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- A polícia canadense colocou no You Tube a fita de segurança de um posto de gasolina. Pouco tempo depois recebeu um telefonema denunciando quem eram os bandidos. Foi o primeiro caso de solução de um crime que contou com a ajuda do You Tube. Louvável. No Brasil isso não aconteceria. O tempo todo vemos imagens do Congresso Nacional e ninguém é preso...
- Assisti num documentário na TVE que o dinheiro enviado para o Brasil pelos mestres de capoeira ao redor do mundo é mais vultoso do que o que o país recebe pela venda de soja. Impressionante! Se isso for fato, além de surpreendente, é a quebra do senso comum de que baiano é preguiçoso. Vamos encher o Congresso Nacional de capoeiristas!
- A Polícia Civil do Ceará desbaratou uma quadrilha de traficantes de drogas. Nem uma novidade até aí. O que chamou a atenção dos policiais e da imprensa é que co os traficantes foram encontrados uma carteira de trabalho, nove carteiras de identidade, dois títulos de eleitor, um certificado de reservista, quatro carteiras de habilitação, duas certidõs de nascimento e um cartão de Bolsa-Família. Eram a garantia de que os viciados pagariam suas dívidas. Viu só? A Bolsa-Família não serve só pra comprar cachaça, como afirmam os críticos do programa e do governo.
- Você acredita em mula-sem-cabeça, boi-tatá, lobisomem, curupira, saci-pererê e negrinho do pastoreio? Claro que não, isso são invencionices de pobres, capiaus, analfabetos. Bobagens.
E em fadas, bruxas, duendes, pé grande e na Atlântida, você acredita? Bom, aí a coisa é diferente. Se foram os europeus e norte americanos que afirmaram a existência dessas entidades, a coisa deve ser séria. Imagina se povo do primeiro mundo inventaria essas coisas.
E em disco voador e seres intra terrestres, você acredita? Como não? Óbvio que isso existe! Há um fundamento científico sério que comprovam a existência deles.
Pois é, santo de casa não faz milagre mesmo.
- Do discurso à prática há uma distância abismal, Dante Alighieri já sabia disso. Diariamente a gente vê uma das muitas celebridades nacionais aparecerem diante das câmeras defendendo a ética, a retidão, a honestidade, a cidadania. Mas seus exemplos deixam tanto a desejar...
Hebe Camargo continua defendendo Paulo Maluf e se dizendo sua eleitora. Belo exemplo.
Geovani e Oscar fazem propaganda de equipamentos de ginástica passiva que não têm nenhuma comprovação de eficácia, tudo em troca de algum dinheiro. Decepcionante.
Artistas globais foram os primeiros a fazerem propagandas dos bancos que abrem crédito para aposentados, incentivando-os a se endividarem em troca de juros baixinhos. Aí apareceu a Polícia Federal e mostrou as muitas falcatruas que envolvem aquelas instituições financeiras. Os artistas sumiram, acabaram-se as propagandas, mas muitos velhinhos já estavam endividados e com sérios problemas para sanarem as dívidas contraídas.
Essas pessoas têm uma obrigação social enorme, mas, assim como um popular qualquer, como você e eu, colocam sua situação financeira à frente dos interesses gerais. A diferença é que sua palavra tem um peso enorme para boa parte da população.
Agora aparece o Ronaldo Ésper, senhor de todas as razões, o único que sabe das coisas, com excessão de seu desafeto Clodovil, outra sumidade em sapiência, preso por roubar dois vasos de mármore em um cemitério. Que vergonha... O cara aluga - não vende, aluga - um vestido de noiva por R$ 4.500,00 e não consegue desembolsar algumas centenas de reais para comprar dois vasos? Ou será que a coisa não é não poder pagar, mas a velha máxima popular que diz que "a ocasião faz o ladrão". Vergonha!
Lógico que as socialites paulistanas quatrocentistas vão sair em defesa do costureiro, serão solidárias ao pobre moço depressivo que atravessa momentos difíceis, toma remédios de tarja preta que o incapacitam de raciocínios sensatos. Encherão as revistas, sites e televisões de fofoca com suas desculpas altamente coerentes. Um advogado cujos honorários são maiores que a soma dos salários de uma rua inteira de classe baixa, fará de tudo para que o costureiro, pego em flagrante, seja colocado em liberdade, vítima de uma injustiça que foi.
Mas a pobre dona de casa, se roubar uma lata de leite para alimentar seus filhos famintos, irá para uma cela escura, sem escusas de quem quer que seja. A mãe está errada? Sim. Mas erro maior é desse senhor, que roubou por capricho e não por necessidade, assim como fazem muitos de nossos políticos.
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