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sábado, abril 28, 2007

Simpatias








  • Encontrei essa maravilha! Dezenas de charges do Frank, maravilha!

  • Zezé di Camargo e Luciano cantam "a saudade está matando a gente...". Que assassina incompetente! Ainda não conseguiu?

  • Alguém, muito sagaz, percebeu que a "maioria" das pessoas morre três meses antes ou três meses depois de seu aniversário. OOOOOOOHHHHH!!!! E mais, centenas de acerebrados estão discutindo se isso não é um plano do Cosmos, um desígnio divino ou coisa do Capeta. OOOOOOOHHHHH!!!! Levando-se em conta que o ano tem doze meses, três antes e três depois do seu aniversário, você tem 50% de chance de morrer nesse período. Simples assim. Se o ano tem 365 dias, a chance de você morrer no dia do seu aniversário é de 1 em 365, só isso! Ganhar na Lotomania, por exemplo, é 1 em 11.372.635 e toda semana tem ganhador. Tem jeito, não, minha gente, a matemática comanda o mundo, o resto é ignorância.

  • A principal palavra-chave das buscas que trazem visitantes ocasionais a este blog é "simpatia", por motivos óbvios. São coisas bizarras. A maioria é relacionada ao amor e ao sexo, ou à paixão, que é uma confusão inexplicável entre os dois, mas tem cada uma... A superstição e o misticismo inerentes à formação miscigenada dos brasileiros, o desespero, a ignorância e a lei do menor esforço, fazem com que as pessoas procurem soluções fáceis para seus problemas ou pseudo-problemas.

Eu imaginava colocar no meu template um quadro onde colocaria, semanalmente, uma simpatia bizarra, criada por mim, logicamente, para tirar sarro com esses desesperados. Mas terminei esquecendo desse detalhe quando o David se prontificou a mudá-lo. Mas hoje vou matar minha vontade e dar respostas para alguns dos que passaram por aqui em busca delas. Acreditem ou não, todas elas foram retiradas do Extreme Tracking, as buscas foram reais:


- Simpatia para o marido parar de beber - se o caboclo sai de casa para o boteco, é porque o que tem em casa não é atrativo. Ui! Essa doeu? Então, minha senhora, dê uma emagrecida, compre umas langerris transparentes, mande as crianças para a casa da avó, passe aquele pefume caríssimo comprado com o dinheiro que ele gastaria no bar essa noite, leia quatro Sabrinas (aquelas mocinhas sabem seduzir um homem) e boa sorte. Mas não esqueça de esconder a garrafa de 51, catuaba, conhaque, álcool etílico, loção após barba ou qualquer coisa alcóolica que tenha na casa.


- Simpatia para amigos que brigaram - contrate dois negrões daqueles 4X4 (em qualquer feira livre, campo de futebol de várzea ou puteiro do subúrbio você os encontra). Mande-os seqüestrar os dois amigos e os deixe isolados numa ilha deserta ou no meio da mata em Benjamin Constant, lá nos confins da Amazônia. Das duas uma, ou ele fazem as pazes para sobreviverem ou um vai fazer churrasco com o lombo do outro. De qualquer forma as brigas entre ambos acabarão.


- Simpatia para mandar pessoa embora - em cada canto de sua sala coloque um vaso com uma espada-de-são-jorge; atrás da porta da cozinha coloque uma vassoura com as cerdas voltadas para cima; lave sua (não dele ou dela) cueca ou calcinha na água do vaso sanitário com sabão de pedra verde virgem; antes do almoço reze três ave-marias, três pai-nosso e três salve-rainha de joelhos, de costas para sua cama. Tome coragem, estufe o peito, olhe a pessoa cara a cara, olhos nos olhos e diga "vai embora!".


- Simpatia para homossexual - Heins? Pode ser mais específico? Sabe como é que é, né? Se sua intenção é conquistar um homessuxal, a simpatia é uma; se você quer se tornar um, a simpatia é outra; se você quer que um se apaixone por você, é uma terceira; mas se você quer que um se "converta" em heterossexual, a receita é uma quinta. Vai que você aplica a simpatia erada, hein?


- Simpatia para casar logo - Se o cara souber dessa fissura, minha filha, adeus casamento. Faz o seguinte: uma novena para Santo Antônio começando na primeira sexta-feira de lua cheia do ano. No último dia da novena, tranque-se no banheiro e cante todo o repertório de Jane e Herondi a plenos pulmões. Não sabe quem são Jane e Herondi? Para isso existem o Google e o You Tube. Só conhece uma música deles? Eu também, mas não quero casar, então, está tudo bem comigo. Três dias depois da cantoria ele se mostrará receptivo à idéia do casamento e vai te apressar para escolher a casa e o enxoval. Se isso não acontecer, pinte uma placa de acrílico verde, com letras e florzinhas cor-de-rosa, no tamanho 60 cm x 84,5 cm com os dizeres : "Estou desesperada para casar! Telefone: XXXX-XXXX", pendure-a no pescoço e faça plantão das 6 da manhã às 6 da tarde na praça principal de sua cidade.


- Simpatia para parar de fazer frio - fácil, fácil. Faça uma trezena para São Pedro; durante a trezena, faça um boneco que represente seu chefe, cubra-o com açúcar refinado, mergulhe-o num vaso de mel de abelhas e deixe-o assim por um final de semana inteiro. Na segunda-feira, encare o chefe e peça um aumento. Se ele se negar, peça transferência para a filial de Cuiabá, onde não faz frio nem em noite de inverno. Se o aumento sair, compre uma passagem para Teresina e uma casinha à beira do Rio Parnaíba. Lá nem tem inverno.


- Simpatia para largar as drogas - Quem souber essa, faça uma em grande escala, memorizando milhões de brasileiros que sofrem desse mal. Mais eficaz seria procurar ajuda psicológica.


- Simpatia para parar de sofrer por amor - Pare de amar. Não consegue? Sorte sua!


- Para que serve simpatia de cachaça e fósforo? - Para incendiar um alcóolatra pentelho.


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sexta-feira, abril 27, 2007

Cotidianas




  • Ohhh!!!! A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou o projeto de diminuição da maioridade penal, quem diria? Mas nem me assanho muito, sei que no plenário não passa. A OAB já inventou que não pode nem ser mudada a Constituição. Comequeé? Quer dizer que a Constituição não pode ser mudada nas chamadas "cláusulas pétreas"? Sempre achei essa Constituição um tremendo atraso, de verdade.

  • Um vira-lata se aboletou na entrada do meu prédio, pelo lado de dentro, o que é pior. Cada vez que alguém entra, tem que pedir licença ao novo hóspede. Magro, sarnento, fedorento e, provavelmente, não vacinado, o bicho está me deixando com medo. Daí procurei a lista telefônica para chamar o Centro de Controle de Zoonoses para que viessem buscá-lo. Não havia número nenhum. Liguei para o auxílio à lista, e nada. Liguei para a EBDA, Empresa Baiana Para o Desenvolvimento da Agricultura, lá também não tinham, mas me deram o telefone sa Secretaria da Agricultura do municipio. Eis que o telefone está cortado por falta de pagamento. Pode uma coisa dessas? Aí liguei para uma veterinária amiga minha e recebo a informação que o CCZ não tem telefone, eu precisaria ir lá. Caramba! Para recolher um vira-lata eu preciso tomar a BR-101 e andar 8 km? Das duas uma, ou o bicho vai ficar por aqui mesmo ou...

  • Há quinze dias narrei o julgamento do Juninho Carroceiro, que havia dado 11 tiros num rapaz, do qual eu havia sido jurado. Hoje fui intimado para comparecer ao segundo julgamento do mesmo réu. Depois de ter atirado no Silvio, assassinou um amigo desse, com medo de represália. Já tendo opinião formada sobre o caso, sabendo que nada que fosse dito na corte mudaria meu veredito de culpado, chamei o advogado de lado, antes do sorteio dos jurados, e lhe disse isso. O julgamento já havia sido feito por mim. Quando o juiz retirou o primeiro papel da urna, o primeiro nome sorteado foi o meu (isso jamais aconteceria numa rifa). Prontamente o advogado me rejeitou. Entendera o recado. Os colegas jurados insinuaram que eu havia pedido minha dispensa, mas não foi esse o propósito, apenas agi pela minha consciência.

  • Clodovil, como Marquinhos de Ogum já havia previsto, está correndo o risco de encarar o Conselho de Ética da Câmara. Num discurso ele disse que "as mulheres ficaram ordinárias". A deputada Cida Diogo, do PT-RJ, se ofendeu e os dois trocaram "palavras ásperas" (para se referir a tão dignos cidadãos a gente deve usar eufemismos e linguagem bonitinha). Esses sujeitos querem mostrar moral impoluta para quem, bwana?

  • A fama, ah!, a fama... Aquela gordinha do BBB, Bruna, pegou a graninha que ganhou no programa e investiu no seu futuro: fez uma lipoaspiração! Parece que as coisas não deram muito certo, não. Foi internada numa clínica por conta de complicações pós cirúrgicas. Se existisse lipoaspiração no cérebro..

  • Negó seguim: o Pseudo Poemas está sendo atualizado mais rápido que o site da Folha de São Paulo. Quem gosta de pseudo-arte, dê uma passadinha por lá, a casa agradece.

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quinta-feira, abril 26, 2007

Cotidianas


Lute, Hoje em Dia, MG




  • O David me convidou e, lógico, aceitei. A partir de hoje, juntamente com ele, a Saramar e o Ricardo, estou postando meus quase-poemas no Pseudo. Quem gosta de poesias fica convidado para aparecer por lá.

  • E disse Vossa Excelência, o presidente: "A América Latina não precisa de líder, mas de integração entre os países". O que o fez mudar de idéia, uma crise de consciência ou ciuminho do crescimento do maluco Chavez? Graças à imprensa marrom e aos seus conselheiros, até dois anos atrás ele se considerava o próprio salvador do continente.

  • Os corporativistas católicos tentaram emplacar mais um feriado religioso, o Dia de Frei Galvão. Num raro momento de sobriedade, a Câmara dos Deputados rejeitou a proposta, preferindo criar apenas uma homenagem ao padre. Dia 11 de maio passa a ser o dia oficial de homenagem ao quase santo. Quase, por enquanto, né, Ratizinger?

  • A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados está analisando o projeto de lei que diminui a idade de responsabilidade civil para 16 anos. Como é de praxe, serão ouvidos grupos religiosos, de direitos humanos, OAB, ONGs e mais alguns lobbies, mas o grosso da população ficará de fora, justamente ela que defende a redução da idade penal.

Não discordo que a educação é a melhor saída, juntamente com a geração de empregos, mas não será solução. A boa educação e as condições financeiras privilegiadas não impediram o jovem estudante de medicina entrar no cinema armado de metralhadora e fuzilar os espectadores; não impediram que juízes bem formados se tornem criminosos vendendo sentenças; não impediram que Lalau e sua gang deviassem 169 milhões dos cofres públicos; não impediram que Maluf desviasse milhões de dólares para paraísos fiscais; não impedem que cada vez mais jovens da classe média se envolva em assaltos, tráfico de drogas, seqüestros e coisas que tais.


A educação, além do mais, só dá retorno com o passar dos anos e milhões de empregos não se criam com apenas uma canetada de governantes, enquanto isso, o problema da criminalidade está ocorrendo HOJE e é para hoje que as soluções devem aparecer.

Jovens de dezesseis anos podem trabalhar e serem demitidos se causarem danos à empresa que os contrata, podem eleger presidente da república e ainda há um movimento para que se permita que tirem carteira de habilitação de motorista, mas não podem responder por crimes.

Como se prega nos tribunais estadunidenses "se você não quer sofrer as penalidades, não cometa o crime", simples assim. E os jovens de dezesseis anos estão muito bem capacitados para entenderem a gravidade de um crime cometido, como evitá-lo e as conseqüências de seus atos para si, para suas famílias e para outrem.

  • Gostei da do Joelmir Beting ontem, no Jornal da Band, falando das duas CPIs do apagão aéreo: "Não teríamos CPI, agora temos duas, ou seja, nenhuma".
  • Cunilingus... Nome engraçado para se tratar do que se trata.

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quarta-feira, abril 25, 2007

Untitled


Esforço


Não sei jogar futebol,

mas, se você quiser,

faço um gol de placa.

       Não sei cantar,

       mas pra você

       farei dez serenatas.

Nada do que é bom ou bonito

sei fazer direito,

não pinto e não desenho,

escrevo cersos bêbados

e nem cartas sei traçar.

       Não aprecio o pôr-do-sol

       e nem amo a natureza.

       Ao ser humano

    dedico pouco caso.

Não suporto cinema,

o cheiro das flores me irrita

e sou ruim da cabeça

e doente dos pés.

       Ao dançar piso nos próprios pés,

       à praia vou de sueter

       e botas de pescador.

Mas se for para te conquistar

todas as cores que para mim são cinza

serão a mais colorida aquarela

e tudo o mais será beleza e arte.

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terça-feira, abril 24, 2007

Imagem tirada daqui.
Quem vem por aqui há algum tempo, sabe que não sou muito de paticipar de correntes, aliás, como tudo que vira moda no Brasil tem que receber um nome chic, corrente virou meme. Pois bem, essa meme está rolando há algum tempo na blogosfera e me atingiu pelas mãos suaves e doces da Esyath. Ela me indicou como um dos 5 blogs que a fazem pensar. Legal! Embora, pelo que leio no seu blog e pelo que conversamos no MSN, ela não precisa de nenhum incentivo meu para praticar esse exercício sem qualquer ajuda extra e o faz muito bem, diga-se de passagem.
Mas, como disse Zeca Baleiro, "nada vem de graça, nem o pão nem a cachaça", em contrapartida eu também devo indicar cinco blogs que me fazem pensar. Tarefinha difícil! Ultimamente não tenho tido muito tempo para visitar blogs, pelo que peço desculpas, mas todos os que visito, quer estejam na lista aí ao lado ou não, o faço por sentir prazer em lê-los. Tive, portanto, que criar um critério para selecionar apenas cinco. Resolvi não escolher alguns que constam em quase todas as listas que já vi, como o Lino Resende, por exemplo, sujeito porreta, inteligente, culto, afável e que manda muito bem com as palavras e os temas escolhidos. Isso para citar apenas um.
Complementando esse critério, passei a escolher aqueles pelos quais me simpatizei com as idéias e com o português bem escrito. Mesmo assim ainda ficaram muito mais que cinco. Parti então para os sentimentos, chega de ser tão racional. Resolvi selecionar, entre os muitos, aqueles que me causam comichão no humor, seja me fazendo rir, seja me fazendo bufar de raiva. Não teve jeito, ainda eram bem mais que cinco.
Caramba! Eu estava sujeito a ferir suscetibilidades, coisinha chata e perigosa. Peço desculpas àqueles que não estão listados aqui, mas garanto que não é descaso, apenas o cumprimento de uma obrigação que me impuseram. Estou perdoado?
Vamos então aos cinco:
- David - escreve com bom humor crítico, duas coisas de que gosto muito. Nem sempre concordo com suas posições, mas não posso deixar de admirar seu talento. Uma boa leitura.
- Normando - outro bem humorado. Escreve mais sobre seu cotidiano, mas sem deixar de despejar idéias críticas e analíticas sobre um rincão pouco conhecido pelos brasileiros e as mazelas de um Brasil mal administrado. Temos diferenças cruciais de opiniões em relação há muita coisa, desde meninos, mas não consigo deixar de bater palmas para ele.
- Enoisa - esta garota é mais séria que os dois anteriores. Altamente politizada, de esquerda, católica até o último gene do DNA, tem posições em muito diferentes das minhas, mas é embasada em suas colocações, sabe do que está falando, argumenta muito bem, além de demonstrar ser uma grande pesquisadora. Admirabilíssima!
- Malvada - não poderia ter pseudônimo melhor para essa gaúcha. Inteligente, sagaz, bem-mal humorada, nada politicamente correta, ferina... Adoro dar risadas de suas presepadas ácidas.
- Magui - advogada, politizada, atuante, crítica, ranzinza como eu, ativista e inteligente. É outra com quem nem sempre concordo, mas não tem como não ser fã de alguém que defende a honestidade, a honradez e os bons exemplos. Uma meritocrata como eu.
Ah! Eu deveria colar aqui um selo por ter sido indicado, mas, por pura antipatia minha, não o farei. Os cinco indicados acima, caso queiram esse selo, é só passar no blog da Esyath e pegá-lo.

segunda-feira, abril 23, 2007

Untitled


Cesar, Jornal da Manhã, SC

  • Como todos já sabíamos, O STF já começou a libertar os presos na Operação Hurricane (por que não batizam de Operação Furacão? Ou será que, ao invés da Polícia Federal, foi o FBI quem realizou tal operação?). Tem jeito, não, pobres mortais amarelos. O ccorporativismo dessa gente é muito mais rigoroso que as leis.
  • Hoje é Dia Mundial do Livro e eu estou com três na estante esperando que Cronos me permita lê-los. Essa vida de pobre... Assim fica fácil entender porque miséria e ignorância andam de mãos dadas.
  • Hoje também é Dia do Chorinho, meu ritmo preferido. Acho de uma beleza ímpar um chorinho bem tocado. Também gosta? Então aproveite. Sem falar que Hamilton Holanda é o maior nome do choro na nova geração. Um craque!
  • O PFL agora é Partido Democrático, nenhuma novidade. O legal da mudança é que a nova sigla DEM, pode muito bem ser confundida com DEMônios, bem a calhar.

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domingo, abril 22, 2007




Deseducação Ambiental

Hoje, sabe-se lá por que interesses econômicos, os grandes veículos de comunicação de massa falam com maior freqüência sobre as questões ambientais que afligem toda a Terra. A Velhinha de Taubaté talvez acredite que seja apenas por interesses humanitários, coisa difícil de acreditar, levando-se em conta o histórico da imprensa mundial, sempre a tiracolo dos governos, para quem vende grandes espaços publicitários e é um de seus grandes mantenedores, seja com dinheiro, seja com benesses.

Mas essa é outra discussão.

A mesma imprensa, dessa vez com toda razão, insiste que a cura dos grandes problemas do planeta começa pela educação, a partir daí pela informação.

E onde começa a educação? Em casa.

Estão os pais preparados para instruir os pimpolhos sobre as questões ambientais? Em sua maioria, não.

A cada dia mais e mais tempo os pais se ocupam com afazeres profissionais, ausentando-se de casa por horas a fio, restando-lhes pouco tempo para o convívio com os filhos. Esse pouco tempo, portanto, é dedicado mais ao lazer do que à educação.

Delegam, portanto, a educação formal aos professores.

Estarão os professores preparados, então, para dar às crianças e adolescentes uma devida educação ambiental?

Em sua maioria, também não.

Existem afazeres demais para o professor e pouco investimento em sua capacitação para essa missão.

O que se vê na maioria das salas de aula do país, quando se fala em educação ambiental, são professores falarem vagamente sobre as questões amazônicas para crianças que sequer se imaginam visitando o “Inferno Verde” ou sobre os animais em risco de extinção, como os micos, onças e tantos outros. Não estão preparados para uma viagem profunda na questão. Mesmo na Amazônia, diga-se de passagem.

O exemplo e a discussão poderia começar pelo próprio ambiente em que o estudante vive: sua casa, a escola, o clube, a praça...

A educação formal, seja de que disciplina for, não é feita com varinha de condão, é árdua e constante. São necessários preparo, informações, atualizações, boa vontade e convicção, para que o conteúdo não seja simplesmente vomitado pelo professor e cobrado numa prova para depois ficar esquecido no passado.

Levando-se em conta que boa parte do alunado vive em áreas onde o poder público não investe, o lixo, a falta de esgoto sanitário, a ausência de arborização, a falta e o desperdício da água são questões constantes nessas localidades pobres onde mora a grande maioria dos estudantes brasileiros, principalmente os de escolas públicas.

O primeiro passo para se conscientizar esses jovens para a importância da preservação do ambiente e levando-os a conhecerem e questionarem o que está errado em sua própria casa, em sua rua, na cidade, incluindo-se a própria escola.

As escolas brasileiras são feias, mal tratadas, paredes pichadas, carteiras quebradas e nem sempre repostas pelas secretarias de educação, terrenos cheios de mato, má iluminação e desperdício de água e luz, até mesmo pela construção pobre e sem preocupações ambientas, via de regra.

O que interessa para uma criança de Goiás, por exemplo, que os mares estão sendo mal tratados?

Qual o interesse de uma criança do Agreste Pernambucano que as focas do Pólo Norte estão sendo caçadas ainda filhotes por causa de sua pele?

A Mata Atlântica está se acabando, o que isso tem a ver com uma criança do Amapá, cercada por floresta por todos os lados?

Para se chegar ao macro, há a necessidade primária de se entender o micro, seu próprio ambiente primeiro. A universalização de um currículo escolar é bobagem. Deve-se começar pelo local para depois se acrescentar o regional, usando o primeiro como comparação e referência, depois parte-se para o nacional e, só então, chega-se ao todo. A educação é paulatina para que seja eficaz e deve começar pelo adulto. Somente preparado para uma discussão profunda é que ele poderá orientar as crianças que poderão dar continuidade a um projeto global longo e demorado.

__________________

Este texto foi feito sob encomenda para o site do CEPEDES, que, sabe-se lá porque, resolveu não aproveitá-lo. Para não perdê-lo, coloco-o aqui.

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sexta-feira, abril 20, 2007

Boa Noite




Boa noite, amor.

Que as boas bruxas,

gnomos e querubins

velem teu sono

como te velo em sonhos.


Que as estrelas, todas as estrelas,

iluminem tua cama

com sua luz de esperança,

de etenidade, seu brilho de amor para sempre.


Boa noite, amor.

Mais uma vez dormirei contigo

e contigo acordarei

ao primeiro raio do Sol.


O sono será perfeito

Para ti porque assim o quero,

para mim porque estarei contigo.


Boa noite, amor.


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quinta-feira, abril 19, 2007

Angeli, Foha de São Paulo
  • Uga! Uga! Dia do Índio. Se bem que, segundo os autores de HQ, "uga! Uga!" é língua de índio africano. Deixa isso pra lá! Diz uma lenda, sabe-se lá de que origem, que se hoje você ouvir um pássaro livre cantando, faça um pedido que ele será atendido. Pelo sim, pelo não, já fiz o meu à sabia que me acordou cantando na minha janela.
  • Diálogo que ouvi entre duas meninas. Tudo começou depois de uma delas enfiar a canela na quina de uma mesa:

- Diabo!

- Não chama que ele vem.

- É?

- É.

- Hum. CARALHO!

  • Que a violência não está fora nem dos monastérios não é novidade pra ninguém, basta abrir qualquer jornal. Mas quando ela chega perto de nós, nos faz pensar o quanto estamos indefesos em meio a tanta insegurança.

Há poucos anos fui professor do Joaldo, um garoto tímido, bonitinho, bem educado. Filho de fazendeiro, achava mais interessante os serviços da roça do que os livros, mas não causava problemas, apenas não era lá muito chegado aos estudos.

Nó segundo ano em que ele estudava comigo sua mãe, de quem eu havia me tornado amigo, morreu vítima de um ataque cardíaco. A família superou legal, unida, a grande perda. Terminei ficando amigo de toda a família, incluindo as duas irmãs, de quem também fui professor. A mais velha fez direito,a mais nova é bancária, e Joaldo abriu sua própria empresa que presta serviços à Telemar. Nos vemos quase todos os dias, já que nos tornamos quase vizinhos.

Ontem, ao abrir um site local de notícias, dou de cara com uma reportagem que narrava a prisão de Joaldo. Ele está sendo acusado de assassinar o ex-marido de sua atual namorada. O crime foi antecido por seqüesto e tortura, uma coisa pavorosa. Mais uma vez o ciúme.

  • Ainda falando sobre violência, achei ótima a sacada do Ruy Casto na Folha de São Paulo de ontem: "os americanos estão começando a entender que armas matam de vez em quando".

quarta-feira, abril 18, 2007

Imagem retirada daqui.

Então, gostaram? Eu adorei! Presente do David, cheio de paciência, presteza e boas intenções. Valeu, camarada. Se eu tivesse sugerido o formato, não ficaria tão bom.
Por uma burrada minha, perdemos todos os comentários anteriores, o que me deixou chateado e com a obrigação de pedir desculpas a todos os que deixaram mensagens por aqui. Estou desculpado, não estou?
Bem, senhoras e senhores, depois que eu parar de babar com essa casa nova, volto a postar decentemente.

terça-feira, abril 17, 2007


B
Bebo a borra
a baba boba da borboleta
Bebo o berro o barro
o bilro da bêbada
Bato o brinquedo brincalhão
no batente do bailio
Badalo o rabo do badano
búfalo bucólico do bugre
Bronoplegia após o bródio
e o bradisperma na braguilha
Banalidades...

segunda-feira, abril 16, 2007




  • Teu modus vivendi determinará tua causa mortis.

  • Era um abençoado. No alto do desespero, pediu que Deus o iluminasse. E Ele iluminou... com um raio no cocoruto.

  • Armandinho, filho de Armando e sobrinho de Adalberto, era um sujeito ímpar. Organizado em tudo o que fazia, só casou com Adelice, depois de quatro anos de namoro, após comprar a casa, mobiliá-la, fazer o enxoval, programar a festa, a lua de mel e deixar tudo pago.Adelice, pobre menina de uma cidadezinha interiorana, só tinha o primeiro grau e Armandinho a incentivou a completar, pelo menos o ensino médio.Programaram ter um filho. Programar é a palavra certa. Montaram o quarto do bebê, enoval completo, da mamadeira às roupinhas do primeiro aniversário, plano de saúde, padrinhos escolhidos e convidados. Tudo na mais perfeita ordem.Com o nascimento do bebê, Adelice teve que estudar à noite, fazia o supletivo numa escolinha do bairro.Como todo mundo conhecia todo mundo, veio a desconfiança dos colegas e dos professores que Adelice traía, Armandinho. Deixava de comparecer às aulas pelo menos duas vezes na semana, outras vezes não assistia às aulas que vinham depois do intervalo. Aí tinha.Um dia a bomba estourou. Armandinho e Adelice se separaram. Ela havia descoberto que era gay e traía Armandinho com uma empresária de confecções.Com diferença de poucos meses, o tio Adalberto também separava-se de sua terceira esposa, Mauricélia.Adelice, descontente do segundo casamento, separara-se da empresária e hoje vive feliz com Mauricélia, sob o mesmo teto e educando juntas a filha de Armandinho.

  • Todos temos sensibilidade nos dentes, não? Deve ser muito estranho você mastigar algo sem sentir ou só perceber que o alimento é frio ou quente pelo tato da língua. Então por que aquela propaganda de dentifrício explora o fato de que a tal pasta acaba com a sensibilidade?

  • Você pergunta a um amigo: "você leu A Guerra do Fim do Mundo?". Invariavelmente vem outra pergunta: "De quem é?", e você: "De Mário Vargas LLosa".Os mais precavidos já fazem a pergunta dando a resposta da próxima: "você leu Chega de Saudade, do Rui Castro"?Não é assim que acontece? Então, por que cargas d'água estamos copiando a mania estadunidense de usar o por no lugar do de?"Você leu Viva Eu, Viva Tu, Viva o Rabo do Tatu, por Roberto Freira?". Estranho, né?

  • Quem se habilita a me fazer um novo template ou me indica alguém que o faça? Enjoei deste.

  • Droga! Sempre usei o W.Bloggar para postar, agora não é mais possível utilizá-lo no novo Blogger. Estou tode enrolado para adicionar ou retirar links. Socorro!

sábado, abril 14, 2007

Justiça

Coisas da Corte

Silvio e Silvia são irmãos. Ela tem 19 anos e ele, 17. Rena e Juninho Carroceiro são amigos dos dois desde a infância, estudaram juntos com Silvio. Rena tem 16 anos e Juninho é o mais velho dos quatro, tem 18.

Aos quinze Silvio teve um namorinho rápido com Andréia, coisinha rápida, sem conseqüência, mas ele ficou com um gostinho de quero mais depois que o namoro acabou. Andréia partiu para outra e passou a namorar com Rena, com quem se amasiou com pouco tempo de relacionamento.

Um dia Silvio chega à casa de Soraya e é recebido por Rena que, saindo do quarto, lhe atira, com ar de galhofa, um preservativo recém usado. Vendo ali a oportunidade de passar a perna no amigo e reconquistar Andréia, ele conta a ela que Rena a traía, que ele não a merecia. Que ela deveria romper com Rena, arrumar suas coisas e mudar-se para a casa de Silvio. Mas o tiro saiu pela culatra.

Andréia, magoada, tentando mostrar ao amante que também despertava desejos em outros homens, contou o assédio que sofrera de Silvio para Rena, que sentiu o ódio do ciúme.

Paralelamente a isso, sumiram 150 reais que Rena havia conquistado com os bicos que fazia no bairro da periferia. Juninho desconfiava que o autor do roubo fora Silvio e foi à sua procura. Silvio o recebeu com uma ameaça. Se Juninho contasse alguma coisa a Rena, Silvio o mataria. A amizade de criança entre os três estava profundamente abalada justamente por dois dos motivos mais comuns para se acabarem amizades: dinheiro e ciúme. O desfecho trágico ocorreu em fevereiro de 2005.

Como era comum, naquela tarde, por volta das quatro horas, Rena passou na casa de Silvio convidando-o para uma pelada de futebol na manga de uma fazenda ali perto. Aceito o convite, saíram os dois pelos becos do bairro, encontrando-se com Juninho mais à frente. Passaram pela cerca da fazenda e caminhavam pela picada aberta entre os arbustos, Silvio à frente, cada vez mais à frente. De repente percebeu que os dois amigos não o acompanhavam. Sentindo vontade de urinar, parou. Faria xixi enquanto aguardava os amigos. Virou a cabeça para ver se já se aproximavam, mas o que viu não foi nada agradável e sequer teve tempo para qualquer reação. Rena e Juninho portavam revólveres. O primeiro disparo atingiu Silvio na costa direita, logo abaixo da espátula, logo vieram outros nove. Caído e sangrando, Silvio fingiu-se de morto, na esperança que isso fizesse parar o tiroteio.

Rena aproximou-se e chamou Juninho. Vambora, Juninho, o vacilão já morreu, falou para o comparsa que, por sua vez, deu dois passos à frente e disparou o décimo primeiro tiro em Silvio.

Como se nada tivesse acontecido, voltaram tranquilamente para suas casas.

Silvia viu os dois voltaram e estranhou o irmão não ter vindo junto. Mas não deu grande importância. Começou a preocupar-se à noite. Já escuro, nenhuma notícia do amigo. Naquele bairro esquecido, como muito bairrosem todas as cidades do país, sem iluminação pública, sem o mínimo de segurança, ainda mais com o marido trabalhando como vigilante noturno e com uma filha pequena, Silvia não tinha coragem de sair àquela hora à procura do irmão.

Eram seis horas da manhã, dez horas depois de Silvio ter saído para jogar futebol com os amigos, quando Bio, prima de Rena, bateu à porta de Silvia com a notícia trágica. Silvio havia sido baleado na manga e a polícia o havia levado para o hospital. Desesperada, Silvia pediu à vizinha, justamente a mãe de Rena, que tomasse conta de sua filha, precisava ir ver o irmão que, sabe-se lá por que providência divina, não falecera depois de ser atingido por 11 balas de calibre .38.

Correu até o local onde haviam encontrado o corpo, mas só encontrou uma enorme mancha de sangue. Dali rumou, incontinenti, para o hospital. Encontrou Silvio sendo atendido pelos médicos que limpavam seus ferimentos e avaliavam os danos causados pelos projéteis. Por dez horas Silvio ficara deitado no mato, com onze perfurações no corpo, a coluna destroçada por uma bala, o que evitara que sequer se arrastasse, mas sobrivera.

Perguntado pela irmã sobre quem tinha feito aquilo com ele, Silvio negou-se a falar. Disse a Silvia que temia pela segurança dela, do seu marido e de sua filha. Mas Silvia insistiu e ele contou, pediu que a irmã não fizesse nada, que não valeria a pena. Ele não morrera e ficaria bem.

No bairro, Juninho e Rena, que tinha um irmão envolvido e várias confusões, sendo preso por várias ocasiões, levavam a vida normalmente, como se nada tivesse ocorrido. Juninho trabalhando numa oficina pintando caros, Renafazendo seus bicos, ambos jogando bola e fumando maconha. Mas a polícia começou a investigar o ocorrido, perguntava demais, falava com as pessoas... Apavorado, rena fugiu para Salto da Divisa, em Minas Gerais, levando as duas armas.

Marcelo, amigo de Silvio, ao visitá-lo no hospital, soube pelo amigo quem foram os autores do atentado. Jurou vingar Silvio, mas foi dissuadido pelo amigo a fazer qualquer coisa. Silvio temia que o amigo, sua esposa, a filha, assim como a própria irmã sofressem represálias. Mas Juninho ficou com um pé atrás em relação a Marcelo. Telefonou para Rena e contou-lhe a conversa entre Silvio e Marcelo. Marcelo queria vingar o amigo, compraria uma arma e mataria ele e Rena.

Achando que a poeira havia assentado, apenas quinze dias depois de terem atentado contra Silvio, Rena voltou, juntou-se a Juninho e assassinaram Marcelo dentro de sua casa, na presença de sua mulher, Hérvia, que conseguira fugir, correndo pelo mato.

Hérvia e a mãe foram à polícia e contaram o ocorrido. Com isso Silvia criou coragem e contou aos investigadores o que o irmão havia lhe contado no hospital. Questionado pela polícia, Silvio confirmou.

Rena e Juninho foram presos e essa história toda contada ontem no tribunal. Eu era um dos jurados.

Juninho foi condenado a 9 anos de prisão por tentativa de homicídio, Rena encontra-se sob os cuidados do Juizado de Menores e logo, logo, estará livre para cometer outras barbaridades. Daqui a quinze dias Juninho será julgado pelo assassinato de Marcelo. Silvio, hoje com dezenove anos, encontra-se tetraplégico, sem mais poder exercer sua profissão de eletricista de automóveis, causando transtornos e despesas para a família paupérrima.

quinta-feira, abril 12, 2007

Por Daniel Arruda


Imoral

Irregular é a fome
e a morte na sarjeta
sem pão ou água
nu
sem alma.

   Imoral é a mentira nacional
   com cara de presidente,
   com jeito de senador
   e conversa de deputado
   morando em mansões populares.

      É a morte ao nascer
      ou a velhice sem teto.

         A inanição
            A sede nordestina
               A dengue nacional
                  O frio a descoberto
                     O latifúndio restrito
                        O desemprego em massa
                           A escola abandonada
                              O hospital sucateado
                                 ...

quarta-feira, abril 11, 2007

Angeli, Folha de São Paulo


  • Desde meu primeiro blog tenho linkado The Hunge Site. Não sei se vocês o conhecem. Se não, vale a pena conhecer. Lá, com um simples click, você pode doar comida, mamografia, livros e ainda ajudar uma ong que faz resgate de animais e outra que luta pela defesa das florestas tropicais. E quem paga por isso? Quanto custa? Quem paga são os patrocinadores, a nós basta um acesso. Você pode dar uma olhadinha nos números de contribuição, na história do site, comprar coisas interessantes, jogar... Não percam a oportunidade de ajudar, sem gastar nada, pessoas necessitadas ao redor do globo.


  • Os deputados decidiram oficializar a folga das segundas-feiras. Não temos que estranhar, afinal, há décadas eles não trabalham nesses dias, apenas efetivaram o que já faziam informalmente. É muita cara de pau! Muita filadaputice! É pra isso que os estamos pagando? Se bem que, se analisarmos direitinho, eles bem podem ficar em casa a semana inteira, não farão falta nenhuma. Com eles deixando de trabalhar, talvez o país comece acrecer. Aproveitem e levem os ministros, governadores, prefeitos, vereadores, presidente da república, desembargadores...


  • Deixa ver se entendi: os militares não querem entregar as funções de controladores de vôo para civis. Alegam questão de segurança nacional. Mas é permitido contratar controladores internacionais. É, continuo sem entender.


  • Financiados por empresas públicas e privadas, provavelmente interessadas em aumentar seus lucros, os prefeitos vão a Brasília, em marcha aérea, exigir mais verbas para os municípios. Pra quê? Pergunto eu. Os filosdumaégua não fazem absolutamente nada, via de regra, a não ser contratar amigos e desviar grana....


  • Oh! Chegaram a uma conclusão que não passou pela cabeça de ninguém: na Amazônia o desmatamento e a violência aumentam nas mesmas áreas. Para quem conheceu a exploração indiscriminada de madeira na Mata Atlântica, sabe muito bem o que é isso. Aqui no sul da Bahia grilavam-se terras não para produzir alimentos, mas para explorar a madeira. Dezenas foram os pistoleiros contratados pelos madeireiros para expulsar os donos das teras. Quando a madeira acabou, boa parte deles, dos madeireiros, foram para o sul do Pará. Paragominas, Marabá, Jacundá... Alguns pistoleiros velhos ficaram por aqui mesmo, alugando sua mão de obra, aposentados ou abriram negócios mais ou menos honestos. Os mais jovens, ainda sem pé-de-meia, seguiram os eventuais patrões. Estava claro que a história se repetiria na Amazônia. Endoçando tudo isso, funcionários corruptos do Ibama que vendem guias de transporte de madeira, fazem de conta que fiscalizam e fazem vistas grossas para a grilagem.
    Quando a freira Dorothy Stang foi assassinada, a primeira coisa que me veio à mente foi: foram pistoleiros (não vou dizer o que pensei em referência ao seu estado de origem para evitar bate-boca) contratados por madeireiros. Não deu outra!


  • Nossos antepassados sabiam de tudo! Quando cunharam a frase "a corda só arrebenta do lado mais fraco", profetizaram que isso tornar-se-ia uma lei universal. O sargento que reclamou das condições de trabalho dos operadores de vôo, ficou um mês preso. AAgora a Justiça Militar diz que não vai investigar os oficiais envolvidos na paralisação da semana passada. Dois pesos, infinitas medidas.

terça-feira, abril 10, 2007

Samuca, A Charge Online


  • Parabéns, seu guarde, pela sua vigilância.
    Parabéns, seu motorista, por o senhor estar dirigindo.
    Parabéns, professor, por o senhor ter dado aula.
    Parabéns, seu médico, por o senhor clinicar.
    Que é isso? O presidente parabenizou os controladores de vôo porque eles cumpriram suas funções? A cada dia vejo mais exemplos de inversão de valores nessa nossa patriazinha meia-boca.


  • Que, mais cedo ou mais tarde, os parlamentares dar-se-iam um aumento, qualquer zé-ruela já sabia. Só que tem mais: aumento de salário, aumento das verbas de gabinete e amenização da lei conta o nepotismo, ou seja, a atual legislação começou pior que a última que foi considerada a pior de toda a história da República. É mais uma demonstração que o brasileiro sempre se supera.
    Ah! Quase me esqueço. O presidente do Senado, Renan Calheiros, não levará a discussão dos aumentos para ser discutido em plenário. Como de costume, vai costurar tudo às escondidinhas com seus comparsas na penumbra de seu gabinete. Calhordas!


  • Quer dizer que Maradona, em seu delirium tremens, se acha Deus... O Diabo, então, deverá ser muito pior do que imagina o mais fanático dos padres.


  • Os links aí ao lado foram recauchutados. Tem um monte de coisas novas e boas. Visite-os.

segunda-feira, abril 09, 2007

Sombras do Futuro


Sombras do Futuro

Numa casa com quintal e jardim
Me sentava à sombra
E esperava por mim.
Eu me chegava rapaz,
Contava coisas da vida,
Depois me ia fugaz.
Me esperava a cada dia
E sempre na mesma hora
Eu me aparecia.
Me contava mais um tiquim
Daquilo que viveria
Do começo ao quase fim.
Soube das perdas e sorrisos,
Inexoravelmente vindouros,
Os ouvia como avisos
Do que não poderia fugir.
Me ensinei o bem e o mal,
Mas, como não mais me vi,
Ainda não sei o final.

domingo, abril 08, 2007

Renato, A Cidade, R. Preto


  • Duas amigas têm algo em comum: a rebeldia, seja com causa ou não. Uma é jovem, seus 22 anos, filha de artistas e funcionários públicos; a outra uma jovem senhora, com 32 anos e mãe de uma menina. A garota viveu num ambiente "alternativo" com tios e pais envolvidos em movimentos populares, componentes de uma banda familiar de músicas próprias com letras voltadas para as questões sociais e regionais; a jovem senhora é filha de um madereiro, devorador da Mata Atlântica que montou uma loja depois que a madeira acabou, e é baterista de uma banda de punk rock. A primeira se veste a la indiana, com batas coloridas, sandálias de couro, roupinhas simples de algodão; a segunda veste-se de preto, acessórios de couro cheios de rebites, correntes e tachinhas à venda em lojas especializadas e com grife de roqueiros, se dizem alternativos, mas custam algo em torno de 500 reais uma bota e seiscentos uma calça camuflada.

    Ambas vomitam jargões iguaizinhos aos que eram gritados pelos estudantes em manifestações da UNE nos anos 70; ambas condenam o capitalismo e as multinacionais, utilizam seus pcs e o Windows XP para propagarem seus panfletos.

    Ambas acreditam que os hamburgueres da McDonald's são feitos de minhocas, sem pararem para fazerem as contas que produzir aquelas toneladas de carne diárias, seria muito mais caro usar minhocas do que vacas, mas não dispensam um trash food na lanchonete da esquina.

    A mais jovem diz-se socialista e sente saudades do velho PT, de que os pais são filiados desde a primeira hora; a outra dizia-se anarquista, sem nunca ter lido sobre a doutrina e nem conhecer sua história, mas é moda entre seus pares o serem e ela não poderia destoar do grupo, até que amigos mais letrados explicaram para ela do que se tratava e la concluiu que não era anarquista, apenas rebelde.

    A mais jovem cursa o terceiro grau e devora livros; a mais velha tem o segundo grau, não gosta de ler, mas acha que sabe de tudo da vida e das nuances da personalidade humana.

    A primeira aprendeu a respeitar as diferenças e, embora não goste e se afaste, entende quem ouça pagode, axé music, Sandy e Júnior...; a mais velha diz que todos aqueles que não têm o mesmo gosto seu são imbecis, idiotas e que deveriam morrer.

    Ambas condenam as datas comemorativas como Natal, Dia das Mães, Dia Internacional da Mulher, Páscoa... Para elas, são datas capitalistas, que servem apenas para explorar os bolsos dos pobres incautos desinformados. Enquanto uma se nega a participar de qualquer uma dessas datas, a segunda ajuda a mãe, católica fervorosa de origem italiana, a vender ovinhos de chocolate para ajudar no orçamento da casa e mandou mensagem para todos os amigos, via Orkkut, desejando uma feliz Páscoa.


  • Pesquisa do Datafolha conclui que 55% dos brasileiros apóiam a pena de morte. Esse número cresceu, desde a última pesquisa, e o culpado é o Estado que não tem dado à população o direito de ir e vir em segurança e não coibe a violência que prolifera mais que rato, que mantém escolas sucateadas enquanto discursa que a saída para todos os males está na educação, que deixa os hospitais à míngua e gasta mais com um presidiário do que com uma criança na escola ou um doente da UTI, que nada faz para endurecer as leis e, pelo menos, diminuir a impunidade. Se nada disso acontecesse, com certeza o resultado dessa pesquisa seria outro.


sábado, abril 07, 2007

Le Chaleur D'Amour


Muros

Se me jogarem pedras
Levantarei um muro.

Se me faltar o pão
Plantarei o trigo.

Se me ferirem a mão
Usarei a outra.

Se me ferirem a outra
Usarei os pés.

Se mos amputarem
usarei a palavra.

Se me calam a voz
Usarei os gestos.

Se me tirarem o som
Trabalharei as cores.

Se me levam a visão
Usarei os pensamentos.

Se me deixarem louco
Ainda tenho o coração.

Se me tirarem vovê
Estarei morto.

quinta-feira, abril 05, 2007

Dálcio, Correio Popular, SP


  • De um garotinho de 6 anos: "Ser normal é muito chato". Os pais desse vão ter muitos problemas...


  • De um amigo para uma bunduda que usava uma calça de cós baixo: "Isso não é um cofrinho, é a Casa da Moeda!"


  • Alguém viu um PAC por aí? Esse pacote me lembra o Fome Zero, todo mundo ouve falar, mas ninguém vê.


  • A Associação Brasileira dos Controladores de Vôo divulgou uma carta pedindo desculpas à população brasileira pela paralisação que fizeram essa semana. Hnestamente, acho que não tinha que pedir desculpas nenhuma e, sim, exigir que o governo atual e os anteriores o fizessem, assim como a Infraero. Pouco tem-se feito para evitar o caos que estorou com a queda do avião da Gol. A gente vê muita maquiagem de aeroportos, mas pouco investimento em segurança de vôo, formação de controladores, infraestura para emergências... Os controladores de vôo são apenas a parte fraca dessa corda e, lógico, tomados para cristo. A culpa é mais acima.

terça-feira, abril 03, 2007

Nina Alexandrina


Passos

De quem são esses passos
afundados na areia
que sigo como a uma trilha,
pouco se me dando onde darão?
Tantos pés aqui pisaram
e se esqueceram no mar,
milhares de pés...
Estes últimos sigo
sabendo que não os encontrarei,
mas sabendo que neles há alma,
há vida e sangue
e talvez o prazer guardado
de deixar seus formatos no chão.
Talvez de uma banhista de topless,
ou de vendedor de sanduíches naturais
ou ainda de militar em férias.
Podem ser de uma ex-freira
que abandonou o hábito
por final de semana ensolarado.
Quem sabe os passos incertos
de alguém que procurava rastros
que seguiria sem qualquer motivo?

segunda-feira, abril 02, 2007

Clauro, O Imparcial, SP


  • "Macaco velho não põe avião em Cumbica", do chargista S. Salvador.


  • Vai ficar difícil o governo evitar a CPI do Apagão Aéreo, ou seja lá que nome a imprensa vai arrumar pra ela. Waldir Pires, por conta de sua biografia ilibada, foi mantido a duras penas no cargo de ministro das Forças Armadas, mas também vai ser difícil Lula agüentar a pressão. Se é culpa desse governo ou não, é uma discussão que pouco importa, o fato é que nem Lula, nem FHC e nenhum outro presidente fez qualquer coisa para evitar uma crise desse tamanho. O que tem-se feito é maquiagem nos aeroportos, paliativos em equipamentos, e uma baita corrupção na Infraero, que, como senhora de todas as decisões, superfaturou obras, cobra taxas exorbitantes para passageiros e para as companhias aéreas, mas não se posiciona contra o esquecimento a que são relegados os estressados controladores de vôo.
    Quando, no governo de Ronald Reagan, os controladores de vôo estadunidenses se rebelraram contra as más condições de trabalho e os baixos salários, Reagan demitiu todos, readmitiu uma nova leva, melhorou os salários, criou regras de segurança para que cada controlador se encarregasse de, no máximo, 12 aviões por vez, e criou uma jornada de trabalho de 6 horas diárias. No Brasil a maioria dos controladores de vôo são militares - greve nem pensar, só porque criticou as condições de trabalho um pobre sargento amargou 30 dias de cadeia -, com salários de R$ 1.300 reais para um terceiro sargento, jornada diária de 8 horas, chegam a tomar conta de até 22 aviões por vez... Sem falar que tem equipamentos velhos e ultrapassados. Óbvio que a bomba explodiria um dia. Explodiu, mas na lerdeza de tartaruga paraplégica com que acontecem as decisões oficiais no nosso país, já se vão mais de 6 meses empurrando-se com a barriga, sem alguém capaz de resolver o problema.
    A Aeronáutica não quer abrir mão desse filão; alega questão de segurança nacional. Bobagem! É só uma questão de status e de grana. Um dia alguém ainda vai investigar o tanto de corrupção que existe nas Forças Armadas brasileiras. Eu sei de algumas, mas, sem documentos, não sou maluco de expor.
    A Aeronáutica também se recusa a ceder seus radares para os aeroportos, o que eu acho certíssimo. É cobrir a cabeça e descobrir os pés. Se os aeroportos precisam de equipamentos novos, que se compre e não fique nesse joguinho de comadre suburbana que fica pedindo açúcar emprestado à vizinha.


  • Estilista que rouba vaso de cemitério; rabino super-star que rouba gravatas na Flórida... Essa vida de celebridade deve ser mesmo muito árdua.


  • Você sabe como salvar um advogado do afogamento? Não? Ainda bem!


  • Eu gosto de comer peixe. Tem cada receita deliciosa... Mas se a coisa continuar como está, mesmo com tantos rios e tanto mar, vai se tornar artigo raro na feira. Primeiro, aquela série de mortandades no Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul; semana passada a mortandade por envenenamento industrial de toneladas de peixes no Recôncavo Baiano; agora outro acidente ecológico de grandes proporções no Rio São Francisco, em Minas Gerais... Pô!


  • Os letrados brasileiros têm mania de colocar a culpa de nossas mazelas nos governos ou nos pobres e incultos. Rico morre de acidente de carro por causa das estradas mal conservadas pelo governo - certíssimo; pobre morre de bala perdida ou a facadas; rico sabe votar, pobre só elege maus políticos - como se Maluf não tivesse um grande percentual de votos das classes A e B, né, Hebe Camargo?; rico morre de overdose de drogas porque tem um monte de pobres vendendo - sei... Pobre até parece que pode viajar de jatinho para a Colômbia todo mês para fazer suas encomendas; preto pobre é ladrão; rico ladrão foi enganado pelo sócio ou pelo contador; e por aí vai. Mas o que dizer de universitários classe média da UnB que incendeiam alojamento de estudantes por eles serem negros, africanos, muitos refugiados de guerra?

domingo, abril 01, 2007

Ghost Woman, Nelson Soucasaux


Fantasmas

Aqueles fantasmas do tempo,
fantasmas que não se perdem nos álbuns de família,
fogem do fundo dos copos, das gavetas,
e sentam-se à mesa para almoçar comigo
sem qu'eu sinta suas presenças.

Depois, feito corpos vivos,
fazem ruídos me seguindo pelas ruas
no toc-toc dos saltos de seus sapatos ectoplasmáticos.

Não me deixam vê-los
nem se deixam aparecer,
tentam evitar que os perceba,
mas são tão ruidosos, participativos,
que de imediato os noto
quando refaço algo há muito feito,
não importando há quanto tempo.