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quinta-feira, julho 16, 2009

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elvis

Meu mais novo e-mail aos senadores. Vou apelar agora para a honra da corja, se é que eles ainda têm resquícios de honra. Esteja À vontade para copiar o texto e enviar como seu. Quanto mais, melhor. Os endereços da corja você encontra aqui: http://www.senado.gov.br/sf/senadores/senadores_atual.asp?o=1&u=*&p=*

Excelentíssimo(a) Senador(a),

Vossa excelência poderá encontrar nessas linhas a parecência da ironia, garanto, porém, que não é essa minha intenção. A pergunta que lhe farei é por conta de uma curiosidade que sempre carreguei.

Analisando a postura do pai que tive e dos adultos que nos cercavam, sempre notei uma preocupação com a postura moral, a necessidade de deixarem para os filhos a impressão de serem bons cidadãos, de moral ilibada e cumpridores das leis.

Meu pai me ensinava que a única coisa que temos deveras nosso, é o nome. Fazer esse nome ser respeitado é uma missão difícil; vê-lo destruído é muito fácil; reconstruí-lo é quase impossível.

Cada vez que vejo nossos parlamentares, como vossa excelência, tomando atitudes diante da crise que assola o Parlamento, da vergonha em que tornou-se o Executivo federal e o descaso com que essas questões são tratadas pelos políticos nacionais diante da opinião pública, me vejo questionando com que cara vossas excelências olham para seus filhos. Como podem manter o trato na família como fazem os pais trabalhadores que suam a camisa para trazer o pão no fim do dia, enquanto estão sendo xingados, ignorados, malditos pela população do país e nas páginas dos jornais.

Com que cara vossa excelência encara seus filhos se não se manifestam com veemência contra um presidente da República com viés de ditador, quando este afirma que os senhores são manipuláveis, pizzaioli que ignoram os desmandos das autoridades corruptas, mentirosas, mal intencionados em troca de favores ou ordens vazias do que dignifica chefe supremo e incontestável?

Em nome do respeito, orgulho e admiração que espero despertar na minha família, especialmente em meus filhos, não conseguiria fingir que o presidente falou sem maldade, não faria de conta que não houve ofensa. Repudiaria com fúria as palavras grotescas do presidente, no mínimo para evitar que meus filhos passassem na rua com dedos em sua direção e as pessoas dizendo “lá vai o filho do covarde”, “aquele é filho de ladrão”, “o pai daquele é puxa-saco do presidente”.

Por favor, excelência, como permite ser destratado publicamente por um irresponsável boquirroto sem manifestar-se contra suas palavras que, a meu ver, são agressivas e desrespeitosas?

Saudações democráticas.

Aqui a resposta lacônica e vaga do senador Marconi Perillo ao e-mail que enviei ontem:

Informo minha total concordância com os argumentos expendidos.

Um cordial abraço,

Senador Marconi Perillo

Resporta do senador Paulo Paim:

Caro Senhor Marcos,

É com respeito que recebo tua mensagem enviada a este gabinete.

Tenha a certeza de que embora eu tenha alcançado um mandato público de senador, não esqueço dos cidadãos e cidadãs de bem que represento.

O Senado Federal vive uma crise sem precedentes. O receio que temos é a mistura que se faz de pessoas envolvidas em atos ilícitos com a Instituição Congresso Nacional, que é um dos pilares da Democracia.

Com o agravamento dessa crise, tenho defendido o afastamento do Presidente José Sarney. Defendo ainda a intervenção do Ministério Público Federal para que se faça uma investigação rigorosa e a punição de todos os culpados. A Bancada do PT não mudou de posição, pediu o licenciamento de Sarney. Reitero a minha postura firme pelo afastamento e a apuração rigorosa de todas as denúncias.

A cobrança da população por transparência e os clamores feitos são legítimos e dignos de um povo trabalhador que quer ser bem representado no Congresso Nacional. Esse assunto foi amplamente debatido na Liderança do PT, pois temos que assumir nossas responsabilidades sobre tudo o que vem acontecendo e fazer uma autocrítica. O mais importante de tudo é defendermos a democracia. Nos tempos da ditadura acontecia isso e muito mais, mas não havia a imprensa fiscalizadora para divulgar, como temos hoje.

Pode ter a certeza de que todas as medidas tomadas para conter os gastos públicos no Congresso Nacional terão meu inteiro apoio.

Informo, por oportuno, que a comissão de sindicância será acompanhada pelo Ministério Público para apurar as denúncias de irregularidades no Senado.

Defendo ainda a transparência total, mas infelizmente não é o que acontece hoje, por isso apresentei nesta Casa Legislativa o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 209/05, que prevê tornar insuscetíveis de fiança e de liberdade provisória os crimes de corrupção ativa e passiva.

Sou autor também da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 23, que visa instituir o Orçamento Participativo a nível federal.

Acredito que um orçamento participativo poderá evitar a maior parte dos desvios de recursos, pois a população saberá o que e como fiscalizar.

Apresentei também a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 50/2006 que prevê o fim do voto secreto em todas as situações no âmbito do Congresso Nacional.

Sou autor do Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 153/2009 que altera o art. 24 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, para vedar o financiamento de campanha eleitoral por pessoa jurídica que tenha firmado contrato administrativo com a Administração Pública pertinente a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações, decorrente de licitação ou de sua dispensa.

Um abraço fraterno,

PAULO PAIM

Senador-PT/RS

Meu e-mail enviado à UNE:

Estou triste e envergonhado com a postura da nova UNE. Sou do tempo em que a entidade lutava bravamente contra a corrupção, o autoritarismo, a inépcia de nossos políticos. O que vemos hoje é um grupo apoiando incondicionalmente o governo, fechando os olhos para o que há de errado no PT, no governo federal e, de tabela, em toda a base de apoio ao governo.


O fato de os estudantes universitários, aqueles que amanhã estarão comandando o país, fechar os olhos para os caminhos podres por onde o país trilha, em nome de uma ideologia político-partidária, é um péssimo presságio. É ver nossos jovens e futuros profissionais serem coniventes com a corrupção e dando continuidade à política do "é dando que se recebe", "uma mão lava a outra", "aos amigos tudo, aos inimogos a lei".


Me sinto envergonhado por um dia ter lutado ao lado dessa UNE para combater o que estava errado no Brasil e que hoje se repete com um governo dito de esquerda.


Os senhores são demais presunçosos para levarem em conta esse e-mail, mas não posso deixar de revelar o que penso hoje, do mesmo modo que me manifestava há vinte anos.


Ou a UNE toma uma linha própria, independente da linha programática de qualquer partido, ou estará se condenando a ser massa de manobra de políticos profissionais e sem a inteligência e discernimento que os permita admitir que são carneirinhos.


Aliás, a direção da UNE também é composta de políticos profissionais que carregam os estudantes sem senso crítico através de palavras de ordem velhas e cabresto.


Me envergonho do rumo que dão ao Brasil, ao continuísmo que defendem, à corrupção que apadrinham.

©Marcos Pontes

4 comentários:

Gusta disse...

Perfeita sua carta à UNE. Parabéns.

Ajude-nos a divulgar a petição online "Fora Sarney".

Exemplo de post: http://alertabrasil.blogspot.com/2009/07/assinem-e-repassem-aos-amigos.html

Endereço da petição:http://www.petitiononline.com/gosarney/petition.html

Obrigada.

Saramar disse...

Marcos, suas cartas dizem tudo que eles precisam ouvir, mas acho que já estão tão desprovidos de qualquer valor moral que as palavras mais contundentes resvalam pelas caras de pau destes inomináveis indivíduos.

beijos

Neto disse...

Gostei da charge! :)

E o pior de tudo é saber que Renato Russo já cantava isto há muuuuuuuuito tempo...

Considero seus e-mails excelentes. Uma pena é que, para nossos atuais senadores, há um grande abismo entre as palavras e a prática delas.

Abraços

Carlos Emerson Junior disse...

Sinceramente, Marcos ? Carta para essa UNE que está aí é perda de tempo... Na verdade, a UNE deixou de ter qualquer relevância no cenário político nacional. Hoje não passa de uma centralzinha de companheiros "estudantes", vivendo de patrocínios estatais...
Uma vergonha!