados professores, sociólogos, assistentes sociais, políticos e, ah!, o magnífico ego!, artistas, iniciava-se a fase dois, a fria guerra.

Esta, essencialmente ideológica, avança sorrateira por entre as pernas e invade, lenta e paulatinamente, os cérebros. A lavagem cerebral violenta de que ouvíamos falar, aqueles com hoje mais de quarenta, retratada em filmes de espionagem ou livros de tramas políticas, assumiam sua faceta dissimulada, sem violência física. Os comunistas passaram trinta, quarenta anos deglutindo as teorias de Gramsci, testando aqui e acolá para ver se eram deveras aplicáveis ou apenas devaneios de um louco. No Brasil, país que se orgulha de ser pacífico, embora morram mais de 40 mil por ano em atos de violência, encontraram um laboratório ideal.

Com a educação idiotizante massificada, crianças que desejavam mais tornarem-se Ronaldinho e Xuxa do que Santos Dumont ou Bertha Lutz; Sabrina Sato e Neymar do que Zilda Arns; a idealização da fama em detrimento do conhecimento, as novelas mais importantes que os clássicos da literatura, a aceitação de idéias mastigadas contra a dificuldade de estudar a analisar, criaram no Brasil ambiente propício para a divulgação dos “ideais progressistas”, com meia dúzia de idiotas úteis com fácil penetração nas massas e a simpatia dos intelectualóides que endeusam tudo o que vem das camadas sociais inferiores como “lindo”, “peculiar”, “de raiz”, “autêntico”, “sábio”” e sabe-se lá quantos outros adjetivos vazios de conteúdo, a fria guerra das idéias foi tornando os neo-comunistas, aqueles que primeiro enchem seus bolsos com o discurso de paladinos dos pobres e oprimidos para depois, se restar tempo e vontade, trabalhar deveras para o bem comum, em herois nacionais.

País atrasado em tudo, mas com o arroto de ponta de lança, ficamos para trás. As idéias esquerdizantes, depois de comprovada a revolução silenciosa, a fria guerra, no Terceiro Mundo, ainda não percebemos que a destruição econômica da Europa, a bancarrota americana são apenas a vingança bolchevique. Nossa economia, para o deleite dos gorilas vermelhos que batem no peito como sumidades na área, ainda respira, mas não por sermos bons, apenas porque ainda não chegou nossa vez, além do fato de estarmos fazendo direitinho, do jeito que os cardeais da nova ordem mundial desejam. Bancamos a fria e silenciosa guerra com recordes de impostos, juros achaquantes e com a agressão constante àqueles que venceram a Guerra Fria.

Somos a bola da vez. Fragilizado o capitalismo dos grandes capitalistas, nós, os auto-aclamados futuros donos do mundo, seremos o alvo dos neo-revolucionários.

 

©Marcos Pontes

12 comentários:

Beatriz disse...

Muito bom, Marcos e assustador. sim. O comunismo pode ter acabado mas o marxismo continua firme dentro das escolas, no estado, dentro do Vaticano(inclusive..pobre Bento XVI).
Os líderes soviéticos estudaram e aplicaram a máxima do livro a arte da guerra: avançar recuando. Em Novembro de 1987, o Presidente soviético Mikhail Gorbachev afirmou, num discurso ao Politburo: "Senhores, Camaradas, não se preocupem com tudo o que ouvirem sobre glasnost e perestroika e democracia nos próximos anos. Tudo isso é sobretudo para consumo externo. Não haverá mudanças internas significativas na União Soviética, a não ser para fins cosméticos. O nosso fim é desarmar os americanos e deixá-los adormecer."... mas Gorby deve estar se deliciando porque hipnotizaram o USA. Obama é a marionete perfeita para o plano marxista de se aproveitar da liberalização na Europa Oriental causando grande to social e político até mesmo nos EUA, especialmente se coincidisse com uma severa depressão econômica. Os estrategistas comunistas estão à espreita de tal oportunidade.Os observadores mais argutos sabem que uma queda financeira brusca ressuscita o marxismo e a sua crítica à liberdade econômica.

Beatriz disse...

mais uma coisinha;)) só consagrando a Rússia ao coração Imaculado de Nossa Senhora. Só essa é a saída.

Jonas Paulo disse...

Excelente artigo, Marcos. Fiquei agora pensando cá comigo mesmo: será, se a economia brasileira não estivesse razoavelmente bem fincada pelo FHC, o que seria de nós a esta altura, e com as ratazanas petistas roendo tudo o que pode e o que não pode. Já somos uma das vítimas mundias do comunismo. Triste realidade.

APACONT.org.br ligue para 021-3472-1785 ou 3455-6554 disse...

Os sistemas não acabam, sofrem mutações, a última é o capitalismo, veremos o que vem adiante. ONG www.apacont.org.br, em defesa do consumidor.

Sérgio Freitas disse...

Caro Marcos: Seu texto é uma análise correta dos desdobramentos, desde a queda do muro, não obstante os israelenses terem construído outro, para manter os palestinos do lado de fora. Há umas pontinhas de exagero, mas no geral a análise é perfeita. Tudo isso que você descreveu desembocou no "Capitalismo de Estado", que é a definição do processo econômico que estamos vivendo. Mas, desta vez gostei, até achei divertido. Abraço.

Indiacui disse...

Marcos, você escreve bem paca! O fato é que embora ainda não estejamos abertamente vivendo como comunistas estamos no caminho e somos vítimas dele. Eu imagino que se o PT continuar no poder por mais uma eleição, já estaremos declaradamente dentro.
Os militares foi um mal para o Brasil até nisso, porque essa gente "defensores" da "democracia" se fizeram de mocinhos, se salvadores da pátria. Foram lobos vestidos de ovelhas. Eles tiveram método e persistência, agora só Deus para nos tirar dessa enrascada.
Indiacui

marcia1907 disse...

Apartamentos térreos dos conjuntos habitacionais do PAC em Manguinhos" estão sendo transformados em "vendinhas". Os apartamentos são ocupados por moradores retirados do morro do Alemão.
Este é um pequeno exemplo que mostra que o capitalismo está sim na alma do brasileiro. Nós somos a terra do "farinha pouca, meu pirão primeiro". Acredito até que possa até haver uma transformação do capitalismo para algo mais próximo da social democracia. Mas comunismo, não mais...

marcia1907 disse...

Aqui no Rio, a primeira coisa que moradores do Morro do Alemão que foram transferidos para um dos conjuntos do PAC fizeram foi transformar as varandas dos apartamentos do primeiro andar em "vendinhas". Ou seja o capitalismo está é atávico no brasileiro...

Fusca disse...

Ótima análise, Marcos. Infelizmente a estratégia de desinformação, lavagem cerebral estilo Goebbels, distorção gramsciana e inversão de valores petralha prejudicará as próximas gerações de nosso país, impedindo a nação de enxergar os fatos e corrigir o rumo do país. Sem uma Redentora, o Brasil estará condenado.

Ajuricaba disse...

Com tudo o que essa curriola degrada dos valores, é de se espantar que Xuxas e Sabrinas, Neimares e Ronaldinhos não sejam as únicas referências do país. Quando vejo muitos jovens valorosos nas redes sociais, retomo a coragem de continuar na luta.
Sem contar quadros de seu quilate meu amigo. Ótima semana.

sergio nogueira disse...

Depois do título de Dr. Honoris Causa ao nosso ex-ilustre presidente apedeuta da silva e da Condecoração ao Ronaldinho Gaúcho, tudo pode acontecer neste País das maravilhas Ptistas.

Joe_Brazuca disse...

Só esqueceu de falar da USP( e outrinhas pelaí, dinguais...), que virou (continua, alías...) um reduto-bunker de sócio-aloprados, que fogem das aulas (onde deveriam estar com afinco estudando o que NÓS pagamos pr'eles estudarem...) pra "revisar o udi-gruid" da porralouquice dos anos 70, que NÓS vivemos (por direito histórico, ao menos...), isso quando não é dentro das classes mesmo, são ferrenhamente doutrinados pelos dino(tirano)ssauros "mestres" d'a lá sinistra capenga, ultrapassada e demodê...

Já que é pra dar nome aos bois...vamo lá,né !

abraço, Pontes !