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terça-feira, janeiro 16, 2007

Xilogravura, J. Borges


O Menino e o Boi

O menino e o boi de canga,
O barro seco vira poeria.
A canga de levar comida,
Macaxeira, banana, caju,
Muda de função sob o sol saariano.
Carrega latões sem leite,
As vacas magricelas não produzem,
No barro seco não dá capim.
O menino e o boi de canga
Levam água tirada longe,
Sobra das chuvas de há muito.
O menino, o boi e os latões
Levantam pó de onde havia rio
Ou houve ou há de vez em outra,
Quando a água cai.
Onde vivem o menino e o boi
Dia em que choveu
Fic na memória,
Não se perde na poeira do rio seco.

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