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sábado, julho 09, 2011

GV, JK, FHC E O INOMINÁVEL

Atualizados2520recentemente

O brasileiro adora rankings, disputas subjetivas, comparações muitas vezes esdrúxulas, como “quem foi melhor, Pelé ou Garrincha?”, “quem trai mais, o homem ou a mulher?”, ”o que é mais gostoso, chocolate ou pizza?”. Para incentivar essas discussões vazias há sempre um jornalistazinho pé de chinelo ou algum programa televisivo sem conteúdo. Umas dessas comparações recorrentes é sobre quem foi o melhor presidente que o Brasil já teve. Como é um país de povo com memória curta, o debate está entre FHC e o inominável, mas ainda há quem lembre-se do passado ou conheça, um pouquinho mais do que a média, nossa história e inclua dois outros nomes: JK e Getúlio.

Sem querer comparar FHC a JK ou Vargas ao inominável, alguns paralelos podem ser feitos, principalmente nas posturas de estadistas ou populistas. Os dois primeiros podem ser enquadrados na primeira categoria, enquanto os dois últimos são, indubitavelmente, exemplos bem acabados da segunda. Não é à toa que o inominável comparou-se a Getúlio por mais de uma vez.

Uma coisa FHC, JK e GV têm em comum: mudaram o país com visão a longo prazo. Juscelino só é lembrado por ter construído Brasília, mas teve atuação decisiva na formação do parque industrial brasileiro, abrindo a economia para o capital estrangeiro, o que permitiu a instalação da indústria automobilista, com a implantação da Volkswagen, Willys, Ford e General Motors. No rastro da industrialização, houve um crescimento qualitativo e quantitativo dos ensino técnico. Apoiado nas realizações trabalhistas herdadas de Getúlio Vargas, com a CLT, o salário mínimo, a Justiça do Trabalho, a semana de trabalho de 48 horas, acabando de vez com a escravatura, JK colocou o Brasil, mesmo que ao preço de um endividamento externo monstro, virado para o futuro. Preparava o país a acabar com a miséria embasado na força de trabalho e realizações do homem brasileiro. Antes que alguma feminista politicamente correta chie, ao falar de “homem”, me refiro a homens e mulheres, à espécie e não ao gênero.

FHC também olhava para a frente, como um estadista. Cometeu erros? Claro que sim, assim como GV e JK também, e não foram poucos. Havia corrupção em seu governo? Sim, havia, como há no Brasil desde a chegada de Cabral. Mas, na essência, mesmo que com visão esquerdista, tentou-se preparar o país para o futuro, para andar para a frente, sair do marca-passo em que nos enfiamos nos anos 80, a conhecida “década perdida”. E o país cresceu. Não tanto quanto deveria ou desejávamos, mas cresceu. Melhor, com os pés no chão, sem a porralouquice do Brasil Grande dos generais e sem o aumento da dívida externa.

Se o inominável gabou-se da autosuficiência do petróleo, isso deveu-se ao investimento seguro e paulatino na pesquisa e na prospecção do governo anterior. Se o inominável fez a propaganda mentirosa de que acabamos com a dívida externa ao livrarmo-nos do FMI – e aí caberia uma longa explanação do que realmente aconteceu e o preço disso na explosão do endividamento interno, o que levaria a outro texto – isso só foi possível graças à estabilidade da moeda e a Lei da Responsabilidade Fiscal aprovada pelo governo tucano e que o governo petista tantas vezes tentou anular, até que desistiu pelo meio político e simplesmente a rasgou sob as vistas grossas do Legislativo e do Judiciário.

O governo tornou-se popular calcado na mentira, na esmola social, no que difere diametralmente dos três governos anteriores aqui citados. A tão decantada geração de empregos, com mais de 12 milhões de vagas preenchidas nesses oito anos e meio também é fruto de manipulação de números, um outro tema que sozinho merece um enorme texto, mas, apenas para argumentar, vagas temporárias e serviço militar passaram a ser considerados empregos nas contabilidades petistas.

O atual governo mantém a mentira. A ministra chefe da Casa Civil tornou-se celebridade no Senado justamente por saber expressar números mágicos ao defender o governo em seus discursos, função muito bem desempenhada pelo seu marido e por Henrique Meireles na administração anterior.

Se GV, JK e FHC olhavam para além da montanha, os petistas olham somente até a próxima urna, isso se, em seu autoritarismo disfarçado, não resolverem acabar com as urnas.

 

©Marcos Pontes

2 comentários:

Cesar de Lima disse...

um artigo sério e muito lúcido sobre a história recente do Brasil...nós precisamos de mais gente com memória nesse País...

Laguardia disse...

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