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segunda-feira, maio 09, 2011

Paralaxe, burrice e má fé

paralaxe

Quem usou máquinas fotográficas analogias, coisa do século passado, não aquelas que chamávamos de “profissionais” porque eram flex – que eram as que só tinham um visor e um sitema de espelhos direcionava a luz que entrava pelo diafragma diretamente para o olho do fotógrafo – vai entender, se já não souber, o que é paralaxe.

Pois bem, os fotógrafos caseiros enquadravam o objeto a ser fotografado, davam o click e ao revelar as fotos viam que elas ficavam muito à direita, muito à esquerda ou cortavam a cabeça ou os pés do modelo, lembram disso? O visor e o diafragma não eram centralizados, havia uma diferença de alguns centímetros entre eles, o que gerava a descentralização do objeto. Isso é paralaxe. Em óptica, seria, portanto, a diferença entre a posição de um objeto visto por observadores em locais diferentes.

O filósofo Olavo de Carvalho desenvolveu a teoria da paralaxe cognitiva, que seria uma discrepância entre a realidade teórica e a experiência prática. Dispensando aqui os termos técnicos e explicações aprofundadas da dita teoria, por não ser eu um versado em filosofia, cognição e nem íntimo da psicologia, me prenderei no pouco que assimilei das aulas do mestre e sua relação com a práxis esquerdista.

Nesses tempos politicamente corretos em que a esquerda vem afundando o mundo, levando de roldão os direitistas desavisados, os analfabetos políticos e os incautos crédulos, a paralaxe cognitiva fica clara nos discursos, principalmente os ecológicos e os ditos “progressistas”.

Todos os dias vêem-se políticos e pongados – termo baiano referente aos que pegam carona sem querer saber para onde o bonde o levará – criticando as fontes de geração de energia, condenando as usinas hidrelétricas e as nucleares e pregando o uso da energia limpa. Sem conhecimentos técnicos defendem a energia eólica e a solar, sem saberem que são elas muito mais caras do que as que utilizamos. A ignorância é tanta que o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, defendeu as termelétricas, sem se aperceber que elas utilizam combustível fóssil, desprendem carbono à exaustão na atmosfera, causando mais males ambientais que benefícios à população.

Pelo prazer de que criticar o que está estabelecido quem vai na carona desse discurso sem nexo quer mais energia, mas não quer usinas.

Um deputado Felipe Bornier, do PHS fluminense, apresentou um Projeto de Lei que prevê feriado nacional nos dias de jogos do Brasil na próxima Copa. Esse mesmo deputado é adepto da exigência da criação de empregos, mas defende o aumento de feriados, como se já não houvesse um número absurdo de dias não trabalhados. Mais uma discrepância entre a prática e sua defesa de ideais. A exemplo de muitos de seus pares, Bornier tem seu universo paralelo.

Em época de discussão do novo Código Florestal e, paralelamente, o discurso do combate à fome, a esquerda não quer mais que se plante ou se crie gado, mas quer acabar com a fome. Vamos voltar ao velho extrativismo? Mas, como, se, para construir algumas taperas do Minha Casa, Minha Vida o governo federal permitiu a derrubada de 130 castanheiras que davam alimento e renda para 100 famílias? Quer dizer que para plantar arroz, feijão, milho e soja é proibido desmatar, mas para plantar casas pode-se destruir uma mata protegida por lei? Pior, sem que o Ministério público tome qualquer atitude em busca da condenação do Estado.

A propósito, se um serralheiro derrubar uma castanheira sofre multas impagáveis.

A mesma esquerda gasta fortunas para combater o tabagismo, o que a princípio estaria correto por se tratar de prevenção contra doenças respiratórias e cânceres provenientes do cigarro. Mas, em nenhuma discussão sobre o tema foi-se falado sobre alternativas para as centenas de famílias que vivem da agricultura tabaqueira e dos milhares de empregados da indústria do cigarro. Por outro lado, aparece um deputado bicho-grilo propondo o plantio “de subsistência” de maconha. O usuário poderia ter sua hortazinha de fundo de quintal para produzir para seu uso, como se isso não viesse a criar um tráfico legalizado.

A contradição é pré-requisito par ser esquerdista, mas daí a criar projetos sem estudos a longo prazo sai-se do campo dos projetos futuros para entrar na inconsequência das medidas propostas. Cada vez afundamos mais no universo criado pela aberração de mentes despreparadas e não há questionamento profundo sobre nada, deixando claro que o populacho acha muito difícil pensar e, sabendo disso, os vermelhinhos incutem novos conceitos irresponsáveis e criminosos sem  questionamento ou, pelo menos, a discussão ampla.

 

©Marcos Pontes

6 comentários:

Ajuricaba disse...

Putzgrila. Foi buscar longe a paralaxe prá falar dessa corja hein? Grande texto.

Adoniram disse...

Meu bom baiano. Paralaxe... encaixou direitinho com a petralhada. Parabéns pelo texto. Vai pro TT e pro FB, como sempre. Abraço amigo.

Beatriz disse...

Querido Marcos,
Brilhante sua compreensão da realidade . Infelizmente, vivemos cercados pelos delírios dos relativistas subjetivos que nos impõem os onstrutos. E o pior é que não há silogismo capaz de convencer um psicótico desses a aceitar a verdade. Preocupa quando o mundo é (des)governado por eles e a mídia mundial repete ad infinitum suas sandices.

Sergio Nogueira disse...

Perfeito o texto e a comparação entre as distorções que existem e ocorrem frequentemente com os nossos poderosos do poder. Sabem tudo e não conhecem nada, mas com ares de sabichões vão legislando de forma leviana.
Parabéns.

Beatriz disse...

Corrigindo: Construto. No império politicamente correto, nessa ditadura
em que as palavras fazem a verdade. Essa ideologia em que as palavras constroem a realidade.

Carlos disse...

Perfeita a análise das "viagens" esquerdistas. Porém, acredito que a emissão de dióxido de carbono à atmosfera só é prejudicial, causando "aquecimento global", na cabeça de esquerdistas, exatamente os que você critica com muita propriedade. Sei que isso não invalida teu argumento, ao contrário, só mostra a confusão mental entre eles. Mas queria avisar que o teu texto deu a entender que você também acredita na tal balela. Mas valeu pelas informações essenciais, você está corretíssimo!