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domingo, dezembro 17, 2006

X-mas tree


Sou piegas, mas nem tanto, por isso vou tentar dar um até logo sem muito sentimentalismo.

Muitas vezes li em blogs o autor - na maioria autora, a bem da verdade -dizendo o quanto seus leitores passaram a fazer parte de suas vidas, quanto são importantes para eles, o quanto aprenderam e coisas que tais. É meio difícil fugir disso que está se tornando lugar comum com maior ou menor dose de sentimentalismo, dependendo de quem escreve.

Quanto a aprender muito, não resta dúvida que aprendi. Os flogs e vibes retiraram da blogosfera uma quantidade imensa de adolescentes e adultos em busca da auto-afirmação, pessoas para quem o próprio umbigo é muito mais importante que a mensagem. Os blogueiros e leitores mais preocupados com o conteúdo, agradecem. E nesses meus três anos e meio de blogueiro - um e meio nesse endereço - conheci muita gente interessante; gente culta e outros nem tanto; gente chegada ao erudito e outros ao popular; gente de esquerda, de direita, de centro e apolítica; gente com muito a dizer e gente mais disposta a ouvir. Convivendo com essa diversidade aprendi a ser mais tolerante, menos refratário a idéias contrárias às minhas, mais democrático. E agradeço a vocês por isso.

Viciado em informações, mais de política do que de esportes, menos de dietas do que de bons pratos, mai de recheio que de forma, tenho adquirido informações novas a cada dia e lhes agradeço por isso.

Um amante do Brasil que se orgulha de conhecer uma boa parte dele e de ter gostado de cada pedaço, mesmo odiando algumas características locais, como a fome e a miséria do sertão ou a fartura de beleza e escassez de solidariedade de alguns litorais, conheci gente de quase todos os estados e mais um pouco de suas culturas e só posso ser grato por isso.

Por vezes me imaginei num grande hotel onde estaríamos hospedados eu e aqueles muitos freqüentadores daqui a quem admiro - e são muitos acreditem, por isso um hotel - e imaginava os rostos daqueles de quem ainda não vi a imagem e os papos intermináveis que teríamos. O bom humor de uns e as ranzinzices de outros, as discordâncias sobre o que comer e aonde ir, as discussões sobre coisas sérias e as brigas por futilidades e as madrugadas acordadas em papos intermináveis. Seria muito bom, mas não somos a Suíça e nem eu sou um Rockfeller, me resta ir conhecendo-os aos pouquinhos.

Já conheci pessoalmente três de vocês; como contatos no MSN, mais doze; no Orkut, 7 estão na minha lista e, nessa viagem que farei a partir de amanhã, tenho planos de conhecer mais três. É muito boa a sensação de se ver pela primeira vez e ter a sensação de amizade antiga.

Nos veremos em janeiro. Nesse intervalo de tempo, desejo a todos e cada um festas felizes e cercados de pessoas queridas, muita saúde e que rendam boas histórias para nos contarem depois.

Que 2007 seja um ano grandioso para todos nós e que nosso país - mais uma vez o velho desejo - consiga achar um caminho mais racional e menos politiqueiro para seu crescimento e bem estar dos que aqui vivem, amando-o ou por obrigação.

Deixem seus bilhetinhos colados na porta. Os visitarei assim que voltar.

Até logo.

sábado, dezembro 16, 2006

Terra


O mundo é estreito
E o estreito em meus braços.
O mundo se alarga
E não me larga
A vontade de tê-lo.
O mundo é curto
E como curto
O mundo difuso...
O mundo é o caos
E passeio tranqüilo
No cais do mundo.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Sinfrônio, Diário do Nordeste, CE -Bando de filasdaputa!


  • Um truque antigo que os homens usam para evitarem o roubo nas ruas, é esconder a carteira dentro da cueca, no lado da frente. Aprimorei o método. Como pretendo passear por lugares nunca dantes caminhados por mim, passarei uma atadura elástica na coxa, entre suas dobras colocarei cartões de crédito, talão de cheques e documentos. Na carteira apenas umas merrequinhas para não deixar o bandido muito irritado. Será que funciona? Vou testar. Sem grana e sem documentos em lugar desconhecido não deve ser nada agradável.

    Uma tática que uso em hotéis, há muito tempo, desde que um amigo meu teve seu dinheiro roubado por uma camareira, é colocar os documentos e cartões, além dos cheques, dentro de um saco plástico e colar com fita adesiva no fundo de uma gaveta, pelo lado de fora, é claro. Só será encontrado se a ladra for mais esperta que eu e retirar as gavetas, coisa que não é provável. Essa já foi testada e aprovada.

  • Quer dizer que o neto de Pinochet foi expulso do exército? Tentando eximir a presidente de culpa, foi divulgada nota que a atitude foi tomada pelo comandante do Exército. Tá legal... Mas o comandante do Exército não foi indicado e nomeado pela presidente? Longe de ter pena do capitão Pinochet, mas a rapidez com que aconteceu a expulsão, sem um inquérito, sem se ouvirem as justificativas do réu, é mais um revanchismo que não conta com minha simpatia. É uma das máximas políticas - de Dante ou de Shekespeare? Não lembro - "só se conhece um homem (no caso em voga, uma mulher) quando se lhe dê algum poder".

  • Há alguns anos, um geólogo me falou: "com fotos infra-vermelho ou ultra-violeta tiradas por satélites, é possível se identificar o que há no solo e no subsolo de uma determinada área". Na ocasião discutíamos sobre as plantações de drogas e a descobertade petróleo. E olha que há dez anos a tecnologia estava longe do patamar em que nos encontramos. E percebi algumas coincidências. Por exemplo, quando começou-se a discutir a privatização da Petrobrás, no governo FHC, a empresa encontrou, "coincidentemente", uma grande jazida na Bacia de Campos. Quando, no mesmo governo, foi concedido ao trabalhador investir parte do seu FGTS em ações da Petrobrás, outra grande jazida foi encontrada e as ações foram às alturas. Coincidências como essas devem ocorrer pelo mundo a fora.

    Algo parecido aconteceu essa semana no Vaticano. O catolicismo perdendo a moral, perdendo fiéis para várias religiões, inclusive para o islamismo, religião que não conta nem um pouco com a simpatia do papa - embora a cúria se esforce para demonstrar o contrário, eis que a Igreja anuncia a descoberta do sarcófago de São Pedro. Qual a intenção? Desperta o interesse dos fiéis. Se isso não aumenta sua fé, pelo menos lhes dá uma alegria, uma vez que a Igreja Católica Apostólica Romana é lotada de símbolos e simbolismos. Não vou estranhar se, muito brevemente, forem criadas as excursões em todo o mundo para verem o primeiro papa. O marketing do Vaticano está trabalhando a todo vapor.

  • A Chris está propondo uma campanha humanista e espera contar com a participação dos blogueiros. Vá lá, visite, e adira. Garanto que tem gente que vai ficar muito grata a você.

  • E essa semana ganhei um post que me comoveu no blog da Val. Obrigado, amiguinha.

  • Como é que é?! Circuncinsão masculina diminui em 50% o risco de pegar AIDS? Não corto! Não corto! E não corto!

  • A cambada de filasdaputa dos congressistas se deram um aumento de quase 100%, o que eu já havia adiantado que aconteceria há alguns dias. Só pergunto uma coisinha: isso é pra compensar o fim do mensalão que parece que acabou? O que esses sujeitos fizeram de tão valioso para merecerem essa fortuna mensal?

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Letter F


Flui fácil
a fala que te falo
feito foribundo farizeu
farto de fazer fita,
fitando tuas feições
de fada, feiticeira fiel.
Fico firme sobre o fio
que fiz para te fisgar
pela fotografia.
Que falta fazes...

terça-feira, dezembro 12, 2006

Lines


Uma vertical
Separa destinos oblíquos
Sobre o plano horizontal
Que se inclina sobre o tempo.
A cada tic dele
O tac dela responde,
Criando eterno tiquetaquear
Ininterrupto e sentimental,
Apático e arbdente.
As linhas das vidas
Formam enigmático desenho
incompreensível e previsível
Como o próprio tempo
Que se repete e não cansa.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Zope, A Charge On Line


  • Ontem tive uma grata surpresa no world blog. Descobri que minha sobrinha Glenda tem seu prório diário virtual e, aos 16 anos, manda muito bem com as palavras e a gramática. Depois de mim e do Normando, mais uma nesse mundinho neurótico e viciante.

  • Uma das comunidades que mais cresciam no Orkut, a Profiles de Gente Morta (não vou colocar o link porque seria irritante para alguém clicar nele e não conseguir entrar por não ser membro) foi tomada por invasores. A comunidade contava com quase 35 mil componentes e sempre despertou polêmica. Algumas pessoas acessam por curiosidade, outras pelo gosto pelo mórbido, alguns para declararem sua dor por pessoas queridas que morreram e por aí vai.
    Aos poucos foram aparecendo os rebeldinhos, os revoltadinhos, os babacas que por incapacidade de pensarem em coisas úteis ou pelo prazer insano de ofenderem aos outros, passavam a visitar as páginas daqueles que morreram para colocar mensagens agressivas, ofensas à família do morto e até confissões de crimes cometidos. O moderador, a pedido dos membros mais assíduos, passou a fazer uma limpa e expulsar esses calhordas. Isso deve ter causado fúrias.
    Hoje a comunidade amanheceu invadida por um hacker, ou grupo de hackers, como afirma quem postou, apagados todos os tópicos e colocada uma mensagem repetidas vezes: "Deixem os mortos em paz".
    Isso vai causar algum buxixo na blogosfera.

  • Estou chateado com a morte do Pinochet. O general não deveria morrer agora, aliás, eu gostaria que ele vivesse até uns 120 anos. Nesse tempo talvez a justiça chilena conseguisse sentenciá-lo de verdade, retirar os milhões que ele desviou para bancos estadunidenses e colocá-lo numa prisão pelos restos de seus dias.
    O capeta engalanado fez e aprontou, matou e torturou, roubou e formou uma camarilha impune e morre de velhice... Positivamente não é justo com todos aqueles que sofreram direta ou indiretamente com seus desmandos.
    Que pelo menos ACM viva até os 120 anos, então. Talvez ele pague antes de partir.

  • Podem me chamar de piegas, mas me emocionei de verdade com aquele rapaz paulista que jogou-se no Rio Pinheiros, mesmoc om toda a poluição, para salvar a vida de uma criança.
    Esse é o tipo de gente que admiro, que toma atitudes positivas sem esperar nada em troca, apenas por amor ao próximo e para ficar em paz com a própria consciência. Admirável!
    Como o mérito deve ser premiado, coisa que defendo aqui desde o primeiro dia que passei a escrever, fico feliz ao saber que a empresa em que Adriano Levandoski Miranda trabalha vai premiá-lo com um aumento salarial acima do que já estava previsto. Atitude também digna de nota.
    Sem falar que a empresa pagou todos os exames médicos do rapaz depois dele sair das águas fétidas do Pinheiros.

sábado, dezembro 09, 2006

Clarice Lispector


Menina ainda, a ucraniana de nascimento e brasileira por toda a vida Clarice Lispector enviava seus contos para o Jornal do Commércio, de Recife, cidade que seus pais escolheram para viver, depois de fugirem miséria por que passava seu país no período compreendido entre as duas guerras mundiais. Os escritos da menina, porém, eram refugados. Alegavam os editores que seus contos não tinham histórias, cenários, enredos. Sua visão pequena deve tê-los feitos se arrependerem futuramente.

Foi justamente isso que mais marcou a obra da escritora: as sensações, as impressões. A profundidade de suas personagens é bem mais importante que a aparência e assim era também ela, uma mulher intensa naquilo que sentia e no que acreditava e defendia.

Mas não sou eu um especialista em Clarice Lispector e nem mesmo em literatura, apenas um diletante de ambas. Por isso, que ela e quem a conhece bem que falem melhor e mais que eu, assim como todos os demais que participam dessa postagem coletiva proposta pelo Lino Resende:











sexta-feira, dezembro 08, 2006

Clériston, Folha de Pernambuco


  • Esculacho Utilidade Pública: Se está em seus planos viajar de avião por esses dias, vai aqui uma dica, o Kit-Aeroporto. Para as mulheres, uma bolsa grande; para os homens, como pochete é muio cafona e fora de moda, a sugestão é uma calça com muitos bolsos.
    Telefone celular (essa é fácil, até minha diarista tem um); um livro de, pelo menos 500 páginas ou 3 pequenos; um MP-3 (se o seu tem uma memória pequena, sugiro que troque por um de 1Gb ou mais; se você não tem, vale a pena investir nisso, os preços caíram ou você ainda pode pegar emprestado do sobrinho ou trocar com ele por uma Play-Boy da Karina Bacchi). Muito dinheiro em cédulas pequenas. Sem assistência das companhias aéreas, você vai gastar um bocado em coxinhas, refrigerantes, salgadinhos... Mais inteligente seria fazer logo uma refeição completa, mas bobo e otimista como você é, vai sempre achar que o atraso será de apenas de 15 minutos, mesmo já tendo esperado três dias. Uma coberta (se você não for muito grande, dá pra fazer do carrinho de malas uma poltroninha até confortável. Já fiz isso uma vez no aeroporto de Salvador e funcionou legal, bem melhor que tentar dormir naqueles bancos nada anatômicos). Não esqueça da imagem de São Judas Tadeu (não importa se você não for católico, mais cedo ou mais tarde você vai apelar para qualquer santo).
    E boa viagem (se não desistir antes).

  • Há uma semana eu achava que Valdir Pires ainda não havia caído por causa de sua irretocável biografia, agora eu acho que está apenas esperando a divulgação do novo ministério. Momento Marquinhos de Ogum: o Ministério da Defesa será dado a um peemedebista.

  • Menos de 24 horas depois de assaltarem a ministra Helen Grace, do STF, dois suspeitos já foram mortos pela polícia.
    A Secretaria de Segurança (isso só pode ser piada) do Rio de Janeiro divulgou nota dizendo que a ministra deveria ter requerido escolta da Polícia Federal. Ao ouvir a notícia dada pelo apresentador do Jornal Hoje, da Rede Globo, adorei seu comentário: "resta saber a quem devem requerer escolta os milhares de cidadãos comuns que passam pela Linha Vermelha todos os dias".

  • Está rolando na net uma convocação para que os brasileiros boicotem o filme Turistas. Se por acaso alguém aí não sabe do que trata o filme, é uma película estadunidense em que seis jovens de lá, em visita ao Rio (bom, eles dizem que é o Rio, mas tem Floresta Amazônica junto com Copacabna e mais um monte de clichês), são dopados, seqüestrados, torturados, alguns mortos e seus órgãos são traficados.
    Como não sou um sujeito gregário, não sou maria-vai-com-as-outras e não penso pela cabeça alheia, assistirei ao filme se me der vontade de assistir.

    Me dói ver o Brasil ser tão maltratado por esses prepotentes? Sim, dói.

    Me irrita ver os sujeitos tratarem o mundo como seu quintal e achar que gente são apenas seus compatriotas e seus vassalos ingleses enquanto os demais habitantes do planeta são apenas sub-extrato humano? Sim, irrita.

    Compartilho da idéia de que esse tipo de filme tem roteiros e histórias idiotas e mal servem para diversão descartável? Sim, compartilho.


Fico triste por ver atores brasileiros participando de uma produção que ajuda a piorar nossa imagem no exterior em troca de alguns trocados e de poderem colocar em seus currículos que já participaram de uma produção hollywwodiana? Sim fico triste por eles, que terminam encontrando mais percalços em suas carreiras do que um caminho dourado para elas.

Mas uma coisa não se pode negar: esse filme só tem esse roteiro, essas histórias macabras, a imagem derturpada e podre do Brasil, porque é essa imagem derturpada e podre que nós exportamos. Claro, eu posso xingar meu irmão de burro e até dar uma porrada nele, mas se outra pessoa o fizer, vou ficar muito puto e sair para a briga, e é mais ou menos isso que acontece com esse filme.

Nós falamos mal do Brasil, de suas injustiças, de sua justiça apens para pretos, pobres e putas, de suas polícias mal remuneradas, mal equipadas, mal treinadas e corruptas, de seu sitema de saúde pública emporcalhado, defasado e ineficaz, porém nos emputecemos quando algum estrangeiro fala o mesmo. Alegorias e exageros à parte, eles apenas retratam exatamente o que nós vimos, só que com olhos que não conhecem o que vêem.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Bessinha, A Charge On Line


  • A Microsoft apela para que os consumidores utilizem o XP original, nada contra, direito seu. Aí ela nos manda as atualizações originais, perfeito. Exemplo de preocupação com o consumidor. Daí ela manda o pacote do novo Internet Explorer 7 gratuitamente. Tem a cara do Mozila Fire Fire Fox e promete ser mais rápido e seguro. Aí o consumidor, eu, por exemplo, baixa a atualização na maior boa fé. Na primeira utilização percebe que ele é tão lento quanto o anterior e a máquina trava. Que maravilha! Por essas e outras que tenho preferido utilizar o Fire Fox, tem dado menos dor de cabeça.

  • A música baiana não anda mesmo em alta ultimamente, a não ser nos carnavais e micaretas e para aqueles que adoram balançar a bundinha sem se preocupar com o que estão ouvindo. Até Daniela Mercury, meio esquecida no Brasil nos últimos tempos, e tida como uma das maiores estrelas da axé-music (adoro essa mistureba de inglês com português) já anda se afastando desse filão. Depois de partir para uma carreira internacional até que bem sucedida, agora faz questão de frisar em em suas entrevistas que sua música não é só baiana. Ciumento e bairrista como o soteropolitano é, capaz de montarem um esqueminha de boicote à cantora no próximo carnaval. Por mim...

  • Alguém já havia ouvido falar em gordura transgênica até dois anos atrás? Eu confesso que para mim era uma completa novidade a expressão e o conceito. Pois a coisinha passou a ser a maior vilã da alimentação ultimamente a ponto de ser banida pelos restaurantes de Nova Iorque, numa ação que promete se tornar global. Daí vem um daqueles caronistas da moda, como o doutor Paulo Olcon, da Unicef, afirmar que tal gordura vicia. Ora, ora, ora, existe algum estudo científico que embase tal afirmação? Não.
    Em tempos passados já ouvi que café é um santo veneno, depois que o café é um santo milagreiro; já ouvi que chocolate faz tremendo mal à saúde e que chocolate é a cura de muitos males; já ouvi que cigarro mata e que cigarro é ótimo para a memória... Quer saber? Quando esses caras chegarem a um consenso sério e não apenas de fundo comercial, levo a vida que EU quiser, do jeito que EU quiser e quem achar ruim que me processe. Tô de saco cheio desses profetas do apocalipse.

  • Outra pesquisa profunda e que deve mudar os rumos da humanidade:
    Estudo da Universidade de Leiden, Holanda, afirma que pássaros urbanos cantam rap, enquanto componentes da mesma espécie que vivem no campo cantam outra melodia. O estudo foi feito com um passarinho conhecido como chapim-real. É de uma profundidade impressionante!

  • Diariamente nos deparamos com alguma pesquisa científica ou pseudo-científica do tipo "porque os batráquios azuis de Botswana acasalam-se com a fêmea sobre o macho", "a água congelada de Plutão é potável?", "porque tropa é coletivo tanto de burros quanto de soldados", "o que têm em comum os diversos tipos de câncer?", "pessoas com os lóbulos das orelhas colados têm maior propensão a ataques cardíacos", "pessoas magras vestem-se com menos dificuldades", "mulheres gordas usam cores pastéis na unha mais que as magras", "cresce o número de homossexuais na terceira idade" e por aí adiante. A maioria delas estapafúrdias, sem pé nem cabeça ou de qualquer utilidade prática na vida de quem quer que seja e bancadas por dinheiro público ou por algum magnata desocupado do primeiro mundo que busca deduções no imposto de renda por incentivo à ciência.

    Uma que nunca vi foi a que buscasse explicar por que a saudade dói em lugar indeterminado. E não me venham com aquela velha falácia de que "saudade" é uma palavra só existente em nossa língua. Todas as demais têm palavra equivalente, o resto é invenção de algum poeta ufanista.

    À simples menção do objeto saudoso, passa um trenzinho gelado arranhando cada dormente da coluna cervical, como diria Caetano Veloso, "do cóccix até o pescoço" e de volta ao cóccix. Sente-se um embrulho quadrado na boca do esômago como se não tivéssemos tomado iogurte, mas engolido o potinho inteiro, com tampa e tudo. E uma pontada, não de agulha, mas de instrumento rombudo como uma talhadeira em lugar indeterminado, no mediastino, no átrio direito, no esôfago que se estreita e seca, no diafragma, no duodeno.

    As mulheres não teriam uma noção exata, mas é como uma pancada nos testículos. Quem a recebe sente dor imensa, não localiza, porém, onde dói, se nos próprios, se na altura da bexiga, se no alto das coxas, se no intestino delgado... Bom, também não sei como é a dor de uma porrada nos seios ou a do parto, por isso impossível usá-las como exemplo.

    Assim é a saudade. Tirando-se a alma, não se sabe onde está a dor, mas senti-mo-la.

  • E foi assim ontem à noite. Uma saudade daquelas de amassar o peito como um rolo compressor, do meu pai que não mais verei.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Zope, A Charge On Line


  • Os fundos de emergência que deveriam ser usados para reconstruir New Orleans e ajudar à população atingida pelo furacão Katrina estão sendo desviados. Não é nenhum consolo, apenas a confirmação que não é só aqui no Terceiro Mundo que a corrupção age sem se preocupar se o que está sendo roubado pode salvar vidas. Isso acontece aonde basta haver um ser humano. Triste humanidade...

  • Por falar em corrupção, que dizer que ressuscitaram a SUDAM e a SUDENE... Ai, ai, ai, como os caras-de-pau dão sempre um jeitinho para não perderem o osso. Momento Marquinhos de OGUM: Dentro de um ano surgirá na mídia o primeiro caso de corrupção nesses órgãos.

  • Eu já ouvira falar do documentário Saravah, do francês Pierre Barouh, rodado no Brasil em 1969, mas ainda não tivera a chance de assisti-lo. Assisti hoje.
    Para quem é apaixonado por músicas dos anos 30 a 50, as interpretações teatrais dos cantores e cantoras, as bandas cheias de metais e de músicos bem formados, ver Maria Betânia, Paulinho da Viola, Vinícius de Moraes e mais um monte de gente que faz parte da história da MPB e que anda ofuscada por meteoros como Latino, É o Tchan, o funk, o hip-hop e outras coisinhas tipo fast-music, de digestão e descarte tão rápidos quanto um McSalada, o filme fez um bem danado.
    Barouh era apixonado pela música brasileira e foi um dos muitos responsáveis pela popularização dela na Europa. Filmou os artistas em momentos de descontração e espontaneidade, como era comum na época de "uma câmara na mão e uma idéia na cabeça". A qualidade técnica, óbvio, não é grande coisa, mas como documento, é imperdível.
    A propósito, pela primeira vez vi uma imagem de Baden Powell sorrindo. Jovem e demonstrando o maior prazer no que fazia, é bonito ver o sorriso nos lábios daquele gênio sisudo.

  • Já que pelo menos dois perguntaram ontem, as férias começarão por Natal. Hum, praia, água de coco, lagosta, bundinhas de biquini daqui pra lá, de lá pra cá... Isso se o Cindacta me deixar chegar lá.

  • Tadinho do Colega... Casado há, mais ou menos, 8 meses, teve que separar-se temporariamente da Querida, que teve que ir a São Paulo fazer um curso. Apaixonados, ligam-se duas vezes ao dia, pelo menos.
    Há dois meses distantes um do outro, telefonam de manhã para dizerem o que farão durante o dia e à noite para despedirem-se e contarem o que aconteceu no intervalo.
    Querida é ciumentíssima, sem motivo, diga-se de passagem. Colega é arriado por ela, fiel, bom caráter, trabalhador, ótima pessoa.
    Ontem à noite, ao sair do trabalho, Colega recebeu o convite de Amigo, também bom sujeito, bom pai, companheiro, porém casado há mais de 15 anos, seguro da relação e já por demais conhecido pela esposa, para tomarem uma cervejinha, um bate papo espantarem o cansaço e o calor, que estava terrível.
    Não haviam terminado a primeira garrafa. Colega sentiu saudade da amada. Sacou o celular para ouvir a voz dela e alertá-la que não o encontraria em casa, caso ligasse antes dele. Enquanto conversavam, ele sentado a uma mesa colocada na calçada, passou um grupinho barulhento de garotas, falando alto, dando risadas.
    Hoje, durante o rabalho, o celular de Colega toca. Era Querida, exasperada. Só se ouvia Colega se explicando: "claro que não tinha ninguém lá, meu bem... Estávamos só eu e Amigo, juro por Deus... Foi na rua, amor, não era conosco... Mas, bem, tenho culpa se tinha um monte de gente escandalosa na rua?... Mas, amorzinho, pensa diretinho, eu ia ligar pra você se estivesse aprontando alguma?... Não, bem, você está vendo coisas..." E o pobre coitado repetia e repetia e repetia os mesmos argumentos, mesmo porque não haviam outros, a verdade é simples e pura.
    Querida, provavelmente, não dormira de ontem pra hoje, uma pulga maior que um hipopótamo atrás da orelha e o torturado Colega prometia que de hoje em diante não sairia mais, ficaria em casa assistindo à televisão. Vai suar um bom bocado para convencê-la. O inocente está pagando pelos pecados de tantos cafajestes.

terça-feira, dezembro 05, 2006

J. Marcos, Diário do Aço, MG


  • Atualizados os links. Saíram alguns, aqueles que pararam de escrever, entraram novos. Mais alguns devem vir por aí. Aproveitem, tem muita gente boa.

  • Não saia com ele.com é um site muito engraçado. Bom..., não exatamente engraçado, mas a gente consegue dar boas risadas. Sádico? Machista? Não, não é isso, mas alguns depoimentos são realmente hilariantes. Outros, são chocantes e a gente até imagina o sofrimento daquelas mulheres.

  • Passagem comprada, hotel reservado... Mas essas férias que não chegam!

  • No Japão, primeiro se preocupam em prevenir, corrigir ou minimizar os erros, depois procuram-se os culpados. No Brasil, primeiro aponta-se o dedo duro pra alguém e esbraveja-se "FOI ELE!".
    Eu estava na padaria e encontro a mãe de um dos piores alunos que já tive. Depois de reprovar duas vezes na mesma série e a caminho da terceira reprovação, o Conselho de Classe decidiu promovê-lo, as reprovações não estavam adiantando, talvez na série seguinte, depois de altas horas com as pedagogas e com a psicóloga, ele resolvesse levar a escola com alguma seriedade. Não adiantou. A família, por fim, resolveu mandá-lo para uma escola pública.
    Aos dezessete anos passou a fumar, a beber, a andar com uma turminha nada recomendável. Filho de médico renomado, diretor de hospital e mais algumas funções sociais que não cabe aqui relatar, o garoto aprontava, mas tinha as costas quente.
    Voltemos à padaria.
    A mãe estava conversando com uma amiga comum, minha e dela, também médica. Ao me ver, dispara: "tá vendo, Marcos, você não soube ensinar matemática pro Fulaninho, pois agora eu vou ser avó!"
    Opa! Peralá! Que porra tem a ver minha matemática com a má educação que ele teve em casa? Que porra é essa de que eu "não soube" ensinar ao moleque se uma colega de turma dele ganhou a Olimpíada Brasileira? Que porra tem a ver matemática com gravidez e irresponsabilidade?
    Sem querer criar quizumba, ainda mais num lugar público às seis horas da tarde, padaria cheia, apenas perguntei "o que a matemática tem a ver com isso?"
    E ela "ele não soube usar a 'tabelinha'".
    Ah! Agora, sim, está explicado! Como professor de matemática, devo ensinar a molecadinha a usar tabelinha... Entendi...
    Aproveitei a presença da amiga médica ao lado e devolvi: "Hein, Jaque?, acho que alguém não soube foi ensinar biologia a ele".
    Ué, o garoto é filho de médico.

segunda-feira, dezembro 04, 2006

Loucura, Paul Klee


Na minha cabeça tem alguém
Dentro da minha cabeça
E não sou eu
Nem sei quem é
Como nunca vi quem está na minha cabeça
Mas sei que é um louco
E não sou eu
Nem sei quem é
Mas ele olha a lua
E faz acenos
Em conversa de mudos
Dentro da minha cabeça
Com uma lua e um louco dentro
Que não sou eu
Nem sei quem é
Nem que lua é que está
Toda brilhosa
Dentro da minha cabeça
Que fervilha
Cada vez que o sol também surge
À procura
E com ciúmes da lua
Com o louco
Dentro da minha cabeça
Juntamente com o sol e a lua
Que não sei de que céu vieram
Trazendo um louco que não conheço
Para dentro da minha cabeça.

domingo, dezembro 03, 2006

Jericoaquara


Cinzas dos dias
Chovem sobre o hoje
Que já não conta
Após cada segundo
E o ontem
Nada é.
No fim da linha
Curvilínea do Horizonte
Tem outro horizonte
Onde nada há
Senão uma linha
Sem horizonte
Mas com outra linha
Curvilinha linearmente curva.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Moda


Moda


Quinto filho de onze, pai funcionário público e mãe dona de casa, fui criado dividindo roupas e calçados com os irmãos. Quando dávamos a esticada da puberdade ou as roupas davam a encolhida na lavagem, o irmão seguinte as herdava.

Raras eram as compras em lojas. A mãe, formada em prendas do lar, as fazia em sua própria máquina. Minha irmã, no privilégio de ser a única no meio de tantos marmanjos, recebia as mais bem confeccionadas e ficava linda.

Aos treze, quatorze anos, idade em que a auto-estima comanda as vontades, chegava a sentir inveja das roupas da moda dos amigos, das camisetas transadas (nunca entendi porque transa se escreve com "s" e não com "z"), enquanto eu vestia as camisas de algodão com cinco botões feitas pela dona Luci, a prendada.

Um dia minha mãe pegou o macete para nos deixar mais confiantes. Comprava tecidos numa loja e no armarinho vizinho comprava etiquetas de marcas famosas. Dona Luci era uma pirata das confecções. Aliás, foram anos de prática. Há muito ela copiava os modelos dos vestidos que faria para minha irmã, fosse de revistas, vitrines ou novelas.

Duas coisas nunca faltaram em nossa casa: comida e livros, talvez as coisas mais importantes na vida de uma pessoa. A leitura nos despertava o senso crítico nos fazia questionar antes de aceitar, mastigar bem antes de engolir. Nos fez ver que somos únicos, que temos nossas próprias vontades, gostos, carências e a respeitar os alheios.

Isso me fez abominar a formação em massa de pensamentos e formas, desprezando-se o conteúdo. A moda iguala, muitas vezes nivela por baixo.

Você não é magro, TEM que ser magro!
Você não é bonito, TEM que ser bonito!
Você não precisa ir à Disney, TEM que ir à dDisney!
Você não precisa gostar de Almodóvar, TEM que endeusá-lo!
Você não precisa usar uma calça que mostre a calcinha, TEM que mostrar a calcinha!
Você tem cabelos ondulados, mas TEM que alisá-los, mesmo que isso negue suas origens.
Você não tem amigos, não faz negócios, não viaja, mas TEM que ter um celular, de preferência o último modelo com GPS e "mp3 player", mesmo que não tenha computador.
Você não sabe falar uma palavra em inglês, mas TEM que gostar de Britney Sprears.
Você é interiorano, gosta de moda de viola, bolo de fubá, galinha caipira com angu, suco de graviola comprada na feira, quermesse na igreja, tomar banho de rio, passar o dia na roça montando a cavalo, mas TEM que negar tudo isso e trocar pela piscina do clube, domingo no shopping, selfisevis a quilo e maquidonals.

Os sujeitinhos civilizados são emprenhados pelos ouvidos, compram tudo o que mandam e depois falam mal do Natal. Se bem que falar mal do Natal é moda.





A Magui me convidou a participar desse post coletivo proposto pela Valerie. Como gostei do tema, estou aqui. Tem muita gente falando melhor que eu, visite-a.