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segunda-feira, abril 02, 2007

Clauro, O Imparcial, SP


  • "Macaco velho não põe avião em Cumbica", do chargista S. Salvador.


  • Vai ficar difícil o governo evitar a CPI do Apagão Aéreo, ou seja lá que nome a imprensa vai arrumar pra ela. Waldir Pires, por conta de sua biografia ilibada, foi mantido a duras penas no cargo de ministro das Forças Armadas, mas também vai ser difícil Lula agüentar a pressão. Se é culpa desse governo ou não, é uma discussão que pouco importa, o fato é que nem Lula, nem FHC e nenhum outro presidente fez qualquer coisa para evitar uma crise desse tamanho. O que tem-se feito é maquiagem nos aeroportos, paliativos em equipamentos, e uma baita corrupção na Infraero, que, como senhora de todas as decisões, superfaturou obras, cobra taxas exorbitantes para passageiros e para as companhias aéreas, mas não se posiciona contra o esquecimento a que são relegados os estressados controladores de vôo.
    Quando, no governo de Ronald Reagan, os controladores de vôo estadunidenses se rebelraram contra as más condições de trabalho e os baixos salários, Reagan demitiu todos, readmitiu uma nova leva, melhorou os salários, criou regras de segurança para que cada controlador se encarregasse de, no máximo, 12 aviões por vez, e criou uma jornada de trabalho de 6 horas diárias. No Brasil a maioria dos controladores de vôo são militares - greve nem pensar, só porque criticou as condições de trabalho um pobre sargento amargou 30 dias de cadeia -, com salários de R$ 1.300 reais para um terceiro sargento, jornada diária de 8 horas, chegam a tomar conta de até 22 aviões por vez... Sem falar que tem equipamentos velhos e ultrapassados. Óbvio que a bomba explodiria um dia. Explodiu, mas na lerdeza de tartaruga paraplégica com que acontecem as decisões oficiais no nosso país, já se vão mais de 6 meses empurrando-se com a barriga, sem alguém capaz de resolver o problema.
    A Aeronáutica não quer abrir mão desse filão; alega questão de segurança nacional. Bobagem! É só uma questão de status e de grana. Um dia alguém ainda vai investigar o tanto de corrupção que existe nas Forças Armadas brasileiras. Eu sei de algumas, mas, sem documentos, não sou maluco de expor.
    A Aeronáutica também se recusa a ceder seus radares para os aeroportos, o que eu acho certíssimo. É cobrir a cabeça e descobrir os pés. Se os aeroportos precisam de equipamentos novos, que se compre e não fique nesse joguinho de comadre suburbana que fica pedindo açúcar emprestado à vizinha.


  • Estilista que rouba vaso de cemitério; rabino super-star que rouba gravatas na Flórida... Essa vida de celebridade deve ser mesmo muito árdua.


  • Você sabe como salvar um advogado do afogamento? Não? Ainda bem!


  • Eu gosto de comer peixe. Tem cada receita deliciosa... Mas se a coisa continuar como está, mesmo com tantos rios e tanto mar, vai se tornar artigo raro na feira. Primeiro, aquela série de mortandades no Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul; semana passada a mortandade por envenenamento industrial de toneladas de peixes no Recôncavo Baiano; agora outro acidente ecológico de grandes proporções no Rio São Francisco, em Minas Gerais... Pô!


  • Os letrados brasileiros têm mania de colocar a culpa de nossas mazelas nos governos ou nos pobres e incultos. Rico morre de acidente de carro por causa das estradas mal conservadas pelo governo - certíssimo; pobre morre de bala perdida ou a facadas; rico sabe votar, pobre só elege maus políticos - como se Maluf não tivesse um grande percentual de votos das classes A e B, né, Hebe Camargo?; rico morre de overdose de drogas porque tem um monte de pobres vendendo - sei... Pobre até parece que pode viajar de jatinho para a Colômbia todo mês para fazer suas encomendas; preto pobre é ladrão; rico ladrão foi enganado pelo sócio ou pelo contador; e por aí vai. Mas o que dizer de universitários classe média da UnB que incendeiam alojamento de estudantes por eles serem negros, africanos, muitos refugiados de guerra?

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