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sábado, junho 19, 2010

República Popular do Brasil

China

 

Democracia, por definição, é o regime político em que as decisões são tomadas pelas autoridades de acordo com o desejo popular, disso todo mundo sabe – talvez não os estudantes do ensino fundamental de hoje, que não conta mais com disciplinas como Educação Moral e Cívica ou Organização Social e Política Brasileira, respectivamente EMC e OSPB. Se você lembra dessas matérias não tem mais como esconder que já passou dos quarenta.

Parando de divagar e voltando ao tema desse texto de pé quebrado.

Regimes totalitaristas e autocráticos, como os que o presidente Lula, sob a orientação desastrada do Celso Amorim, adora defender e ter como amigos,utilizam-se constantemente do nome do povo para justificar seu conteúdo autoritário. Essa apropriação da vontade popular, que nem sempre, ou quase nunca, é consultado, começa pelo próprio nome dos países.

São exemplos desse abuso do desejo do cidadão alguns nomes de países que foram ou ainda são socialistas, comunistas ou que fingem ser um dos dois, mas que não passam de feudos hereditários. A Alemanha Comunista, criada em 1949, da costela oriental da Alemanha denominava-se República Democrática Alemã; a China oficialmente chama-se República Popular da China; a Coréia do Norte, quem diria?, chama-se República Democrática Popular da Coréia, numa redundância mentirosa; O Laos é a República Democrática Popular do Laos, repetindo o exagero mentiroso da vizinha de continente. Esses países nada têm de populares, muito menos de democráticos, mas utilizam-se disso como propaganda oficial, uma maneira escamoteada de fixar no inconsciente coletivo a idéia que vontade do cidadão é respeitada, que as decisões dos mandatários estão concatenadas com o desejo do trabalhador, quando no fundo tudo, desde a culinária à quantidade de filhos, é determinado, obrigado e vigiado pelos caciques do partido único.

O governo brasileiro, com a ajuda de uma parte da imprensa, tem feito isso. Por meio de Medidas Provisórias ou projetos de leis, nosso Politburo tem feito valer sua vontade com a ajuda analfabeta de nossos políticos burros. Quase tudo o que o governo deseja, consegue no Congresso Nacional, as discussões são rasas, a situação sofre de conivência cega e remunerada e a oposição enfaixa-se pela incompetência, covardia, conivência e desagregamento.

A imprensa, por sua vez, quando lança manchetes do tipo “O Brasil aprova o governo Lula” ou “O Brasil gosta do governo federal”, enfia na cabeça do populacho que há unanimidade nas nossas vontades, como se fôssemos uma massa uniforme e densa que flutua coesa pela maré que o poder central gerar. Não há resistência, não há contra maré, não existem remos tentando impulsionar a nau em outra direção. O desejo autocrático da gangue vermelha torna-se o desejo do país.

Não é à toa que esse mesmo comitê central do partido vermelho vem fazendo tentativa atrás de tentativa de calar o resto que ainda existe de oposição pensante. Não foram poucas e nem são poucas as tentativas de unificar o pensamento, menosprezando-se a inteligência dos poucos que ainda dão-se ao trabalho de analisar e questionar o azimute determinado por meia dúzia de luas pardas e o próprio chefe da quadrilha.

Com blogueiros assalariados com verbas de empresas estatais e mais um exército de tuiteiros sob o comando e coordenação de um jornalistazinho chapa branca que há anos vem se dedicando à causa petista, o governo utiliza-se do nome dos trabalhadores, mudando o significado desse adjetivo para vagabundo sindicalista, e dos cidadãos para disfarçar seu viés ditatorial.

Não nos surpreendamos se aparecer por aí um Projeto de Emenda Constitucional sugerindo que o nome do país, que já foi Estados Unidos do Brasil e hoje é República Federativa do Brasil, seja mudado para República Democrática Brasileira ou, talvez, República Democrática e Popular dos Trabalhadores Brasileiros.

©Marcos Pontes

3 comentários:

Anônimo disse...

Não dá idéia, meu caro, não dá idéia. Essa gente não tem criatividade, mas sabe como poucos como corromper uma instituição.

Adao Braga disse...

Só fico na dúvida Marcos com esta frase: "sob a orientação desastrada do Celso Amorim".

Anônimo disse...

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