Miséria
Na boca do mundo um grito calado do que chora de fome, frio e dor, esquecido pelos becos porcos.
Nos olhos do mundo lágrimas secam ao relento e se molham de sereno das noites pelas ruas.
Nas pernas do mundo o cansaço de andar em vão em busca de migalhas que se esparramam em outros chãos.
Nos braços do mundo a carência de um abraço, de um afago, de carinho, do maltrapilho das cidades.
No estômago do mundo a falta do alimento, do calor da sopa, do feijão de que não se sabe o paladar.
Nos mundos do mundo as almas quase mortas perambulam famintas à procura da vida não dada.
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