• A economia vai bem? Mais ou menos, buana. Os jornais fizeram um furdunço com a crise estadunidense, mas os caras cresceram 3% no trimestre, mais do que o Brasil cresceu no primeiro semestre inteiro. O dinheiro especulativo voou. Mais de 6 bilhões de dólares em uma semana. O fato é que a economia mundial está relativamente bem. Depois daquele carnaval todo de aumento de preço e falta de alimentos no mundo, com o fracasso de Doha as coisas estão voltando ao normal. Não colou a pregação dos profetas do apocalipse. Aliás, eu já havia falado aqui que era tudo jogo de cena. Os índices governamentais não concordam com a sensação de carestia que sente quem faz compras nos supermercados, mas assim o é desde o tempo dos generais. Não há, portanto, nenhum milagre petista, apenas jornalistas mal informados fazendo carnaval cada vez que o Mantega e seus cúmplices abrem a boca.

 

• Mas é só surgir uma sensaçãozinha de que está tudo nos eixos que os sindicalistas põem as manguinhas de fora. Já estão voltando a pregar a diminuição da carga semanal de trabalho. Quem primeiro diminuiu essa carga foi a França durante o socialismo de Miterrand. Sentindo que o barco estava fazendo água perigosamente (a previdência francesa estava em déficit há décadas, anunciando a bancarrota), Sarkozy aumentou a carga horário de trabalho. No Brasil, porém, país rico, de sindicalistas e em ano eleitoral, tem que aparecer um populista idiota para propor, mais uma vez, que entremos na contra-mão da história.

 

• A indústria de armamentos legais ou contrabandeadas faz sucesso no Brasil, por outro lado, a indústria de algemas vai operar no vermelho. Pô! Por favor, alguém me explique por que as autoridades brasileiras são tão condescendentes com a bandidagem. Há anos me pergunto e já perguntei a advogados, promotores e advogados e nunca recebi uma resposta satisfatória. Ah, algemas ferem a imagem dos bandidos, dizem os magistrados do Supremo. Cacete! Imagem de bandido já é ruim por definição, por exigência do ofício. Já houve anulação de julgamento essa semana, com o réu condenado, diga-se de passagem, porque o safado ficou algemado durante o julgamento. Que caralhos os juízes de Brasília têm que se meter nas comarcas numa situação dessas? Tira-se a autoridade dos juízes de primeira instância, que já não estão muito bem vistos Brasil a dentro. E o que o Leislativo faz? Campanha. Ninguém tem coragem de mudar esse Código Penal e os magistrados, uma casta muito supeior à dos simples palhaços pagadores de impostos, que não conhecem a realidade das ruas, fazem e desfazem sem serem incomodados.

 

• Por falar em políticos safados, os deputados do Rio, depois de mandarem a polícia libertar Álvaro Lins, resolveram cassá-lo. Alguém acha que fizeram isso em nome da justiça? Que nada. Fizeram porque foram massacrados pela opinião pública e em ano eleitoral isso é uma catástrofe. Apenas tentaram tirar um pouquinho de lama de suas imagens emporcalhadas. Foi só ser cassado, a Justiça fluminense já pediu a prisão de Lins. E agora? como se safará o safado sem a ajuda dos cúmplices legisladores? Simples, para isso existe o Supremo, amiguinho dos fascínoras de colarinho branquíssimo e engomado. Vamos fezer um bolão? Dou até domingo para que o habeas crpus de Lins seja dado.

 

• Viram o lucro da Caixa e do BB? Imaginemos o dos bancos privados.

 

• E os nobilíssimos parlamentares da CPI dos grampos querem fazer uma acareação entre Daniel Dantas e o delegado Protógenes. Pobre delegado, tentou ser correto e agora vai ser perseguido pelos donos do país até sabe-se quando.

 

• Edison Lobão já está armando mais um cabide de empregos para o PMDB: quer criar mais uma estatal para a exploração do petróleo do pré-sal. Corja!