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quinta-feira, julho 07, 2011

Brasil, um país proibitivo

corrupção
Dois são os principais motivos de pagarmos impostos suecos e recebermos em troca serviços bolivianos: a total inépcia de nossos administradores e a corrupção.
No segundo governo de FHC, quando pensávamos como Tiririca, “pior do que está não pode ficar”, a Anistia Internacional divulgou um relatório em que concluía que a corrupção é endêmica e generalizada no Brasil. Ficamos todos ofendidíssimos. O Ministro da Casa Civil reclamando dos critérios das pesquisas, o presidente falando em desconhecimento da realidade nacional e a oposição, inclusive a petista, reclamando da visão imperialista daquele organismo. Passados dez anos, ficamos com a impressão de que a A.I. vira apenas a ponta do iceberg.
Já no primeiro ano do governo ex-impronunciável, a roubalheira dos companheiros começou a pipocar, fosse nas centrais sindicais, fosse nos ministérios e até mesmo nas campanhas do próprio PT, que aprimorou as táticas de Paulo César Farias, mas não ao ponto de esconder as pontas da meada dos desvios de verba, de moral, de ética e de conduta.
Dos juízes de primeira instância ao presidente do Supremo tribunal Federal, dos secretários de pequenos municípios aos ministros, dos vereadores mais insignificantes aos senadores mais proeminentes, em todos os setores da vida pública a roubalheira está presente. Escândalos são revelados, outros, pela desimportância política de seus atores são apenas ventilados nas mesas de botecos, dia após dia. O cidadão pode, antes de desejar bom dia à esposa, perguntar qual é o flagrante do dia.
Uma década após o relatório da Anistia Internacional, outros relatórios foram publicados, o último de que tive conhecimento estima que 62 bilhões de reais são furtados a cada ano dos cofres públicos, dinheiro mais que suficiente para zerar o déficit de moradias de todo o país, calculado em 13 milhões de residências, ou de sanear e ampliar os hospitais públicos, ou de cobrir o rombo da previdência social. Dinheiro maior que os orçamentos anuais de Maranhão e Piauí juntos. Melhor dizendo, mais que quatro vezes a soma desses dois orçamentos. É dinheiro que nem ladrão acaba, a não ser que seja petista.
Pior, todos eles, os administradores dos três poderes da República, sabem onde estão os ralos, mas poucos, ou quase nenhum, deles faz qualquer coisa para impedir a sangria. Ou se vendem aos esquemões ou calam-se esperando as migalhas que cairão em seus colos em troca do silêncio. E quando a imprensa, os detetives sem poder, retiram o tapete mostrando o lixo encoberto, políticos de todos os matizes e corporações fingem-se de indignados, uns pedem investigações profundas enquanto outros fazem esforços fenomenais para blindar os partidários envolvidos. Na outra ponta da corda, o Judiciário finge que processa e deixa caducar os prazos ou, descaradamente, absolvem os acusados “por falta de provas”. Financiando a corda resta a indignação muda dos contribuintes palhaços e financiadores da farra.
E aí ouvimos discursos de corte de gastos. Mas como cortar o que já não existem em quantia suficiente, como na Educação, na Saúde e na infraestrutura? Por conta da safadeza dos que nos roubam, ficam 200 milhões de pessoas sem os serviços essenciais, sem a assistência médica já paga, sem rodovias seguras, sem segurança pública, entregues às orações ou simplesmente fadados à morte desassistida.
O pouco que resta para ser usado no que a população precisa para viver com dignidade, é mal empregado. Um exemplo recente da incompetência de nossos legisladores é a proposta da senadora baiana Lídice da Mata, petista, PSB, esquece-se ser representante de um estado corroído pela má administração socialista, preocupa-se mais em trocar o nome do aeroporto da capital do que propor soluções para a crise financeira mal disfarçada por que passa a Bahia, a ponto de perder a fábrica da Azaléia, instalada em Itapetinga, para a China, como aconteceu com a Grendene gaúcha. Com seis meses de mandato, este foi o único projeto apresentado pela senadora. E assim agem seus pares, mais preocupados com o corporativismo partidário e com as picuinhas políticas paroquianas do que com as grandes questões de seus estados e nacionais, por conseguinte.
Adaptaram o ditado popular “uma mão lava a outra” para “uma mão suja emporcalha a outra”. E assim o custo Brasil, alimentado pelos impostos escorchantes e pela corrupção endêmica e generalizada, torna nosso país proibitivo, atraente apenas para especuladores internacionais que fazem fortunas com nossos juros estratosféricos, mas com o dedo pronto para apertarem o “delete”, retirando seus dólares de mentirinha ao menor sinal de perigo de viés em seus lucros. E a bolha incha...

©Marcos Pontes

8 comentários:

Lucas Soares disse...

Texto sensacional! A gente não tem mais por onde ficar indignado com as coisas que acontecem no Brasil. Infelizmente parece que estamos sozinhos. Divulgamos, falamos o nome dos corruptos, dos que mamam na teta do nosso suado dinheiro. Mas o povo em geral adora o circo que lhes é proporcionado. As coisas só vão começar a melhorar de verdade quando o povo descobrir que urna não é privada.

Beatriz disse...

Um país mudo, sem nervo...sem valores. Por isso calamos. Tudo é relativo...as pessoas perderam o senso do certo e errado. Estamos todos perdidos..um mais do que outros. Um país sem Deus é uma presa fácil para malfeitores.

Ajuricaba disse...

Em outras palavras caro amigo: IMPUNIDADE

Aparecido disse...

é.... tá cada dia mais dificil passar essa Pátria Amada, Mãe gentil a limpo. O sono em berço explêndido foi mais longo do que deveria, a imoralidade e a falta de vergonha espraiou-se na sociedade.

O pior de tudo é que até na morte somos esbulhados. Estão Condominizando até Cemitérios Públicos.

Como condenar um governo que é a extensão dos que governa?

Fernando Eagle de Sousa disse...

A situação chegou a um tal patamar (descendente) que hoje em dia se acha normal tal roubalheira, conversando com um amigo simpatizante de "vermelhinhos", o mesmo tentava me fazer entender que: "Foram necessários alguns desvios para que os pobres fossem alcançados pelos programas sociais e pela distribuição de renda". Pra você ver como cegaram totalmente a opinião pública.

Anônimo disse...

Brasil : o país da miséria moral guiada por sua corja governante ! #ForaPT

@ComunicaPress

sergio nogueira disse...

Meu Prezado, como de costume seu perfeito texto deixa mais claro ainda o Ruy Barbosa falou sobre política: "os interesses corporativos estão acima das virtudes". É uma pena ter-se tão pobre um País tão rico."E a bolha continuará inchando"

Rose disse...

Tem muita gente indignada se manifestando, mas geralmente a pauta é petista, tudo reverte a seu favor.
Se não tivermos cuidado com certas arapucas não adianta fazer barulho.