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terça-feira, agosto 29, 2006


Tudo errado, Boneco, Mancha no Monitor

Fique na Cama

Tem dia que a gente não deve sair da cama, embora só se descubra isso depois de já estar em pé.
Quinta-feira passada a diarista me avisou "professor, a pia da cozinha entupiu". Depois do expediente fui ao supermercado e comprei soda cáustica. No dia seguinte faria a limpeza. Dona Zilda, prestativa, crente que estaria ajudando, voltou ao apartamento pela manhã, enquanto eu trabalhava e nem era dia dela vir, jogou a soda cáustica na pia, meio quilo, e abriu a torneira. Não sabia ela que a NaOH não se dissolve facilmente em água fria, ou seja, terminou de entupir.
Cheguei no final da tarde e encontrei o desastre feito. Sem ter como fazer comida, fui à lanchonete. Encontro o Chicão e a Bela. Felizes, me comunicaram que iam casar-se, que haviam comprado uma casa, mas precisavam reformá-la. Com o orçamento em mãos, estavam fazendo um "chá de casa nova" e pediam a ajuda dos amigos. Chicão é quase um irmão, não tinha como negar o auxílio. Contribuí com a mão de obra do pedreiro, mrri em duzentos reais.
Durante a conversa que se seguiu, "Chicão, nunca mais fomos tomar café da manhã na feira", caí na besteira de dizer. Café da manhã é força de expressão, na verdade gostamos de ir à feira com o nascer do sol comer rabada, sarapatel, mocotó... essas coisas light que a maioria de vocês deve sentir asco à sua menção. Bobo e feliz o amigo propôs que fôssemos na manhã seguinte. Seis e meia ele passaria parame pegar. Como eu teria que acordar cedo para procurar um encanador, concordei.
Sábado, seis horas o despertador me acorda. feita a higiene pessoal, fico esperando o Chicão aparecer. E, lógico, ele não apareceu. Pombas! Eu poderia ter acordado às oito. O jeito foi tomar o café na padaria da esquina.
Volto para casa e procuro o cartão de visitas do seu Alício. Lembram do seu Alício? Já falei dele há alguns meses. Telefono e o sujeito do outro lado me diz que o telefone não é do seu Alício, que sequer o conhece. Pobre é uma desgraça! Compra celular, não consegue pagar e em pouco tempo o número já é de outra pessoa. Me restava apelar paraas páginas amarelas. Nenhum encanador/desentupidor na minha cidade. Ter, tem muitos, mas não anunciam nas páginas amarelas.
Os nervos já estavam começando a se ouriçar.
Saio para a rua, lojas de material de construção, amigos que trabalham em construção civil e nada. Por sorte vejo um senhor passar de bicicleta carregando uma bomba desentupidora na garupa. Faço sinal, ele pára e combinamos ali mesmo que em uma hora ele estaria em meu apartamento. Seu Aurino me dá um cartão para eu ligar e passar o endereço direitinho. Já eram dez e meia.
Volto para casa, ligo para ele que me diz que está na feira comprando umas coisinhas para sua casa, mas iria logo, logo. Onze e meia ligo de novo e ele diz que está vindo.. Onze e quarenta e cinco ele chega, começa os trabalhos que terminam depois, bem depois, do meio dia. A cozinha fica aquele lamaçal, mas o ralo e o cano estavam desobstruídos. Quarenta reais a menos no bolso. Faxina de meia hora e a fome apertando.
Vou fazer o almoço. Tempero a bisteca com carinho, forro a forma, acendo o forno, enforno a carne lindamente envolta em papel alumínio e ligo a tv para assistir ao jornal enquanto espero. Meia hora depois estranho a falta de cheiro da carne que, àquela hora, deveria estar exalando por todo o apartamento.
De volto à cozinha constato que acabara o gás. Estressado e faminto, xingando até mãe de santo, vou ao quarto, pego o telefone a fim de pedir um botijão. Enquanto telefono, sento na cama que despenca. Arrebentou bem onde se parafusa. Esses móveis descartáveis de aglomerado...
Banho rápido e restaurante. Como como uma máquina trituradora na esperança de encontrar uma loja de móveis aberta. A cama mais barata, com dois criados mudos (a antiga não precisava dessa peça extra), me mata em 440 reais. A entrega só poderiaser feita na segunda-feira, ontem. Dois dias dormindo sobre o colchão no chão. Comprei, fazer o quê?
Em casa tento desmontar os restos mortais da velha cama. Parafusos demais, trabalho demais, paciência de menos. Já furioso, usei a chave de fenda como pé-de-cabra, quebrei tudo e atirei os cacos pela janela, no meio da calçada. Quem passava pela rua dava aqueles olhares do tipo "ih! Brigou com a mulher e ficou maluco". Só não joguei o estrado porque era grande para a janela e fiquei com preguiça de quebrar, mas atirei escada a baixo.
A cama não foi entregue ontem. Ligação para a loja, meia hora de esporro e me prometeram para hoje.
São 15:51 h. A cama chegou há 10 minutos, mas o montador ficou de vir daqui a uma hora. Rezemos.
Tudo isso por causa de uma pia entupida por uma faxineira solícita. Ai, ai.


Pronto, Lelinha, estava a fim de rir da minha cara, pois postei.

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