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domingo, janeiro 23, 2011

Fomos vendidos

oposição

Na época da ditadura, mesmo com colegas cassados ou seqüestrados, “desaparecidos, presos, intimados e torturados, alguns valorosos congressistas não se calavam. Mesmo alguns da situação abriam o verbo e protestavam publicamente contra um ou outro ato do executivo.

Retornado à democracia, o país abriu também as comportas para o surgimento de muitos partidos, desde o PT, que eram um aglomerado de siglas de grupos de oposição, seja armada ou democrática, até os até então banidos PCB e PCdoB. Na carona, cumprindo a exigência legal de número mínimo de filiados, vieram dezenas de siglas hoje chamadas de aluguel, alguns já finados, cumprida seu objetivo de fazer negócio vendendo apoio e fazendo fortuna para seus dirigentes, como o PP e o PRN, apenas para citar dois exemplos.

Se havia uma urgência de se fazer oposição aberta, legalizada e democrática, a nova democracia encheu-se de partidos, hoje consigo contar 23, depois de muitos coligarem-se, alguns fecharem suas portas e outros surgirem. A quase totalidade diz-se de esquerda ou centro esquerda, o que leva o cidadão sem malícia perguntar por que tantos se falam a mesma coisa?

Tornou-se, efeito colateral da ditadura, quase uma ofensa dizer-se de direita ou conservador, como se esta posição política caracteriza-se um câncer social. O PDS, partido de sustentação da ditadura, tornou-se PFL, hoje DEM, mudando de nome numa tentativa de afastar-se de seu passado direitista. E o afastou. Poucos de seus quadros, sendo Jair Bolsonaro seu maior expoente, diz-se claramente um conservador, por isso mesmo recebendo a pecha de louco, “reacionário” (o xingamento predileto das esquerdas e dos analfabetos políticos), “capistalista” (outro xingamento vazio, que por mim seria tomado apenas como uma identificação honrosa).

Por outro lado, cada esquerdista declarado e os que vão na maré dita “progressista”, embora defendam práticas russas de 1917, ou chinesas da época de Mao Tsé-Tung ou, ainda pior, castristas, acha-se no direito de abocanhar sua parte privada do Estado, principalmente do erário. Dizem-se injustiçados por terem sido desconsiderados como força política legal pelos generais e metem a mão legalizadamente, mas imoralmente, retirando suas pensões, indenizações e outras vantagens pecuniárias. Se pregam a igualdade social, diferenciam-se pelos privilégios recebidos, numa clara demonstração da contradição que eles carregam intrinsecamente.

E lá vem o governo centro-esquerda de FHC, depois o falso socialismo, que eu apelido de socialismo para os muitos e capitalismo voraz para os seus, de Lula e a corja vermelha que se enterrou sob o chão, como as cigarras, que ao primeiro sinal de verão põem a cabeça para fora e cantam alto sua melodia Internacional Socialista sem a preocupação de perturbar a vizinhança.

No medo de declarar-se direitista, capitalista e conservador, os politicanalhas embarcam no barco vermelho, deixando o país sem oposição.

FHC poupou Lula da cassação quando estourou o desmando do mensalão, toda a pseudo-oposição fez de conta que acreditou na desculpa cínica do presiente que afirmou que nada sabia do desvio de dinheiro público para comprar apoio para o seu governo no Congreso Nacional e o canavial de demais partidos manteve-se calado, acoitando o roubo e a corrupção, talvez em troca de cargos, vantagens, promessas e, quiçá, o mesmo mensalão que continuou em voga, embora mais velado.

O barro podre que faz os políticos da situação filiados ao PT, aos partidos companheiros ou apenas a sindicatos, é o mesmo que dá vida aos políticos de oposição que fazem de conta que são contra o governo e suas falcatruas em discursos para os jornais e nenhuma ação concreta no parlamento.

Não pode haver democracia ou equilíbrio de forças num país sem oposição, situação em que o Brasil se encontra há, pelo menos, 26 anos. Esse monocódio discurso de que somos vítimas nos deixa com a sensação de que a eternização da esquerda nos rumos do país já deu-se, deixando os muitos cidadãos comuns de direita sem representatividade e sentido-se traídos por aqueles que foram eleitos para se oporem a esse estado de desorganização e privatização das riquezas do Estado.

 

©Marcos Pontes

6 comentários:

Anônimo disse...

Boa noite amigo. Pois é, qdo temos um que faz mesmo oposição sem medo, que não se curvou nem na época do mensalão(foi contra poupar) a própria militância quer acabar com ele.Pô, será q não desconfiam que isso é tudo o q o PT quer?O senador errou ao pedir agora mas ele tem esse direito.Será q ninguém entende?Quem de nós é tão perfeito assim?E as coisinhas q fazemos diariamene?Abs.opcao_zili.

Beatriz disse...

Parabéns, Marcos.
Trocamos uma ditadura por outra.
desta vez é pior porque é mascarada.
é preciso desmascarar assim como faz você sempre que pode.
coragem . sempre estarei ao seu lado.

Marisa Cruz disse...

Boa Tarde Marcos

O que é ser Oposição.
Oposição para mim é ser contra a tudo que é IMORAL, seja na Federação, nos Estados e municípos não importando qual partido está governando e sim sempre a favor da população que paga, através da carga tributária esta Onerosa Máquina Pública.
Marisa Cruz

Adao Braga disse...

Você é um imoral, um ilegal... claro, baseado na tônica atual de que moral é o comportamento vigente atual, que ilegalidade é algo contra o que é legal, e os conceitos atuais de moralidade e de legalidade são valores que você é contrário.

Que inversão hein! Por outro lado, a oposição não só se vendeu, como tem uma lista dos que não se vendem.

Mujahdin Cucaracha disse...

Uma pequena correção ao texto, quanto ao partido do Deputado Jair Bolsonaro, que pertence ao Partido Progressista (PP), ex Partido Progressista Brasileiro, ex Partido Progressista Renovador, oriundo do Partido Democrático Social (PDS), que antes era a Arena. No mais, perfeito. Como se dizia antigamente na minha terra,"estamos na mão das baratas e no ferrão dos mosquitos"!

Lucas disse...

Prezado, um esclarecimento. O PT nasceu sozinho, como PT mesmo, vindo depois a puxar para sua órbita o interesse de todos os partidos cevados pela ditadura e pela democratização. Vem daí as maiores desilusões. Um pouco por engano nosso, que queríamos pureza depois de tanto atraso civilizacional. Mas PT e PSDB são apenas transições, não são a americanização da vida política brasileira.