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sexta-feira, junho 30, 2006

Eita preguicinha boa...


Estava planejando passar essas duas semanas de recesso em Niterói e Rio, mas depois de um fora e de um bolo, preferi ficar por aqui mesmo. A casa está nas mãos do pedreiro que deve estar terminando a reforma quilométrica, enqunato isso estou na praia tomando água de coco e vendo o por do sol (mentira, tô enchendo o rabo de cachaça e acordando depois que o sol se põe). Nos vemos na segunda (caso eu ainda tenha casa e pc) com um texto que terminei de escrever e de que gostei muito. Vou aproveitar pra visitá-los na volta. Tá todo mundo trabalhando direitinho? Coitados...

quarta-feira, junho 28, 2006

Raças


Iguais?


Um amigo comentava comigo sobre a violência do jogo entre Portugal e Holanda. Segundo ele, tudo havia começado pela falta de fair play dos jogadores holandeses que recusaram-se em devolver a bola aos portugueses depois que o jogo foi interrompido para que um atleta luso tivesse atendimento médico.

O escritor Ruy Castro, na biografia de Mané Garrincha, "A Estrela Solitária", diz que foi Garrincha quem criou essa prática de interromper a partida para que um adversário fosse socorrido. Na época, o Anjo de Pernas Tortas, como dizia Nelson Rodrigues, foi ovacionado e elogiado pela imprensa. Esse tipo de atitude não mudou as regras do esporte, mas tornou-se uma lei tácita que ninguém ousa desobedecer sob a pena de ser hostilizado pela platéia. Mas, cá pra nós, se seu time estivesse perdendo, a poucos minutos do final da partida eliminatória da competição, você daria colher de chá para a outra equipe?

Esse exemplo de tolerância bem poderia ter sido criada por algum soccer player estadunidense durante o governo de Bill Clinton, quando a chatice do "politicamente correto" tornou-se uma praga mundial. Virou educação compulsória.

Eu até gosto das intenções iniciais: maior respeito ao próximo, aceitação das minorias e sua valorização, igualdade diante das leis, respeito ao bem público e ao bem comum e coisas do tipo. Mas tem sempre um chato a mais que perde a mão na receita e exagera no fermento.

Da valorização à supervalorização foi um salto. Da política afirmativa vieram as cotas. Do apoio veio o paternalismo.

Não se pode mais falar o que se pensa, só é permitido falar o que agrada. Não se pode mais agir como se quer, apenas de modo que não ofenda quem quer que seja, como se fosse possível agradar a todos. Pagu e Leila Diniz seriam apedrejadas em praça pública se ressuscitassem hoje com os mesmos hábitos.

A própria democracia não é mais a mesma. Se não, vejamos o exemplo dos próprios jogadores de futebol. Ninguém fala o que pensa com medo de ser punido, suspenso ou até enxotado do esporte pelos generais de cartola da FIFA, da CBF ou da imprensa. É uma rasgação de seda que dá nojo.

As minorias ditam as regras e a imprensa lhes dá os jornais, revistas e câmeras. Sem Terra (e sem caráter) destroem propriedades privadas e não são punidos; processam o Tiririca porque ele cantou para a namorada fedorenta que era negra; Michael não-sei-de-quê vende milhões de discos porque se declara gay e é pego fazendo "imoralidade" com um namoradinho ocasional num banheiro público; Marina Silva, semi-analfabeta, ganha o cargo de ministra por ser mulher, seringueira e amiga de Chico Mendes; evangélicos de Salvador pregam a violência contra macumbeiros - minoria ainda menor que os evangélicos - e mais milhares de exemplos esdrúxulos poderiam ser dados.

Nada contra as minorias, repito, muito pelo contrário, mas esse protecionismo, antes de igualar os humanos, está criando um fosso e uma sociedade de castas. Ou você é rico ou pobre; branco ou preto; sem terra ou latifundiário; da barraca da moda ou farofeiro; metropolitano ou periférico; certo ou errado, no último caso, merecedor da fogueira da inquisição social; do sul ou de outro planeta; tem cabelos lisos ou é feia; gordo ou magro... As diferenças ficaram mais evidentes e mais discriminadas.

Assim não posso evitar a ironia: se você é mulher, homossexual, negra, pobre, analfabeta, deficiente física e mental, judia e mora longe, pode se candidatar à presidênciada república que é capaz de ser alçada ao cargo por cota.

segunda-feira, junho 26, 2006

Thinking Head

Filosofia


- Por favor, sente-se, pode ficar à vontade.
- Obrigado.
- Em que posso ajudá-lo?
- É meio difícil começar. Não sei por onde.
- Tem algo em particular que o aflige? Tem algum problema que julga grave?
- Não, doutor, talvez seja esse o problema: não tenho problemas.
- O que o trouxe aqui?
- Posso chamá-lo de Eduardo?
- Claro, é meu nome.
- Assim posso imaginar que estou conversando com um amigo, fica mais fácil.
- Me chame de Eduardo, sem problemas, mas tem que ficar claro para o senhor que não somos amigos. Sou um especialista que pode ajudá-lo. Não que eu não queira ser seu amigo, mas aqui nossa relação é profissional.
- Não se preocupe, Eduardo. Não tenho nenhum complexo de exclusão. Aliás, não tenho nenhum complexo.
- Pelo visto o senhor conhece alguns jargões psicanalíticos...
- Pois é, há anos venho lendo sobre filosofia, antropologia, psicologia, religiões.... Tudo para encontrar um sentido para a vida.
- Qual a sua formação?
- Sou arquiteto.
- Sei, um homem das exatas.
- Mas essa inquietação vem de muito antes da faculdade.
- O senhor acha que só terá sossego quando encontrar uma explicação lógica e racional para a existência da vida, é isso?
- Eduardo, qual é a única certeza que todos temos?
- ...
- Vamos lá, me diga. É o que diz todo mundo e é uma certeza absoluta.
- A morte?
- Exato, a morte. A única certeza que temos é que cada um de nós morrerá um dia. Só que a morte é um piscar de olhos. Se a vida fosse um livro, a morte seria o ponto final. Não existe um livro sem ponto final. Até o "Sargento Getúlio", que não tem uma vírgula em todo ele, tem ponto final. Um livro, para ser bom, tem que ter um enredo imprevisível. Se você souber o que vai encontrar na próxima página, o livro não tem graça.
- E o senhor quer entender o enredo da vida...
- Por isso eu tenho que entender porque ele foi escrito, com que intenção, entende?
- Unrum.
- Nessa busca de anos, encontrei milhões de certezas. Cada pensador, cada filósofo e até mesmo pessoas comuns que encontro pelas ruas, todos têm certezas incontestáveis, pelo menos para si próprios. Os que não conseguem discutir a respeito culpam a Deus, o destino ou qualquer outra coisa mais inexplicável que o próprio Deus. Só que cada explicação me desperta mais perguntas que respostas. São muito vazias, cheias de espaços em branco. Menos a morte. Esta é exata, mais rápida que um suspiro.
- Tem gente que leva anos doente, em processo de depauperação do organismo, até que a morte venha.
- Mesmo moribundos, ainda estão vivos. Vivo, vivo, vivo, morto. Pronto, a morte é só isso. Um suspiro. Ela é simples de entender. É o fim, simplesmente.
- O senhor, então, não acredita em vida pós-morte, reencarnação, essas coisas.
- Eduardo, a vida, que está aqui em mim, à minha frente, à volta de mim, eu não entendo, vê se vou me preocupar em entender a morte.
- O senhor teria dificuldade em simplesmente viver, ao invés de preocupar-se tanto em decifrar a vida?
- Mas eu não sou diferente de qualquer outra pessoa nesse ponto. Jesus Cristo explicou a vida, Nietzsche explicou, Picasso, Carla Perez... Todo mundo acha que entende a vida, se convencem disso e não se questionam mais, só que eu sei que lá no fundo, no seu íntimo, apenas se recusam a discutir, a analisarem outras ópticas. É como sofrer calado. Se preocupam, simplesmente, em levar a vida da melhor maneira dentro daquilo que acreditam ser a vida. Você também deve ser assim, todos são.
- E o senhor diz que não tem problemas...
- E não tenho mesmo. Tenho uma profissão que adoro, a família que qualquer homem desejaria, uma renda altamente satisfatória, projetos e obras espalhados pela cidade e elogiados, o carro que quero... Do modo simplista de encarar a vida, não tenho nenhum problema, apenas não sei para que tudo isso.
- Pense assim: milhares de pensadores, religiosos, filósofos por milhares de anos não conseguiram desvendar esse mistério e eles só tinham tempo para isso, por que você é que tem que decifrar isso tudo?
- Qual é, Eduardo? Se Santos Dumont pensasse assim, até hoje estaríamos viajando em lombo de burro. Mas não quero decifrar nada, apenas entender.
-...
- Acabou minha hora?
- É, acabou.
- E quando nos vemos de novo?
- Você tem algum compromisso agora?
- Não, estou à toa.
- Que tal a gente terminar essa discussão tomando uma cerveja?
- Beleza! Conheço um boteco que tem um bolinho de bacalhau que é uma delícia.

sábado, junho 24, 2006

Bolero

Bolero


As sextas-feiras, até as seis da tarde, eram cruéis, lentas para Divanilma, as horas não passavam. O expediente da enfermeira não acabava nas sextas-feiras. Quando, por fim, o relógio batia a hora da saída, era a primeira a bater o ponto e correr para o ponto em que a espera pelo ônibus era uma eternidade.

Descia a duas quadras de sua casa e percorria a distância sem sentir qualquer cansaço nas pernas que trabalharam de um lado para o outro nos corredores do hospital durante todo o dia. Ao abrir a porta, o casaco já estava na mão, os sapatos desafivelados eram jogados para qualquer lado, da bolsa só retirava a carteira que transferia para outra bolsa menor, de alça fina e longa. Despia-se apressada em direção ao banho. O melhor xampu, o sabonete especial que não usava para trabalhar, não ficava bem uma enfermeira recendindo a sândalo e amêndoas enquanto limpava urinóis e fazia curativos.

O perfume caro, metade do salário, a saia rodada e colorida com a blusa de seda vermelha passada de véspera e deixada sobre a cama antes de sair para o trabalho, a meia-calça sóbria e os sapatos de salto agulha que a deixavam mais alta, elegante e com leveza no andar, andar de gueixa, como ela gostava de dizer.

Um olhar demorado e analítico no grande espelho. Nada poderia estar errado, nem mesmo um fio da sobrancelha cuidadosamente escanhoada. Uma olhada no relógio de parede, havia tirado o de pulso que julgava deselegante para uma dama em tais circunstâncias, além de não querer dar bola para o tempo depois que saísse.

Andava pelas ruas de paralelepípedo, uma nova Divanilma, despertando olhares enquanto se dirigia para o Baile do Valdívio, onde dezenas de cavalheiros, já impacientes, a esperavam e dançavam com qualquer uma para que a espera fosse menos dolorosa. Cada um alimentava a esperança de que essa noite teria a sorte de ter seu convite para dançar aceito.

Para consolo dos rivais, nenhum conseguiria. Sabiam que Divanilma esperava o par perfeito, o homem com quem dançaria pelo resto da vida.

Sua mesa, à margem da pista de dança, estava pronta como sempre. Valdívio a recebia na porta. Consorte com sorte e vítima das invejas masculinas. A conduzia até a mesa, lhe puxava a cadeira e, célere, trazia sua cuba libre com mais cola e gelo que rum.

O passo seguinte era o cortejo dos dançarinos solicitando seu par, educadamente dispensados.

Naquela sexta-feira, porém, um novato no baile, desavisado da história de Divanilma, não temeu a dispensa já esperada pelos demais.

Paletó e calça brancos, camisa vermelha contrastando com a fina gravata azul, sapatos pretos, primorosamente lustrados, Ferizórdio, encnstado com os cotovelos no balcão, encantou-se com a morena desde que a viu entrar, braços dados com Valdívio. Observando suas ancas balouçantes e as batatas das pernas fortes e grossas equilibando-se graciosamente sobre os saltos finos, Ferizórdio percebeu o potencial do par perfeito para o bolero.

Com a ginga segura de quem sabe usar muito bem as pernas na pista, Ferizórdio aproximou-se de Divanilma. Com exceção do bolero, silêncio total, dezenas de olhos observando sua aproximação, inclusive os de Divanilma. Os homens torciam para ela livra-se do invasor ousado como se livrava deles; as mulheres, enciumadas, não queriam ver mais um homem fisgado pelo charme passivo de Divanilma.

- Bela senhorita, Firizórdio, seu criado. Muita satisfação.

Enquanto apresentava-se, tomava a mão da moça e beijava.

- Tão bela dama dar-me-ia a satisfação de acompanhar-me nessa dança?

Dançaram juntos até os primeiros brilhos do sol e há vinte anos continuam dançando todas as sextas-feiras no Baile do Valdívio.

quinta-feira, junho 22, 2006

Homem público é político; mulher pública é prostituta. Tudo a ver.


Frank, A Notícia, SC


Nessa novela toda da Varig, não penso em outra coisa senão na situação difícil por que devem estar passando os funcionários e suas famílias.




Só não reclamo das mudanças de horários nas repartições públicas em dia de jogo porque os usuários também estão em frente da televisão. Até os moribundos adiam a hora da morte para não atrapalharem a partida.




O Tribunal de Justiça de São Paulo obriga a promotoria a apagar 48 horas de gravações da entrevista que a Rede Globo fez com Suzane Von Richthofen. O juíz entende que as gravações vão contra o privilégio de sigilo na rlação entre advogado e cliente. Mais uma comprovação de que há uma grande diferença entre justiça e verdade.




Já o Ministério público Federal solicita que sejam devolvidos às autoridades suíças os documentos enviados por aquele país que comprovam que Paulo Maluf movimentou mais de US$ 200 milhões em contas numeradas abertas em bancos de lá. A justificativa é que o governo da Suíça não permite que esses documentos sejam usados como provas criminais em outros países e o Ministério Público quer manter boas relações com o governo suíço, o que poderá ajudar em investigações futuras. Na minha cabecinha pequena e quadrada, ficam algumas dúvidas: se não pode usar tais documentos, que diferença eles podem fazer no processo? Mesmo enfraquecendo as denúncias contra o político paulista, o MPF prefere não usar as provas mais consistentes contraele? Como pode a Justiça nacional se sujeitar às vontades de outro país? Sei não, mas é muita pataquada.




Hoje tem jogo, né? Hoje começam minhas férias, né? Eu não gosto de assistir a futebol, né? Bom, pelo menos vou encher a cara enquanto os amigos se esguelam diante de vinte e três desocupados suados e milionários.

quarta-feira, junho 21, 2006

"Comerciante morre estrangulado com golpes de facão"
(Atlantica News)

Eder, Charge On Line

A manchete aí de cima saiu no site de notícias daqui de Eunápolis. Enviei um e-mail para o redator que me agradeceu e corrigiu.




Amiguinha, sente aqui no meu colinho e confesse: O que a leva a assitir a uma partida de futebol? Devem ser aqueles homens musculosos, bonitões, elegantes, com uma conta bancária gordinha, não? Acreditem, seus namorados e maridos também. Calma, titio Freud explica. A negação é o primeiro estágio.




O cientista brasileiro (se não, seria jamaicano) Renato Malcher Lopes, do Instituto Cérebro Mente de Lausanne, Suíça, descobriu porque a maconha dá "larica", aquela fome insaciável depois de uma puxada. Agindo no cérebro, por um lado a maconha aumenta o prazer ao se saborear um alimento; por outro, inibe o mecanismo cerebral que avisa ao cérebro que o corpo já está saciado da fome. Não sei quanto a você, mas eu não conheço nenhum maconheiro gordinho. Minha sugestão para a próxima pesquisa do Instituto.




Atenção, amiguinhos, mais dois e-mails com "cavalo-de-tróia" estão circulando pelaqui. Um é sobre o Bussunda. Os autores, provavelmente, apostam no prazer sórdido do brasileiro em ouvir história sobre quem já morreu. O segundo vem como a notificação do Orkut de que alguém escreveu em seu scrapbook. Segurem sua curiosidade e não os abram.

terça-feira, junho 20, 2006

"Não sabemos quem é mais louco, se o presidente Bush ou o presidente do Irã. Ambos foram eleitos democraticamente. O que é confuso, porque aprendemos desde sempre que a democracia é o melhor sistema de governo que existe."
(Harold Bloom)

Eu nem acharia tão ruim...


As bolsas de aposta de Londres apontam, pela primeira vez, a Argentina como mais favorita que o Brasil. Fico imaginando com que cara Galvão Bueno e os platinofóbicos ficarão se isso acontecer...




Hoje está em moda no Brasil sentir ódio por quem faz fortuna ou ganha um dinheirinho a mais do que a média. Qualquer um que tem um poder aquisitivo melhor, dono de empresa, fazendeiro, que ganha na loteria, ou o que for, passa a ser ofendido, odiado pelos demais. Que ranço desgraçado esse que criamos por aqui. A meu ver, é pura inveja, afinal de contas quem não gostaria de ficar rico? O que não admitimos é que o vizinho fique primeiro.




Por falar em riqueza, o maluco-mor da Bolívia diz agora que vai estatizar a energia, as ferrovias e as telecomunicações. É o efeito Chavez que, ainda bem, anda meio distante daqui, salvo pela Heloísa "maluca" Helena e o Enéas. E há quem vote num deles...




Todos contra o consumidor! O Tribunal de Justiça de São Paulo, atendendo a "pedidos" dos banqueiros, desobrigou os bancos de diminuirem o tempo de espera em filas, mesmo tendo sido aprovada uma lei estadual nesse sentido. Não tem jeito, a corda só arrebenta do nosso lado. Atrelado a essa decisão paulista, qualquer outro estado pode decidir o mesmo, daí vamos ver diminuírem o número de caixas e termos que dormir nas portas das agências à espera de um bom lugar, como já fazem os velhinhos na Previdência.




Seguindo a novela sem-fim, ainda sem fim, o PMDB já admite uma coligação com o PT. É a velha história, o PMDB parece o Silvio Santos, entra governo, sai governo e eles continuam amiguinhos do ocupante do trono. E há quem votes nesses calhordas...




Fernando Gabeira, numa luta quixotesca, bateu de porta em porta, encheu tantos saquinhos que terminou conseguindo a criaçãoda CPI dos Sanguesugas. O problema agora é saber quem vai compor tal CPI, uma vez que são mais de 300 parlamentares envolvidos com a máfia. Breve no Guiness Book: Brasília serve a maior pizza do mundo!

segunda-feira, junho 19, 2006

Vivemos uma época de celebridades tão fugazes quanto um espirro.


Deu na Veja: As companhias telefônicas estão boicotando as ligações via Skype. Quando os equipamentos das companhias detectam uma ligação desse tipo para um aparelho fixo, criam pequenas interferências dificultando a ligação e diminuindo sua qualidade, como chiados, diminuição no volume das vozes, queda de linha etc. Claro que seria mais barato diminuirem os custos das ligações normais, mas... Coisas do capitalismo. Se a Anatel funcionasse para dar suporte aos consumidores, como deveria ser, e não às empresas, como de fato o é, valeria a reclamaçãoo.
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Voltando à Veja.
O eixo Itabuna-Ilhéus, ficou conhecido no Brasil e em boa parte do exterior, por conta das obras de Jorge Amado e por ser o maior produtor de cacau do mundo. Por décadas a região foi o maior gerador de impostos do estado e manteve a corte em Salvador nadando em dinheiro. Tornou-se um grande pólo turístico, um dos maiores do país.
Os fazendeiros de cacau compravam apartamentos em zonas nobres do Rio de Janeiro e Salvador, mandavam os filhos estudarem na Europa, só andavam de carros novos que eram trocados a cada ano, geravam centenas de milhares de empregos e, como parte do pacote, mandavam e desmandavam nas políticas regional e boa parte da estadual. Elegiam parlamentares e prefeitos, além de serem consultados sobre as indicações e eleições de governadores. Eram os verdadeiros coronéis de que Jorge Amado falava, não havia exagero do escritor nesse tópico.
Em 1987, quatro técnicos da Ceplac, o órgão federal que cuida do cacau, miliantes do PT e do PDT, resolveram minar esse império. Foram a Rondônia - o cacau é de origem amazônica, caso não saibam - e contrabanderaram para o sul da Bahia galhos contaminados com a "vassoura de bruxa", uma doença virótica endêmica da Amazônia, mas que é combatida pelo frutos locais, e disseminaram por grandes fazendas cacaueiras sul-baianas.
O objetivo desses senhores era minar o poderia econômico dos coronéis. Quebrando suas fazendas, diminuiriam seu poder e os combateriam com mais facilidade no campo político. Pode parecer algo heróico do ponto de vista ideológico, só que as consequências foram desastrosas.
Realmente quebraram os grandes cacauicultores, mas geraram a perda de 200.000 empregos na lavoura, fizeram com que milhares de hectares de Mata Atlântica - os cacaueiros precisam da sombra das árvores nativas para se desenvolverem - fossem derrubados para a criação de pastos, geraram bolsões de miséria em diversas cidades, principalmente Camacã, que emigrou em massa para Porto Seguro, gerando um enorme bairro de favelados, criminosos, prostitutas, desempregados, subempregados e subnutridos.
Com o peso na consciência por dezessete anos, um dos autores da façanha veio a público agora e revelou suas ações. Os outros três negam conhecê-lo, o senador César Borges, cacauicultor, foi procurado pelo criminoso arrependido, mas nada fez; o governador Paulo Souto também tomou conhecimento dos fatos e se manteve quieto, mesmo tendo sua família altamente prejudicada, uma vez que é formada por ex-cacauicultores da cidade de Canavieiras e perdeu tudo o que tinha.
Um dos agentes da ação de sabotagem, Geraldo Simões, foi eleito prefeito de Itabuna por duas vezes, sinal de que realmente conseguiu destruir, ou pelo menos diminuir consideravelmente, o poder político os coronéis do cacau. E agora nega conhecer o criminoso arrependido.
O Brasil, antes maior produtor mundial de cacau, hoje importa as amêndoas da Costa do Marfim e os criminosos, ao que tudo indica, ficarão impunes, como é prática no Brasil.

domingo, junho 18, 2006


Paixão, Gazeta do Povo, PR


Bussunda: o esporte mata mais um!

Quando eu critico as religiões e seus líderes, costumam me chamar de ateu. Não sou ateu, quem analisa assim é que demonstra sua ignorância.
Quando critico a perda de tempo que se é empregar 105 minutos do tempo assistindo a uma partida de futebol, dizem que não gosto de futebol, que não tenho espírito de brasileiro e bam-bam-nam-caixa-de-fósforo. Também não é verdade. Eu gosto de futebol, até joguei e era um relativamente bom ponta-direita, até que um zagueirinho mais afoito quebrou meu pé e eu desisti.
Em se tratando de assistir, o que há de bom no futebol são os gols e um ou outro drible e isso os telejornais mostram em cinco minutos. Pra que gastar noventa minutos roendo osso se posso pegar só o filé mignon no noticiário?
Ah!, você não é patriota!, já me disseram. Cá pra nós, torcer feito um maluco diante da televisão durante uma partida da seleção, não é sinônimo de patriotismo. Isso é ufanismo, coisa bem diferente e de ufanismo, isso sim, eu não sofro. Sou crítico demais para aceitar mastigadinho o que os narradores, mais torcedores que analistas, dizem. Sou patriota, sim, mas não ufanista ou nacionalista exarcerbado.
O Brasil ganhou? Legal! Fico feliz. Mas em que o país melhorou? Ah, sei, podemos dizer que somos os melhores do mundo. Ótimo. Mas só no futebol? Pelo menos em alguma coisa. Ok, pra quem se satisfaz com pouco...
Quando digo que não gosto de praticar atividades físicas, dizem que sou preguiçoso, sedentário, ocioso. Preguiçoso e sedentário, sim, mas não ocioso. Trabalho à beça, mas não tanto com o físico. Minha atividade mental é que me dá o pão e ajuda muita gente a conquistar o seu. Tô satisfeito com isso.
Na adolescência fui um mediano corredor de 100 metro, um razoável ponta direita e duas vezes campeão estadual de voleibol. Baixinho, só me restava a posição de levantador, e eu era bom nisso.
Hoje, sedentário e feliz, me satisfaço com uma rodada de cerveja e uma mesa de dominó, quem quiser cutir suas peladas, torcer pelo seu time ou pela sua seleção massacrando seu coração, que o faça e seja feliz, mas vão devagar, afinal de contas, como já dizia minha mãe, "tudo demais é veneno".

sábado, junho 17, 2006


Eu vou, mas eu volto!
Sinfrônio, Diário do Nordeste, CE.
Prestando Contas
Pois é, pessoal, enquanto todo o país tá aí, colado em frente à tv assistindo aos jogos da Copa, eu, que não assisto a futebol - muito tempo jogado fora pra ver vinte e três marmanjos correndo de um lado pro outo - estava aqui envolvido em projetos pessoais e profissionais.
A casa está quase totalmente reformada e a conta bancária também. Se bem que a conta bancária apenas voltou ao seu estado normal, quase zerada. O cheirinho de tinta ainda está no ar. Canos novos, fios novos, telhado novo e, para completar, móveis novos, roupas de cama e banho novas e por aí vai.
Quem me acompanha já deve ter lido eu falar que do interior não saio mais. Nesse gastança toda ganho 25% de desconto nas janelas novas, o vidraceiro é um antigo e bom amigo; mais 20% de desconto nos móveis novos feitos sob encomenta e sob medida na marcenaria de outro velho e bom amigo. Até o pedreiro me fez desconto em suas diárias. Assim eu me esbaldo e termino reformando mais do que planejava. Outros dez por cento na compra dos travesseiros, lençóis e toalhas. Nem doeu.
No campo profissional, além do final de semestre, que me enche de trabalho, ainda arrumei um trabalhão extra.
Desde o dia 6, estava participando do DNA, um desafio acadêmico on-line. Coordenando uma equipe de cinco alunos, tivemos um desafio de doze etapas, cada uma com dez questões. Os temas eram os mais diversos e as perguntas as mais difíceis, muitas sobre assuntos de que nunca ouvira falar. Esportes, meio ambiente, raciocínio lógico, biologia e vestibular eram alguns dos temas.
A principal fonte de pesquisa era a internet. Vencidas essas etapas, deveríamos esperar até quinta feira, dia 15, para o desafio final. Esta seria a etapa decisiva, uma vez que haviam várias equipes empatadas na primeira colocação, entre elas a nossa. A pontuação dessa última etapa seria dadade acordo com o tempo. Ganharia mais pontos quem respondesse primeiro e essa pontuação iria diminuindo até completarem-se vinte e quatro horas desde a publicação da questão.
Os coordenadores estimaram em 12 horas o tempo para que surgisse a primeira resposta. Mesmo com o site do DNA fora do ar, minha equipe concluiu os trabalhos em 13:25 h, o que achei muito bom.
Estamos no páreo!
Apelei para todos os amigos on-line que encontrava. Lelinha, Gus, Pedro, Nanda, Daíza, Ere, Rhemzo, Leonardo e minha prima Vânia foram alguns daqueles a quem perturbei e a quem devemos, eu e meu time (Carol, Leo, Carolli, Raíssa e Tatiane) nosso muito obrigado. Vocês foramde grande ajuda e nos permitiram ganhar valiosos prêmios.
Se vamos ganhar ou não, é de menos. Foi uma experiência única e maravilhosa. Valeu a pena termos ficado por 9 dias dormindo às duas da manhã e ficando de plantão em frente ao pc a cada hora vaga. O stress, a fome, a insônia, as manãs com olheiras, tudo isso nos ajudou muito para aprendermos muia coisa e nos colocarmos entre os primeiros concorrendo com mais de 1.800 equipes de todo o país.
Agora, alma mais leve e bolso futuando, estou de volta à ativa. Preparem seussaquinhos que estou aqui para enchê-los!

segunda-feira, junho 05, 2006

Só há uma maneira de evitar o envelhecimento. Vai querer?


Não sei se interessam a vocês os assuntos desse post, mas vou dizer assim mesmo.

Hoje o Esculacho faz um ano. Bem feito! Muita gente me ajudou a construí-lo, entre elas a Karina, que me deu as primeiras instruções do funcionamento do Blogspot e me ensinou a usar as ferramentas, além de ter colocado algumas coisinhas importantes, e a Lelinha, que me presenteou com esse lay-out feito sob medida para minha cinturinha de geladeira, além de ter-se tornado minha web-trainer e consultora full-time (putz! Nunca havia usado tantos termos em inglês numa única redação).

O Gus, gaúcho colorado marrento e gozador, foi o primeiro a comentar. Infelizmente o Haloscan não ermite que gravemos os comentários por tanto tempo. Esse cara escreve como poucos, quando tem vontade, o que, infelizmente, não vem acontecendo há muito tempo.

Daí sempre apareceram outros, alguns somem, outros se tornam cativos; uns se tornaram amigos de MSN e/ou de Orkut; uns passam como cometas e nunca mais aparecem; uns muitos me cativaram e faço questão de visitá-los sempre que Cronos permite; uns me levam a sério e não vêem minhas ironias, outros me levam na brincadeira e não entendem minha seriedade; uns discordam, o que acho ótimo, outros me enchem a bola, coisa que o ego acha maravilhoso; poucos vêm apenas para me cobrar a presença em seus blogs, outros poucos vêm porque gostam do que escrevo... De qualquer forma, todos são muito queridos, mas existe a necessidade do pão de cada dia, o que me impede da constância nas visitações, pelo que me desculpo, mesmo não tendo a culpa absoluta.

Esse mesmo Cronos está me castigando muito ultimamente e por mais alguns dias. Final de semestre, quando a trabalheira se acumula mesmo sem contribuirmos pra isso; reforma na Maison Esculachô que já estava despencando e precisa de uma pintura geral, reforma no telhado, consertos nas redes hidráulica e elétrica, doses paquidérmicas de paciência e o desejo de um pai rico e financiador; um desafio nacional de conhecimento em que estou orientando alguns alunos e isso me toma um tempo absurdo; além daquelas coisinhas normais de qualquer sujeito responsável: banco, correio, supermercado, cervejinha de sexta-feira (eu sou de carbono, meu, não de ferro!).

O que significa essa ladainha toda? Que estarei ausente por alguns dias por imposição da vida. Assim que voltar, visitarei um a um e comunicarei meu regresso.

Obrigado a todos pela cumplicidade, pelos muitos carinhos, pelos puxões de orelha, pelas visitas e por me permitirem um espacinho que seja em suas vidas. Caso alguém queira um bate-papo despretensioso, pode me encontrar de vez em quando no msn: marcos_rodolfo@hotmail.com, terei o maior prazer de encontrá-los.

Abraços gerais.

quinta-feira, junho 01, 2006

O amor não é cego, apenas não tem faro pra problemas.


Perdão, xilogravura

Perdão

Vanderlânia, minha flor, aceita eu de volta. Tu sabe que tu é única no meu viver, as outras é apenas passatempo, quero dizer, eram, acabei com todas, só tu me interessa.

O pobrema é que a carne é fraca e o diabo atenta e eu, que também sou filho de Deus, sô mais tentado ainda pelo Cão que quer os homem bom como eu no exército dele. Mas eu me arrenego a ir pro lado dele e voltei pro bom caminho, minha santa.

Salve aleluia, salve!

Pra tu e por tu eu vou fazer tudo, pra tu eu vou viver cada segundo e fazer tudo que tu quiser pra te deixar feliz. Eu capino o quintal que, deve de tá uma floresta, como já prometi antes e não fiz, dessa vez eu faço; eu vou almunçar com tu na casa da tua mãe nos domingo e fazer de conta que eu adoro ele, do jeito que tu sempre quis que eu fizesse e sempre me faltou corage; prometo consertar o telhado e arresolver aquelas pingueira na cunzinha, no banheiro e no nosso quarto, mesmo correndo o risco de me estabacar lá de riba e quebrar a cabeça; vou consertar as perna da cama das criança, mesmo sabendo que sou ruim de martelo e arriscar perder a cabeça do dedão numa martelada errada; garanto a você que acordo cedinho todos os dia, preparo o café e levo as menina pra escola; juro que vou te levar pra praia todo final de semana que não chuver e a gente nem vamos levar a farofa de carne de sol e a galinha assada. Tu vai comer é aqueles camarão grandão e o peixe frito dos bom que eles vende lá; vou trabaiá de sol a sol, final de semana e feriado pra nunca faltar nada pra tu e pras nossas filhas.

Se eu esqueci de prometer alguma coisa pra te fazer feliz, pode me alembrar que eu prometo tomém. Tudo o que tu quiser, minha nega.

Prometo até ir com tu pros culto da igreja e tratar o pastor com todo o respeito e cortezia. Vou pras festa da igreja, seguro o estandarte, aprendo os hinos e todas as oração, participo do coral... Faço todas as obrigação e ainda pago o dízimo, tudo por tu, muié que amo mais que tudo no mundo.

Mas eu vou poder tomar uma cervejinha com os amigo de veiz inquando, vou não? Prometo que num vai ter niuma muié com nós, só os homem, nada de muié!

Sei não, alguma coisa me diz que tu num vai aceitar isso, num vai creditar nim eu...

Quer saber? Esquece tudo que prometi. Quero voltar mais não. Vou ficar sozinho mesmo, sem tuas aporrinhação no pé das minha zureia o dia todo, todo dia.

Fica com Deus e seja muito feliz. Dá um beijo nas criança e diz que eu amo elas.

Daquele que foi teu um dia, Brenolivaldo.



Pedreiro cavucando a casa toda, dinheiro que não basta pra tanta despesa, trabalho pra burro e ainda por cima, júri amanhã. Nos vemos quando eu ressuscitar.