Espalham a verve incontida
Oceano de lama em profusão
Enodoam a pátria combalida
Promovendo a briga entre irmãos
Mentem e não se ruborizam
Agridem quem da mentira foge
Enganam em nome da moral em que pisam
Trazem sempre a traição no alforje
Leis, Constituição, Código Penal
São para eles inúteis resmas
Sabem da conivência do Tribunal
Que compram à mancheia e fazem lesmas
Elaboram, maldosos, a guerra sul-norte
Jogam negros contra brancos sem piedade
Lançam ricos contra pobres, vendem morte
Ao preço do seu poder e vaidade
Do erário fazem vítima e refém
Com propagandas do que não fizeram
Os números de menos viram além
Com os erros daqueles que não erram
Com balelas, favores e bolsas
Compram a permanência no poder
Com promessas e obras falsas
Corrompem até quem não os quer
Artistas, intelectuais, povaréu se vendem
Fazem-se piso para a malta passear
Imitam avestruzes, a consciência escondem
Sobra à nação a conta a pagar
Mafiosos urbanos, terroristas rurais,
Sindicalistas ineptos, juízes venais,
Escritores apócrifos, jornalistas e que tais
Incham a máquina. Bandidos boçais.
Não há governo, há quadrilha
Fantasiada de companheiros
Nos bastidores a camarilha
Rouba vidas e dinheiro
©Marcos Pontes
5 comentários:
Parabéns! Já admirava seus textos em prosa; foi uma grata surpresa ver que a lucidez se expressa também em versos e com um humor ácido irrepreensível!
A ilustração, também, foi uma escolha perfeita. Obrigada por compartilhar. :)
Muito bom! Mas não é que a dona Dilma ficou ajeitadinha, na ilustração? hehehe
Marcos, parabéns você fez uma obra de arte em cima da mais pura e cruel realidade.
poema denúncia que dá vontade de sair declamando pelas ruas, parando nas esquinas, num passa-passa sem fim até que o brasil todo diga: Chega!
Bom dia meu caro Marcos!
Já sentia falta de transitar por aqui... a correria...
... mas a mim o que importa é que cá estou, querendo não se distanciar desse importante "fórum"
Veículo leve, carregando carga pesada. Eis o que me parece a síntese de tua obra!
E o combustível desse veículo? A indignação que parece não acometer o cidadão comum.
Abraços meu caro
Decubito
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